segunda-feira, 29 de maio de 2023

A Rinha e o Fla-Flu de Quinta-Feira


Salve, Buteco! No último sábado, o argentino Jorge Luis Sampaoli Moya completou 12 jogos à frente do Mais Querido do Brasil, com 5 vitórias, 4 empates e 3 derrotas; 23 gols marcados e 14 sofridos. Dessas 12 apresentações, apenas duas podem ser consideradas realmente boas - a goleada por 8x2 sobre o Maringá e o empate por 0x0 com o Fluminense, ambos os jogos pela Copa do Brasil, enquanto outras foram assustadoramente ruins, coincidentemente nas etapas finais das partidas - 3x2 Bahia, 1x1 Ñublense e 1x1 Cruzeiro.

Uma enigmática entrevista concedida por Filipe Luís após o jogo contra os chilenos (atenção, não me refiro ao Vidal adversário, mas ao Ñublense) acendeu o sinal amarelo para a torcida e muitos jornalistas. Estaria o simpático, porém elétrico Careca começando a ser "fritado" pelo nosso idiossincrático elenco, seguindo as sinas de Domènec Torrent, Paulo Sousa e Vítor Pereira?

Se isso estiver mesmo ocorrendo, nenhum torcedor minimamente atento deveria se surpreender. O ambiente esculhambado do Departamento de Futebol do Flamengo remete ao caos da gestão Patrícia Amorim, que, vejam só, começou com o mesmo vice-presidente de futebol que "dirige" o setor desde 2019. 

Qualquer gestão que tivesse um mínimo de apego à excelência ou a critérios de excelência já teria resolvido o problema, contratando treinadores com perfil que se encaixasse com o alto nível de exigência das nossas celebridades de chuteiras, já que são os próprios dirigentes que cedem a seus caprichos, ou então já teria se imposto e reformulado o mesmo elenco, contratando atletas dispostos a trabalhar dentro da filosofia de jogo dos caríssimos treinadores europeus, ou de perfil europeu, que sucessivamente são contratados, mas que duram apenas alguns meses, até o processo de fritura se completar.

É difícil compreender o que se passa na cabeça do presidente Rodolfo Landim, que primeiramente entrega a gestão a um dirigente amador, de perfil "clássico" no futebol brasileiro, que busca a autopromoção e acesso a cargos eletivos do Poder Legislativo, e nesse caminho se mistura com os atletas, criando um ambiente de camaradagem, concessões e muito pouco profissionalismo. Em seguida, nosso presidente vem optando pela escolha dos treinadores europeus (ou de perfil europeu), de critérios conceituais e não raro bastante rígidos. 

Dentro desse cenário, essas escolhas parecem mais uma forma de compensação pela esculhambação pré-autorizada do que propriamente uma opção por uma filosofia ou linha de trabalho. E dentro do caos provocado pela colisão "filosófica" entre a boleiragem brasileira (às vezes espontânea e criativa, outras notívaga e preguiçosa) e o padrão europeu (às vezes sério, outras vezes colonizador), estabeleceu-se a rinha, ou uma espécie de cabo de guerra.

No meio da rinha, os treinadores conceituais (os bons, ruins, medianos, pilhados e acomodados), vão aos poucos fenecendo, desidratando-se cada vez mais uma semana após a outra, até tornarem-se pálidos espectros completamente desacreditados, porém confortados por altas multas rescisórias, pagas mediante a conversão de milhões de reais em euros.

Perdoem-me pelo meu "francês", mas nessa "festa" a torcida e o próprio clube entram vestidos de bunda. Todo mundo parece mais preocupado com o próprio umbigo e vencer a queda de braço do que com o Flamengo e sua Nação.

Não existem inocentes nesse jogo.

***

Voltando ao campo e bola, nosso treinador argentino vinha afirmando que foi contratado porque as coisas "não vinham bem", especialmente no aspecto da preparação física, e que o caminho era aumentar a carga dos treinamentos e fazer o elenco se adaptar a sua intensa (ou "contundente") filosofia de jogo. Após a entrevista de Filipe Luís, curiosamente suavizou o discurso. Há quem diga que se iniciou o mesmo processo de emasculação pelo qual passou Vítor Pereira, de quem não é possível sequer lembrar da voz.

Descontadas as fofocas para lá e para cá, dando conta que o treinador (ora, mas que "surpresa") teria sido "enquadrado" (pela Diretoria e pelo Departamento Médico), o que posso dizer é que, mesmo pesando o fator ambiente e o pouco tempo de trabalho, é impossível defender o que o Careca vem fazendo nas substituições.

É simplesmente "de foder" (perdoem-me novamente pelo francês) as substituições não poderem ser melhor programadas observando a regra das 3 interrupções do jogo para até 5 substituições, excluído o intervalo entre os dois tempos. 

É inaceitável "morrer" com duas substituições, correndo o risco de terminar com menos um ou dois em campo, já que os jogadores têm sentido cãibras e fadiga/exaustão ao final das partidas, até porque a carga dos treinamentos (certa ou errada) está provocando esse efeito, como o próprio argentino expressamente admitiu, apontando que esse seria o caminho a ser seguido.

Nesse contexto, a pouca minutagem de alguns atletas, como Pablo e Ígor Jesus, parece pura idiossincrasia do lado do Careca. Eu simplesmente não suporto mais o estrelismo dos nossos jogadores, mas ao mesmo tempo não posso deixar de apontar quando a filosofia começa a flertar com a loucura. E quando a multa rescisória é alta, é muito conveniente ser louco.

