segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Vitória de Contrastes

 


Salve, Buteco! O Mais Querido do Brasil conquistou três suados pontos ontem na Vila Belmiro, em sua segunda vitória na competição, pelo mesmo placar de 1x0, em ambas as oportunidades como visitante. Foi uma atuação de contrastes, com cinco oportunidades claríssimas de gol criadas e apenas uma convertida pelo setor ofensivo, contra um tremendo sufoco imposto pelo adversário, especialmente nas primeiras metades das duas etapas. O meu domingo havia começado com a leitura dessa ótima análise tática da partida do domingo anterior, contra o Botafogo, feita no excelente site português Lateral Esquerdo, que dissecou em detalhes algumas propostas de jogo que Domènec Torrent começou a implantar no time. A partir dessas premissas, vi nítida evolução na construção das jogadas ofensivas, especialmente pela "movimentação entrelinhas" dos atletas que não estão com a bola, criando espaços para o passe e "quebrando" as linhas inimigas. Executando esse jogo bastante vertical, o Flamengo chegou várias vezes com perigo à área santista com poucos toques e muita objetividade, mas infelizmente Michael e Gabigol, cada qual duas vezes, desperdiçaram a chance de um placar elástico. Aliás, ao contrário do primeiro tempo do clássico de domingo retrasado, achei que o aniversariante de ontem fez uma ótima partida no aspecto tático, movimentando-se de maneira confortável e participando da criação de vários lances, como o do próprio gol.

Em contrapartida, especialmente no primeiro tempo, o sistema defensivo apresentou preocupante fragilidade, tanto que o Santos chegou várias vezes ao gol rubro-negro e só não abriu o placar graças às precisas marcações do VAR e algumas boas defesas de Diego Alves. Nossas laterais pareciam duas autobans alemãs, especialmente no setor esquerdo, e a tentativa com Gérson como primeiro volante definitivamente não se mostrou um opção confiável, ao menos enquanto a equipe ainda assimila a estrutura defensiva que o catalão deseja implementar e o nosso bravo "Coringa" recupera sua plena forma. Os dois últimos jogos passam a impressão que Domè deseja utilizar Thiago Maia não como "primeiro volante" ou meia de contenção, mas como meia de construção, na posição que Gérson ocupava na equipe de Jorge Jesus, enquanto o "Coringa" ficaria mais recuado. Nada tenho contra a ideia, que inclusive não é uma novidade na carreira de Gérson, mas me pergunto se não é arriscado implementá-la, nas atuais circunstâncias. Na partida de ontem, em que pesem as chances criadas pelo time e desperdiçadas por Gabigol no segundo tempo, a equipe praiana só deixou de levar perigo à nossa meta após a saída de Gérson e a entrada de Willian Arão, já nos quinze minutos finais.

Chamou-me a atenção a opção de congestionar o meio com a entrada de Diego após a saída por contusão de Gabigol, repetindo a estratégia do segundo tempo em Curitiba, algo que Jorge Jesus fez apenas em situações absolutamente pontuais. Acredito que ontem a decisão de Domè tenha sido reforçada pela insperada contusão do nosso homem-gol e pelo fato de Everton Ribeiro não haver treinado tanto como os demais, em razão do nascimento de seu segundo filho. Entre lançar outro atacante, como Pedro Rocha ou Pedro, pode não ter confiado no nosso meia para executar as funções defensivas. É muito cedo para tirar conclusões definitivas, mas me parece certo que, se ambos têm ideias claramente ofensivas, o catalão cede mais às circunstâncias do que o português, que não hesitava em encher o time de atacantes mesmo em contextos mais arriscados.

Outra diferença bastante evidente é a propensão de Domè em rodar bastante o elenco, algo que o Jorge Jesus fazia em proporção bem mais reduzida. Confesso que gosto da ideia e, se fosse treinador e tivesse um elenco como o do Flamengo, repleto de opções, tentaria deixar todo mundo com ritmo de jogo e pronto para entrar a qualquer momento. O grande contraponto que pode ser feito é que, com um grupo acostumado com a filosofia oposta, que,  por sinal, é a tradição do futebol brasileiro (titulares x reservas), acaba sendo mais uma mudança a ser assimilada, além da tática. Entretanto, como o Mister é, antes de tudo, um estilista, implementar desde logo essas mudanças acaba sendo algo inevitável. Nesse cenário, as circunstâncias, aparentemente desfavoráveis, podem na verdade ser uma oportunidade diante de um extenuante calendário. Além disso, quem se propõe a importar treinador deve estar disposto a quebrar paradigmas.

Por fim, como abordei algumas diferenças entre os dois treinadores, gostaria de apontar algumas semelhanças e a primeira é a objetividade dos dois sistemas de jogo, que diferem na maneia de execução, porém tendo essa característica em comum. Já a segunda é que vejo também na filosofia de Domè a marcação adiantada e com as linhas altas, executada em alguns momentos da partida de ontem, típica da escola "holandesa" ou de discípulos de Johann Cruijff. A diferença, ao menos na minha opinião, é que o time ainda não está fisicamente apto para executá-la por tanto tempo como ocorria antes da paralisação para a pandemia. Muita gente, inclusive na imprensa (aqui talvez propositalmente), parece estar confundido contingências momentâneas com filosofia de jogo e sem considerar o relevante aspecto da preparação física.

Os próximos dois jogos serão disputados contra os fortes e perigosos tricolores nordestinos, que marcarão o início de uma maratona que só deverá dar folga no final do ano, em novembro. Felizmente já contamos com o Isla, que ontem deixou o cartão de visitas e mostrou a que veio.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.

domingo, 30 de agosto de 2020

Santos x Flamengo

 

 


Campeonato Brasileiro/2020 - Série A - 6ª Rodada

Domingo, 30 de Agosto de 2020, as 16:00h (USA ET 15:00h), no Estádio Urbano Caldeira ou "Vila Belmiro", em Santos/SP.

Santos: João Paulo; Pará, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan; Jobson, Diego Pituca e Carlos Sánchez; Marinho, Raniel e Soteldo. Técnico: Cuca.

FLAMENGO: Diego Alves; RenêRodrigo Caio, Gustavo Henrique e FilipLuís; ThiagMaia, Gérson e DArrascaeta; Michael, Bruno Henrique e Gabigol. Técnico: Domènec Torrent.

