quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Calúnia do Rúbio Negrão

Antes da traulitada do Flamengo no Botafogo da quarta-feira retrasada, como que prevendo a classificação do Mais Querido do Mundo (by Conmebol) para as semifinais da Copa do Brasil, Mauro Neves, o @FlanaticoRN10, batia um papo apaixonado e muito ilustrativo com a Leila do Fla, a @Unabomber_Fem no Buteco do Flamengo. Falavam, ou melhor, escreviam sobre um tema que, para muitos, parece esgotado, mas que para mim (e, aparentemente, também para os nossos dois protagonistas) ainda pode render muita encheção de linguiça para estas enganations que publico semanalmente.

Escrevia o Mauro: “Respeito muito quem defenda os pontos corridos, nem quero entrar na discussão no momento, mas o clima de um jogo mata-mata nem se compara com um jogo importante dos pontos corridos... Mata-mata é pra quem tem coração forte, só os fortes aguentam. Pontos corridos é aquela lenga-lenga, com algumas e poucas emoções.”

Ao que a Leila ratificou na bucha: “Não dá pra comparar, Mauro! Adoro mata-mata, é matar ou morrer, o jogador tem que deixar tudo em campo, dar 110%... Um campeonato que não tem final... gosto não... futebol é emoção!”

Mauro: “E o pior é que um dos argumentos dos defensores dos pontos corridos é a tal da justiça. Confesso que não consigo entender. O futebol só é maravilhoso por não ter justiça alguma, não é pra ser justo, e sim pra causar surpresas.”

Leila: “Exatamente, Mauro! Penso igual.”

Sejemos cinseros e analfabéticos: eu não citei as opiniões dos meus queridos parceiros só pra ocupar o espaço da Calúnia sem fazer esforço. Citei-as porque se trata de um tema pulsante, uma vez que neste momento o Flamengo disputa duas competições de critérios diferentes: uma delas, a chata, em que nada mais almejamos, o sistema é o de pontos corridos, enquanto a outra, a legal, em que temos chances reais de título e de vaga na Libertadores, adota o mata-mata.

Cenão vejemos e erremos: de que justiça, afinal, se fala quando se defende o sistema de pontos corridos? Seria da justiça coerente ministrada pelo STJD? Da justiça criteriosa dos árbitros? Da justiça cruenta do gol da derrota tomado aos 51 minutos do segundo tempo? Da justiça canalha de não zerar os cartões amarelos dos jogadores que já disputavam a Copa do Brasil ao introduzir novas equipes no certame? Ou da justiça conivente dos efeitos suspensivos? 

Ora, o futebol não é justo, da mesma forma que a vida não é justa. Não é justa a FIFA, a CBF, o STJD, o IPTU, o DPVAT, o ICMS, a CPMF, o IPVA, a PQP! A própria JUSTIÇA não é justa!

A F1 seria justa, quando um motorista dirige um motor Renault, e outro, um Cosworth? O atletismo seria justo, quando um saltador usa uma vara PacerFX, e outro, uma Seedorf29? Então por que justo o futebol devia ser?

O esporte em geral, e o futebol em particular, estão repletos de circunstâncias, conjunturas e contextos: um atleta é mais capaz ou tem mais sorte ou está num dia melhor ou defende uma equipe mais forte que o outro. Da mesma forma, o sistema de disputa de uma competição nada mais é do que outra circunstância, conjuntura e contexto, que antes de ser justo ou injusto, é apenas e tão somente circunstancial, conjuntural e contextual. 

Meus leais detratores: no esporte, como na vida, nem sempre os contendores têm direito às mesmas armas.

De modo que sou, pelo menos até que algum detrator aniquile meus argumentos num rápido comentário, totalmente a favor do mata-mata, até porque quando um time sai da disputa pelo título, ele simplemente vaza da bagaça, sem ficar assombrando torcidas e adversários até o fim do campeonato.


Duplex Toc Zen

1 - Só pra não perder o hábito: Chamem o Mano Menezes do que quiserem, menos de Capitão, porque capitão é o último a abandonar o navio.

2 - E parem de encher meu saco! Já disse que time grande não cai, pô!: Podem checar nos anais do futebol mundial pra ser se algum time grande já caiu!

3 - Cravo seco que nas semifinais da Copa do Brasil prevalecerão os clubes de vermelho e preto, e vou além: O campeão também será rubro-negro.

4 - E o Vasco realizou um velho sonho, e finalmente conseguiu compartilhar do nosso status de DCF: Só que o cê deles é de “cair”.

5 - Caio Jr. no Fluminense e Adilson Batista no Vasco: Aí já não é mais tentar se salvar da Série B, mas planejá-la com muita antecedência. 

6 - Aliás, sempre achei o Vasco muito estranho: Onde já se viu um time português não ter bigode grosso?


7 - Vai entender vascaíno...: Os caras elegem Dinamite, e depois reclamam de que o time é que é uma bomba. #TrocadalhoDoCarilho

8 - Já que o Vasco não consegue mais o segundo...: O jeito é conseguir a segunda mesmo.

9 - Informação de segunda, digo, primeira mão: No fim do ano, o Vasco deixará de ser o Gigante da Colina, e passará a ser o Gigante da Marquise.

40.000.000 - Amigo vascaíno, fica sussa porque cair é do jogo: O problema é que ser sacaneado por dezenas de milhões de rubro-negros não é.

11 - Moralização do futebol: Com a febre de quitações de débitos que se alastrou pelos clubes, parece que o Fluminense finalmente decidiu pagar sua Série B.


12 - O jovem vascaíno pode estar sendo muito zoado pelos colegas na escola, mas pelo menos terá uma vantagem: Vai ficar fera em matemática.

13 - E a torcida vascaína se prepara pra heroica arrancada final: O Portuga aqui do boteco, por exemplo, já arrancou todos os cabelos do lado esquerdo da cabeça.

