sábado, 31 de março de 2012

MEDIOCRIDADE



Mediocridade é a palavra que me vem a mente quando leio manchetes como "Flamengo muda o foco e garante pensamento no Bangu", "Flamengo vai jogar com os titulares contra o Bangu", "Flamengo vai ter força máxima contra o Bangu".

Essa é a palavra que também inunda meus pensamentos quando vejo, leio ou ouço algo relacionado ao nosso atual técnico, Joel Santana. Um profissional medíocre, de conquistas medíocres, com ambições medíocres, com conhecimento tático medíocre, que gosta de fazer com que seus times joguem um futebol medíocre.

Medíocre também vem sendo o futebol e as conquistas do Flamengo. Sim, é difícil reconhecer, é chato pensar, é desanimador encarar, mas a verdade é que levamos 17 longos anos pra conquistar um mísero Campeonato Brasileiro. Pior do que isso, estamos há mais de 30 anos (TRINTA!!!) numa longa e interminável fila pra conquistar uma nova Libertadores.

Enquanto isso vamos colecionando taças do Carioquinha. Um campeonato que já teve sua graça, sua importância, mas que hoje se resume a ganhar dos 3 rivais locais. Muito, muito pouco. Sei que há quem ainda aprecie e goste do Estadual, mas, particularmente, vejo essa taça como um objeto representatativo dessa mentalidade pequena e medíocre que se apossou do CRF nos últimos tempos.

O mais triste é constatar o planejamento que foi feito (engana-se quem acha que não houve um). A Diretoria medíocre contratou um técnico medíocre pra ganhar um campeonato medíocre. Genial e absolutamente lógico e perfeito, não? Sim, diriam os medíocres.

Enquanto isso a tão almejada Libertadores é jogada pra escanteio e o jogo contra o Bangu, em Macaé, ganha contornos de decisão.

Já a partida contra o Emelec, disputada 3 dias depois, fora do país, na prática é tratada como pedra no sapato.

Além do risco de lesão, da falta de treinamento e correção de posicionamento (a verdade é que o Flamengo não treina), os jogadores voltarão de Macaé de avião no domingo a noite e, no dia seguinte, já pegarão o vôo pro Equador. Claro que chegarão todos bem descansados, devidamente treinados e bem preparados pro jogo decisivo. (In) questionável!

E nem como jogo treino a peleja de domingo servirá, uma vez que o Joel vem mandando a campo no Estadual um time misto, que conta com Kleberson e Diego Maurício, jogadores sequer inscritos na Libertadores.

Termino com a seguinte citação:

"Agradeço aos medíocres por terem me ensinado o que os vencedores jamais poderiam me ensinar. Com eles aprendi, exatamente, o que eu não devo fazer para obter o sucesso." Glauco Battista

Melhor seria virar tudo do avesso. Dane-se o Bangu, eu quero ganhar do Emelec e do Lanus.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Olímpia x Flamengo


Taça Libertadores da América - 2012. Grupo II - 4º Jogo.

Olímpia: Martín Silva; Najéra, Adrian Romero, Henrique Meza e Ariosa; Arianda, Fabio Caballero, Orteman e Marín; Maxi Biancucci e Zeballos. Técnico: Gerardo Pelusso.

FLAMENGO: Felipe; Leonardo Moura, González, David Braz e Júnior César; Luiz Antonio, Muralha, Willians e Bottinelli; Ronaldinho Gaúcho e Vagner Love. Técnico: Joel Santana.

Data, Local e Horário: Quinta-feira, 28 de março de 2012, no Defensores Del Chaco, em Assunção, Paraguai, as 22:00h (USA ET 21:00h).

Arbitragem: Enrique Osses, auxiliado por Francisco Mondria e Carlos Astroza, todos do Chile.

Jogão decisivo!

O Flamengo joga na noite de hoje, em Assunção, uma partida de suma importância para o seu destino na Taça Libertadores, enfrentando o Olimpia, o mesmo adversário que o surpreendeu nos últimos minutos do jogo de ida aqui no Engenhão, quando arrancou um empate inesperado, até pelos próprios hermanos, em virtude do apagão geral rubro-negro gerado pela inexperiência do time que se renova.

Desejo muito que o treineiro de plantão tenha em mente como objetivo a vitória em gramados paraguaios, saindo para o jogo com a prometida bola tocada e não chutada a esmo para terror dos atacantes, obrigados a lutar pela posse de bola nos chutões advindos de um companheiro, que deveria entregar a redonda no pé de cada um como manda o manual do futebol bem jogado. O clima de tensão já está estabelecido a partir do escorregão na casca de banana atirada por jornalistas locais, sob os sapatos do técnico Geraldo Peluso, que tocava em algumas supostas insinuações feitas pelo treinador do Flamengo quanto à sorte que acompanhou o Olimpia no primeiro jogo entre os dois clubes, tendo o treinador uruguaio declarado não conhecer Joel Santana e este respondido que Peluso precisa ler mais sobre futebol.

