sexta-feira, 31 de agosto de 2018

O que 2018 nos reserva?










Irmãos rubro-negros,



Mais uma decepção, grande decepção.

Eu não tenho vontade e nem ânimo para discorrer sobre a derrota e a eliminação.

E, tal qual nosso amigo, Leandro, a cuja excelente coluna os remeto, não me filio à tese da "eliminação honrosa":


http://www.butecodoflamengo.com/2018/08/eliminacao-honrosa.html?m=1


A proposito, li ontem um texto primoroso, escrito pelo rubro-negro Marcos Almeida e publicado no site da ESPN Brasil: 


http://espnfc.espn.com.br/flamengo/nosso-flamengo/19327-so-luta-ate-o-fim-quem-luta-desde-o-inicio-mais-uma-libertadores-covarde-do-flamengo


Creio que todos aqui já leram este texto, mas vale à pena relê-lo.

Para finalizar, remeto-lhes ao texto que escrevi e foi publicado no dia 10 de agosto:


http://www.butecodoflamengo.com/2018/08/filme-repetido.html?m=1


A despeito da tristeza e indignação com mais uma eliminação, o fato, amigos, é que o Flamengo ainda tem dois títulos a disputar este ano.

Se o clube mergulhar em devaneios e desânimo, aí é certo que a vaca irá para o brejo.

Não adianta ficar de lamúrias. Tem de partir pra cima do Ceará e conquistar os três pontos no domingo.

O Maracanã estará mais uma vez lotado. A torcida do Flamengo é incomparável. É a maior e melhor torcida do mundo. 

É jogo para conquistar a vitória e diminuir a distância para a liderança.


...



Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.


quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Cruzeiro 0 x 1 Flamengo - Ganhou mas não levou

E o Flamengo de Barbieri foi encontrar o bom time do Cruzeiro de Mano Menezes no Mineirão, nas oitavas das finais das Libertadores. Venceu, mas não foi o suficiente sequer para levar para os penaltis, pois o Cruzeiro já havia feito o resultado na fatídica partida no Maracanã nos vencendo, merecidamente diga-se, de 2 x 0.

Barbieri inovou para este jogo. Resolveu escalar Vitinho de início como um falso 9. E realmente cumpriu bem a missão. Foi um falso 9 o tempo inteiro que esteve em campo, jamais se posicionando como centroavante em nenhum momento, o que facilitou a boa zaga do Cruzeiro, com os zagueiros com mais abertura de marcação.

De fato o Dourado é um jogador ruim. Concordo e assino. Mas é, na minha opinião, o único jogador que temos no elenco que atua de forma que um centroavante neste esquema 4-1-4-1 precisa jogar. Isto é, mais fixo na frente, verticalizando as jogadas. Não contem com ele para recuar no meio de campo e reter a bola como Guerrero fazia. A bola não fica nem 3s com ele. Ele é jogador de puxar a marcação de zagueiros, e principalmente, serve muito bem para bolas paradas em bolas levantadas a área. Porque é exímio finalizador ? Não! Porque arrasta zagueiros na marcação a ele, permitindo que outros do elenco estejam desmarcados ou marcados por "não-especialistas". Para mim me parece óbvio e simples. Mas, enfim, o técnico é o Barbieri. E sei que boa parte dos "especialistas das redes sociais" discordam e preferem o Lincoln, que, ao meu ver, atua mais atrás e não serviria a este mono-esquema hoje adotado.

Enfim, com Vitinho de verdadeiro falso-9, e Marlos, o jogador amaldiçoado que não faz gols, o Flamengo entrou em campo precisando ganhar de 2 a 0 do Cruzeiro. Teve uma ótima jogada do Marlos que se livrou de um zagueiro na disputa normal de bola, limpou a bola livre, e o destino veio cumprir a maldição fazendo o soprador de apito marcar uma falta absolutamente inexistente sob a desculpa de "perigo de gol". Mas a rigor no primeiro tempo, embora demonstrando muita vontade em campo, Flamengo não conseguia finalizar ou criar condições de gol. No que devemos também parabenizar o ótimo sistema defensivo do Cruzeiro, com uma marcação de centro e das laterais exemplar, dando até aquela inveja básica, porque não é o que temos no Flamengo do fatídico "pós-Copa" para cá, não por coincidência após a volta de um zagueiro bem lento como titular.