14 - E antes que eu me esqueça: Entre os excelentes Walter e Paulinho, prefiro o rubro-negro, que está em forma.

15 - Twitter Cassetadas da semana (em tempo real só em @rubionegrao)

A única coisa grande no Botafogo é do Seedorf. @thierry_fla Há 16 anos o botafogo não vai pra libertadores. O botafogo é "time grande"?

Se o real Madrid oferecer o CR7 pelo Paulinho, no pau a pau, NÃO TROCO!

O Alexandre é Pato, mas o Hernane é quem manda o bico.

Não tô perseguindo o Cazedú, não. "Cazumbi" EXISTE! "Cazumbi": substantivo masculino. alma do outro mundo; espírito, fantasma, zumbi

Verdade que tem botafoguense tentando minorar A PORRADA NA CARA que levaram ontem citando CARIOCÃO?

Já tô querendo pegar o Goiás nas semis, porque pra tomar 3 gols do Lixo da Gama tem que ter uma defesa horrorosa.

O Vasco brigou até o último minuto. Brigou com a bola.

Bem que o Dorival chegou a pensar que tinha encontrado um Thalesmã...

"O Vasco acaba de perder R$ 800.000,00 de premiação. A CEDAE vai ter que esperar..." - @lavfilho

Agora só falta o Vasco conseguir se livrar da Série B, porque hoje já conseguiu se livrar de pegar o Mengão numa semifinal.

Sorte do Vasco que Copa do Brasil não tem Série B.

Pô, não dá nem pra um cidadão de bem passar a noite sacaneando Vasco e Botafogo que logo aparece um arcoirense pra encher o saco.

Pô, arcoirenses! Parem de encher meu saco! VÃO VER SE EU TÔ NA SÉRIE B!

Aê, vascaídos: vão ver se eu tô na marquise!

Machucado, Walter ficará de fora do 1º jogo contra o Mengão, mas tá feliz da vida porque adora fazer rodízio com outro jogador.

O Mengão está sempre na vanguarda, e hoje a vanguarda é voltar ao passado, jogando com ponta e centroavante clássicos: Paulinho e Hernane.

Engana-se quem acha que os jogadores do Fla evitam contato com os da Lusa por medo de contusão.
É pros caras não pedirem grana emprestada.

É, a Portuguesa é um time encardido mesmo, a começar pela camisa, que parece ter sido lavada com água sanitária.

Marquise é pros fracos. ‏@marconovanta O vasco caiu da ponte.

Eu sei que é pensar pequeno, mas tô abrindo uma gelada aqui pra comemorar a derrota do Asco Cagama.

A única solução pra salvar o Vasco da degola iminente é o triunvirato Joel Santana - Carlos Alberto Torres - Cuca.

O Vasco ainda tem chances matemáticas de se salvar da degola: se 1+1 deixar de ser 2.

Se hoje é o Dia do Flamenguista, os outros 364 seriam o quê? O Ano do Rubro-Negro?

Pro jogo contra o Flamengo, o Walter não estará 100%. Na melhor das hipóteses, o Goiás terá um Walter 100kg.

Liga não, Dorival: aqueles que te fizeram cair ainda cairão algum dia.

Como o Joel não quer papo, sugiro ao Vasco um treinador ponta firme, macho, e que não corre da raia: Mano Menezes.

O Vasco disputou a Série A com treinador de Série B, e agora periga disputar a Série B com treinador de Série A.

Eu diria que hoje o Vasco é menor até que o Botafogo.

Aê, Felipão: pra CBF ter o Diogo Costa, nem vendendo a Granja Comary.

BOMBA! PAREM AS MARQUISES! "Adilson Batista é apresentado e confia: 'O Vasco vai permanecer'"

Após naturalizar Diego "Costa", o próximo alvo da Espanha deverá Walter "Barriga" e Alex "Cabeção".

Confirmado: Vanderlei Luxemburgo não é mais treinador.
Nem do Fluminense.

Como o Walter não tá conseguindo bater na bola, hoje bateu uma feijoada mesmo.

"Sem roubo não é Flamengo", e com fair play não é Goiás.

Deitamos e rolamos no Goiás.

E nada mais faço.

(Ás do quinta-colunismo esportivo, Rúbio Negrão, vulgo Rubro-Negão Trolhoso, vulgo RNT, é cria dos juniores do blog da Flamengonet, e aceita doações de camisas oficiais novas do Flamengo no tamanho G.)

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Goiás x Flamengo


Copa do Brasil - 2013 - Semifinais - 1º Jogo

Goiás - Renan; Vítor, Ernando, Rodrigo e Willian Matheus; Thiago Mendes, David, Hugo, Roni e Eduardo Sasha; Walter (Júnior Viçosa). Técnico - Enderson Moreira.

FLAMENGO - Paulo Victor; LeonardMoura, ChicãoWallace e JoãPaul(LuiAntonio); Amaral; Elias, André Santos, Paulinho Carlos Eduardo; Hernane. Técnico: Jayme dAlmeida.

Data, Local e Horário: Quarta-feira, 30 de outubro de 2013, as 21:50h (USA ET 19:50h), no Estádio Governo do Estado de Goiás ou "Serra Dourada", em Goiânia/GO.

Arbitragem: Wilson Luiz Seneme (SP), auxiliado por Altemir Hausmann (RS) e Bruno Boschilia (PR).



Hoje, um passo adiante

Fonte: Pluri Consultoria - Stochos

*Que os dirigentes da Federação Goiana e do Goiás façam o que a consciência de cada um mandar, mas o Flamengo jogará em casa, até com o estádio vazio...