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Arbitragem: Wilton Pereira Sampaio (FIFA/GO), auxiliado pelos Assistentes 1 e 2 Bruno Raphael Pires (FIFA/GO) e Leone Carvalho Rocha (GO). Quarto Árbitro: Lucas Canetto Bellote (SP). Árbitro de Vídeo (VAR): André Luiz Freitas de Castro (GO). Assistentes VAR 1 e 2: Elmo Alves Resende Cunha (GO) e Edson Antonio de Sousa (GO). Observador de VAR: Nilson de Souza Monção (MG).

Transmissão: Rede Globo (todo o Brasil, menos RS, MG e PE). PremierePremiere Play e PFCI (sistema pay-per-view, aplicativo e internacional).


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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

A Semana

 

SRN, Buteco.

Enfim chegou a sexta feira, e a esperada e rara semana livre do Flamengo chegou ao fim.

Relatos dão conta que, em pelo menos dois dias, hoje treino em período integral

Num dias dias, houve um treinamento de recuperação física e outro especifico de finalização à gol.

O que é emblemático, e acaba por embasar o que muita gente aqui do Buteco e da torcida em geral já vem notando.

A decadência física inegável depois de certo período de tempo jogado e o grotesco aproveitamento dos arremates nas chances criadas .

Em relação a peças , o chileno Islas assumiu naturalmente a posição, o que nos leva a crer que o treinador tem algum tipo de respaldo da direção de que haverá tempo hábil de regularizar o jogador.

Já nas vagas de Gabigol e Rodrigo Caio, que estiveram fora por problemas médicos, Thuler e Pedro, que seriam os substitutos normais.

No meio, a volta de Arrascaeta e Gerson, além da substituição de Arão ( que a cada dia mostra que vem voltando a ser o jogador indolente pré JJ) pelo Thiago Maia, uma substituição quase unanime no anseio do torcedor.

E a ultima mudança foi a troca de Leo Pereira por Gustavo Henrique.

Então, segundo a imprensa disse esses dias ( e ultimamente eles tem acertado bastante...), é assim que se preparou o Flamengo para esse jogo diante do Santos.

Algum treinamento físico e de fundamentos, mudança em algumas posições e , aparentemente, nada de alteração tática radical, mantendo-se a estrutura conhecida e acostumada pelo grupo.

Dentro do que permitia o espaço de tempo, acho que não dava pra fazer nada muito melhor que isso.

Veremos o resultado domingo, ás 16:00.




quinta-feira, 27 de agosto de 2020

NinhoLeaks


 J.Jesus saiu e com isto o Departamento de Futebol se enfraqueceu. A contratação de J.Jesus e seu controle sobre o que ocorria, representava, de acordo com o livro "Arte do Lucro" de Adrian Slyworthy, o modelo "Lucro Baseado no Painel de Controle", que significa: "Controlar os elementos de produção para produzir determinado serviço. Controla tantos elementos que o mercado se vê impelido a contratá-lo por um preço até maior". Por exemplo, uma organizadora de eventos, que trata de casamentos,formaturas, etc. 

J.Jesus instalou seu "painel de controle" no futebol do Flamengo. Lá juntou tática, estudo de adversários, planejamento da preparação física, e técnica, e controle da informação. Sua saída representou um vácuo para o Flamengo. A preparação física desabou. O controle de preparação do elenco para competição também, acabando com o clube dando incríveis mais 11 dias de férias para os jogadores, depois de um longo período com todos parados. Junte-se a isto que hoje o Flamengo voltou ao passado na questão de vazamentos internos. Virou uma festa. Escalações, treinos, tudo é repassado para jornalistas e "influenciers" do Flamengo, que não se acanham de publicar o que podem em buscas de clicks e visibilidade. 

Certamente isto deve assustar o Dome, que vem de uma escola européia em que se espera organização do clube. Mas o Flamengo se desorganizou com a saída do J.Jesus. E precisa se reencontrar urgentemente. Com os vazamentos em série é inviável treinar variações táticas e surpreender adversários. Flamengo jogará sempre como um livro aberto contra um livro fechado. É injusto. Mas as fontes continuam repassando informações com propósitos velados os quais desconhecemos. Um deles é claro, desestabilizar o trabalho do Dome no Flamengo. Por qual motivo? 

Enfim, o organizador de evento do Flamengo saiu, mas depender de um externo não condiz com a grandeza do clube, é hora de contratar uma pessoa preparada para assumir uma função de controle no futebol, mesmo um staff que cuide deste assunto. Que, se for o caso, discuta antecipadamente com a comissão técnica vigente sobre determinadas decisões da mesma. O que não podemos ter é uma equipe entrando de férias antes de competição relevante, vazamentos a rodo de treinos e escalações, além de declarações sobre jogadores procurando desqualificá-los perante a torcida, perturbando o ambiente.

Flamengo precisa colocar a bola no chão. E no gol.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Tempo ao tempo




Irmãos rubro-negros,





Nada mais natural, em se tratando da nossa torcida, a insatisfação com o trabalho até aqui desenvolvido pelo Domènec.

Os resultados têm sido ruins.

Todavia, há que se indagar se ele realmente assumiu o time pronto ou ao menos em continuidade ao trabalho do Jorge Jesus.

Me parece que a resposta à essa pergunta é negativa.

Li outro dia um comentário feito por um torcedor do Flamengo, acho que chamado Thiago, e a quem não conheço, pedindo assim vênia para citá-lo, no qual ele discorre com bastante propriedade sobre a situação do time pós-saída do Jorge Jesus.

Muito mais do que legado, o que ficou foi terra arrasada. Dada a característica centralizadora e isolacionista do nosso antigo técnico, pouco, ou nada, se aproveitou de sua passagem pelo clube.

Não só isso, o condicionamento físico e técnico do time já vinha em franca decadência.

Fica difícil exigir imediatamente do novo técnico um futebol envolvente e vitorioso, sem que lhe tenha sido dada oportunidade de preparar a equipe adequadamente, considerando o estado mental, físico e técnico do elenco.

Assim, diante da situação atual, cabe ao clube decidir se concede tempo razoável ao técnico ou se o demite em duas rodadas, casos os resultados não apareçam.

E mesmo aqui surge o problema de se decidir o que é "tempo razoável." Quatro rodadas? Seis? Oito?