Como disse mais acima, não existem inocentes nessa rinha.

***

Se o jogo de posição, como filosofia tática, fosse mesmo o problema, por absoluta incompatibilidade com o elenco, o Flamengo não teria feito bons jogos contra Atlético Mineiro, São Paulo e Palmeiras, com Paulo Sousa, e contra o Fluminense, com Jorge Sampaoli. 

Pode até não ser o conceito ideal para esse elenco (pessoalmente, acredito mesmo que não seja), mas daí a justificar a narrativa da incompatibilidade e a cristalina má vontade dos atletas já são outros quinhentos. Nosso elenco adora ser europeu no currículo e na hora de assinar contrato, mas para derrubar treinador assume a versão mais original possível da boleiragem brasileira.

Quanto ao Careca, é bom que tenha em mente o retrospecto, segundo o qual o Flamengo enfrentou o Fluminense de Fernando Diniz por 6 oportunidades: 2 com Paulo Sousa, 3 com Vítor Pereira e 1 com ele próprio (Careca). Nesses 6 jogos, ocorreram 3 vitórias do Fluminense, 2 vitórias do Flamengo e 1 empate.  

Eis as escalações e resultados, com as respectivas fichas técnicas:

1) Campeonato Brasileiro/2022, 8ª Rodada. FLUMINENSE 1x2 FLAMENGO. Data/Hora: 29 de maio de 2022 (domingo), às 18h (de Brasília) Estádio: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ) Árbitro: Raphael Claus (Fifa/SP) Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (SP) e Evandro de Melo Lima (SP) VAR: Daiane Caroline Muniz dos Santos (SP) Cartões amarelos: Yago Felipe, André (FLU); Gabigol, Matheuzinho, David Luiz, Andreas Pereira, Lázaro (FLA) Cartões vermelhos: David Braz (FLU) e Rodinei (FLA) Gols: Cano, aos 10'/1ºT (1-0); Andreas Pereira, aos 33'/1ºT (1-1); FLUMINENSE: Fábio, Samuel Xavier (John Kennedy), Manoel, David Braz (Felipe Melo) e Yago Felipe (Caio Paulista); Wellington (Matheus Martins), dré, Ganso e Jhon Arias (Willin); Luiz Henrique e Cano. Técnico: Fernando Diniz. FLAMENGO: Hugo, Matheuzinho (Isla), Rodrigo Caio, David Luiz e Ayrton Lucas; Willian Arão, Andreas Pereira, Éverton Ribeiro (Vitinho), Arrascaeta (Pedro) e Bruno Henrique (Pablo); Gabigol (Lázaro). Técnico: Paulo Sousa.

2) Campeonato Brasileiro/2022, 27ª Rodada. FLAMENGO 1x2 FLUMINENSE Data: 18 de setembro de 2022 (domingo) Local e horário: Estádio: Maracanã, Rio de Janeiro/RJ, às 16h00 (de Brasília) Árbitro: Raphael Claus (SP) Auxiliares: Danilo Ricardo Simon Manis (SP) e Rodrigo Figueiredo Henrique Correa (RJ) VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP) Cartões amarelos: André (FLU), Fábio (FLU), Nathan (FLU) e Samuel Xavier (FLU); Gabriel (FLA) Cartões vermelhos: David Braz (FLU), Manoel (FLU), Caio Paulista (FLU), Marinho (FLA) e Cebolinha). Gols: Ganso (FLU), aos 43 minutos do 1º tempo; Nathan (FLU), aos 32 minutos, e Gabriel (FLA), aos 37 do 2º tempo FLAMENGO: Santos, Rodinei (Matheus França), David Luiz, Léo Pereira e Filipe Luís; Thiago Maia, João Gomes (Vidal), Everton Ribeiro (Marinho) e Arrascaeta (Everton Cebolinha); Pedro e Gabriel. Técnico: Dorival Júnior. FLUMINENSE: Fábio, Samuel Xavier, Nino, Manoel e Caio Paulista; André, Martinelli (Felipe Melo) e Ganso (Yago); Matheus Martins (Nathan), Arias (Cris Silva) e Cano (Willian). Técnico: Fernando Diniz.

3) Campeonato Carioca/2023, Taça Guanabara, 11ª Rodada. FLAMENGO 1x2 FLUMINENSE Local: Maracanã, Rio de Janeiro/RJ. Data/Hora: 8 de março de 2023, às 21h10 (de Brasília) Árbitro: Grazianni Maciel Gols: Everton Cebolinha, aos 18 do primeiro tempo; Cano, aos 8 da etapa final, e Pirani, aos 40. Cartões amarelos: Gabigol, Fernando Diniz, Jhon Arias, Vítor Pereira, Matheus Cunha, Pablo, Gerson, Lima e Vidal Cartão vermelho: Felipe Melo. FLAMENGO: Matheus Cunha; Pablo, Rodrigo Caio e Léo Pereira (Fabrício Bruno); Matheuzinho, Igor Jesus (Ayrton Lucas), Gerson, Matheus França (Everton Ribeiro), Everton Cebolinha e Arrascaeta (Vidal); Gabigol (Matheusão). Técnico: Vítor Pereira. FLUMINENSE: Fábio; Samuel Xavier, Nino, David Braz (Pirani) e Alexsander; André, Martinelli (Alan), PH Ganso (Giovanni); Jhon Arias, Keno (Lima) e Cano (Felipe Melo). Técnico: Fernando Diniz.