A escalação do time titular do Flamengo para jogar contra a Portuguesa, em Fortaleza, gerou muitas discussões no seio da torcida rubro-negra tendo em vista o primeiro jogo pelas semifinais da Copa do Brasil a ser realizado na noite de hoje, no Serra Dourada, com o Goiás;

É lugar-comum dizer que "estratégia boa é aquela bem-sucedida". A essa altura do Campeonato Brasileiro, faltando poucas rodadas para o seu final e com o Flamengo ainda dependente de alguns pontos para dormir tranquilo, creio que a decisão de Jayme de Almeida, que se encontra com um olho no "pardal eletrônico" à beira da estrada e outro no teimoso e veloz ponteiro do velocímetro do carro, se não atingiu plenamente o seu objetivo também não foi um fiasco, mantendo o Flamengo na 11ª posição da tabela e afastando-se da Zona de Rebaixamento mais um degrau, já que o ponto de corte do "buraco negro" se estabilizou nos 33 pontos;

Mas as atenções já estão voltadas para a bola da vez, o perigoso Goiás, que realiza ótima campanha nas duas competições das quais participa, apesar da provável ausência do recém-revelado como um fanfarrão do Centro-Oeste, o artilheiro Valter, o bom senso sinaliza no sentido de que os esmeraldinos tentarão aproveitar o fator "mando de campo" a fim de construir uma zona de conforto para a partida de volta no Maracanã, no próximo dia 06 de novembro, visando administrar uma possível vantagem, se obtida;

Cabe ao velho zaqueiro dos anos 60/70 e atual técnico do Flamengo desarmar mais um ataque adversário, para minimizar os efeitos da arapuca que vem sendo montada a partir do momento em que o Goiás poupou o seu time titular na rodada do Brasileirão no último fim de semana. Pode dar certo ou não, ter sido genial ou bestial. O Botafogo deu descanso a oito titulares no jogo contra o Vasco, mas levou um baile da gente com direito a ser goleado por 4 a 0. De nada e para nada serviu a poupança realizada e que lhe custou dois preciosos pontos na luta que trava pelo G-4;

Jogar no contra-ataque pode ser uma arma mortífera a ser usada pelo Jayme, com Rafinha por um lado e Paulinho pelo outro, alternando os respectivos avanços para favorecer a segunda linha de quatro jogadores, mas não acredito que o nosso treinador será tão ousado, pois deverá permanecer em seu modo conservador, mantendo três volantes e o retorno do Carlos Eduardo na segunda linha do time, e Paulinho e Hernane mais à frente;

Outra medida pode ser a de reativar o espírito vencedor da partida das quartas de finais, na melhor atuação do ano, o que será de suma importância para voltar ao Rio de Janeiro com o caminho pavimentado para a final de mais uma Copa do Brasil cujo troféu conhece os bons caminhos que o levam à casa do Mais-Querido clube do mundo;

E que ele saiba que sempre será bem-vindo.

SRN!


terça-feira, 29 de outubro de 2013

- Política + Administração = Flamengo > ∞

Não sou expert em administração muito menos em política, mas posso dizer que sou interessado no assunto. Em se tratando de Flamengo o interesse cresce, o conhecimento diminui. Muito do que acontece com a imagem do Flamengo no Brasil é decorrente dos bastidores do clube, da política, portanto da administração do mesmo. Não conheço empresa global que preste serviço, que tenha no mesmo lugar, misturado e mal organizado sua administração e o serviço prestado. No Flamengo é assim e o clube deveria se pensar, se aperceber como uma empresa global, uma companhia que “vende esporte, licencia sua marca e presta serviço”. Pouco disso tem aparecido, ocorrido. Se eu estiver completamente enganado, peço desculpas, mesmo me desculpando vejo que trata-se de mais um erro, já que é o que parece.

Penso que não dá para isolar politicamente a administração do clube, mas deveria. Neste processo, a restauração da imagem e do patrimônio do Flamengo deve ser mais profunda e radical, evitando que a política contamine o todo, como acontece desde sempre. Por que não se separa a administração do clube da política do clube social? Alguns dos embates seriam minimizados, o desgaste provocado por eles acabaria, ou no mínimo, seria muito menor. Geralmente a administração está em um local e o serviço é prestado em separado, no caso do clube, não, está no mesmo lugar de forma confusa.

A separação física da administração é uma possível solução para os problemas aparentemente insolúveis e a reforma do Casarão de São Conrado, transformando-a em sede da administração do Flamengo, em “escritório” da “Empresa Clube de Regatas do Flamengo”, viria para catalizar os avanços que já são grandes e perceptíveis a todos. Antes da hipotética obra ficar pronta, o clube deveria investir na estrutura corporativa, isso tem faltado e faz muita diferença. Poder-se-ia alugar um prédio ou salas comerciais para se promover uma estrutura executiva até que a obra seja concluída, tocando a "empresa" com mais tranquilidade.

A crise financeira é grande, e logicamente os investimentos são gradativos, mas eu, reformaria o casarão e tentaria por em funcionamento já para maio de 2014. Dali vai sair o dinheiro para outras áreas, certamente com novas e boas ideias. Seria um contragolpe importante diante do ocorrido na semana passada, com a absolvição das irregularidades da gestão anterior, que tem muito da influência política na administração, ainda. Estas ações seriam respaldadas pela torcida e devem ser rápidas, antes que a massa desacredite da diretoria atual. A bagunça, a confusão relatada por jornalistas e sócios via redes sociais é de envergonhar reuniões dos condomínios mais bagunçados. Talvez venha daí o problema, as pessoas se comportam no clube, como se estivessem em seus condomínios...