Uma coisa é certa, ninguém se sustenta no Flamengo sem resultados. E o Domènec precisa entender isso e, se não for possível jogar um futebol vistoso, que ao menos torne o time competitivo.

Eu, humildemente, mantenho a esperança de que o time vai engrenar uma sequência de vitórias e entrará de vez na briga pelo título do Campeonato Brasileiro.



...




Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.


terça-feira, 25 de agosto de 2020

O Eterno Ciclo da Troca de Treinadores

Olá Buteco, bom dia!

O tema atual de 10 entre 10 espaços de conversa sobre nosso Flamengo não poderia ser outro: o limitado futebol que estamos jogando e a desconfiança acerca do trabalho do treinador Domenec Torrent.

Nos últimos 30 anos, pelo menos, o Flamengo vem preso ao eterno ciclo da troca de técnicos. A última vez que tivemos um técnico durante uma temporada inteira foi na penúltima passagem de Luxemburgo, que assumiu no final do Brasileiro 2010 e permaneceu até o início de 2012. Antes dele, temos que retroceder até o mítico treinador Carlinhos, que assumiu em 1991 (ironicamente após a primeira passagem de Luxemburgo), ganhou o carioca daquele ano, o Brasileiro do ano seguinte e permaneceu até 1993.

*Prêmio de Consolação: antes era fuga do rebaixamento, agora já avançamos o nível para classificação à Libertadores. Paralelamente, há a tentativa de beliscar uma Copa do Brasil ou Sulamericana.


Naturalmente, todos aqui queremos ver o Flamengo ganhando e é desesperador ver uma equipe que jogava um futebol espetacular até o início do ano, apresentar o futebol ridículo das últimas partidas, com dois míseros gols marcados em 5 partidas do Campeonato Brasileiro. Ficamos mal-acostumados com as goleadas do histórico time de Jorge Jesus, capaz de meter 3 por duas vezes no Palmeiras, 4 no Corinthians, 4 duas vezes no Vasco, 3 no Atlético MG, 3 no Internacional, 5 no Grêmio, além de vencer duas recopas com outras goleadas de 3x0. 

Se fosse corrida de automóveis, poderíamos dizer que tínhamos uma volta de vantagem sobre todos os outros adversários e pista livre até para mais uma bandeirada. No entanto, a terrível epidemia que assola o planeta teve consequências em todas as áreas de atuação do homem e, obviamente, não seria diferente no futebol. Na nossa hipotética corrida, foi tal qual uma bandeira vermelha, que interrompe a prova até que seja dada nova largada, colocando todos os carros próximos novamente. 

Para o Flamengo, foi pior ainda: ao perdermos o treinador e sua comissão, ficamos sem a base daquele futebol que encantou a todos, o condicionamento físico que nos permitia jogar em alta intensidade do início ao fim das partidas, possibilitando inúmeras viradas de placar quando os adversários já se encontravam com a língua de fora, sendo a mais emblemática a final da Libertadores 2019. 

É como se, dada nova largada, tivéssemos que voltar aos boxes para algum problema no carro. De líder e com uma volta na frente de todos, voltamos agora no fim do pelotão. Ainda com o melhor carro, mas com um novo piloto que, até o momento, não consegue extrair do carro tudo o que ele pode oferecer.

Não sei se o Domenec terá caixa para reverter o cenário. Que tem conhecimento do futebol, não há dúvidas. Mas talvez a falta de experiência em comando acabe por cobrar seu preço. Trabalhar no Brasil é muito diferente de dirigir franquias na MLS. Por outro lado, pensar em demissão com menos de um mês de trabalho, no contexto deste novo mundo no qual estamos inseridos, não me parece sensato. Felizmente, teremos essa semana de treinamentos e essa é a esperança em boas apresentações nos jogos que virão. A ver. 

***

Os Adversários

Encerrado o primeiro bloco de 5 jogos, fizemos apenas 5 pontos, quando o Checkpoint para o título determinava 11. São 6 pontos a menos que precisarão ser recuperados nas próximas sequências. Naturalmente, o primeiro passo é voltar a jogar bola.

Dos adversários na briga pelo título, nenhum apresentando um futebol mais vistoso, o que também era de se esperar. Ainda assim, Inter fez 12 pontos e Palmeiras fez 8, podendo chegar a 11 após o jogo adiado da primeira rodada, contra o Vasco. Atlético Mineiro fez 9 e São Paulo 7, podendo chegar a 10 com o jogo adiado da primeira rodada, contra o Goiás. Dos times apontados como favoritos, apenas nós e o Grêmio (7pt, 1v, 4e) ficaram para trás.

No campeonato de pontos corridos, ganha quem pontua mesmo jogando mal, para depois disparar na fase boa. Assim, me preocupam as pontuações atingidas pelo Inter e pelo Palmeiras, especialmente este último.

De qualquer forma, a tabela indica uma sequência de dificuldade média para nós: Santos, Bahia, Fortaleza, Fluminense e Ceará. Se conseguirmos uma vitória na Vila, podemos ter uma boa recuperação ao final desses 5 jogos. Vamos, Flamengo!

Saudações Rubronegras!!!


segunda-feira, 24 de agosto de 2020

A Paciência que Jamais Tivemos

Salve, Buteco! Quando anunciou a escalação que entraria em campo contra o Botafogo, Domènec Torrent surpreendeu muita gente ao optar por deixar Gérson e De Arrascaeta no banco de reservas, e ao iniciar o jogo com o veterano Diego e o novato Pedro Rocha, que mal jogara sob o comando de Jorge Jesus. A dúvida passou a ser o desenho tático que o catalão escolheria. Para a minha agradável surpresa, o 4-3-3 com o próprio Pedro Rocha formando um trio pela esquerda com Diego e Filipe Luís criou boas chances de gol e marcou a superioridade do Flamengo durante a primeira metade dos quarenta e cinco minutos iniciais. O ex-Grêmio e Cruzeiro atuou com desenvoltura e de seus pés, após um desconcertante drible sobre Kevin, nasceu a melhor jogada de gol do primeiro tempo, num cruzamento certeiro para Bruno Henrique, que, centralizado no comando do ataque, infelizmente cabeceou em cima de Gatito Fernández. Do outro lado, porém, o trio Matheuzinho, Everton Ribeiro e Gabigol não só foi pouco acionado, como, a partir da segunda metade da primeira etapa, passou a se tornar o ponto vulnerável da equipe. O jovem lateral, que nos primeiros minutos parecia estar seguro como um veterano, inclusive arriscando um bom chute de fora da área, teve problemas com as investidas do Botafogo por seu setor, explorando o talento do promissor Luiz Henrique, que não à toa foi contemplado com a tradicional camisa 7 do adversário.