4) Campeonato Carioca/2023, Final (1º Jogo). FLAMENGO 2x0 FLUMINENSE Local: Maracanã, Rio de Janeiro/RJ. Data/Hora: 1 de abril de 2023, às 20h30 (de Brasília) Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães Assistentes: Luiz Claudio Regazone e Michael Correia VAR: Carlos Eduardo Nunes Braga Cartões amarelos: Thiago Maia, Léo Pereira, Ayrton Lucas (FLA); Ganso, André (FLU) Cartão vermelho: Samuel Xavier, aos 22'/2ºT (FLU) Gols: Ayrton Lucas, 5'/2ºT (1-0); Pedro, aos 22'/2ºT (2-0) Renda e Público: R$ 4.873.272,50/60.254 pagantes FLAMENGO: Santos; Fabrício Bruno, David Luiz e Léo Pereira (Filipe Luís); Varela, Thiago Maia (Vidal), Gerson (Matheus Gonçalves) e Ayrton Lucas; Matheus França (Everton Ribeiro), Cebolinha (Gabigol) e Pedro. Técnico: Vitor Pereira. FLUMINENSE: Fábio; Samuel Xavier, David Braz (Lima), Nino e Alexsander; André, Martinelli (Felipe Melo) e Ganso; Jhon Arias, Keno (Gabriel Pirani, depois Vitor Mendes) e Cano. Técnico: Fernando Diniz.

5) Campeonato Carioca/2023, Final (2º Jogo). FLUMINENSE 4X1 FLAMENGO. Local: Maracanã, Rio de Janeiro/RJ. Data/Hora: 9/4/2023, às 18h (de Brasília) Árbitro: Bruno Arleu de Araújo (Fifa-RJ) Auxiliares: Rodrigo Figueiredo Correa (Fifa-RJ) e Thiago Henrique Farinha Cartões amarelos: André, Marcelo, Alexsander e David Braz (FLU); Léo Pereira, Gerson (FLA) Gols: Marcelo, 27'/1ºT (1-0); Cano, 31'/1ºT (2-0), aos 10'/2ºT (3-0); Alexsander, 19'/2ºT (4-0); Ayrton Lucas, aos 50'/2ºT FLUMINENSE: Fábio, Guga, Nino, Felipe Melo (Vitor Mendes) e Marcelo (David Braz); André, Alexsander, Ganso (Pirani), John Arias e Keno (Lima); Cano. Técnico: Eduardo Barros (Fernando Diniz estava suspenso) FLAMENGO: Santos, Fabrício Bruno (Filipe Luís), David Luiz e Léo Pereira (Matheus França); Varela, Thiago Maia (Victor Hugo), Gerson e Ayrton Lucas; Gabigol (Everton Ribeiro), Cebolinha (Matheus Gonçalves) e Pedro. Técnico: Vitor Pereira.

6) Copa do Brasil/2023, Oitavas de Final, 1º Jogo. FLUMINENSE 0x0 FLAMENGO Data/Horário: 16 de maio de 2023, às 21h (de Brasília) Motivo: ida das oitavas de final da Copa do Brasil Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ) Árbitro: Anderson Daronco (RS) Assistentes: Bruno Raphael Pires (GO) e Danilo Ricardo Simon Manis (SP) VAR: Daiane Caroline Muniz dos Santos (SP) Cartões amarelos: Ganso (FLU) Cartões vermelhos: Felipe Melo (FLU). FLUMINENSE: Fábio; Samuel Xavier, Nino, Felipe Melo e Marcelo (Guga); André, Pirani (Manoel), Lima, Ganso (David Braz) e Arias; Cano. Técnico: Fernando Diniz FLAMENGO: Santos; Wesley, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Thiago Maia (Cebolinha), Pulgar, Gerson, Arrascaeta (Matheus França) e Éverton Ribeiro (Vidal); Gabigol. Técnico: Jorge Sampaoli.

Jogando com apenas um centroavante (Pedro ou Gabriel Barbosa), o Flamengo venceu 2 vezes, com Paulo Sousa e Vítor Pereira, empatou uma, com Jorge Sampaoli, e perdeu uma, com Vítor Pereira, e mesmo assim jogando melhor o primeiro tempo, mas tomando a virada no final. 

Jogando com Pedro e Gabriel Barbosa desde o início, simplesmente perdeu as duas vezes, uma com Dorival Júnior e outra com Vítor Pereira, na última sofrendo uma histórica e humilhante goleada, na finalíssima do Carioca.

O caminho do possível sucesso está mais do que apontado. Não há rinha, "hierarquia de elenco" (ou estrelismo, como preferirem) que justifique tomar o caminho que já deu errado por duas vezes.

Quem escala é o treinador e a responsabilidade, neste ponto, é e será toda de Jorge Luis Sampaoli Moya, que é muito bem remunerado para tomar a melhor decisão para o clube sem se importar com chilique de quem quer que seja.

Pega a visão, Careca! Faça uma escolha e tome o rumo correto!

***

A palavra está com vocês.

Bom die SRa tod@s.


sábado, 27 de maio de 2023

Flamengo x Cruzeiro

  

Campeonato Brasileiro/2023 - Série A - 8ª Rodada

Sábado, 27 de Maio de 2023, as 18:30h (USA ET 15:00h), no Estádio Jornalista Mário Filho ou "Maracanã", no Rio de Janeiro/RJ.


FLAMENGOMatheus CunhaWesleyFabríciBrunoLéPereira e Ayrton Lucas; PulgarThiagMaiaGérsoMatheus FrançaPedrGabrieBarbosaTécnicoJorge Sampaoli.