Cruzeiro, com Arrascaeta em partida incrível criou as melhores oportunidades. Diego Alves fez uma partida impecável, junto com Leo Duarte, um zagueiro de ótimo nível que temos. Cruzeiro, a rigor, teve as melhores oportunidades na partida, apesar de nosso volume de jogo que esbarrava sempre no sistema defensivo do Cruzeiro com Dedé mostrando porque foi convocado para seleção brasileira.

Veio o segundo tempo. Barbieri enfim colocou Henrique Dourado. E, não por coincidência, saiu nosso gol em jogada de bola parada. C.Q.D. Flamengo com Everton Ribeiro fazendo um partidaço, Diego em todos os lugares tentando achar espaços, e Paquetá naquele modo de jogar do pós-Copa que não encaixou ainda. Perdendo muitas bolas pelo meio, não fazendo o jogo evoluir rapidamente. Precisam dar um toque no rapaz.

Barbieri então, precisando do resultado, tirou Cuellar e Renê, colocando Lincoln e Geuvânio. Mas o Cruzeiro catimbou o jogo, juiz entrou na dança e não foi suficiente para o Flamengo fazer 2 a 0 e ir para os pênaltis.

O que concluo desta partida? Os adversários já marcaram como o Flamengo joga. O que torna o Flamengo presa fácil de técnicos mais calejados. E técnico calejado é o que invariavelmente não temos quando disputamos a Libertadores. O que explica nossos resultados pífios de times de segunda divisão de, sei lá, Paraguai, nesta competição. Não sei realmente que gestões teremos a partir de 2019 em diante mas deixo aqui um pedido de joelhos se for preciso: Que iniciem a temporada e joguem a Libertadores com técnico experiente, calejado e, principalmente, vencedor. Vão até o inferno se for preciso, trazer este cara para cá, mas tragam. Barbieri é gente boa, pelo que parece, mas mantém zé-ricardices típicas de técnicos em início de carreira. E técnico de ínicio de carreira é como jogador sub20 que chega no profissional. Oscila muito. Barbieri mantém um compromisso com certos jogadores, como os laterais e Rever que está impedindo uma melhora tática e técnica do Flamengo. Precisa rodar o elenco. Se impor em cima dos donos de vestiário. Ele parece ter o conhecimento mas anda vacilando em suas decisões.Enfim, agora com mais tempo de treinamento, já que Flamengo saiu de uma competição, pode ser que ele encontre uma saída para o time, que se perdeu desde a ida (planejada diga-se) do Vinicius Jr.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Cruzeiro x Flamengo


Copa Libertadores da América/2018 - Oitavas de Final - 2º Jogo (Volta)

Cruzeiro: Fábio; Lucas Romero, Dedé, Léo e Egídio; Henrique e Lucas Silva; Robinho, Thiago Neves e De Arrascaeta; Barcos. Técnico: Mano Menezes.

FLAMENGO: Diego Alves; Rodinei, Léo DuarteRéver e Renê; Cuéllar; Everton Ribeiro, Diego, Lucas Paquetá e Vitinho; Henrique Dourado (Marlos Moreno). Técnico: Maurício Barbieri.

Data, Local e Horário: Quarta-feira, 29 de agosto de 2018, as 21:45h (USA ET 20:45h), no Estádio Governador Magalhães Pinto ou "Mineirão", em Belo Horizonte/MG.

Arbitragem: Andrés Cunha, auxiliado por Nicolás Tartan e Mauricio Espinosa (Assistentes 1 e 2) e por Leodan González (Quarto Árbitro), todos da Associação Uruguaia de Futebol. Assessor Internacional: Claudio Puga (ANFP/Chile).



Alfarrábios do Melo


Ataca o Sport.

Bola com o meia pernambucano, que atende pelo curioso nome de Francisco Alex. O rapaz consegue manobrar no meio de quatro contrários e, sem ser incomodado, desfere da intermediária um tiro fraco, rasteiro. O goleiro Bruno se posiciona e já ajeita o corpo para fazer uma defesa que não parece reunir maior dificuldade. Mas a bola, caprichosa, quica momentos antes de se encontrar com o corpo do arqueiro e marotamente o encobre, indo pousar mansamente às redes rubro-negras.

Está empatada a partida. 1-1.