Futricas à parte, me incomoda o provável meio de campo formado por Willians, Luíz Antônio, Muralha e Bottinelli, com Ronaldinho Gaúcho e Vágner Love como atacantes, o que é mais falso do que uma cédula de 25 reais, pois qualquer passarinho sabe que RG não é atacante, e como tal volta para armar o jogo, ficando Love entregue às moscas e ao enfrentamento de dois ou três zaqueiros. Essa formação tende a voltar com um empate para o Rio de Janeiro e reflete a filosofia do "empate é bom fora de casa". Não gosto disso, o Flamengo tem jogar para ganhar, outros resultados, se acontecerem, serão decorrentes das circunstâncias de jogo. Logo, é uma aberração a escalação do Willians, jogador que já demonstrou não reunir condições técnicas e emocionais para ser titular, tampouco do Bottinelli, o vagalume argentino que teimam um dia vê-lo atuar como um Montillo da vida. Saindo o volante predador, o time poderia entrar com o ataque escalado na última partida no Estadual, com Diego Maurício e Love, puxando-se o Gaúcho para a sua verdadeira posição na zona de pensamento do campo. Considero válido insistir com o Diego, que demonstra um lento ritmo de crescimento técnico, que certamente estaria em um estágio mais avançado na carreira não fosse o bloqueio imposto por Luxemburgo, que se recusava a utilizá-lo mais frequentemente sabe-se lá os porquês. É um jovem atleta que possui bom porte físico, tanto muscular quanto em altura, boa velocidade, bom domínio de bola e ótimo drible na vertical, características natas para tornar-se um grande atacante. Que esse garoto pegue essa onda de renovação que domina a Gávea, se firme no time de cima e dê muitas alegrias à nação rubro-negra.

Finalizando, logo mais teremos mais momentos de trégua nas críticas, pois curtiremos noventa minutos sagrados pelos deuses com o Mengão novamente em campo. E que vença o melhor, que vença o Flamengo.

SRN!

terça-feira, 27 de março de 2012

Refletindo sobre o sócio torcedor



Eis um tema de relativa dificuldade de execução no Brasil, o programa de sócio torcedor e mais inacreditável do que o “não gol” do Deivid é a latente e vergonhosa inércia do Flamengo no relacionamento (ou falta de) com seu público. Obviamente, um estádio próprio facilitaria a implantação, mas isso não pode ser desculpa, que fica muito pior se constatarmos que não há nenhum movimento dentro do clube para que se modifique tal situação. Hoje, temos míseros seis mil sócios ativos e menos de dois mil decidiram a ultima eleição.

De um modo geral, os programas de sócio torcedor utilizam como base a soma de direito a benefícios + relacionamento direto + ingresso + direito à voto (após período ou imediatamente em alguns casos), tanto no Brasil quanto na Europa ou nas Américas. Com a recentíssima pesquisa de mercado da Pluri Consultoria, que disseca o futebol brasileiro, posso dizer que o tema “caiu no meu colo”. Mesmo havendo algumas considerações a pesquisa (especificamente o item IV, o de potencial de renda e consumo, com os elementos que compõem o índice de propensão ao consumo, colocando bizarramente o Flamengo em ultimo lugar). Pode se dizer que é o mais fiel estudo feito no Brasil e demonstra nossa ineficiência e os caminhos por onde se trabalhar. Resolvi demonstrar alguns programas de associativos de alguns dos maiores clubes de futebol do mundo:
  • Benfica → É o maior do planeta (com mais de 170.000 associados), tem um programa de sócio torcedor muito simples, chamativo e de fácil explicação, fora isso conta com a maior torcida de Portugal, sabendo utilizar este aspecto a seu favor. Custo aproximado: 156 Euros, R$ 355,00/ano, R$ 29,60/mês.
  • Sporting Lisboa → Bem explicado, dá direito a um “pacote”, com brindes do clube, inclusive com uma “camisola oficial”. O sócio tem ainda o direito de fazer um plano familiar facilitado. Detalhe que nos interessa: existe um equivalente ao nosso Off-Rio. Custo aproximado: 55 Euros/ano ou R$ 125,00/ R$ 10,50/mês.
  • Porto F.C. → Os portugueses são os melhores neste assunto, os “descobridores” do sócio torcedor, sendo próximo o relacionamento entre o clube e torcedor. Os três grandes estão entre os 10 maiores do mundo, trabalhando bem a fidelização e renda associativa, planos bem explicados e diretos. No Porto, o custo aproximado é de: 60 Euros/ano, R$ 137,00, por volta de R$ 11,40/mês.
  • Barcelona → São três as modalidades principais, incluindo o sócio-bebê, isso mesmo recém-nascidos. Custo aproximado: Sócio adulto 166 Euros/ano, R$ 31,00/mês. Crianças: R$ 182,00/ano sócio-bebê R$ 90,00/ano, R$ 7,50/mês,.
  • Real Madrid → Simples, direto. Basicamente existem duas modalidades adulto por 143 Euros/ano ou R$ 326,04/ano (R$ 27,17/mês) e a modalidade infantil é GRATUITA até os 11 anos de idade. Dos 11 aos 14 anos custa 49 Euros/ano o equivalente a R$ 9,31. Acima desta idade o plano é o adulto.
  • Bayern de Munique → Um belo programa de sócio torcedor, chamativo e interessante e barato. O custo do sócio torcedor do Bayern é de 30 Euros POR ANO ou R$68,40. É equivalente a R$ 5,70 por mês. Também está entre os 10 primeiros clubes em numero de sócios.
  • River Plate → Os "milionários" tem 10 vezes mais sócios do que o Flamengo e também estão entre os maiores do mundo. O titulo mais caro sai por 130 Pesos Argentinos, que equivalem a R$ 53,30/ano, R$ 4,44/mês. O infantil sai por 20 Pesos argentinos e o menor 7 a 17 anos sai por 80 Pesos argentinos por ano.
  • América do México → O primeiro, e talvez, ainda o único clube mexicano a ter a modalidade de sócio torcedor. O titulo sai por 1.000 Pesos mexicanos, equivalentes a R$ 141,88/ano ou R$ 11,82.
  • Universidad de Chile → Tem a maior torcida do Chile, ações na bolsa de valores, mas os títulos de sócios estão vinculados aos ingressos para os jogos como mandante. O custo do titulo mais caro (camarotes, plano “ouro”) é de 349.500 Pesos Chilenos, aproximadamente de R$ 1.293,30/ano ou R$ 107,78/mês e o título mais barato custa R$ 257,14/mês ou R$ 21,43/ano.
  • Peñarol → Atingiu nesta semana a marca de 54.000 sócios. Tem um interessante clube de benefícios que contam com entradas para os jogos do campeonato Uruguaio e sorteios semanais, por exemplo. Existem cinco tipos de planos principais: o adulto, infantil, o “Off-Montevidéu”, um plano para Uruguaios em todo o mundo, já que a população do Uruguai é maior fora do que no próprio país e o “sócio-virtual”. O custo do titulo adulto custa 2.600 Pesos uruguaios/ano, R$ 240,00, sendo R$ 20,00/mês;