Cruzeiro: Rafael Cabral; Formiga, Lucas Oliveira, Luciano Castán e Marlon; Filipe Machado, Neto Moura e Wallisson; Bruno Rodrigues, Wesley e Gilberto. Técnico: Pepa.

Arbitragem: Luiz Flávio de Oliveira (SP), auxiliado pelos Assistentes 1 e 2 Launderson Lima dos Santos (FIFA/BA) e Daniel Paulo Ziolli (SP). Quarto Árbitro: Yuri Elino Ferreira da Cruz (RJ). Assessor: Ana Karina Marques Valentin (PE). Árbitro de Vídeo (VAR): Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (VAR-FIFA/SP). Assistentes VAR (AVAR) 1 e 2: Fabrício Porfírio de Moura (SP) e Alisson Sidnei Furtado (TO). Observador de VAR: Marcos André Gomes da Penha (ES).

Transmissão: Premiere (sistema pay-per-view).







sexta-feira, 26 de maio de 2023

Alfarrábios do Melo

Saudações flamengas a todos,

Após o Flamengo oferecer à sua torcida mais uma atuação opaca e insossa, dentro do padrão recente de momentos em que o time vence mas não convence, convence mas não vence ou não vence nem convence, flerta irresponsavelmente com uma eliminação que seria a mais vexatória de sua história, e insiste em colocar em campo jogadores que já fazem hora extra em suas carreiras, ficamos no aguardo de mais uma exibição que se promete enervante e arrastada, contra um adversário limitado mas aguerrido, que certamente irá “tocar correria”. Resta invocar São Judas Tadeu, que anda bastante atarefado ultimamente.

Essa semana, seguimos com a série “Caminhos da Bola”, com ênfase, naturalmente, no adversário de amanhã, o Cruzeiro, trazendo uma lista de jogadores que, ao chegarem ao Flamengo, nutriam alguma identificação com o clube das Alterosas. Chama atenção que a maioria deles, salvo duas grandes exceções, acabou passando pela Gávea de forma quase anônima. Também cabe pontuar que logo Éverton Ribeiro (que ainda está escrevendo sua história no Flamengo) passará a encorpar essa relação, até aqui coalhada de coadjuvantes.

 

SÉRIE “CAMINHOS DA BOLA”

V

FLAMENGO - CRUZEIRO

 

RAUL (1978-1983)

Formado na base do Atlético-PR, chega ao Cruzeiro em 1965, após passagens apagadas por Coritiba e São Paulo. E desde o início mostra personalidade, ao improvisar uma blusa amarela para atuar no clássico regional contra o Atlético-MG, em que fecha o gol e faz da camisa sua marca pessoal (na época os goleiros usam somente cinza ou preto). No time mineiro, conquista 9 Estaduais (de 11 disputados), uma Taça Brasil e uma Libertadores. Em 1978, entediado com a rotina dos gramados, resolve abandonar o futebol, mas uma gorda proposta do Flamengo o seduz. Entretanto, no rubro-negro Raul demora a se firmar, por conta de lesões e de polêmicas decorrentes de sua aversão aos treinos. Quando enfim toma conta da posição, traz uma estabilidade e uma segurança de que a equipe se ressentia, e vira personagem importante na trajetória que faz do Flamengo multicampeão. Na Gávea fatura um Mundial, uma Libertadores, 3 Brasileiros e 4 Estaduais, o que o torna um dos mais vitoriosos jogadores do país. Encerra a carreira em 1983, num jogo de despedida que lota o Maracanã (com direito a participação de Zico). Até hoje é lembrado com carinho pelas torcidas dos dois clubes.

 

PAULO CÉSAR (1995)

Goleiro de gestos econômicos, é contratado pelo Cruzeiro em 1989, após vários anos atuando especialmente pelo interior paulista. Na Raposa enfim conquista estabilidade, permanecendo até 1993 na equipe, onde conquista títulos nacionais e continentais. Dois anos depois, o Flamengo não consegue encontrar um substituto para Gilmar Rinaldi, que deixou o clube no final de 1994. As tentativas com Adriano, Emerson e Roger são frustradas, e o rubro-negro consegue trazer, para o segundo semestre, Paulo César, eleito o melhor goleiro do Brasileiro anterior, agora pela Portuguesa. E de fato Paulo César começa muito bem, mostrando nível superior aos antecessores e saindo relativamente ileso das críticas ao péssimo desempenho de um time caro e improdutivo.  Mas o goleiro entra em atrito com as estrelas de um elenco rachado e desunido, e, na reta final, cai de rendimento. Comete falha grotesca no gol que dá o empate ao Bahia nos acréscimos, negando vitória certa ao rubro-negro pelo Brasileiro, e vai mal justo na decisão da Supercopa contra o Independiente-ARG. No final da melancólica temporada, deixa o Flamengo e vai defender o Guarani. Anos mais tarde volta ao Cruzeiro, acabando marcado pela falha na Final da Copa do Brasil 1998, que dá o título ao Palmeiras.

 

IRINEU (2007)

Cria do Cruzeiro, começa a ter oportunidades no time profissional em 2003, participando das campanhas dos vários títulos conquistados ao longo do ano. No entanto, o excesso de zagueiros no elenco lhe tira espaço, e em 2005 Irineu é emprestado ao Ipatinga, por onde se destaca na surpreendente campanha do título mineiro conquistado no mesmo ano. Em 2007, por indicação do treinador Ney Franco, chega por empréstimo ao Flamengo, sendo mais um integrante daquela que é chamada “República do Pão de Queijo” (grupo numeroso de atletas egressos do Ipatinga). Mas em nenhum momento Irineu convence a torcida, nem mesmo após a conquista do Estadual. Após péssimo início no Brasileiro (em que chega a marcar um inacreditável gol contra, errando um voleio dentro da área num jogo contra o Grêmio), é colocado fora dos planos pelo novo treinador Joel Santana e devolvido ao Cruzeiro.