Outro aspecto de bastante relevância é a gestão de pessoas, a quantidade de funcionários que o clube possui, a qualidade também, a capacitação. É sabido por todos que os executivos e funcionários, caso não existam nos quadros da Gávea, devem ser bem remunerados e contratados no mercado, para que os processos internos do clube tenham maior eficácia, eficiência e celeridade. Uma das promessas de campanha e uma das obrigações é a profissionalização dos processos, em algumas áreas se vê, outras não. Bom seria transformar o todo de uma vez, romper com a cultura do “eu dou pitaco porque sou sócio”. Que os azuis, como se denominaram e estão convencionados, retirem logo o quadro administrativo de dentro do ambiente político, da Gávea. Os profissionais devem ter recursos e tranquilidade para trabalhar, como ocorreu com o time, desde que foi para o CT.

Para isso, deve-se contratar um presidente, executivos para áreas venais como finanças, administração, Marketing, RH, entre outras e deixar o clube apenas para a política e os serviços. O clube deve apenas ser um prestador de serviço. Assim devemos observar o Fla-Gávea, como enxergamos o Itanhangá, o Piraquê, o Olaria, o Iate Clube, como um clube sócio-desportivo que promove lazer e serviço. Bem prestado! Se o Flamengo gastar com sua folha salarial com executivos e funcionários qualificados R$ 13 MI/ano, estes podem trazer para o clube R$ 200, 300 Milhões, a mais. Isso é investimento descontaminado da política pelega que domina os clubes de futebol no Brasil.

O investimento nestes 90, 100 funcionários, instalados no casarão, com refeitório, tecnologias e todo o suporte necessário, trariam imediatamente organização, além não contaminação da estrutura política e certa imunidade a mudanças políticas e baseadas no humor da gestão, com menos paixão que o futebol provoca e prejudica. As medidas facilitariam aos negócios do clube, na diversificação de receitas como nos grandes europeus, indústria do futebol com o evento todo cuidado pelo clube em todas as áreas: Venda de ingresso, segurança, serviços dentro e fora do estádio, entretenimento, cuidado com o local do jogo, clube social, escolinhas, em todas as áreas. Cuidado com as coisas do clube.

A medida seria um golpe na politicagem rasteira que ainda interfere na condução do Flamengo e no curto prazo seria uma solução. Pode ser considerada radical, mas as grandes decisões devem surgir de cima, como na separação entre e Estado e Governo, os Azuis são o governo, o quadro funcional trabalha pro Estado (isso no Brasil é beeeeem difícil de se definir). Que Bandeira de Melo aja como estadista no “governo azul”, pelo bem da instituição. Por um Flamengo maior do que tudo, menos política, mais administração.


FLAMENGHIEUBIQUE!

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Jayme e a Estratégia

Buongiorno, Buteco! Confesso que esperava uma partida bem dura contra a Portuguesa. O jogo ao qual compareci no primeiro turno do campeonato aqui em Brasília mostrou um adversário pobre tecnicamente, mas que, para compensar essa deficiência, é implacável na marcação, em todos os setores do campo, rápido no contra-ataque e que pressiona por via da marcação até conseguir a posse de bola durante o jogo inteiro, incansavelmente. A combinação dessas características e do fato de disputar apenas uma competição no momento permitiram, em um campeonato de nível técnico baixíssimo, no qual, até quatro rodadas atrás (e estamos na 32ª), a partir do sexto colocado todos os times lutavam para não cair, permitiu à Portuguesa fazer uma das melhores campanhas do segundo turno até aqui, permitindo-lhe inclusive se afastar da ZR. Jogo duro à vista, portanto, e Jayme tinha um dilema a resolver: escalar novamente um time reserva/misto ou os titulares? Na rodada anterior, a estratégia de poupar deu certo na Copa do Brasil, com o time voando em campo e aniquilando brutalmente o Botafogo; porém, não deu certo no Brasileiro, permitindo a aproximação da ZR.

É complicada a função de treinador. Qualquer que fosse a opção tomada, haveria bons argumentos, como também espaço para "descerem a lenha". Desde sábado, aqui no Buteco, houve ótimos debates com excelentes argumentos de ambos os lados. No noticiário da semana, idas e vindas da imprensa a formação que iria a campo. E Jayme tinha que se decidir.

***

Esse time do Flamengo joga melhor na base do abafa e, com Jayme, aprendeu também a jogar em velocidade nos contra-ataques. Ao mesmo tempo, como todos sabem, tem dificuldades para cadenciar o jogo e trabalhar a bola com qualidade no meio de campo. Enfrentando um adversário que marca forte com seus dez jogadores de linha pressionando o tempo inteiro, seria natural que seu jogo não fluísse no toque de bola, que já não é a especialidade do time, especialmente porque, apesar do mando de campo ser da Portuguesa, a partida disputada em Fortaleza trouxe toda a torcida para o lado do Flamengo, o que lhe "obrigou" a tomar a iniciativa da partida. Mas como jogar na base do abafa no calor infernal que fazia em Fortaleza, as 16:00h?

Observem que nada mudaria se o time houvesse sido escalado com reservas: o calor teria sido o mesmo, o abafa teria sido da mesma forma inviável, o Flamengo teria que tomar a iniciativa do jogo, e a Portuguesa não teria dado chances para os contra-ataques. Chegar ao gol na base do toque de bola não seria uma tarefa fácil.

É nesse ponto que pondero aos amig@s o quanto era difícil a posição do Jayme, independentemente do time que escolhesse para entrar em campo. O quadro seria esse, com time titular, misto ou reserva. E o jogo era perigoso. Diante desse quadro, acho que Jayme avaliou os riscos, o que aconteceu na semana anterior e optou por uma solução intermediária: escalou os titulares, mas pediu-lhes que se poupassem durante o jogo, especialmente enquanto o sol e o calor estivessem castigando com mais rigor.