A missão de Matheuzinho foi ainda mais dificultada pela fraca atuação tática de Gabigol, completamente perdido dentro de campo. Como bem observou o Bruno Trink (@brunotrink), o ataque botafoguese "dobrava" em cima do nosso quase estreante lateral porque Gabigol não voltava para acompanhar, ao contrário do que corretamente fez Pedro Rocha no setor esquerdo, por onde o Flamengo não teve qualquer problema durante os noventa minutos. Foi nas costas de Matheuzinho que Luiz Henrique, após cruzamento de Kevin, penetrou na nossa área e, debaixo do gol vazio, isolou a gorduchinha para além das fronteiras da Via Láctea. E o primeiro tempo terminou com o Botafogo "crescendo no jogo", levando o Flamengo a descer para o vestiário com a preocupação de conter o ímpeto adversário.

***

Os quarenta e cinco minutos finais foram um verdadeiro castigo para quem aprecia o bom futebol. Aliás, o horário de 11:00h é claramente contraprodutivo, uma verdadeira insanidade promovida pela caótica Confederação Brasileira de Futebol. Ambas as equipes perderam muito em intensidade e o jovem time do Botafogo, para o meu alívio, não apostou no desgaste rubro-negro e limitou-se a defender o placar de 0x0, postura que deixou o jogo um tanto amarrado, ainda mais pelas desorganização inicial e falta de intensidade do time rubro-negro, que voltou do vestiário com a mesma disposição tática, porém com alterações nos ocupantes de cada posição no ataque. Gabigol começou centralizado, com Pedro Rocha pela direita e Bruno Henrique pela esquerda. A experiência, definitivamente, não deu certo e o time, que já não havia feito uma boa metade final do primeiro tempo, só conseguiu concatenar as primeiras triangulações quando passou a adotar o 4-1-3-2, após as entradas de Vitinho e Thiago Maia no meio de campo. Numa das poucas boas jogadas, até chegou ao gol, corretamente anulado pelo VAR em razão de um toque involuntário de mão de Bruno Henrique dentro da área botafoguense.

Quando tudo indicava que a acomodada estratégia alvinegra daria certo, a sorte lhes sorriu numa sequência de escanteios, quando o time da estrela solitária, quase que despretensiosamente, encontrou o novamente caminho do gol nas costas de Matheuzinho. Dessa vez, porém, Pedro Raul não desperdiçou a chance, como havia feito o camisa 7, e num belíssimo voleio abriu o placar que, naquela altura, tinha cara de números finais da partida, para desespero da Nação Rubro-Negra. No sufoco, o Flamengo quase empatou, com Gabigol inacreditavelmente carimbando o travessão após o rebote de um cruzamento de Vitinho. Ato contínuo, Marcelo Benevenuto nos deu o pênalti da salvação, corretamente indicado pelo VAR e marcado por Leandro Pedro Vuaden. Como numa repetição de quarta-feira, nos minutos finais mais uma perfeita cobrança de Gabigol salvou o Flamengo da derrota.

***

Nesse início de trabalho da nova comissão técnica, talvez o preparador físico Julian Jimenez, que chegou apenas na quinta-feira, dia 6 de agosto, é que terá o maior trabalho. Não vejo como o time possa exercer a marcação por pressão e, assim, jogar com intensidade por mais do que uma fração do primeiro tempo das partidas enquanto não resolver esse problema físico. Da parte de Domènec, foi boa a sacada de Pedro Rocha e o trio com Diego e Filipe Luís (que jogou de terno), apesar da fórmula perder força ao longo da primeira etapa e o desequilíbrio do setor direito. Já a volta para o segundo tempo foi preocupantemente confusa, em que pese, na sequência, as corretas substituições terem conseguido melhorar um pouco o rendimento que, no frigir dos ovos, mal chegou ao nível mediano.

Vejo esse ponto como o mais positivo desse início de trabalho, pois ontem todas as peças que entraram e eram subutilizadas nos tempos de Jorge Jesus acabaram correspondendo, casos de Matheus Thuler, Thiago Maia e Pedro Rocha, o que talvez sinalize para o catalão que existe vida no elenco além das estrelas que, visivelmente fora de forma, talvez sequer estejam devidamente motivadas. O caso de Gérson, aliás, parece ser o exemplo mais claro, ao menos para mim. Quem sabe o Thiago Maia? De qualquer modo, é bom que se tenha em mente que manejar um elenco bom como o rubro-negro não é tarefa tão simples como parece. Por exemplo, não dá para condenar quem, como no segundo tempo de ontem, aposta em dar mais ritmo especialmente a Bruno Henrique, todavia não é fácil aceitar que o melhor atacante do time na partida tenha sido o primeiro a ser substituído.

Falando em Bruno Henrique, ontem o nosso supersônico deu os primeiros sinais de reação e tentou superar os adversários em confrontos diretos, utilizando, além da habilidade, a velocidade e a força física que andavam, digamos, "sumidas", em local incerto e não sabido. Sem criar expectativas exageradas, espero que a semana sirva para o time melhorar o rendimento físico de todo o grupo, pois o calendário só dará outra "folga" como essa bem mais à frente.

***

O certo, para mim, é que não há soluções mágicas a curto prazo. Como bem disse no Twitter o Ricardo Hinrichsen (@RicardoHinrics), "não sei se o Dome vai dar certo ou não. O que sei com certeza é que não quero voltar à mediocridade anterior da dança das cadeiras dos técnicos brasileiros, trocando os mesmos nomes a cada 6 meses. Chegamos onde chegamos pensando no longo prazo, não no dia seguinte." Ouso acrescentar que, para não retornar a esse círculo vicioso, que não raro era trimestral, em vez de semestral, precisaremos ter paciência em doses que jamais tivemos.

Ao Dome, deixo uma dica: o silêncio é melhor do que a repetição incessante de que precisa de tempo. Certas obviedades não deveriam ser explicadas e sim percebidas.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.

domingo, 23 de agosto de 2020

Flamengo x Botafogo

  

Campeonato Brasileiro/2020 - Série A - 5ª Rodada

Domingo, 23 de Agosto de 2020, as 11:00h (USA ET 10:00h), no Estádio Jornalista Mário Filho ou "Maracanã", no Rio de Janeiro/RJ.