A média do preço dos programas de sócio torcedor dos dez clubes demonstrados acima pago por mês é de aproximadamente R$ 17,00 e deve servir de exemplo para o Flamengo. Apesar de ter visto aos programas de sócio torcedor de Coritiba, Corinthians, São Paulo, Grêmio e exemplos comparados, utilizarei mais uma vez como base, meta a ser atingida,  o Internacional, que com uma torcida cinco vezes menor do que a nossa (5,8 milhões de torcedores contra 29,2 milhões de rubro-negros), arrecadou em 2010 a quantia impressionante de R$ 41.000.000,00. Eles conseguiram com seus 106.000 sócios o preço médio de R$ 31,00, com isso os gaúchos também estão entre os 10 maiores e obtiveram a incrível proporção de um sócio para cada 55 torcedores do clube. Com essa proporção o Flamengo teria 531.000 sócios.

Temos 7,5 milhões de torcedores dentro do estado do Rio de Janeiro, somados aos 21,7 “Off-RJ” (estado), e não contarei os que vivem fora do Brasil, que com o mesmo percentual estimado na pesquisa, seriam aproximadamente mais meio milhão de rubro-negros. Nosso plano mais barato é o Off-Rio, que custa R$ 40,00 e com a proporção de torcedores do Internacional, os dados de renda da pesquisa e um “novo” preço médio (entrada) de R$ 20,00, ficaríamos assim:
  • Preço de entrada do sócio de estado RJ → R$ 20,00 – Potencial proporcional 1/55 → Aproximadamente 136.000 torcedores → R$ 2.720.000,00/mês → R$36.640.000,00/ano;
  • Preço de entrada do sócio Off-RJ (estado) → R$ 6,00 – Potencial proporcional 1/55 → Aproximadamente 395.000 sócios → R$ 1.975.000,00/mês → R$ 23.700.000,00/ano;
  • Valor de Potencial proporcional associativo total (RJ + Off-RJ) → Aproximadamente 531.000 sócios → R$ 4.695.000,00/mês → R$ 56.340.000,00/ano → o que se estima na imprensa ser a nossa folha salarial do futebol sem Ronaldinho e Love.

Imaginem se alcançássemos aos números dispostos aqui, em um plano bem estruturado? Não estão inclusas aqui a venda de produtos licenciados, a vontade do consumidor/torcedor em comprar o “Flamengo”, gerando royalties para o clube e “forçando” a predisposição para o consumo e o circulo virtuoso provocado não apenas entre os torcedores do clube. O que nos resta é melhorar esta relação e para isso, um programa o ideal seria o do sócio torcedor separado sócio do “clube social”, somadas logicamente a benesses advindas da Fla-concept (loja ou possível rede) e do Museu (em construção). O dinheiro das operações, se bem executadas, resolveriam parte grande das dividas do clube, iniciando-se voos altos como a compra e construção de novos aparelhos esportivos, patrocínios negociados em patamares superiores e nosso sonhado estádio, por exemplo.

Somos Flamengo, Vamos Flamengo!



segunda-feira, 26 de março de 2012

Libertadores e Transição

Buongiorno, Buteco! 16 (dezesseis) jogos, com 8 (oito) vitórias, 5 (cinco) empates e 3 (três) derrotas. Essa é a estatística dos confrontos entre Flamengo x Olímpia. Portanto, sem essa de que o Flamengo nunca venceu o Olímpia. É fato que nunca venceu na Libertadores, mas, em 5 (cinco) jogos, ocorreram 4 (quatro) empates e apenas 1 (uma) vitória do Olímpia, em circunstâncias atípicas, exatamente em 2002, ano do último título dos paraguaios e da famigerada pior campanha do Flamengo na competição, a única em que foi desclassificado na primeira fase. A regra nesse confronto é o equilíbrio, o que torna o jogo de quarta-feira quase "pule de dez" para outro empate. Uma simples consulta ao site FlaEstatística mostra que o Flamengo já venceu o Olímpia em outras competições internacionais sul-americanas, como a Super Copa dos Campeões de Libertadores e a Mercosul. Portanto, nada de preocupações com o sobrenatural. Mais importante é o que Joel e o time farão para vencer e a transição de alguns jovens para o profissionais, a sua prova de fogo, ocorrer justamente na disputa da mais importante competição do continente. Isso, sim, merece a nossa atenção. E tem jogo quarta-feira, as 22:00h, no tradicional Estádio Defensores Del Chaco. Se o Sobrenatural de Almeida quiser mesmo ajudar, que ajude a manter a tradição de que, quando Flamengo e Olímpia se cruzam pela Libertadores, um dos dois é campeão...