 

CLEISSON (1998-1999)

Meia versátil e vigoroso (às vezes em excesso), capaz de atuar como volante ou até mais avançado, com facilidade para finalizar e compor o sistema defensivo, torna-se uma espécie de símbolo do Cruzeiro dos anos 1990, conquistando vários títulos, sempre como titular. Em 1998, indicado por Paulo Autuori (que o dirigiu na conquista da Libertadores 1997), integra um pacote de reforços trazido pelo Flamengo. Logo se torna titular, mas a péssima temporada do rubro-negro acende, no final do ano, um processo de reformulação que o faz se transferir para o Grêmio. Roda por vários clubes até encerrar a carreira, em 2009, pelo Fortaleza.

 

AUGUSTO RECIFE (2005)

Faz parte da equipe do Cruzeiro que, em 2003, conquista o Brasileiro, a Copa do Brasil e o Estadual, sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, o que, de certa forma, confere certo “selo de qualidade” a seu futebol esforçado e aplicado taticamente. Anos depois, começa a ser emprestado a outros clubes, entre eles o Flamengo que, em 2005, precisa de um volante para repor a saída do rústico Da Silva. Mesmo em um time indigente tecnicamente, Augusto Recife não consegue se firmar e, após o rubro-negro escapar milagrosamente do rebaixamento, o jogador é devolvido ao Cruzeiro, passando a rodar por vários clubes. Ainda está em atividade, atuando no futebol capixaba.

 

MALDONADO (2009-2012)

Volante chileno de boa técnica, vem de boas passagens por Colo Colo-CHI e São Paulo quando desembarca na Toca da Raposa, em 2003. Também faz parte (é um dos protagonistas) do time que impressiona o país, e cai nas graças da torcida mineira, permanecendo no Cruzeiro por mais duas temporadas. Em 2009, o Flamengo vai ao mercado em busca de reforços e consegue contratar Maldonado, que surge como oportunidade de mercado após se desligar do Fenerbahçe-TUR. O chileno logo se torna ponto de equilíbrio e um dos fatores da espetacular melhora no desempenho do rubro-negro, que arranca para o Hexacampeonato Brasileiro (ironicamente, marca seu único gol pelo Flamengo justamente no Mineirão, contra o Atlético-MG, antigo rival). Mas uma grave lesão sofrida no final desta temporada (em amistoso pela Seleção Chilena) acaba comprometendo o restante de sua carreira. As sequelas da contusão impedem que consiga estabelecer uma sequência de jogos nos anos seguintes. Ainda permanece no Flamengo (atuando esporadicamente) até 2012. Pouco tempo depois, encerra a carreira, de volta ao Chile.

 

MARCO ANTONIO BOIADEIRO (1994)

Armador muito habilidoso, chama a atenção ao fazer parte do Guarani que chega ao Vice-Campeonato Brasileiro em 1986, após espetacular duelo com o São Paulo. Depois de razoável passagem pelo Vasco (enfim conquista um Brasileiro), chega em 1991 ao Cruzeiro, onde se torna protagonista e peça-chave de uma equipe que ganha duas Supercopas Libertadores e uma Copa do Brasil e é convocado para a Seleção Brasileira, em 1993. No entanto, perde o pênalti decisivo na Final da Copa América contra a Argentina, o que, de certa forma, simboliza o início de seu declínio. No ano seguinte, chega ao Flamengo por empréstimo, integrando um pacote emergencial de reforços de uma equipe que inicia muito mal a temporada. Boiadeiro demora a engrenar, mas cresce na reta final do Estadual que, por pouco, o rubro-negro não conquista. Ao final do empréstimo de três meses, o Flamengo, sem dinheiro, não exerce a compra do jogador, que se transfere para o Corinthians.

 

ELI CARLOS (1978)

Irmão mais velho de Silas (jogador célebre no São Paulo dos anos 1980 e depois treinador), o irrequieto meia-atacante começa a se destacar no Coritiba, onde faz história em meados dos anos 1970. Mas vive seu auge no Cruzeiro de 1977, por onde se torna Campeão Estadual, artilheiro e ídolo. No entanto, no ano seguinte cai de rendimento e é emprestado ao Flamengo, numa operação que também envolve o goleiro Raul (que vai em definitivo). No rubro-negro, sofre para encontrar espaço numa posição onde sobram craques, mas mesmo assim é bastante utilizado na reta final do Estadual, entrando no decorrer das partidas. No final do ano, é devolvido ao Cruzeiro, onde sofre com o início do declínio da equipe. Falece em 2020, após complicações decorrentes de uma endoscopia.

 

CARLINHOS SABIÁ (1986-1987)

Um dos poucos destaques de uma época duríssima (junto, talvez, com o jovem Tostão), atua pelo Cruzeiro entre 1978 e 1986, conquistando, nesse período, apenas um Estadual. Em 1986, a Diretoria do Cruzeiro resiste a uma proposta “irrecusável” do rival Atlético-MG e o vende ao Flamengo, que precisa de um ponta-direita “de ofício”, em transação que envolve a ida do meia Élder para a Toca da Raposa. Na Gávea, participa como coadjuvante da campanha do título estadual (seu melhor momento é o gol que marca na difícil vitória por 2-0 sobre o América, pela Taça Guanabara). Ganha mais espaço no Brasileiro, atuando como titular em muitos jogos, mas não convence. No início de 1987, a chegada de Renato Gaúcho sepulta suas chances no Flamengo, e Carlinhos é vendido ao Atlético-PR, por onde se destaca. Hoje atua como empresário de jogadores.