FLAMENGO: Diego Alves; Matheuzinho, Rodrigo Caio, Léo Pereira e FilipLuís; Willian Arão, Diego e Everton Ribeiro; Bruno Henrique, Gabigol e Pedro Rocha. Técnico: Domènec Torrent.

Botafogo: Gatito Fernández; Kevin, Marcelo Benenvenuto, Kanu e Rafael Forster; Caio Alexandre, Honda e Bruno Nazário; Guilherme Santos, Matheus Babi e Luiz Henrique. Técnico: Paulo Autuori.

Arbitragem: Leandro Pedro Vuaden (RS), auxiliado pelos Assistentes 1 e 2 Rafael da Silva Alves (FIFA/RS) e Lúcio Biersdorf Flor (RS). Quarto Árbitro: Paulo Renato Moreira da Silva Coelho (RJ). Árbitro de Vídeo (VAR): Jean Pierre Gonçalves Lima (RS). Assistentes VAR 1 e 2: Thiago Luis Scarascati (GO) e Michael Stanislau (RS). Observador de VAR: Nilson de Souza Monção (RJ   ).

Transmissão: PremierePremiere Play e PFCI (sistema pay-per-view, aplicativo e internacional).


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sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Tá mal, Mengão!

 

SRN, Buteco.

Não me considero um “estudioso” ou “conhecedor” profundo de futebol.

Minhas opiniões e observações eu faço de acordo com o habito de assistir, na maioria esmagadora das vezes via TV.

Fazendo uso desse parco e empírico conhecimento, venho aqui dar a minha opinião sobre o mal que aflige o Flamengo nesse momento.

Poucas vezes pude notar com tantas evidencias que o time se encontra num estágio físico inaceitável e inexplicável.

De todos os jogos até aqui, o fator em comum entre eles foi que, se não mostrou um futebol exuberante, em algum momento lembrou vagamente o futebol apresentado em 2019.

E quando se deu isso?

Exatamente por cerca de 20 a 30 minutos por jogo, sempre no primeiro tempo.

A partir desse momento, o time perde o viço, se desarruma, fica lento, previsível, parece estar jogando sob um sol senegalesco

Não é que o time se desarruma em campo, não é isso, A arrumação tática está lá, dá pra perceber os jogadores nas suas posições e tentando fazer o que estão acostumados (uma “memória tática, digamos.).

Porém vagarosamente, chato e enfadonha, onde a troca de passes, antes preparatória de espaços na defesa adversária, se torna monótona e improdutiva, e o time sequer consegue finalizar a gol.

Não vejo ali jogador barrigudo, gordo. Vejo gente sem tônus muscular, sem resistência, depois de pouco tempo de jogo .

Essa, pelo menos, é a minha visão do principal problema que assola o Flamengo nesse inicio de campeonato.

E não tenho a menor ideia do que se faz pra corrigir isso no meio de um campeonato que já começou e que tem prazo apertado entre jogos.


2019                               2020


quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Flamengo 1 x 1 Grêmio - Empate dominicano

 

Findou-se a era jesuítica no Flamengo. Eles foram embora. Levaram seus planos, metodologias de jogo, práticas de treino e ficou a tribo isolada. Vieram então os dominicanos. Metodologias diferentes, menos dinâmica e ainda não entendida plenamente pela tribo. Serão eras diferentes. Temos que aceitar. Qualquer que fosse ou seja o substituto de Jorge Jesus, o Flamengo seria outro. 

E mais uma vez um outro Flamengo entrou em campo ontem. De novo com vários jogadores longe da melhor forma técnica e física. Bruno Henrique parece de vez encarnar o complexo de Paulinho, essencial em 2013 e um desastre em 2014. Talvez a proposta do Benfica tenha mexido com ele ou esperava um novo 2020, só que no exterior depois de seu ano de 2019. O fato é que Bruno Henrique depois da paralisação se transformou em um jogador comum e medíocre. No entanto o dominicano o escala de titular direto e ontem sequer o substituiu. Como entender esta titularidade compulsória de jogador?  Isto não deveria caber mais no Flamengo. Até é uma injustiça para reservas. Se com o Bruno Henrique nesta draga eles não entram em campo como será se ele se recuperar ainda que um pouco? É muito desmotivador. O que pode fazer o elenco mesmo implodir, pois é um perfeito caso de panelagem.

Talvez Dome queira ganhar o grupo. No mais perfeito espírito de "técnico brasileiro". O que não é aquilo que esperávamos de treinador.

Enfim, depois de uma partida moderna da Champions, veio o Flamengo às 19:15 jogar. E a comparação entre as partidas mostrou que o fosso se abriu ainda mais entre nosso futebol e o europeu. Grêmio, ao estilo Renato Gaúcho, poderia ter-se aproveitado do Flamengo atordoado. Mas fez um gol e parou. Ficou tocando a bola esperando acabar o jogo. Flamengo conseguiu um pênalti no final. Bola tocou na mão do adversário na área. Gabigol, quebrando seu jejum, bateu bem e marcou. Empate merecido. Ambas as equipes não mereciam ganhar.

Pelas entrevistas do Dome, não mostra qualquer insatisfação com a equipe e com o jogo apresentado. Já vimos este filme antes e o técnico sempre acaba sendo trocado.


quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Flamengo x Grêmio

 

Campeonato Brasileiro/2020 - Série A - 4ª Rodada

Quarta-feira, 19 de Agosto de 2020, as 19:15h (USA ET 18:15h), no Estádio Jornalista Mário Filho ou "Maracanã", no Rio de Janeiro/RJ.

FLAMENGO: Diego Alves; JoãLucas, Rodrigo Caio, Léo Pereira e FilipLuís; Willian Arão; Éverton Ribeiro, Gérson e De Arrascaeta; Bruno Henrique e Gabigol. Técnico: Domènec Torrent.



Grêmio: Vanderlei; Orejuela, Geromel, Kannemann e Cortez; Maicon, Matheus Henrique e Jean Pyerre; Alisson, Diego Souza e Pepê. Técnico: Renato Portaluppi.