Acertou? Errou? Realmente, os reservas teriam poupado os titulares do desgaste dessa partida; ao mesmo tempo, se optasse por uma escalação como a do domingo anterior, acho que as chances de derrota seriam maiores. E quem poderia prever os resultados da rodada? Colocando-me na posição do Jayme, acho que teria feito algo parecido. Talvez tivesse poupado o Leonardo Moura e provavelmente não teria escalado o Elias tão adiantado. No final das contas, porém, eu concordo com o conterrâneo Jamilton: acho que o time se poupou, até porque foi no final da partida que começou a correr e pressionar o adversário. Acho possível também que a experiência dos jogadores lhes fez dosar as energias e permitirá jogar de forma competitiva contra o Goiás. 

***

Enquanto o calor castigou e a Portuguesa teve fôlego para marcar, o jogo foi bem truncado e difícil para o Flamengo. Houve um pênalti não marcado em Hernane no primeiro tempo, mas a Portuguesa armou os contra-ataques mais perigosos. No início do segundo tempo, a situação piorou e a Portuguesa, além de atacar, bloqueava os contra-ataques do Flamengo. Subitamente, talvez por sentir o cansaço, o fio virou e o Flamengo reagiu. E a partir de então tomou conta do jogo. Logo em seguida Jayme fez duas substituições, com Diego Silva entrando para ajudar Amaral na marcação e Rafinha para tornar o time mais agressivo. Funcionou e a partir daí praticamente só deu Flamengo, com a ressalva de algumas faltas bobas perto da área, numa das quais André Santos também cometeu pênalti, e num contra-ataque no qual Felipe fez grande defesa.

***

Compreendo a estratégia do Jayme, de utilizar um time mais experiente, que por isso tentou como pôde se poupar e cozinhar o jogo em campo; não entendo a demora em fazer substituições e mais uma vez o time deixar o campo sem fazer as três.

Ontem, Jayme poderia inclusive ter utilizado alguns dos titulares apenas no segundo tempo, pois, se a estratégia era cozinhar o jogo enquanto fazia muito calor, alguns titulares não precisariam ter começado o jogo.

A questão é que o nosso treinador parece não só ser avesso a substituições, como ter ojeriza a fazer três delas.

***

Quarta-feira o Flamengo visitará um Goiás consciente de que precisa fazer o placar no Serra Dourada se quiser ter chances de se classificar para a final. Em tese, é um jogo com um perfil totalmente oposto ao de ontem, no qual o Flamengo poderá utilizar uma de suas armas mais eficazes com Jayme de Almeida: o contra-ataque.

Ao mesmo tempo em que confio no time, indago aos estimados amig@s do Buteco que formação escolheriam: com a volta de Carlos Eduardo, passando André Santos para a lateral esquerda? Tirariam Luiz Antonio do time ou simplesmente manteriam a formação de ontem?

Bom dia e SRN a tod@s.

domingo, 27 de outubro de 2013

Portuguesa x Flamengo


Campeonato Brasileiro 2013 - Série A - 31ª Rodada

Portuguesa -  Lauro; Luiz Ricardo, Lima, Valdomiro e Byron; Willian Arão (Correa), Bruno Henrique, Moisés e Souza; Bergson e Gilberto. Técnico - Guto Ferreira.

FLAMENGO - Felipe; LeonardMoura, ChicãoWallace e JoãPaulo; AmaralElias, Paulinho, LuiAntoniAndré Santos; Hernane. Técnico: Jayme dAlmeida.

Data, Local e Horário: Domingo, 27 de outubro de 2013, as 16:00h (USA ET 14:00h), no Estádio Governador Plácido Castelo ou "Castelão", em Fortaleza/CE.

Arbitragem: Anderson Darronco (RS), auxiliado por Márcio Eustáquio Santiago (MG) e Arnaldo Rodrigues de Souza (CE).



Alfarrábios do Melo

O alarido é infernal.

O Maracanã canta, dança e pula seus heróis, inebriado e encantado com o espetáculo de futebol e gols que vai explodindo aos seus olhos. A verdadeira expressão de um massacre técnico, físico, tático e mental, a perfeita subjugação de um rival cuja expressividade somente se traduz em suas esfiapadas camisas, mera caricatura de um passado cada vez mais desbotado.

Cantarele vai dar a saída, aciona um zagueiro. Zico vem buscar jogo, recebe e liga rápido o meio. Gira o corpo e segue. Súbito, a pancada.

Sem bola, fora do lance, o medíocre Perivaldo expõe a frustração de ser um dos protagonistas de um grupo perdedor e decadente e resolve, ares de jagunço, “acabar com a palhaçada”. Com surpreendente precisão e uma competência que jamais demonstrou no trato com a bola, acerta em cheio um bico no tornozelo de Zico. Pelas costas.

Zico cai, desaba. Urra a dor do gigante abatido. Maca. Está fora. O estádio, apreensivo, silencia.

* * *

Flamengo e Botafogo demonstram grande confiança para o clássico que valerá pela Taça Guanabara de 1982. Ambos, além de dividirem o otimismo por um bom resultado, andam se queixando da Federação, que marca o clássico para uma noite de sábado, priorizando o opaco Vasco e Bangu por conta de uma burocrática soma de pontos. E um jogo que poderia ultrapassar facilmente 100 mil pagantes irá se esconder em um horário ingrato.

É a primeira partida após os históricos 6-0 de novembro.

O Flamengo derrama otimismo, confiança e um excesso de autoestima que resvala para a empáfia. O atual campeão da Guanabara, Estadual, Brasileiro, Sul-Americano e Mundial, reunindo, portanto, a posse de TODOS os troféus oficiais nacionais e internacionais em disputa, um feito sem precedentes e jamais igualado no Brasil, divulga com estardalhaço que abriu convênio com uma escola de idiomas, com o objetivo de habilitar seus jogadores a falarem um inglês básico, por conta dos inúmeros compromissos do Flamengo no exterior. E justo na semana do clássico começam as primeiras aulas.