 

MARCELO MORENO (2013)

A trajetória deste atacante, de boa técnica e finalização eficiente, no futebol brasileiro se inicia com uma ótima passagem pelo Vitória, entre 2005 e 2007, ano em que se transfere para o Cruzeiro. No clube mineiro permanece por pouco tempo, mas desenvolve marcante relação com a torcida, especialmente pelos expressivos números e pela participação importante na conquista de um Estadual. Em 2012 retorna da Europa e passa a defender o Grêmio, mas no início do ano seguinte entra em atrito com o treinador Vanderlei Luxemburgo, o que o faz ser emprestado ao Flamengo. A torcida rubro-negra o recebe com desconfiança, especialmente após algumas declarações ofensivas de seu pai e empresário, mas seu início muito bom, com 5 gols em oito jogos, traz a ilusão de que as coisas irão engrenar (o jogador chega a protagonizar um vídeo promocional de qualidade duvidosa, marcado pelo bordão “Faz, Moreno!”). No entanto, o atacante se lesiona e perde espaço para a fulminante ascensão de Hernane Brocador, com a qual não consegue lidar e se apaga. Ao final do ano, na condição de (caro) coadjuvante, é devolvido ao Grêmio, que o repassa ao Cruzeiro. Atualmente defende o Independiente Del Valle-EQU.

 

WANDERLEY (2011)

Atacante de área goleador e bastante limitado, projeta-se na Ponte Preta que chega ao Vice-Campeonato Paulista de 2008, o que o faz se transferir, no mesmo ano, para o Cruzeiro. No Brasileiro, o time mineiro faz ótima campanha (3º Lugar), mas Wanderley não consegue se destacar. Após nova chance, e novo desempenho opaco na Raposa, começa a ser emprestado a outros clubes. No início de 2011, desvalorizado, é contratado pelo Flamengo junto ao Grêmio Prudente, para a reserva de Diego Maurício, que está em ascensão. Mas Wanderley se torna personagem inusitado na campanha do título estadual invicto, marcando gols que rendem pontos preciosos ao rubro-negro, sempre entrando no decorrer dos jogos, e comemorando os tentos com longas e eufóricas “voltas olímpicas” que empolgam a torcida. Seu grande momento é o gol que marca, já no finalzinho, decretando o 1-0 do Flamengo sobre o Nova Iguaçu, na estreia de Ronaldinho Gaúcho, em um Engenhão lotado. Após o Estadual, o atacante ainda disputa algumas partidas pelo Brasileiro, mas uma proposta vantajosa (para jogador e clube) o faz ser negociado com o Al-Arabi Doha-QAT.

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Links capítulos anteriores:

Parte I: Flamengo – Corinthians

Parte II: Flamengo – Fluminense

Parte III: Flamengo –Internacional

Parte IV: Flamengo – Botafogo


quinta-feira, 25 de maio de 2023

Ñublense 1 x 1 Flamengo. A "Sampaolada"

Quem é pior?

Não sou nenhum profeta, sou apenas descrente. Descrente que um time tão mal administrado em sua gestão não pague por isto em campo. Um elenco velho, desequilibrado, cansado e fisicamente cada vez pior. 

Por isto escrevi assim no post de Gustavo Brasília que antecedia a partida: 

"Flamengo não tem time hoje para disputar nada. É um time de transtorno bipolar e depressivo. Tende a jogar claudicante até vir a janela de transferências com reforços necessários pois não totalmente conduzidos pelo charuteiro sofrível e sim, acredito eu, indicados pelo Sampaoli. Enfim, esta gestão conseguiu transformar 2023 em ano de merda, salvo se Sampaoli por um milagre conseguir transformar este time perdedor em algo de útil. Até aqui não vi nada de estimulante salvo a partida contra o Fluminense em que jogaram na base da raiva. Na normalidade tomam pressão do Corinthians e certamente tomarão pressão de Nublenses da vida.".

Pois bem, Flamengo fez 1 a 0, ainda que imerecido em finalização fora da área de Gabriel e depois morreu em campo, permitindo que o time de pelada chileno crescesse na partida e tivesse história para contar no futuro aos seus netos: "Hicimos del campeón Libertadores nuestro perrito."

Todos jogaram mal, a rigor não teve nenhum destaque positivo. Mas o Vidal fez uma longa minutagem de seu pior jogo dentro todos os jogos merda que anda atuando. Em uma escalação bizarra do Sampaoli, de um time comprovadamente lento e espaçado, sem propor jogo e cujas jogadas morriam seguidamente aos pés da sofrível trinca de volantes: Gerson, Thiago Maia e Vidal. Enquanto isto Cebolinha errava tudo pela esquerda, Pedro flanava na frente parecendo uma Miss esperando contatinhos. E Gabriel circulava lentamente e nada produzia. Uma jogada simbólica foi quando subitamente deu a louca no Varela, que saiu avançando pela direita, driblou um, dois e se viu sozinho. Ninguém acompanhava. Viam de longe tipo "se vira aí, esparro". E teve que voltar e tomou falta. Bizarro. No segundo tempo o técnico manteve o time horrível do primeiro tempo, viu o Ñublense, o time peladeiro chileno, dominar a partida e nada fez. Se divertindo com a desgraça dos torcedores. Depois só tirou Vidal, o pior da partida, quando Ñublense empatou. Aí resolveu se mexer. Colocando atacantes? Não! Substituindo volantes e laterais. Sampaoli é um Vitor Pereira com grife.