A Transição

A atuação de altos e baixos de Diego Maurício contra o Friburguense, seguida de uma ótima atuação contra o Volta Redonda ao lado de Vagner Love, no sábado seguinte, levou-me a refletir a respeito de como é complicada essa transição dos juniores para os profissionais. E não é de hoje. Lembrei-me do caso do Paulo Nunes. Era um atacante muito promissor nas divisões de base do clube, foi campeão da Copinha de 1990 e chegou até a ser titular do time profissional campeão brasileiro de 1992 uma significativa parte da campanha. Na reta final, perdeu a posição para Júlio César, o "Imperador" da época, típico "craque de time pequeno ou médio". Tempos depois lembrei-me de ter lido ao final de uma coluna do Sérgio Noronha no Jornal do Brasil que o Paulo Nunes "estava na barra pesada". Negociado com o Grêmio, foi campeão brasileiro novamente e da Libertadores, pelo próprio Grêmio e pelo Palmeiras, titularíssimo em ambas as equipes comandadas por Luiz Felipe Scolari. Se me perguntarem, digo que Diego Maurício tem tudo para ser muito melhor do que Paulo Nunes. Negueba é mais habilidoso e tem mais físico, mas precisaria aprimorar as finalizações. Tudo depende do tempo, de orientação, de paciência e profissionalismo. Combinação difícil e complicada. Nada é fácil.

Três volantes

Lembrar daquela época é bem interessante. Carlinhos, de quem tenho saudades como treinador, tinha uma característica, que para mim era virtude, oposta a de Joel Santana: não era obcecado por um esquema tático específico ou uma pequena variação dele. Montava o time de acordo com as características dos jogadores que tinha às mãos e do tempo que estava vivendo. Assim foi em 1987 e 1992. Em 1987 teve a visão de lançar Bebeto como centroavante de área. Em 1992 montou um 4-3-3 em que defendia com 9 (nove) jogadores, um esquema parecido com o de 1981 e dos quais, na minha humilde opinião, o popularíssimo de hoje em dia, utilizado pela Alemanha na última Copa, acaba sendo uma variação. O mais incrível do esquema de 1992 é que soube exatamente onde colocar os garotos da Copinha. Terminou campeão brasileiro pela segunda vez. Naquela função de vai-e-vem, em 1992, jogaram, durante o torneio, pela direita, Paulo Nunes, Marcelinho Carioca e Júlio César Imperador; pela esquerda, Nélio. Sou então obrigado a perguntar: hoje esse esquema não poderia ser uma variação interessante? Ou precisa ser sempre com três volantes, obsessivamente, não importa a característica dos jogadores?

Que diferença faz um técnico de verdade... Saudades, Carlinhos!

Mr. Magoo

Muito bem. Pedem ao Departamento Jurídico para não recorrer das suspensões do Ronaldinho Gaúcho, que faz aniversário e, dizem, comemora não sei aonde numa festa de três dias. Willians aparece andando em campo sábado. Divulga-se uma cartilha. Mr. Magoo diz que não tem nada a ver e que continua não precisando de óculos.

Bom dia e SRN a todos.

domingo, 25 de março de 2012

preparação? hein?


Boa Tarde, galera do Buteco!

Chegamos ao segundo turno da fase de grupos da Libertadores e encontramos nosso Mengão numa situação pouco confortável. Creio que isso pode acabar sendo positivo pois vai demandar do time uma união e comprometimento que ainda não vimos esse ano, exceto no jogo que serviria para detonar o Luxemburgo. Esperamos que os jogadores tenham aprendido lições do último confronto e não entrem acreditando serem inferiores aos paraguaios. Mas que também saibam que mesmo sendo bons o bastante para vencê-los lá, vão enfrentar um time aguerrido e que não vai desistir até o apito final nem deixar de apelar para quaisquer recursos como violência, catimba, sumiço de gandulas, etc. Cabeça no lugar e concentração são as chaves para um bom resultado no Defesores del Chaco.

Nesta semana que passou, tivemos o desprazer de observar mais uma ação incrivelmente amadora da diretoria do Flamengo. A carta-súplica entregue aos jogadores foi de um ridículo poucas vezes visto mesmo no Flamengo que é expert nesse assunto. Pior do que a esposição clara de inaptidão para uma função de chefia, o gerente de futebol, Jairo dos Santos demonstrou inocência pueril. Pior, perdeu completamente qualquer possibilidade de ter moral com um elenco experiente e que sabe ter poder para derrubar qualquer funcionário do clube abaixo da presidência. Que tal se, ao invés de ficar escrevendo cartinhas, o gerente de futebol estivesse se preocupando em fazer algo para cobrar as faltas e os excessos fora de campo do craque-estrela do time? Ou se preocupasse em gerenciar junto com a comissão técnica, os fisiologistas e o corpo médico os recursos humanos para os jogos que realmente importam dentro da sequência que vem por aí?

Quarta-feira, teremos um jogo duríssimo contra um adversário empolgado, vindo de vitória mesmo usando time misto, casa cheia e uma torcida que pressiona o jogo todo. Nossa "preparação" para esse jogo foi usarmos a maioria dos titulares numa partida irrelevante onde jogamos - novamente - quase todo o 2o tempo com um a menos. Qual vai ser a desculpa se estivermos vencendo e o time levar o empate ou uma virada por causa de cansaço? Será que dessa vez nosso treinador vai usar as substituições de maneira inteligente ou só para gastar tempo depois dos 43 minutos?
...

