terça-feira, 29 de outubro de 2013

- Política + Administração = Flamengo > ∞

Não sou expert em administração muito menos em política, mas posso dizer que sou interessado no assunto. Em se tratando de Flamengo o interesse cresce, o conhecimento diminui. Muito do que acontece com a imagem do Flamengo no Brasil é decorrente dos bastidores do clube, da política, portanto da administração do mesmo. Não conheço empresa global que preste serviço, que tenha no mesmo lugar, misturado e mal organizado sua administração e o serviço prestado. No Flamengo é assim e o clube deveria se pensar, se aperceber como uma empresa global, uma companhia que “vende esporte, licencia sua marca e presta serviço”. Pouco disso tem aparecido, ocorrido. Se eu estiver completamente enganado, peço desculpas, mesmo me desculpando vejo que trata-se de mais um erro, já que é o que parece.

Penso que não dá para isolar politicamente a administração do clube, mas deveria. Neste processo, a restauração da imagem e do patrimônio do Flamengo deve ser mais profunda e radical, evitando que a política contamine o todo, como acontece desde sempre. Por que não se separa a administração do clube da política do clube social? Alguns dos embates seriam minimizados, o desgaste provocado por eles acabaria, ou no mínimo, seria muito menor. Geralmente a administração está em um local e o serviço é prestado em separado, no caso do clube, não, está no mesmo lugar de forma confusa.

A separação física da administração é uma possível solução para os problemas aparentemente insolúveis e a reforma do Casarão de São Conrado, transformando-a em sede da administração do Flamengo, em “escritório” da “Empresa Clube de Regatas do Flamengo”, viria para catalizar os avanços que já são grandes e perceptíveis a todos. Antes da hipotética obra ficar pronta, o clube deveria investir na estrutura corporativa, isso tem faltado e faz muita diferença. Poder-se-ia alugar um prédio ou salas comerciais para se promover uma estrutura executiva até que a obra seja concluída, tocando a "empresa" com mais tranquilidade.

A crise financeira é grande, e logicamente os investimentos são gradativos, mas eu, reformaria o casarão e tentaria por em funcionamento já para maio de 2014. Dali vai sair o dinheiro para outras áreas, certamente com novas e boas ideias. Seria um contragolpe importante diante do ocorrido na semana passada, com a absolvição das irregularidades da gestão anterior, que tem muito da influência política na administração, ainda. Estas ações seriam respaldadas pela torcida e devem ser rápidas, antes que a massa desacredite da diretoria atual. A bagunça, a confusão relatada por jornalistas e sócios via redes sociais é de envergonhar reuniões dos condomínios mais bagunçados. Talvez venha daí o problema, as pessoas se comportam no clube, como se estivessem em seus condomínios...

Outro aspecto de bastante relevância é a gestão de pessoas, a quantidade de funcionários que o clube possui, a qualidade também, a capacitação. É sabido por todos que os executivos e funcionários, caso não existam nos quadros da Gávea, devem ser bem remunerados e contratados no mercado, para que os processos internos do clube tenham maior eficácia, eficiência e celeridade. Uma das promessas de campanha e uma das obrigações é a profissionalização dos processos, em algumas áreas se vê, outras não. Bom seria transformar o todo de uma vez, romper com a cultura do “eu dou pitaco porque sou sócio”. Que os azuis, como se denominaram e estão convencionados, retirem logo o quadro administrativo de dentro do ambiente político, da Gávea. Os profissionais devem ter recursos e tranquilidade para trabalhar, como ocorreu com o time, desde que foi para o CT.

Para isso, deve-se contratar um presidente, executivos para áreas venais como finanças, administração, Marketing, RH, entre outras e deixar o clube apenas para a política e os serviços. O clube deve apenas ser um prestador de serviço. Assim devemos observar o Fla-Gávea, como enxergamos o Itanhangá, o Piraquê, o Olaria, o Iate Clube, como um clube sócio-desportivo que promove lazer e serviço. Bem prestado! Se o Flamengo gastar com sua folha salarial com executivos e funcionários qualificados R$ 13 MI/ano, estes podem trazer para o clube R$ 200, 300 Milhões, a mais. Isso é investimento descontaminado da política pelega que domina os clubes de futebol no Brasil.

O investimento nestes 90, 100 funcionários, instalados no casarão, com refeitório, tecnologias e todo o suporte necessário, trariam imediatamente organização, além não contaminação da estrutura política e certa imunidade a mudanças políticas e baseadas no humor da gestão, com menos paixão que o futebol provoca e prejudica. As medidas facilitariam aos negócios do clube, na diversificação de receitas como nos grandes europeus, indústria do futebol com o evento todo cuidado pelo clube em todas as áreas: Venda de ingresso, segurança, serviços dentro e fora do estádio, entretenimento, cuidado com o local do jogo, clube social, escolinhas, em todas as áreas. Cuidado com as coisas do clube.

A medida seria um golpe na politicagem rasteira que ainda interfere na condução do Flamengo e no curto prazo seria uma solução. Pode ser considerada radical, mas as grandes decisões devem surgir de cima, como na separação entre e Estado e Governo, os Azuis são o governo, o quadro funcional trabalha pro Estado (isso no Brasil é beeeeem difícil de se definir). Que Bandeira de Melo aja como estadista no “governo azul”, pelo bem da instituição. Por um Flamengo maior do que tudo, menos política, mais administração.


FLAMENGHIEUBIQUE!