Flamengo está destruído, muito mal treinado e o técnico segue arrebentando fisicamente o elenco. Como o Departamento de Futebol é dirigido por um torcedor ignorante e sedentário, o setor de fisiologismo aparentemente foi jogado às traças e parece não ter moral para impedir o sujeito de estourar os jogadores nos treinos e nas partidas. Tudo isto fruto da péssima gestão de Landim, em que somente o financeiro se salva e dá um "banho tático" em qualquer outro setor do clube. Só um clube bilionário consegue títulos ainda que seus gestores saibam tanto de futebol quanto uma samambaia de plástico. Mas é aquilo, a fortuna atrai bons jogadores, que mesmo com a esculhambação administrativa querem fazer um pé de meia. 

Enfim, nada se espera do Flamengo em 2023 com este técnico e gestão irresponsáveis. Melhor relaxar e se dedicar a outros hobbies se não quiser se estressar tanto. 

quarta-feira, 24 de maio de 2023

Ñublense x Flamengo

 

Copa Libertadores da América/2023 - Grupo A - 4ª Rodada

Quarta-Feira, 24 de Maio de 2023, as 21:30h (USA ET 20:30h), 
no Estádio Alcadesa Ester Roa Rebolledo ou "Collao", em Concepción, Chile.


Ñublense: Muñoz; Cerezo, Caroca, Zalazar e Campusano; Rebolledo, Reyes, Leiva e Oyarzo; Vilches e Rubio. Técnico: Jaime Garcia.

FLAMENGOMatheus CunhaVarelaFabríciBrunoDaviLuie Filipe Luís; ThiagMaiaVidaGérsonCebolinha, Pedre GabrieBarbosa. TécnicoJorgSampaoli.


Arbitragem: Esteban Ostojich (AUF/Uruguai), auxiliado pelos Assistentes 1 e 2  Andres Nievas (AUF/Uruguai) e Horácio Ferreiro (AUF/Uruguai). Quarto Árbitro: Dilio Rodriguez (FBF/Bolívia). Árbitro de Vídeo (VAR): Mathias De Armas (AUF/Uruguai). Auxiliar de Vídeo (AVAR): Alberto Javier Feres (AUF/Uruguai). Assessor de Árbitros: Juan Corozco (AUF/Uruguai).

Transmissão: Rede Globo (rede aberta ou Globoplay) e Paramount+ (Internet streaming).


Pega a Visão, Careca!

Foto: Jorge Rodrigues/AGIF
 

Salve, Buteco! Encerrada a 7ª Rodada do Campeonato Brasileiro, causa um certo alívio pensar que aquele time do Vítor Pereira não existe mais e o Mais Querido, após um início para lá de claudicante, já demonstrou ter mais bala na agulha do que os times que orbitam a Zona do Rebaixamento, quais sejam, todos os 8 que somam no máximo 7 pontos ou que figuram entre a 13ª e a 20ª colocações.

Com a exceção do jogo contra o Internacional, apenas o segundo do Careca no comando do time, o Mais Querido venceu todos os adversários dessa faixa de classificação, posicionando-se no G6, a seis pontos do líder.

É pouco para o Flamengo de 2018 para cá? Sim, aliás, muito pouco, mas diante da perfect shitstorm que foram os quatro primeiros meses de 2023, não faço a menor questão de esconder o meu alívio por as coisas estarem minimamente aprumadas, até porque há uma perspectiva de melhora.

A questão é que, sob o ponto de vista da fragilidade dos adversários, acredito sinceramente que a mamata acabou e, a partir de agora, especialmente no Campeonato Brasileiro, o sarrafo vai subir, o que obrigará o time a elevar o nível do seu futebol.

Como as especulações sobre reforços andam a mil e parecem ser quentes, vejamos o calendário até a abertura da janela de transferências internacionais:


Data

Adversário

Competição

Estádio


Quarta-feira 24/5, 21:30h

Ñublense (f)

Libertadores da América Fase de Grupos, 4ª Rodada


Municipal de Concepción

Sábado 27/5,

18:30h

Cruzeiro (c)

Campeonato Brasileiro8ª Rodada


Maracanã

Quinta-Feira 1/6, 20:00h

Fluminense (c)

Copa do Brasil


Maracanã

Segunda-Feira, 5/6, 20:00h

Vasco da Gama (f)

Campeonato Brasileiro9ª Rodada


Maracanã

Quinta-Feira, 8/6, 21:00h

Racing (c)

Libertadores da América Fase de Grupos, 5ª Rodada


Maracanã

Domingo 11/6, 18:30h

Grêmio (c)

Campeonato Brasileiro10ª Rodada


Maracanã

11 a 20/6 – DATA FIFA


FDS 21/6

Bragantino (f)

Campeonato Brasileiro11ª Rodada


Nabi Abi Chedid

MDS 24/6

Santos (f)

Campeonato Brasileiro12ª Rodada

Vila Belmiro

Quinta-Feira, 8/6, 21:30h

Aucas (c)

Libertadores da América Fase de Grupos, 6ª Rodada


Maracanã

FDS 1-2/7

Fortaleza (c)

Campeonato Brasileiro13ª Rodada


Maracanã

3/7 – ABERTURA DA JANELA DE TRANSFERÊNCIAS INTERNACIONAIS


FDS 8-9/7

Palmeiras (f)

Campeonato Brasileiro14ª Rodada

Allianz Parque

Começando pela Libertadores, o jogo de hoje à noite é de 3 pontos obrigatórios. O Ñublense, com todo o respeito, continua estacionado na mesma 12ª colocação de um mês atrás. É somar 3 pontos, alcançar o Racing e deixar o Aucas para trás, de modo a não transformar a classificação para as oitavas de final da Libertadores em um desnecessário drama. Contudo, como eu ia dizendo, a mamata está no fim.