Peço licença ao Gustavo, pois sei que ele vai abordar a partida de ontem na coluna de amanhã, para comentar o que considero ser a melhor coisa que aconteceu em Votla Redonda: Parece que o Diego Maurício realmente acordou depois de um ano inteiro achando que era um craque injustiçado por não ter sido vendido ao glorioso futebol da Ucrânia. Se movimentou bem, ajudou na marcação pelo lado direito, correu bastante e fez uma excelente dupla de ataque com o Vágner Love. Se continuar assim, pode ser que mereça ser incluído na relação da Libertadores na próxima fase, de preferência no lugar do Galhardo.

abs e SRN!

sábado, 24 de março de 2012

Volta Redonda x Flamengo




Taça Rio/2012 - 5ª Rodada.

Volta Redonda: Douglas, Marquinhos, Róbson, Naldo e João Paulo; Rodrigo Thiesen (Roberto Andrade), Manteiga, Glauber e Rafael Granja; Jhonnattann e Henrique.
Técnico: Ricardo Drubscky.

FLAMENGO: Felipe; Leonardo Moura, Welinton, David Braz e Júnior César; Muralha, Willians, Luiz Antonio e Kleberson (Thomaz); Vagner Love e Diego Maurício.
Técnico: Joel Santana.

Data, Local e Horário: Sábado, 24 de fevereiro de 2012, no Estádio Raulino de Oliveira, o "Estádio da Cidadania", em Volta Redonda/RJ, as 18:30h (USA ET 17:30h).

Arbitragem: Luiz Antônio Silva Santos, auxiliado por Edney Guerreiro Mascarenhas e Marco Aurélio dos Santos Pessanha.

quinta-feira, 22 de março de 2012

NESTA DATA QUERIDA

Saudações Rubro-Negras aos amigos do Buteco.
Tenho andado meio ausente do convívio salutar deste blog, que prima pela cortesia e educação dos seus debatedores. Por motivos profissionais e, confesso, um pouco, decepcionado, e desmotivado, com os rumos que vem tomando o futebol, e o seu comando, na Gávea.

Tenho visto poucos jogos, completos, do Flamengo, por conta do meu trabalho, que tem um horário que coincide com o início do segundo tempo. Mas, vejo com bons olhos, a entrada da garotada no lugar de alguns veteranos que, não tem muito a acrescentar ao time. Gosto do aproveitamento do Luis Antonio, e do Muralha. Sem esquecer que os dois não jogam como primeiro volante, função em que o Airton, apesar da violência costumeira, executa com eficiência, fechando a entrada da área. Penso que, o Airton, precisa de um técnico que desperte nele a consciência de que não precisa apelar, para as pancadas como forma de impor-se como jogador.

Poucas coisas mudaram no time do Flamengo, a não ser o aproveitamento de alguns jovens, por conta das contusões que assolaram o elenco.

Mas, não é o futebol do Flamengo que me faz voltar às paredes do Buteco, com estas palavras. O que me traz, de volta, é a alegria de poder anunciar esta data, de hoje, como o aniversário do nosso Rocco Fermo, um flamenguista determinado, que mesmo nas terras do Tio Sam, não esquece as cores da Nação mais vitoriosa do esporte. O flamenguista é um vencedor, por força do magnetismo da Alma Rubro-Negra. E o querido Rocco, mesmo, morando, vivendo, como cidadão norte-americano não esquece as cores do seu coração. Prova disso, é a realização desse blog, em que nos conformamos, e cumprimentamos, a cada resultado esportivo do clube do nosso coração.

Meu querido amigo, eu desejo a você, muitos anos de vida, e sucesso nos seus empreendimentos, como o Buteco do Flamengo tornou-se uma marca na vida virtual do Mais Querido, através dos seus torcedores. Que Deus abençoe você, meu irmão, e a toda a sua família, para que possamos voltar várias vezes, aqui, e salvarmos esta data, com toda a alegria do nosso coração.

Parabéns pra você...

quarta-feira, 21 de março de 2012

Razão e emoção

Razão e emoção não cabem na mesma frase na cabeça de alguém, principalmente na de torcedor. Essa premissa fica cada vez mais evidente em meu cérebro rubro-negro, pois tenho gostado mais do atual Flamengo, que continua jogando mal, pior do que aquele outro que chegou entre os primeiros no Brasileirão passado, classificando-se para esta Libertadores, com o agravamento de considerar Joel Santana um treinador muitos furos abaixo do Luxemburgo.

A conclusão de imediato a que chego é a de que se no comando técnico pioramos, dentro de campo melhoramos no conjunto da obra, demos um interessante salto graças aos deuses do futebol que afastaram, de uma tacada só, o trio predador do meio de campo. Quem sabe não foi um deus enviado pela cúpula da "Rio+ 20" que será realizada em complemento a Rio-92? Os mistérios habitam a Gávea, do contrário, o Flamengo já estaria falido e disputando a série C do Campeonato Brasileiro se não reagisse, sabe-se lá como, aos desmandos, desserviços, incompetência administrativa, irresponsabilidades fiscal e patrimonial, tempestades de reengenharias financeiras fracasadas que assolaram o clube nos últimos 20 anos quando, mesmo com tudo isso sobre os ombros, ganhou dois Brasileiros, duas Copas do Brasil, uma Mercosul e nove estaduais, quase 50% dos disputados. Reforça a tese o grito de guerra do presidente Marcio Braga, em fevereiro de 2009, através do já famoso "Acabou o dinheiro!" e no final do mesmo ano fomos Hexacampeões Brasileiros sob a batuta de jogadores, em boa forma, reunidos num mesmo elenco, como Petkovic, Adriano, Bruno, Leo Moura e o incrível Ronaldo Angelim, renascido para o futebol com a chegada do Fábio Luciano, em agosto de 2007, quando vinha sendo destruído pelo não menos incrível de triste memória técnica, Irineu (Argh!!!).