O Flamengo chega à sétima rodada do Campeonato Brasileiro com 16 pontos, dividindo a liderança com Cruzeiro e Grêmio. No entanto, enquanto mineiros e gaúchos jogam em seus estádios recebendo São Paulo e Internacional, respectivamente, o Flamengo vai a Recife enfrentar o Sport. Significa que, provavelmente, apenas uma vitória manterá o rubro-negro na liderança da competição. Sabendo disso, o time adota postura ofensiva e desde o início da partida faz um jogo franco. Após uma primeira etapa com várias oportunidades desperdiçadas por ambas as equipes, o placar finalmente é aberto aos 9’ do segundo tempo, quando Obina aproveita um cruzamento de Juan e escora para o gol. A vantagem faz bem para o Flamengo, que mantém a partida sob controle, buscando fustigar o adversário em busca do segundo e definitivo tento, que acaba por não surgir. E então, como que para castigar a falta de eficiência dos cariocas, surge, num lance fortuito, o gol de empate dos pernambucanos.

O estádio incendeia, incandescente. Enlouquecidos com o empate, os da casa se atiram em insana fúria, procurando a catártica virada. Instantes após o gol, o experiente Leandro Machado tem a chance do segundo tento, mas erra uma cabeçada às portas da meta de Bruno. Logo a seguir, mais um arremate perigoso. A Ilha do Retiro está em chamas e os pernambucanos, em transe. Preocupado, o treinador do Flamengo vê-se roçando a ríspida superfície do fracasso. Já está convencido de que precisa agir, diante do naufrágio iminente. Em que pese sua inexperiência e certa falta de traquejo ao lidar com determinadas circunstâncias inerentes à rotina de um clube de tamanho porte (o que, meses mais tarde, cobrará seu preço), tem a seu favor a impetuosidade e a inquietude típicas dos jovens. E, mais do que o temor do revés, arde-lhe o incômodo, o inconformismo, a falta de capacidade em aceitar passivamente uma derrota que há poucos minutos caminhava para uma vitória razoavelmente tranquila. E, por conseguinte, a perda da liderança.

Não interessa que o Sport está há 22 jogos invicto na Ilha do Retiro.

Não interessa que o Sport acaba de ganhar a Copa do Brasil, o maior título de sua história (único de âmbito nacional).

Não interessa que o Estádio está lotado com quase 30 mil almas berrando por seu time.

Não interessa que o gramado encontra-se literalmente um pasto, mais adequado para a prática de vaquejada ou outros folguedos rurais.

Não interessa que o adversário, em busca de uma rivalidade artificialmente criada, sempre tenta crescer quando enfrenta o Flamengo


Não interessa… Não interessa… Não interessa.

O treinador trabalha no Flamengo. Sua obrigação é entregar o Flamengo na liderança. Na ponta. Na vanguarda. Sempre e sempre. Vencer, vencer, vencer. Está no hino.

Manda o meia-atacante Maxi Biancucchi aquecer. Sai o volante Cristian.

O Flamengo vai para os minutos finais com apenas um volante de contenção, três meias e dois atacantes.

A entrada de Maxi, argentino atarracado e abusado, embora limitado tecnicamente, transforma o panorama do jogo. O Flamengo passa a protagonizar as ações da partida. A reter a bola. A propor e a impor. Porque a mensagem transmitida por seu banco de reservas, por seu comando, por sua liderança, é clara. O empate, independente das circunstâncias, não é aceitável. O Sport está invicto em casa? É porque não enfrentou o Flamengo. O Sport tem um bom time? O do Flamengo é melhor. O estádio está lotado? O Flamengo está acostumado, talhado para os grandes eventos. O gramado não presta? É obrigação vencer, assim mesmo. Porque, quando se busca a glória, a vitória, o triunfo, o protagonismo, o topo, não há obstáculos, não há subterfúgios, não há fatores a se consumarem em um futuro que nunca chega. Os acomodados, os dotados de bovina resignação rendem-se às circunstâncias imersos na expectativa de um eterno porvir. Os inquietos vão lá e resolvem. Em vez de praguejar contra o frio, deitam na varanda.

Restam oito segundos para o término do tempo. O Flamengo perambula pela intermediária adversária. Kleberson enxerga a projeção de Juan e acerta passe açucarado. O Marrentinho avança e cruza rasteiro para Obina, novamente Obina, o picaresco Anjo Negro da Gávea que, ao melhor estilo de Eto’O, ou talvez de Obina mesmo, dá um jeito de acertar uma letra e vencer a meta defendida por Magrão. O Flamengo faz 2-1. Congelada, a Ilha do Retiro se recolhe a um subjugado silêncio. Assim como é. Assim como tem que ser.