Arbitragem: Rafael Traci (FIFA/SC), auxiliado pelos Assistentes 1 e 2 Bruno Boschilia (FIFA/PR) e Alex dos Santos (SC). Quarto Árbitro: Phillip Georg Bennett (RJ). Árbitro de Vídeo (VAR): André Luiz de Freitas Castro (GO). Assistentes VAR 1 e 2: Eduardo Tomaz de Aquino Valadão (GO) e Leone Carvalho Rocha (GO). Observador de VAR: Giulliano Bozzano (MG).

Transmissão: SporTV e PremierePremiere Play e PFCI (sistema pay-per-view, aplicativo e internacional).


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O Manto Sagrado

 






Irmãos rubro-negros,



O barco rubro-negro precisa continuar seu caminho.

Saíram Jorge Jesus e Rafinha, vieram Dome e Isla. 

Não vou me queixar. Muito pelo contrário.

Pessoal da diretoria está trabalhando bem no Flamengo.

Críticas merecem ser feitas quanto à preparação no período entre a final do Campeonato Carioca e o início do Brasileiro.  

Todavia, em geral o trabalho que tem sido realizado é excelente.

E quem faz falta, muita falta, insubstituível, é a torcida do Flamengo.

Hoje era jogo para 70.000 rubro-negros no Maracanã.

Mesmo sem torcida, o barco Flamengo precisa continuar a remar.

Além da nossa torcida, há outra instituição que é tipicamente rubro-negra: a camisa vermelha e preta.

Desde os primórdios do Flamengo, quando o grupo sequer cogitava tornar-se um "club", e menos ainda fundar seu departamento de esportes terrestres, a camisa rubro-negra já jogava sozinha.

Na época das regatas, o Flamengo não tinha dinheiro para igualar os barcos dos mais vencedores clubes da época, Gragoatá, Botafogo, São Cristóvão, Santa Luzia, Boqueirão, Vasco da Gama.

Lembrando que, tal qual o automobilismo, as regatas eram, e ainda são, um esporte onde a tecnologia do barco é determinante para o êxito. Determinante.

Por ser o primo-pobre e não ter dinheiro para igualar o investimento dos rivais, o Flamengo passou a ser pejorativamente chamado de "clube do bronze", pois o máximo que a agremiação rubro-negra alcançava era o terceiro lugar. 

Logo, porém, os adversários passaram a reconhecer nos atletas do Clube de Regatas do Flamengo o algo a mais, a raça e a força de vontade que sempre caracterizaram o clube, a ponto de Mário Filho dizer que quando o Flamengo jogava sem raça não era o Flamengo.

E mesmo sem barcos à altura dos rivais, mesmo sem as mesmas condições, o Flamengo passou a disputar, palmo a palmo, as vitórias nas regatas.

E de "clube do bronze", os próprios adversários passaram a denominar o Flamengo de "clube de bronze", de raça e vontade inquebrantável, a raça e a força da camisa rubro-negra que tanto inspiram nossos atletas.

A mística rubro-negra precisará se fazer presente nestes tempos difíceis.

A tradição da camisa vermelha e preta.

Futebol é estrutura, sim, mas é alma também. Nossa história demonstra isso.

E se o momento é adverso, que a nossa fé e amor ao Mengo, e que a camisa rubro-negra, o Manto Sagrado entrem em campo junto com nosso time. 

Eu te amo, Flamengo.


...


Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.


segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Olhando o Presente, Mirando o Futuro

Salve, Buteco! No último sábado, em Curitiba, o Flamengo conquistou sua primeira vitória depois da saída de Jorge Jesus do clube. Não foi uma atuação brilhante, mas o time ao menos demonstrou foco e vontade de vencer durante os noventa minutos. No domingo retrasado, contra o Atlético/MG, havia feito, no meu entender, aceitáveis quarenta e cinco minutos iniciais, mas pareceu ter morrido no segundo tempo. Por mais que tenham sentido as críticas feitas a Domènec Torrent pela tentativa de "inverter a pirâmide" com um time claramente sem fôlego para buscar o resultado, quando imagino as outras alternativas fico com a impressão de que teríamos chegado ao mesmo lugar. Afinal de contas, não é exatamente simples virar o placar contra um adversário que está em melhores condições físicas e mais ritmo de jogo.

Na última quarta-feira, na partida contra o Atlético/GO, achei procedentes as críticas à escalação de Rodrigo Caio na lateral direita, as quais acabaram sendo reforçadas pela aceitável atuação de João Lucas no último sábado; contudo, daí a atribuir o desastre dos 0x3 a "profundas mudanças táticas" promovidas pelo catalão vai uma enorme distância, ao menos na minha opinião. Observo que muitos jornalistas, desde repórteres que cobrem o clube a comentaristas, foram nessa onda. O excelente comentarista Paulo Vinícius Coelho, por exemplo, escreveu em seu blog que Domènec Torrent "fez algumas das coisas que produziram fúria nos tempos de Abel Braga", para mencionar formações como Gabigol aberto na ponta direita com Pedro centralizado e Bruno Henrique e Gabigol abertos nas pontas.

A questão é que Jorge Jesus cansou de utilizar essa e muitas outras formações durante as partidas. Arrisco dizer que nenhuma das opções feitas na quarta-feira, além da infeliz decisão de escalar Rodrigo Caio na ponta direita, produziu os 0x3 para o recém-promovido da Série B e então inativo há quase um semestre Atlético/GO. No último sábado, PVC talvez tenha dividido seu tempo entre os jogos do Grêmio e do Flamengo e perdido a parte em que a formação com Gabigol, aberto na ponta direita, permitiu a João Lucas cruzar a bola de maneira certeira para o cabeceio de Pedro, lance que o VAR anulou por milimétrico impedimento. Aliás, o próprio Gabigol se movimentou por todo o ataque, durante toda a partida, assim como o ataque se movimentou bastante no primeiro tempo da estreia. 

É curioso como pouco se fala que o time vem demonstrando menor capacidade de imprimir intensidade ao seu jogo, o que muito provavelmente é um problema de preparo físico e não tático. Foi o próprio treinador que reconheceu o fato em entrevista coletiva. Será que algumas de suas decisões táticas, no momento, não estão levando em consideração esse fator? É de simploriedade oportunista afirmarem que cada escalação, cada substituição do novo treinador é fruto de profundas mudanças táticas para implementação do famigerado jogo posicional. Parece que, no final das contas, tem muito profissional falando sem entender bem o que é jogo posicional e deixando de levar em consideração que ainda é cedo para tirar conclusões sobre como o novo treinador armará o time. Certas análises de cenário demandam tempo e não deveriam ser instantâneas como o preparo de um miojo. Talvez seja o caso do torcedor rubro-negro evitar cair nesse tipo de narrativa... 