Escrevi "tenho gostado" e "continua jogando mal", mas não concluam que fiquei maluco, pois vejo potencial na atual formação imposta ao treineiro de plantão, embora o mesmo venha fazendo força para atrasar o processo de renovação ao voltar paulatinamente com os trogloditas que nos levarão ao precipício, se retornarem ao time ao longo do ano, como fez domingo na partida contra o poderossímo Friburguense ao escalar três volantes que, somados à defesa, levam à inaceitável marca de sete jogadores de contenção, de acordo com as nomenclaturas em vigor. Medo de quê, retranca por quê? Um time reserva do Flamengo tem a obrigação técnica e moral de vencer o bravo time de Friburgo, aqui, lá ou em Teixeira de Castro, jogando até no antigo 4 - 2 - 4, de uma época em que imperavam absolutos no meio de campo os ídolos Carlinhos e Nelsinho.

Luiz Antônio e Muralha já se impuseram como titulares. Se forem encaminhados para o banco de reservas é melhor o Flamengo redirecionar Joel Santana para o olho da rua.O terceiro jogador a entrar nessa roda tem a cara do Camacho, que terá a chance de ouro de se firmar definitivamente como titular. A faca e o queijo estão em suas mãos, é pegar ou largar. A quarta vaga no meio é reservada para Ronaldinho Gaúcho, por direitos adquiridos no passado, não pelo que vem jogando ou focando como fazem as focas, muito embora seria melhor se o termo fosse o do verbo focar no sentido de estar atento às suas responsabilidades profissionais, o que não faz há bastante tempo, agora com a cabeça afagada pelos braços do destreinador (Ave Gustavão!). Mais sentido falar-se em irresponsabilidade profissional do Gaúcho, que vai lhe custar pagar os juros de ser excluído com justiça da próxima Copa do Mundo, a qual poderia ser o coroamento de sua carreira de jogador de futebol, mas veremos o seu triste encerramento considerando a curva atual do seu descompremetimento com a vida adulta.

Na frente temos o alegre e competente rubro-negro Vágner Love, esbanjando categoria, vontade e orgulho de atuar pelo Flamengo, havendo um lugar vazio por ali que poderia ser ocupado pelo Diego Maurício. Este destruiu meus argumentos de que era mais um injustiçado por não ser aproveitado, já que despreza solenemente as chances que a vida lhe oferece de mãos beijadas para fazer fama no mundo do futebol sendo ídolo da nação que veste vermelho e preto. E as oportunidades sabemos que não perdoam, são como as flechas depois de lançadas e, caprichosamente, não voltam mais. E ainda restam outros meninos para serem devidamente lapidados, cada um em seu ritmo de crescimento, cada qual a seu tempo, indo e vindo dos profissionais até se firmarem como uma rocha no time de cima, sem permitir sequer ao técnico iníciar um pensamento para sacá-los da equipe tendo em vista a conquista obtida com atuações convicentes.

E assim, creio que o Flamengo está encontrando o seu caminho através da abençoada renovação forçada, sem planejamento algum, o que não lhe tira o caráter de rejuvenescimento de sua equipe principal. E que Joel Santana não atrapalhe com suas absurdas retrancas.

SRN!

terça-feira, 20 de março de 2012

Será que torcida ajuda?


No caso do Flamengo, no jogo contra o Olímpia, por incrível que possa parecer, não. Não dá para colocar a culpa apenas no Joel ou nos jogadores que estiveram no campo. A impaciência da torcida com alguns jogadores (ainda em formação), durante alguns jogos é gritante. Se continuar assim, vai acontecer como na "geração de 90", todos vão se tornar grandes jogadores fora do clube e o Flamengo a ver navios. Não estou aqui para ensinar a torcida, só chamar a atenção de algo que de algum modo me incomodou, mas acho que devemos apoiar sempre a aprender a jogar competições que se precisa da integração time/torcida. O apoio deve ser irrestrito, em prol de quem está em campo e naquele momento pode defender nossas cores. Na sexta-feira depois do empate, comentei no Buteco do Flamengo, o texto do Henrin, sobre o comportamento da torcida, a Nação, 12º jogador, disse:

-“Tem uma coisa que não sai da minha cabeça: Sou contra a volta do Adriano por pensar no homem e não só no atleta, a maioria pelo visto é incondicionalmente a favor, ok, respeito, mas quando o time fez 3x0 ontem, gritou "o imperador voltou", pensei como ficam os caras em campo?
  • Só serve o Adriano?
  • - "Agente se mata aqui, faz 3x0 e a torcida bota na conta do Adriano"?
A torcida empurrou o time, apoiando até certo ponto, porque depois do primeiro gol dos paraguaios, silenciou, faltou incendiar a equipe para ser o 12º jogador e ajudar ao time lá dentro e evitar o pior. Ruim para todo mundo”.

Guilherme de Baere, responde logo após: -“Essa falta de reação da torcida e o fato de ficarem gritando por um cara que não pode jogar pelo Flamengo nesse campeonato mostra como não é apenas o time que tem que aprender a jogar a Libertadores”.