Como é natural, os flamengos comemoram a vitória arrancada no terreno hostil. É inebriante exercer a imposição. Abater a presa. Deleitar-se com o prêmio que logo se revela, já que os adversários tropeçam com empates “normais” em seus jogos e ficam pra trás. A ousadia do treinador é premiada. Com a vitória, o Flamengo é o líder absoluto e isolado do Brasileiro.

Dizem que a bola pune. Mas ela também gosta de dar carinho.

Aos que merecem.


terça-feira, 28 de agosto de 2018

"Eliminação Honrosa"

Olá Buteco, bom dia!

E o nosso Flamengo aprontou outras de suas famosas "flamengadas". Com um time infinitamente melhor que o do América Mineiro, deu tudo errado: primeiro, conseguimos tomar contrataque ganhando o jogo, o que rendeu a expulsão do Cuellar. 

Depois, ainda tivemos duas oportunidades claras de gol, ambas desperdiçadas, alterações equivocadas, trazendo o América para cima e, mesmo com três zagueiros na equipe, não apareceu um para marcar o rebote da falta. 

Enfim, mais dois pontos perdidos de bobeira, na corrida pelo campeonato brasileiro. Impossível para nós mantermos duas semanas de tranquilidade, estamos sempre à beira da crise, equilibrando-nos em uma corda, de bicicleta e sem rede de proteção.

***

É justo que uma boa parte da torcida esteja descrente quanto à classificação no jogo de amanhã. Com essa oscilação que vem desde a volta da Copa, além da desvantagem de buscar dois gols na casa de um bom adversário, a vaga é apenas uma miragem.

Na nossa história recente na Libertadores, me recordo de duas eliminatórias em que precisamos buscar o resultado, depois de um horroroso primeiro jogo. No fim, apenas a tal "Eliminação Honrosa".



O futebol é cheio de clichês e a máquina tem que continuar a funcionar, haja o que houver. Um dos que mais abomino é a "eliminação honrosa", pelo alto teor de hipocrisia embutida nela.

Senão, vejamos: em 2007, classificamos em 2° lugar geral e pegamos o 15°, o inexpressivo Defensor do Uruguai. Na primeira partida, outra flamengada, time entra avoado e sai de campo com um 3x0 no lombo. No jogo da volta, apenas 2x0 e eliminação precoce da competição.

Na saída, jogadores e dirigentes colocam a culpa no juiz (que foi horroroso mesmo, a bem da História), no azar e dizem que a classificação fora "perdida no primeiro jogo". O time sai aplaudido, gerando a impressão que fez tudo o que poderia e a péssima apresentação da primeira partida é esquecida. 

Em 2010, cenário parecido com o que encontraremos amanhã: após eliminarmos o Corinthians em São Paulo, o time entra desligado contra a Universidad do Chile no Maracanã e, em menos de 30 minutos de jogo, já perde por 2x0. No final, o placar de 3x2 para eles ficou barato.

Na volta, vitória nossa de 2x1 e outra "eliminação honrosa": o Flamengo tinha  brios, e a desclassificação era um mero acidente, causado por um "apagão" no jogo de ida...

Naturalmente, não quero dizer que tomar uma goleada amanhã será melhor que ganhar de 2x1. O ponto é que as  tais "eliminações honrosas" mascaram os problemas do clube, dando a falsa impressão de que está tudo no caminho certo, que faltam apenas "detalhes" para ser campeão. Não faltam.

Vamos esquecer o primeiro triênio, onde o compromisso era a reestruturação financeira do clube e focar apenas neste segundo mandato: em 2016 o Brasileiro escapou no final e em 2017 foram dois vices-campeonatos. Para este ano, não há mais nada a esperar além da conquista de um título relevante. Os expoentes do Flamengo neste último triênio são dois: Guerrero e Diego. O primeiro já disse adeus sem deixar saudades e o segundo, se não ganhar nada este ano, fatalmente ficará marcado como parte de uma geração perdedora.

Se for para colocar a culpa de uma provável eliminação no jogo de ida, então que se coloque o time reserva e mantenha-se o foco no campeonato brasileiro (e na Copa do Brasil). 

Agora, se jogadores e comissão técnica estiverem realmente dispostos a encarnaram o verdadeiro espírito Flamengo, só resta uma coisa: trazer a vaga no vôo de volta, ao invés de desculpas.

Saudações Rubro-Negras!