Para mim, a pergunta que deve ser feita é: o que será que levou o Flamengo a ANDAR dentro de campo na quarta-feira? Não estou falando em menos intensidade, mas em postura, em ANDAR dentro de campo, o que não aconteceu na estreia e nem no sábado, mas apenas na quarta-feira. O problema não foi marcar em linha alta, Amigos, porque essa estratégia foi utilizada domingo, quarta e sábado e o time sofreu contra-ataques nos três jogos, como tomava na época de Jorge Jesus e como qualquer time que aplique essa estratégia também toma, no mundo todo. Marcação com linha alta está muito longe de ser uma exclusividade do tal "jogo de posição." A questão é saber por que o time foi apático em Goiânia. Só podemos especular e cada um pode ter a versão que melhor lhe convença... Cá com os meus botões, pergunto-me se a liberação para o jogo dos adversários que testaram positivo para COVID-19 não influenciou, o que, até o momento, neste campeonato, só aconteceu naquele jogo. Outro fator a ser considerado é que talvez o Flamengo esteja enfrentando a falta de fome após empilhar tantas taças. O próprio Domènec já mencionou o fato em duas entrevistas e disse que há vários exemplos no futebol. Não só concordo, como mencionarei dois bem próximos de nós, torcedores do Flamengo.

O primeiro é o legendário Flamengo de Zico, que, após conquistar o mundo, caiu de rendimento no segundo semestre de 1982, foi eliminado da Libertadores pelo Peñarol e perdeu a final do Estadual para um Vasco da Gama que vinha de nada menos do que cinco vice-campeonatos consecutivos pela competição, quatro para o Flamengo (78, 79, 79 e 81) e um para o Fluminense (80). Era o mesmíssimo time do Mundial, sem tirar nem pôr, e com certeza muito superior aos seus algozes, técnica e mentalmente. O segundo exemplo é o atual e fantástico Liverpool, que, já campeão inglês, tomou de 0x4 do Manchester City (32ª Rodada) e, semana passada, foi eliminado pelo Atlético de Madrid nas oitavas de final da Champions League. Trata-se de um relaxado Liverpool pós-título inglês depois de mais de duas décadas, fila maior do que a do Flamengo quando conquistou o Campeonato Brasileiro de 2009. Lembram do sufoco da partida final, do que estavam sentindo até o gol do Angelim? Pois é. O último título dos Reds havia sido conquistado na década de 80 (!) e a competição só viria a começar a ser chamada de Premier League no segundo ano da década seguinte. Por mais que seja uma ótima equipe, o Atlético de Simeone, em circunstâncias normais, não faria frente ao atual Liverpool, que tampouco tomaria de quatro de qualquer adversário, por mais que fosse o poderoso City de Guardiola.

Os atuais Liverpool e Flamengo terão que enfrentar o desafio de voltar a ter fome de títulos após o banquete de taças do mágico período entre 2019 e 2020, até a pandemia. Não estou defendendo que isso se torne uma muleta ou um salvo-conduto para Domènec Torrent, mas é preciso enxergar que o Ano Mágico rubro-negro acabou, que Jorge Jesus e Rafinha se foram e que nada será como antes. Aceitar essa realidade não quer dizer que o futuro não será bom, só que o Flamengo, e especialmente o treinador e o elenco, terão que ralar para tanto, pois a realidade presente é de queda de patamar, cenário que, não se esqueçam, precede a saída de Jorge Jesus, pois já se fazia presente no Estadual. Logo, é de obviedade ululante que não pode cair na conta de quem chegou do exterior há duas semanas. 

E aqui, mais uma vez, peço que tomem cuidado com as narrativas. Precisamos ter em mente que o Dome não é o Mister e talvez não seja boa ideia sequer ter esperança que possa alcançá-lo, ao menos num curto espaço de tempo. O Flamengo, Dome, os jogadores e a torcida terão que encontrar um novo caminho, que mal começou a ser trilhado neste cenário de estádios sem torcida, mas que necessariamente terá que ser percorrido. O futuro também poderá ser bom, mas com certeza será diferente. Assim é a vida e saber se adaptar é o segredo de viver bem.

Quarta-feira tem Grêmio e a palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.

sábado, 15 de agosto de 2020

Coritiba x Flamengo

 

Campeonato Brasileiro/2020 - Série A - 3ª Rodada

Sábado, 15 de Agosto de 2020, as 19:30h (USA ET 18:30h), no Estádio Major Antônio Couto Pereira, em Curitiba/PR.

Coritiba: Wilson; Jonathan, Rhodolfo, Sabino e Willian Matheus; Nathan Silva, Renê Jr., Matheus Galdezani, Igor Jesus e Yan Sasse; Robson. Técnico: Eduardo Barroca.

FLAMENGO: César; João Lucas, Rodrigo Caio, Léo Pereira e FilipLuís; Willian Arão; Éverton Ribeiro, Gérson e DArrascaeta; Bruno Henrique e Gabigol. Técnico: Domènec Torrent.



Arbitragem: Rodrigo Dalonso Ferreira (SC), auxiliado pelos Assistentes 1 e 2 Kleber Lúcio Gil (FIFA/SC) e Helton Nunes (SC). Quarto Árbitro: Cristian Eduardo Gorske da Luz (PR). Analista de Campo: Afonso Vitor de Oliveira (PR). Árbitro de Vídeo (VAR): Caio Max Augusto Vieira (RN). Assistentes VAR 1 e 2: Wanderson Alves de Sousa (MG) e Éder Alexandre (SC). Observador de VAR: Renato Cardoso da Conceição (MG).

Transmissão: PremierePremiere Play e PFCI (sistema pay-per-view, aplicativo e internacional).




sexta-feira, 14 de agosto de 2020

O Banquete das Consequências

 

SRN, Buteco.

Mais cedo ou mais tarde, todos sentamos à mesa para um banquete de conseqüências (Robert Louis Stevenson).

Nada mais certo nesse mundo.

Cedo ou tarde, em algum momento, teremos que pagar pelos nossos erros.

E, ao que parece, em curtíssimo tempo, será servido Bufo spinosus, o popular sapo.