Perfeito, penso o mesmo, logo, logo Rocco Fermo complementa: -“Cansei de ler em vários sites e blogs torcedores do Flamengo (do Rio) criticando e criticando pesado quando o Flamengo joga em Macaé e Volta Redonda, dizendo que os torcedores de la são "estranhos" putz isso me deixa muito irritado. O que se tem visto no Rio então? Torcedores vaiando o time, gritando queremos raça mesmo antes da bola rolar e ontem gritando o nome do Adriano com aquele baboseira de o Imperador voltou...
E agora como fica?”

O que dizer? Para mim ficaram claríssimos três aspectos: o primeiro é que a torcida não sabe jogar uma taça Libertadores, junto com o time, sendo o 12º jogador, diferente do que agente vê fora do país nas competições continentais. No caso do Corinthians, por exemplo, sim o Corinthians, a torcida quando joga em casa, apoia seu time o tempo todo. Podemos dizer que eles estão aprendendo a jogar o jogo. Não acho que precisaremos ir até a Série B para que isso aconteça, não é? Nossa principal característica, a do apoio incondicional, se desmanchou pelo ar, como diria o velho Marx;

Segundo, a torcida da era Zico ficou “mal acostumada” e acha que sempre jogaremos aquele futebol mágico, quando se estalarem os dedos, e o pior, acha ser obrigação jogar aquele “futebol de exceção”, maravilhosamente fantástico, excepcional mesmo! Não adianta ficar esperando nascer 11 Zicos ou Messis, com o trabalho feito no Brasil, mesmo assim a geração que surge agora no Flamengo é boa, mal trabalhada pelas condições presentes hoje no país (retrógradas), mas é boa;

Terceiro e ultimo, muito pior do que a torcida da era Zico é a torcida “internética”, pós era Zico, que reclama de tudo, é mimadinha e, exatamente na hora que o Flamengo precisa dela, no campo, de sua ajuda, fica estática e assiste ao adversário passear, prevendo o desastre e não se movendo para mudar a tragédia que se anunciava. Vou relatar algo sobre o jogo, do estádio: quando o Olímpia fez o segundo gol, a perplexidade era tão grande que um pequeno setor, onde eu estava, começou a cantar para incentivar ao time, mas o silêncio foi tão grande que “abafou” a reação, o silencio nos calou!

O ambiente era de festa, mas tudo começou errado (pelo menos para mim) com os gritos de “o imperador voltou”, antes do inicio do jogo, que inclusive me fez pensar que tinha fechado mesmo (liguei para o meu primo, fora do estádio e ele disse que era chilique da torcida). Sabemos também que existem festinhas com torcedores, sócios e até dirigentes, que pensam em seu próprio bem, NÃO MUITO no Flamengo e talvez por isso, Adriano seja tão importante. Deve se pensar no homem Adriano antes do atleta, já que o homem está doente e precisa de ajuda. O Flamengo vai ajudar a tratar? Não! Por isso sou contra, certamente vai dar algum tipo de problema futuro.

Na coluna do Guilherme, no Buteco no ultimo domingo, comentei:
"Tudo parece caminhar para o vinagre, porque o que está sendo feito é da maneira mais errada possível, mas o trabalho de Carlos Noval e Zico, em sua curta e turbulenta passagem, ironicamente, talvez nos salve. Quem sabe sejamos campeões da Libertadores com uma roubada de bola de Muralha (que veio do Vasco), um cruzamento de Thomas (contratado ao Botafogo), uma cabeçada de Luiz Antônio (100% da casa) e gol de Deivid (que Zico trouxe), num rebote! Quem sabe o destino não possa nos favorecer? Apesar de achar que nada disso acontecerá, continuarei acreditando"!

O “trabalho” da torcida é acreditar sempre, mas sem ser “cordeirinho”. Reclamar, apupar, vaiar, tudo isso faz parte, mas devemos aprender a jogar as competições mais difíceis, todos juntos: o clube, os jogadores, a torcida. Para terminar lembrei algo emblemático, pedaço de um cântico que gosto muito e geralmente empurra o time, mas enunciou a tragédia, simplificou o entendimento sobre o momento de quinta-feira: “nosso time é agente em campo, ganha quem tem mais garra, tem mais coração”. É isso! Nosso time é agente em campo, então vamos para o campo com ele! Por nós, pelo clube e por eles jogadores, ou melhor, com eles!


Somos Flamengo, Vamos Flamengo! 

segunda-feira, 19 de março de 2012

Pode To Be?

Buongiorno, Buteco! Sempre considerei os melhores treinadores aqueles que montam os seus times com o que têm nas mãos, improvisando, armando os esquemas táticos de acordo com as características dos seus jogadores e não tentando violentá-las. É claro que muitas vezes o bom treinador enxerga no jogador características para mudar de posição, mas não é exatamente disso que estou falando. O nosso atual treinador, Joel Santana, faz exatamente o oposto. Não quero com isso dizer que ele é um mau treinador ou incompetente. Longe disso. O seu currículo, disponível na Internet, mostra que ele tem apenas dois títulos conquistados fora do eixo regional, ambos com o Vasco da Gama em 2000; contudo, todos sabemos que o time foi todo montado por Oswaldo de Oliveira (demitido por Eurico Miranda após uma briga) e que Joel Santana pegou o campeonato brasileiro e a Mercosul nas fases decisivas. Quero com isso insinuar que ele é incapaz de levar o Flamengo a conquistas maiores? Longe disso. Prefiro analisar fatos concretos.

