terça-feira, 25 de agosto de 2020

O Eterno Ciclo da Troca de Treinadores

Olá Buteco, bom dia!

O tema atual de 10 entre 10 espaços de conversa sobre nosso Flamengo não poderia ser outro: o limitado futebol que estamos jogando e a desconfiança acerca do trabalho do treinador Domenec Torrent.

Nos últimos 30 anos, pelo menos, o Flamengo vem preso ao eterno ciclo da troca de técnicos. A última vez que tivemos um técnico durante uma temporada inteira foi na penúltima passagem de Luxemburgo, que assumiu no final do Brasileiro 2010 e permaneceu até o início de 2012. Antes dele, temos que retroceder até o mítico treinador Carlinhos, que assumiu em 1991 (ironicamente após a primeira passagem de Luxemburgo), ganhou o carioca daquele ano, o Brasileiro do ano seguinte e permaneceu até 1993.

*Prêmio de Consolação: antes era fuga do rebaixamento, agora já avançamos o nível para classificação à Libertadores. Paralelamente, há a tentativa de beliscar uma Copa do Brasil ou Sulamericana.


Naturalmente, todos aqui queremos ver o Flamengo ganhando e é desesperador ver uma equipe que jogava um futebol espetacular até o início do ano, apresentar o futebol ridículo das últimas partidas, com dois míseros gols marcados em 5 partidas do Campeonato Brasileiro. Ficamos mal-acostumados com as goleadas do histórico time de Jorge Jesus, capaz de meter 3 por duas vezes no Palmeiras, 4 no Corinthians, 4 duas vezes no Vasco, 3 no Atlético MG, 3 no Internacional, 5 no Grêmio, além de vencer duas recopas com outras goleadas de 3x0. 

Se fosse corrida de automóveis, poderíamos dizer que tínhamos uma volta de vantagem sobre todos os outros adversários e pista livre até para mais uma bandeirada. No entanto, a terrível epidemia que assola o planeta teve consequências em todas as áreas de atuação do homem e, obviamente, não seria diferente no futebol. Na nossa hipotética corrida, foi tal qual uma bandeira vermelha, que interrompe a prova até que seja dada nova largada, colocando todos os carros próximos novamente. 

Para o Flamengo, foi pior ainda: ao perdermos o treinador e sua comissão, ficamos sem a base daquele futebol que encantou a todos, o condicionamento físico que nos permitia jogar em alta intensidade do início ao fim das partidas, possibilitando inúmeras viradas de placar quando os adversários já se encontravam com a língua de fora, sendo a mais emblemática a final da Libertadores 2019. 

É como se, dada nova largada, tivéssemos que voltar aos boxes para algum problema no carro. De líder e com uma volta na frente de todos, voltamos agora no fim do pelotão. Ainda com o melhor carro, mas com um novo piloto que, até o momento, não consegue extrair do carro tudo o que ele pode oferecer.

Não sei se o Domenec terá caixa para reverter o cenário. Que tem conhecimento do futebol, não há dúvidas. Mas talvez a falta de experiência em comando acabe por cobrar seu preço. Trabalhar no Brasil é muito diferente de dirigir franquias na MLS. Por outro lado, pensar em demissão com menos de um mês de trabalho, no contexto deste novo mundo no qual estamos inseridos, não me parece sensato. Felizmente, teremos essa semana de treinamentos e essa é a esperança em boas apresentações nos jogos que virão. A ver. 

***

Os Adversários

Encerrado o primeiro bloco de 5 jogos, fizemos apenas 5 pontos, quando o Checkpoint para o título determinava 11. São 6 pontos a menos que precisarão ser recuperados nas próximas sequências. Naturalmente, o primeiro passo é voltar a jogar bola.

Dos adversários na briga pelo título, nenhum apresentando um futebol mais vistoso, o que também era de se esperar. Ainda assim, Inter fez 12 pontos e Palmeiras fez 8, podendo chegar a 11 após o jogo adiado da primeira rodada, contra o Vasco. Atlético Mineiro fez 9 e São Paulo 7, podendo chegar a 10 com o jogo adiado da primeira rodada, contra o Goiás. Dos times apontados como favoritos, apenas nós e o Grêmio (7pt, 1v, 4e) ficaram para trás.

No campeonato de pontos corridos, ganha quem pontua mesmo jogando mal, para depois disparar na fase boa. Assim, me preocupam as pontuações atingidas pelo Inter e pelo Palmeiras, especialmente este último.

De qualquer forma, a tabela indica uma sequência de dificuldade média para nós: Santos, Bahia, Fortaleza, Fluminense e Ceará. Se conseguirmos uma vitória na Vila, podemos ter uma boa recuperação ao final desses 5 jogos. Vamos, Flamengo!

Saudações Rubronegras!!!