Vocês podem achar exagero, mas o jogo do próximo sábado, na minha opinião, é mais perigoso do que parece. A impressão que me passa é que os nossos jogadores estão "tirando o pé do acelerador" no Campeonato Brasileiro, até pelo aumento do número e da carga nos treinamentos.

Ocorre que o Cruzeiro é melhor do que os últimos adversários. Não é boa ideia medi-lo pelo tropeço de segunda-feira à noite contra o "chato" Cuiabá, que vem crescendo de produção - assisti ao jogo contra o Fluminense e o placar não traduziu o que aconteceu dentro de campo. 

Por outro lado, Pepa parece ser superior ao seu antecessor uruguaio e o time celeste conta com alguns bons valores, como o atacante Bruno Rodrigues e o meia/volante Wallisson Luiz, além do pontinha Wesley (ex-Palmeiras). Arrisco dizer que, se o Flamengo ceder espaços, assumirá riscos maiores do que contra Bahia e Corinthians.

O Fluminense dispensa comentários. Inclusive, é um jogo que, mesmo estando marcado para a quinta-feira 1/6, pode causar uma perigosa "desaceleração preventiva" já no próximo sábado (Cruzeiro), além de uma posterior "dosagem" contra o Vasco da Gama, na segunda-feira seguinte (5/6), até porque, três dias depois, também numa quinta-feira (8/6), o Flamengo voltará a enfrentar Racing, dessa vez no Maracanã, buscando quebrar o tabu de jamais ter vencido La Academia em partidas oficiais. Esse jogo, muito provavelmente, valerá o primeiro lugar do Grupo A da Libertadores/2023.

Portanto, apesar das evidentes limitações da equipe cruzmaltina, o calendário não ajudará em nada as pretensões rubro-negras de vitória, pois o jogo estará "encravado" entre a volta pelas finais da Copa do Brasil e a 5ª e penúltima Rodada da Fase de Grupos da Libertadores. E todos sabemos o quanto os "Três Patetas" se doam nos clássicos contra o Mais Querido.

Na sequência, o Mais Querido receberá o Grêmio no Maracanã. A passagem de Renato Portaluppi pelo Flamengo sequer completou dois anos e está na memória da Nação Rubro-Negra como ele agregou um eficiente contra-ataque ao time de Rogério Ceni. O sistema defensivo terá que estar ajustado, até porque não se brinca com Luizito Suárez, El Pistolero.

Após o Grêmio, haverá uma pausa para a Data Fifa (11 a 20/6), durante a qual, apesar das inevitáveis convocações que atingirão o elenco rubro-negro, o Careca terá uma oportunidade inédita em sua, até aqui, curta passagem pelo Mais Querido: dispor de 10 (dez) dias livres para treinar o elenco. Não é difícil adivinhar que ele arrancará o couro do elenco (gostamos).

Voltando o Campeonato Brasileiro, de cara o Flamengo viajará a Bragança Paulista para enfrentar o Massa Bruta, jogo sempre difícil, e receberá na sequência o Santos de Odair Hellmann, time que vem se caracterizando pelo sólido sistema defensivo e rapidez nos contra-ataques. É bom que, além da defesa, até lá o ataque esteja bem mais ajustado e desperdiçando menos oportunidades de gol.

Finalmente, encerrando a Fase de Grupos, o Mais Querido receberá o Aucas no Maracanã, dando a chance de desforra pela derrota pela 1ª Rodada, para em seguida encarar dois jogos com treinadores que desafiarão muito o Careca: primeiro, no Maracanã, o Fortaleza do seu compatriota Juan Pablo Vojvoda, e depois, no Allianz Parque, o Palmeiras de Abel Ferreira, atual campeão brasileiro. 

Entre esses dois jogos, será aberta a segunda janela de transferências internacionais. Será que os reforços já chegarão imediatamente?

***

Como vocês podem perceber, é hora do Careca pegar a visão e se ligar na difícil sequência que precederá a abertura da segunda janela de transferências internacionais. O sarrafo vai subir pelo melhor nível dos adversários. Como ressaltei mais acima, o nível de jogo do time também precisará se elevar, se o objetivo for subir na tabela (tomara que seja, né?).

Falta relativamente pouco para a Data Fifa, bem como para a própria abertura da janela e a chegada dos reforços, mas já deu para perceber que será um período crítico. Espero que o elenco já esteja melhor adaptado à carga de treinos, pois precisa muito de um mínimo de rodagem, ou, do contrário, os tropeços virão, e com eles, inevitavelmente, a instabilidade. 

Tenho enorme convicção na qualidade do Careca, bem como em resultados se ele desenvolver um trabalho a longo prazo, mas ao mesmo tempo acho que o time pode ter problemas em qualquer um desses próximos jogos.

É importante deixar o Flamengo vivo nas três competições antes dos reforços chegarem. 

***

O Ficha Técnica subirá as 19:00h.

A palavra está com vocês.

Bom die SRa tod@s.