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Diferentes Flamengos

Salve, Buteco! E aí? O Flamengo se poupou ou estava exausto na tarde de ontem? Qual dos diferentes Flamengos que temos visto ultimamente entrou em campo no Independência? Assim como o Atlético/PR na Arena da Baixada e o Cruzeiro no Maracanã, na partida de ida pelas oitavas-de-final da Libertadores, o América/MG tentou explorar um início sonolento do Mais Querido, exercendo alguma pressão sobre o nosso sistema defensivo. Achei curioso como tudo se desenrolou. No meio dessa pressão, o time encaixou uma boa jogada de contra-ataque, na qual Renê, em um cruzamento "invertido" ou "de trás pra frente", com o pé trocado, colocou com muita felicidade achou o nosso melhor jogador na partida, o baixinho Everton Ribeiro, que abriu o placar com um surpreendente cabeceio. Mas minha felicidade não durou muito. Quando o time dava a impressão que iria se assentar dentro de campo e controlar o jogo no toque de bola, o América empatou também com uma jogada de bola aérea, iniciada quando Renê não conseguiu acompanhar o lance, permitindo o cruzamento, e Léo Duarte, irreconhecível, deixou que Rafael Moura ampliasse o seu "currículo" contra o Flamengo, levando vantagem no jogo aéreo e cabeceando em suas costas.

A partir de então a iniciativa passou a ser rubro-negra e em poucos minutos ficou bem claro para mim que a diferença técnica entre os dois times é abissal, absurda. A certa altura do segundo tempo, apareceu em uma estatística mostrada na transmissão da Rede Globo que o América liderava em desarmes por assombrosos 17x1, e mesmo assim o apático Flamengo, seguindo o padrão das Arenas do Grêmio e da Baixada, e com postura oposta ao do time que bateu o Grêmio no Maracanã no jogo de volta pelas quartas-de-final da Copa do Brasil, tinha a iniciativa da partida. Foi assim que retomou a frente do placar com nova jogada do encapetado Everton Ribeiro, o qual, destoando de seus companheiros, jogava bem e em grande jogada individual cruzou na cabeça de Lucas Paquetá, até então irreconhecível, mas que, em seu único acerto na partida, deixou novamente o Flamengo à frente, cabeceando após se infiltrar com sucesso no miolo de zaga mineiro.

Quando o jogo parecia estar totalmente sob controle, um dos nossos principais jogadores de linha no setor defensivo, Cuéllar, tomou a decisão errada em um lance de contra-ataque, cometeu a falta no último homem e recebeu o cartão vermelho. Estou acostumado, em lances semelhantes ou até mais ostensivos, a ver a maioria dos árbitros aplicar o cartão amarelo. Porém, como sabemos, o Mais Querido não tem colher de chá (vide o pênalti não marcado em Dourado). Com dez em campo, passou a ter dificuldades para continuar a controlar o jogo à base da posse de bola. Sofrendo grande pressão, cedeu o empate quando outro pilar do nosso sistema defensivo, Léo Duarte, falhou mais uma vez ao chegar atrasado em um lance no qual normalmente desarmaria o atacante adversário sem dificuldades, cometendo a falta que resultou no segundo gol americano.

Dois ou três contra-ataques perdidos com Everton Ribeiro, Paquetá e Rodinei poderiam ter resultado no terceiro gol, mas pareceu faltar pernas ao time. Aliás, outros jogadores estiveram muito abaixo do que podem render, casos de Vitinho e Lucas Paquetá, no mínimo displicentes em vários lances. Dourado, ao contrário, foi o batalhador de sempre, assim como sua gigantesca limitação técnica. O cenário, contudo, não era de difícil previsão, o que torna inevitável questionar se Barbieri tem segurança para escalar fora do onze titular. As substituições de ontem também não animaram. Lembraram muito o fatídico jogo no Gasômetro contra o San Lorenzo, pela Libertadores/2017, e as desastrosas substituições de Zé Ricardo, convidando o adversário para virar o placar, o que ontem não aconteceu por questão de detalhes. 

E ainda bem que não aconteceu. Se o torcedor do Flamengo já não merecia ser castigado pela "Lei do Ex" com um gol de Gérson Magrão, que dirá outra virada com o estagiário enchendo o time de volantes e zagueiros...

***

A palavra está com vocês para que digam qual Flamengo entrará em campo quarta-feira, contra o Cruzeiro, no Mineirão: o titular ou o misto? O desgastado, o avoado ou o batalhador?

Bom dia e SRN a tod@s.

domingo, 26 de agosto de 2018

América/MG x Flamengo


Campeonato Brasileiro/2018 - Série A - 21ª Rodada

América/MG: João Ricardo; Aderlan, Paulão, Matheus Ferraz e Carlinhos; Leandro Donizete, Juninho e Wesley; Marquinhos, Rafael Moura e Giovanni. Técnico: Adilson Batista.