Sim, o prato do dia no Flamengo é “engolir sapo”.  Dirigentes, jogadores e comissão técnica, todos deverão degustar a sua parcela de anfíbios.

A direção do clube, exemplar no ano passado, comete erros em série nesse ano fatídico de 2020.

Depois de perder o treinador, deixaram o grupo sob a responsabilidade da chamada “comissão técnica permanente”, que teve elenco na mão por 19 dias e não realizou sequer um teste físico. Para piorar, dos 19 dias , ONZE foram de folga, depois de ficarem 90 dias parados .

Para completar , a lacuna, o elo fraco do elenco, a lateral direita, que todo mundo pede, avisa, implora para que seja resolvida desde o inicio do ano, acabou por implodir com a saída intempestiva do titular.

Os jogadores, profissionais dos mais bem pagos do pais, tratados como celebridades, melhores hotéis, avião fretado, segurança médica e estrutural, se comportaram como um bando de adolescentes e se apresentaram fora de forma, lentos, pesados.

E o treinador? Esse, coitado, chegou outro dia mesmo e num piscar de olhos o time está em crise. O que não o isenta de sua parcela de culpa, visto que disse que pretendia mudar a forma de jogar aos poucos e já no segundo jogo tenta uma formação e modelo de jogo diferente, quase oposta, ao que vinha sendo praticado com sucesso na ultima temporada.

Por conta disso, agora cada um precisa assumir a consequência sobre seus atos.

Os dirigentes, que viveram a calmaria, terão que mostrar que sabem governar na adversidade.

Os jogadores sairão de sua  zona de conforto, perderão o credito pelas conquistas passadas e precisarão dar uma resposta rápida ao evidente amadorismo que deixaram transparecer

E o treinador terá que adiar o seu objetivo de jogar como prefere e armar o time na forma em que as condições permitem, mesmo contra suas convicções.

 

Pronto, está servido.

 

Bom apetite a todos...



quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Atlético GO 3 x 0 Flamengo - Troca de comando



A troca de comando ainda não fez bem ao Flamengo. São poucos dias de Dome Torrent mas a confusão no time do Flamengo está instalada. O ataque previsível, Bruno Henrique e Gabigol desfizeram o casamento, cada um "posicionado" demais, e a inteligência mútua de Everton Ribeiro e Arrascaeta desfeita. Dome é partidário do famigerado 4 3 3, posicionado, e para isto a inversão alucinante de posições no ataque, com meias avançando e trocando posições com atacantes deixando a defesa adversária confusa e sem saber a quem marcar não existe mais. Junte a isto a defesa do Flamengo extremamente frágil, com contratações até aqui erradas de zagueiros, combinada com a falta de reserva do Rafinha  na lateral-direita, e temos um Flamengo confuso e inoperante contra o Atlético GO.

Dome não cumpriu o combinado, ao menos o que foi dito em sua contratação. De manter o trabalho de Jorge Jesus. Pode ser que isto seja extremamente difícil de ser feito. Jorge Jesus e sua comissão técnica trabalham como música. Antecipavam movimentos do adversário e treinavam o Flamengo para atacar suas falhas, com aproximações e deslocamentos de meias,volantes,  laterais e atacantes. Pode ser que a comissão técnica do Dome não tenha esta excelência técnica, ou mesmo os dados que dispõe sejam insuficientes, pois devido a pandemia, não há muitos jogos a se observar dos adversários. Mas o preocupante, ao meu ver, é a tentativa do Dome de impor sua visão tática de início. 

Um Flamengo frágil e confuso foi o que vemos. Um arremedo ainda que insipiente  do Flamengo de Jesus foi visto apenas no primeiro tempo contra o Atlético MG, depois foi só ladeira abaixo. Finalizações sofríveis, erros de passe primários. Os jogadores estão literalmente perdidos. A perda de Jesus certamente os abalou. Dada a aproximação pessoal que tinham. E esta parece ter afetado mais o Gabigol.

O jogo contra o Atlético GO foi difícil de se ver. Flamengo dominado, cercado, inseguro. Atlético GO, muito bem organizado, teve o jogo sempre em suas mãos. No segundo tempo com a entrada do Arrascaeta, que nunca deveria ficar fora do time, o Flamengo melhorou. Começou a dominar, até sofrer o terceiro gol em um golaço a meia distância do atacante do Atlético GO. Pouco depois Diego Alves perdeu a cabeça e agrediu o atacante adversário, sendo merecidamente expulso. Os nervos do time estão em frangalhos. 

Mas agora é hora de se recuperar. O tempo é uma máquina de moer ossos. Temos um novo técnico contratado com concepção tática diferente, mas temos talentos suficientes para atender quaisquer que sejam. Mas precisamos de reforços. Zagueiros e lateral direito reserva. Para ontem.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Atlético/GO x Flamengo

Campeonato Brasileiro/2020 - Série A - 2ª Rodada

Quarta-feira, 12 de Agosto de 2020, as 20:30:00h (USA ET 19:30h), no Estádio Olímpico Pedro Ludovico, em Goiânia/GO.

Atlético/GO: Jean; Dudu, Éder, Gilvan e Nicolas; Marlon Freitas, Edson e Jorginho; Matheuzinho, Júnior Brandão e Gustavo Ferrareis. Técnico: Vagner Mancini.

FLAMENGO: Diego Alves; Rodrigo Caio, Léo Pereira, Gustavo Henrique e FilipLuís; Willian Arão; Éverton Ribeiro, Gérson e Vitinho; Bruno Henrique e Gabigol. Técnico: Domènec Torrent.


Arbitragem: Luiz Flávio de Oliveira (FIFA/SP), auxiliado pelos Assistentes 1 e 2 Marcelo Carvalho Van Gasse (FIFA/SP) e Miguel Caetano Ribeiro da Costa (SP). Quarto Árbitro: Anderson Ribeiro Gonçalves (GO). Analista de Campo: Júlio César Mota Fernandes (GO). Árbitro de Vídeo (VAR): José Cláudio Rocha Filho (SP). Assistentes VAR 1 e 2: Douglas Marques das Flores (SP) e Fabrício Porfírio de Moura (SP). Observador de VAR: Silvia Regina de Oliveira (SP).

Transmissão: PremierePremiere Play e PFCI (sistema pay-per-view, aplicativo e internacional).