O time inicia a Taça de forma arrasadora, goleando Campo Grande (5-2) e Portuguesa (4-0). No entanto, um tropeço em Campos (0-1 Americano) provoca muxoxos, logo calados com uma exibição raivosa contra o Madureira (sonoros 8-0). Nunes, recuperando-se de uma cirurgia no joelho, está fora. Como Carpegiani ainda não confia no recém-contratado Jasson e as tentativas com o jovem Ronaldo e o improvisado Peu não funcionaram, a opção é deslocar Tita para o comando de ataque, trazendo o ponteiro Wilsinho (ex-Vasco, principal reforço para a temporada) ao time. Tita, apesar das ressalvas de sempre, aceita o arranjo sem criar maior caso.

O Botafogo, ao contrário, vive sua eterna luta contra as dificuldades financeiras e a desorganização administrativa que remonta a décadas passadas. Inicia a competição perdendo vários pontos para os pequenos, mas todos sabem que, diante do Flamengo, a motivação é outra. O principal atrativo é a estreia do zagueiro Abel (o Abelão, futuro treinador), contratado ao Cruzeiro. Seu time ainda possui vários remanescentes da temporada anterior, como Paulo Sérgio, Perivaldo, Mendonça, Mirandinha, mas, sem dinheiro, resolve recorrer a suas divisões de base, lançando novatos como Josimar (que, antes de se destacar como lateral atua como meia) e Alemão, e trazendo reforços baratos, como Té, Geraldo e Heraldo. Realista, o treinador Zé Mário (ex-jogador Flamengo, campeão em 74) prevê muita luta contra um adversário “muito superior”, mas mesmo assim acredita em uma vitória na base da empolgação.

Noite de sábado, 70 mil deixam nas bilheterias uma arrecadação sensacional, indicando que, se fosse no domingo, recordes poderiam ter sido quebrados. Inflamadas, as torcidas cantam e invocam suas cores, em um espetáculo sempre emocionante que arrepia os desavisados. Os times entram em campo, sob fumaça, fogos e cânticos.

A disputa irá durar apenas um minuto.

Começa a partida. O Flamengo assume a posse e inicia seu toque de bola traiçoeiro e mortífero. Roda, roda, seus jogadores vão dançando seu revezamento de posições, enquanto parecem trocar passes de forma indolente. Leandro recebe. Vê um espaço e corta em diagonal. Zico entende a ideia do companheiro e se projeta. Cabeça erguida de forma aristocrática, superior, quase sem olhar, Leandro se despede da bola com um leve tapa que descobre o Galinho inteiramente livre, solto, leve e pleno dentro da grande área. Impotente, Paulo Sérgio, em seu resignado movimento de presa, sai do gol para o protocolo. O tiro seco. Rasteiro, no canto. Flamengo 1, Botafogo 0. No primeiro minuto de jogo.

O Maracanã explode em êxtase e já começa a perceber que hoje vai ter surra. De novo.

O gol não altera o plano de jogo do Botafogo, que segue encolhido em seu campo, à espera de contragolpes. Mas o Flamengo está animado, motivado, correndo, girando a bola, abrindo espaços, criando chances, perdendo gols. O segundo parece iminente, várias bolas zunem diante de Paulo Sérgio. Mas, aos vinte minutos, Marinho, que vinha sendo o melhor jogador da defesa, sente uma lesão e sai de campo. Carpegiani ousa e coloca o lateral Antunes, trazendo Leandro para a zaga. O time estranha a alteração, diminui o ritmo e dá campo ao Botafogo, que começa a se soltar e a criar algumas oportunidades com Mirandinha, todas religiosamente desperdiçadas.

Aos poucos, o Flamengo vai retomando o controle, até porque o espevitado Antunes entra bem na partida. Leandro acerta o posicionamento com Mozer e ambos passam a enxotar as investidas botafoguenses com extrema categoria e competência. Andrade, um dos grandes nomes do jogo, vai anulando sem dificuldades os meias Josimar e Mendonça. Na frente, Zico e Adílio vão implodindo o sistema defensivo do adversário. O Flamengo volta a pressionar, perder gols, o primeiro tempo vai chegando ao final. O irrequieto Wilsinho recebe, começa a driblar quem aparece pela frente e, quando percebe, está sozinho, diante de Paulo Sérgio. Em vez de finalizar, tenta mais um drible, mas o goleiro se antecipa e mete-lhe o rapa. Pênalti. Adivinha quem vai bater. O camisa dez da Gávea, tal como nos seis a zero, bate no mesmo canto. Tal como nos seis a zero, o goleiro vai na bola. E tal como nos seis a zero, é gol. 44 minutos, primeiro tempo, Flamengo 2, Botafogo 0.

Intervalo.

O Botafogo retorna com o garoto Osvaldo no lugar do inoperante Josimar. Não adianta. Empurrado pelos gritos da torcida, o Flamengo assume uma posição agressiva, adianta suas linhas e entra pressionando. Quer logo matar o jogo, quebrar a espinha do adversário, não dar chances a qualquer possibilidade de reação. Cria uma, duas, três oportunidades. A massa flamenga sente o gol próximo e engrossa a voz. Andrade cisca pelo meio, encontra Zico e se projeta. O Galinho lança por elevação, a bola parece mais para o zagueiro, mas o botafoguense falha e, na respingada, Adílio entra como uma flecha, fuzilando para marcar mais um gol. Flamengo 3, Botafogo 0.

“Seis, queremos seis”, começa a berrar a enlouquecida torcida do Flamengo.