O fato, concreto, é que, com Vanderlei Luxemburgo, o Flamengo variava de esquemas táticos. Fato. Essas variações poderiam, em certas ocasiões, demorar a ocorrer ou poderíamos criticar, como de fato criticávamos, a formação tática predileta (não vem ao caso repetir a ladainha), mas é fato que havia variação tática. No Flamengo atual, o mesmo losango de Luxemburgo está presente, e mais: pouco importa se o jogador pode ou não executar aquela função, nela é escalado. Exemplos claros: adianta escalar o Camacho ou o Bottinelli de volante pela esquerda? Aliás, é preciso escalar o time com três volantes contra, por exemplo, o Friburguense?

A falta de variação tática e a escalação de jogadores fora de posição atrapalha a montagem do time e a evolução dos jovens talentos da Gávea. O próprio Joel Santana reconhece que "o momento" do Flamengo é esse. Já é difícil o bastante, sendo desnecessária a "ajuda complicadora" do treinador, disputar duas competições, uma delas sendo a Libertadores da América, com alguns jogadores tendo que começar a complicada transição das categorias de base para o profissional e outros começando a dar sinais de que não serão os jogadores que prometiam. Vamos dar nomes aos bois: se Muralha e Luiz Antônio cada vez mais seguram suas posições no time com segurança e talento, Thomaz dá sinais de que talvez precise de mais tempo e mais oportunidades no Estadual, contra adversários de menor expressão, não sendo o momento de disputar a Libertadores; já Diego Maurício e Negueba desperdiçam as oportunidades e parecem apenas involuir com o tempo, passando a impressão de que suas atenções estão dispersas em outras bandas que não o futebol, enquanto Rafael Galhardo não consegue transmitir a segurança e a firmeza que um jogador profissional exige. E Camacho, mais experiente, voltando de vários empréstimos, dando a impressão de que pode ser bem utilizado como meia, sua real posição, é escalado como volante. Pode to be?

Portanto, o momento é difícil. São muitos talentos, mas em estágios diversos. O cobertor é curto e a solução seguramente não é voltar com as peças velhas e enferrujadas que estagnaram no final do ano passado e início desse ano. Para encontrar a formação e o esquema tático ideais, Joel precisa rever velhos conceitos, ainda que momentaneamente. Será ele capaz de tanta audácia?

Friburguense 0x1 Flamengo

Novamente o losango. As estatísticas da partida, especialmente o número de conclusões apresentado para cada equipe podem sugerir um adversário forte e que o esquema adotado foi o certo. Ledo engano. O que faltou ao Flamengo foi ofensividade. Bottinelli não estava numa tarde inspirada e era o único armador do time. Joel insistiu na formação, contudo, até o final. O problema não era o Friburguense equilibrando o jogo, mas o Flamengo chamando o Friburguense para o jogo com três volantes, sendo um deles o Willians na armação tentando tabelar com os garotos com toquinhos de trivela. Willians, aliás, que, voltando de contusão, parecia mais preocupado em demonstrar que podia jogar bonito ofensivamente do que em dosar o seu fôlego, que acabou em pouco mais de 30 minutos, daí começando a já conhecida sequência de faltas. Depois a conta da bagunça tática e das inúmeras chances de gol do Friburguense serão debitadas nas contas do Muralha e do Luiz Antônio... Pode to be?

Mas o que me impressiona mesmo é a falta de reação de Joel diante de certos sinais dados em campo: não bastasse Willians cansado e começando a baixar o porrete, Diego Maurício demonstrou cabalmente, ainda no primeiro tempo, que deseja fazer uma única coisa no futebol, que é jogar a bola à frente, correr e superar o adversário na velocidade e força física, para depois chutar cruzado em direção ao gol ou cruzar para o companheiro. Não adianta que esperemos dele evolução em qualquer outro aspecto. Ele fará apenas isso no futebol, obsessivamente. Joel o manteve como único atacante, apesar disso, até a entrada de Paulo Sérgio, autor do belo passe para o gol de Kleberson (que entrou muito bem mais uma vez), mesmo com Diego Maurício demonstrando claramente toda a sua falta de jeito e mesmo o seu tédio para jogar como centroavante centralizado. Então, se Thomaz já tem dificuldades em se firmar no profissional, fica mais difícil ainda jogando com menos gente do que deveria no ataque. Não se trata de não enxergar que ele ainda não está pronto, até porque eu acho que é o caso, mas de também reconhecer que as coisas não precisam ser tão complicadas.

Ninguém pode ficar surpreso com a dificuldade do time para marcar o primeiro gol. A velocidade com que os jovens jogam e algumas boas trocas de bola realmente deram a impressão de que o gol poderia sair, mas a realidade é que havia um homem a mais preso como volante e um a menos no setor de criação ou ofensivo e realmente faltava um atacante para jogar ao lado de Diego Maurício. A propósito, o pênalti perdido por Bottinelli, apesar de lamentável, havia sido mal marcado, pois Thomaz tropeçou nas pernas do adversário.

Quanto ao setor defensivo, Júnior César mais uma vez foi burocrático e muito fraco. Magal poderia ter sido testado. Felipe ameaçou se atrapalhar em algumas bolas, mas conseguiu se sair bem.

Adriano

Ingratidão é um dos piores sentimentos que se pode ter. Todo ser humano merece uma segunda chance, pode ser redimir e tentar voltar a ser o que era. Para superarmos vícios e voltarmos a ser sãos de corpo e alma, contudo, precisamos RENUNCIAR ao que nos deixa doentes e viciados.

Adriano por acaso demonstra alguma inclinação para uma nova vida, de renúncias e sacrifícios, longe do que o deixou no estado em que se encontra atualmente?

Nada mais tenho a dizer a respeito do assunto.

Bom dia e SRN a todos.