Os botafogos começam a deixar o estádio, parecem pressentir, atemorizados, que o pesadelo de novembro pode se repetir como em um filme de horror. Mas, ao contrário daquele dia mágico, os jogadores flamengos não parecem obcecados em marcar mais gols. Mantêm o ritmo. Mas a partida está tão fácil que a perspectiva de uma goleada mais robusta é real. A nova zaga do Botafogo não se entende, Abel perde todos os lances e parece nitidamente sem ritmo. A trinca formada por Zico, Adílio e Tita desconcerta e destroi o meio-campo botafoguense. Alguém mais distraído pensaria se tratar, pela cor das camisas, de um jogo contra o Americano ou o Campo Grande, tal a superioridade flamenga. A torcida empurra, pede seis e canta despedidas para os fugitivos botafoguenses.

É quando acontece a pancada.

* * *

A figura de Zico contorcendo-se em dores revolta torcedores, jogadores e comissão técnica do Flamengo, até porque o árbitro José Roberto Wright, talvez preocupado com as irracionais acusações de favorecimento ao Flamengo em jogos recentes, aplica ao agressor um inaceitável cartão amarelo. Os jogadores botafogos veem nisso um incentivo e, assim que o jogo reinicia, o zagueiro Heraldo atinge criminosamente um flamengo, que quase sai do jogo. Wright mal dá a falta.

Inconformados, os jogadores flamengos começam a gritar entre si, “acabou o respeito. Vamos botar na roda.”

E partem para a maior humilhação que uma equipe pode sofrer em um jogo de futebol. Desistem de atacar e começam a girar a bola lentamente, num jogo circense de gato e rato. Trivelas, chilenas, toques de calcanhar, balãozinho, salãozinho e outros folguedos juvenis são aplicados na meia hora final da partida. Para cada botinada, um chapéu, para cada sarrafo, uma caneta. E o olé. Sim, o olé. Porque a massa flamenga entende que o momento não é de gol, é de desmoralizar. E soterra o Botafogo com olés antológicos, que duram inacabáveis minutos. Meia hora na roda, impotente, como um animal mal adestrado que corre a esmo em busca de um inalcançável naco de comida negado pelo seu doutrinador.

A partida, para alívio de um Botafogo cuja dignidade é reduzida aos fragmentos do papel picado e queimado deixado nas arquibancadas por sua torcida em fuga, termina mesmo em 3-0. Ainda irritados, os herois flamengos recebem com satisfação a notícia de que a pancada em Zico não redundou em maiores efeitos, apenas um inchaço, e provavelmente o Galinho estará em campo na quarta, contra o Volta Redonda (como realmente esteve). Júnior, o mais eloquente, enche os microfones, “o Zé (Mário) tem que se mandar daquilo lá, o Botafogo não tem jeito. Foi um dos jogos mais fáceis da temporada, o time deles é muito ruim. Pior que os pequenos.”

As cortinas vão se fechando e, já no silêncio de um vestiário em ocaso, um manquitolante Zico vai ganhando o caminho de casa, expressão ainda crispada de dor. Um garoto encosta, meio sem jeito. Traja preto e branco, estrela solitária no peito. Balbucia alguma coisa e ergue papel e caneta. Zico esquece a dor e atende o garoto com uma assinatura e um sorriso. Cabelos afagados, o menino agradece e sai correndo feliz com seu prêmio, apertando-o contra o pequeno corpo.


Acaba de ganhar um ídolo.




sábado, 26 de outubro de 2013

A São Judas Tadeu e a Jayme de Almeida



Irmãos flamengos,


Na próxima segunda-feira, 28 de outubro de 2013, celebraremos o Dia de São Judas Tadeu, santo dos desesperados e das causas impossíveis, e padroeiro do Clube de Regatas do Flamengo.

Sobre São Judas Tadeu, sabe-se que foi escolhido por Jesus como apóstolo e que tornou-se um mártir, morto em razão de sua fé. A imagem do santo tem o livro, ou seja, a Palavra por ele pregada, e a machadinha, objeto com o qual foi morto.





Mas, por que São Judas Tadeu é o padroeiro do Flamengo?

Quem nos conta essa história, sempre ele, é Mario Filho, em seu livro Histórias do Flamengo.

“Há nove anos que o Flamengo não levantava um campeonato, de futebol, é claro, que era o que interessava mais. O padre Góes (pároco da Igreja de São Judas Tadeu, situada no Cosme Velho, Rio de Janeiro) sofria.

Quando não aguentou mais, foi com Alves de Morais à Casa Grande da Gávea e lá, sem preâmbulo, os jogadores em volta, Fleitas Solich mostrando os dentes de coelho num riso, Gilberto Cardoso sério, como numa igreja, garantiu, em nome de São Judas Tadeu, que o Flamengo ia ser o campeão de 1953.

Só que pedia que os jogadores do Flamengo ajudassem um pouco. Não custava nada ir à uma missa no domingo de manhã, antes de cada jogo. Quando chegou domingo, Gilberto Cardoso, Fleitas Solich, Alves de Morais, de vela na mão, os jogadores todos, até o Dr. Rúbis, se ajoelharam diante do altar de São Judas Tadeu.

Foi tiro e queda: Flamengo campeão.

Isto, evidentemente, irritou os beatos dos outros clubes. Era como se o Flamengo estivesse usando uma força proibida. Ou como se São Judas Tadeu tivesse vindo interferir no campeonato da cidade. Escreveram uma reclamação ao Cardeal Dom Jaime Câmara contra o padre Góes.

Deu em nada.

O Padre Góes podia dizer, como disse, que o Flamengo estava ajudando, como ajudou, muita gente a encontrar o caminho de Deus. 

E para mostrar que quanto mais falassem, pior, o padre Góes garantiu o bicampeonato ao Flamengo. Depois da conquista do bi, assegurou o tri, que veio também. No dia da entrega das faixas, foi para o campo, no Maracanã, receber a sua, como o vigário de São Judas Tadeu. 

E começou a distribuir terços com as cores do Flamengo, as contas, pequeninas, redondinhas, vermelhas e pretas.”

Mario Filho: Histórias do Flamengo.





Como tudo no Flamengo, meus amigos, São Judas Tadeu tornou-se nosso santo padroeiro em decorrência apenas e tão-somente do amor, da paixão avassaladora que o Mengo inspira, a ponto de encorajar um padre a despir-se momentaneamente das formalidades inerentes ao cargo eclesiástico de que estava investido, e interceder junto ao santo para fazer cessar o jejum de títulos do clube.

E o melhor de tudo: São Judas Tadeu sempre acudiu ao nosso Mengão.



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Mas eu não poderia, em absoluto, terminar esta coluna sem antes prestar singela homenagem ao nosso comandante, Jayme de Almeida.

Ainda na esteira da inesquecível vitória de quarta-feira, fiquei muito emocionado com as palavras simples, sinceras e carregadas de emoção ditas pelo Jayme após o jogo.

E que cena mais linda, genuinamente rubro-negra, a imagem dele abraçado ao neto, que, chorando copiosamente, foi dar seu carinho e parabenizar o avô pela vitória.

Só não podemos achar que tudo é uma maravilha e desconcentrar dos objetivos do time. O Flamengo tem de manter a raça, a vontade e o comprometimento. E o Jayme, com sua sabedoria e experiência, já disse que sua maior preocupação é manter a equipe focada.

Que assim seja.


“Com a torcida junto, (o Flamengo) é difícil de ser batido. Minha formação foi aqui e conheço bem o clube. É assim, respeitamos todo mundo, mas não tememos ninguém. É preciso ter tranquilidade para não dizer que está tudo perfeito. É algo que preocupa, mas estou muito feliz pelo jogo, pelo que o time se propôs a fazer e fez com dignidade, luta e amor. A torcida e o time me emocionaram.






Abraços, bom fim de semana e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Consistente


E o Flamengo segue, segundo as palavras de seu treinador, respeitando todos os adversários mas sem temer nenhum. Depois de passarmos a maior parte do ano nos preocupando com as oscilações constantes do time, é uma sensação muito boa poder ir ao jogo sabendo o que esperar do Flamengo.

Na verdade, não existe realmente nenhum motivo para temer qualquer dos outros times que ainda vamos enfrentar, incluindo aí o virtual campeão Cruzeiro. O Flamengo está longe de ser a melhor equipe brasileira, mas joga hoje de maneira bastante consistente e consciente de suas limitações. Ao contrário do início do campeonato, temos agora um time base e uma proposta clara de jogo. Jogamos num campo que conhecemos e nosso time conta com um poderoso apoio da torcida, que cresce a cada jogo, especialmente nas decisões.

Chegou a ser engraçado ver alguns comentaristas que aparentavam estar surpresos com a dificuldade que o Flamengo, em casa, impôs a adversários teoricamente superiores. Talvez tenham ficado desacostumados com a falta de clima do estádio de atletismo do Engenho de Dentro e se esquecido da pressão infernal que somente a Magnética é capaz de fazer. Botafogo e Cruzeiro tiveram o desprazer de serem os primeiros a serem lembrados da força do Flamengo jogando partidas decisivas no Maracanã. Certamente, nossos próximos adversários tomarão mais cuidado do que os dois primeiros. É provável inclusive que peças-chave do nosso time, especialmente Paulinho e Elias, recebam cuidados especiais, dobras na marcação, etc. Quem diria hein?

Os dois citados vivem momentos distintos no time. Enquanto Elias vem tendo atuações sem grande destaque, Paulinho vem sendo o motor do time, atacando bem nas duas laterais com dribles,  velocidade e boas jogadas. Seu ponto fraco realmente é a conclusão e não consigo não lamentar a cada chute torto dele, a falta de um profissional específico no Flamengo para treinar fundamentos, separadamente, com programas dedicados e específicos para cada jogador do time. Certamente, em casos semelhantes, poderíamos lapidar um jogador como ele, trazendo ganhos significativos para o time.

Quanto ao Elias, não sei dizer se a situação extra-campo, com a indefinição de seu destino na próxima temporada está tendo alguma influência na sua queda de desempenho. É possível que tenha relação também com desgaste físico ou mesmo com sua mudança de posicionamento no campo, tendo sido sacrificado para a entrada do Luiz Antônio no time. Não acho que o Jayme vai ter muito tempo para treinar alguma solução para isso mas penso que a versatilidade do nosso camisa 8 vai ser fundamental para os momentos decisivos da Copa do Brasil.

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Seria tremendamente injusto não mencionar a soberba atuação do Leonardo Moura, especialmente por ter criticado bastante a renovação de seu contrato no início do ano. Se conseguisse atuar naquele nível ao longo de toda a temporada, o moicano seria com certeza o titular da seleção brasileira e nome certo para a Copa do Mundo. Acredito que pudemos ver contra o Botafogo uma de suas melhores atuações na carreira, superando até temporadas em que ele era mais jovem. Ainda assim, acredito que ele não tem condições de ser, como aconteceu esse ano, o único lateral direito do time. É fundamental que seja contratado rapidamente um nome para substitui-lo, até para que a transição seja feita aos poucos e que ele receba todas as homenagens que merece por toda a história que construiu no Flamengo.

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E neste final de semana, devemos voltar nossa atenção novamente para o Campeonato Brasileiro. Enfrentaremos uma partida fundamental para avançar rumo a pontuação que nos dará tranquilidade para direcionarmos 100% dos nossos esforços para a Copa do Brasil. O adversário, em péssima situação financeira, praticamente abriu mão do mando de campo em troca de uma boa cota que lhe permita reduzir os atrasos salariais. O time, que começou o segundo turno dando sinais de reação no campeonato começou a sucumbir aos problemas do clube. Os jogadores revogaram a concentração e somente irão viajar no dia da partida pela manhã. Excelente oportunidade para o Flamengo resolver o jogo sem sustos e de maneira segura.
abraços a todos e SRN!