FLAMENGO: Diego Alves; Rodinei, Réver, Léo Duarte Renê; Cuéllar; Everton Ribeiro, Diego, Lucas Paquetá e Vitinho; Henrique Dourado. Técnico: Maurício Barbieri.

Data, Local e Horário: Domingo, 26 de Agosto de 2018, as 16:00h (USA ET 15:00h), no Estádio Raimundo Sampaio ou "Independência", em Belo Horizonte/MG.

Arbitragem: Jean Pierre Gonçalves Lima, auxiliado pelos Assistentes 1 e 2 Leirson Peng Martins e Lúcio Beiersdorf Flor, além do Quarto Árbitro André da Silva Bittencourt e dos Assistentes Adicionais 1 e 2 Vinicius Gomes do Amaral e Jonathan Benkenstein Pinheiro, todos da Federação Gaúcha de Futebol.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Avante Mengão!








Irmãos rubro-negros,



Mengão venceu? Então está ótimo.

Quero curtir a vitória. E sonhar com uma bela sequência delas.

Flamengo precisa de regularidade e constância quanto aos resultados.

Tá sempre na montanha russa. Não consegue emendar uma sequência forte de êxitos.

E fica a impressão de que estamos sempre à beira de uma crise. 

É vero que no Flamengo tudo é sofrido. Flamengo é emoção. Sofrimento. Mas há que se buscar a emoção com o título no final.

Vamos seguir na fé. Máxima fé e esperança.


...



Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.


quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Flamengo x Vitória


Campeonato Brasileiro/2018 - Série A - 20ª Rodada

FLAMENGO: Diego Alves; Rodinei, Réver, Léo Duarte Renê; Cuéllar; Everton Ribeiro, Diego, Lucas Paquetá e Vitinho; Henrique Dourado. Técnico: Maurício Barbieri.

Vitória: Ronaldo; Jeferson, Ruan Renato, Aderllan e Benítez; Arouca, Ramon, Rodrigo Andrade, Yago e Neilton; André Lima. Técnico: Paulo César Carpegiani.

Data, Local e Horário: Quinta-feira, 23 de Agosto de 2018, as 19:30h (USA ET 18:30h), no Estádio Mário Filho ou "Maracanã", no Rio de Janeiro/RJ.

Arbitragem: Wilson Pereira Sampaio (FIFA/GO), auxiliado pelos Assistentes 1 e 2 Fabrício Vilarinho da Silva (FIFA/GO) e Bruno Boschilia (FIFA/PR), além do Quarto Árbitro Marcos Soares Maciel e dos Assistentes Adicionais 1 e 2 Breno Vieira Souza e André Luiz de Freitas Castro, da Federação Goiana de Futebol.

O dia da vitória necessária

Flamengo está em curva descendente no campeonato brasileiro. Coincidiu com o período Pós-Copa e com a saída do insubstituível Vinicius Jr. Outros times então passaram o Flamengo. São Paulo e Internacional. Jogam hoje um futebol melhor em que pese eventuais tropeços como o que o São Paulo teve ontem e Internacional quase teve no jogo retrasado, quando marcou o gol da vitória no fim do jogo.

Mas a sorte geralmente acompanha os competentes. E o momento é deles. Flamengo, em várias frentes de campanha, aparentemente preferiu "relaxar" no campeonato brasileiro para se dedicar a Copa do Brasil e a Libertadores. Quanto a Libertadores uma partida péssima realizada contra o Cruzeiro resultou em uma derrota de 2 a 0 em pleno Maracanã. O que obriga o Flamengo a fazer o mesmo resultado para ir a penaltis e ainda assim, enfrentar o goleiro Fábio deles em fase gloriosa, a qual mais uma vez foi injustiçado pela não-convocação à seleção brasileira, preterido pelo goleiro de sub20 Hugo do Flamengo. Naqueles critérios bizarros do técnico queridinho da mídia paulista e nacional.

É possível o Flamengo reverter? É. Tem elenco. Mas o técnico Barbieri  ainda não conseguiu fazer o time render sem que qualquer um dos jogadores de seu tripé de meio de campo jogue, Diego, Everton Ribeiro e Paquetá. Parece fórmula química. Se um dos componentes não entra, então não há produto químico desejado.

Barbieri então precisa adotar táticas alternativas que possam suprir a ausência de um dos tres em campo. Não necessariamente mexendo no posicionamento dos mesmos como adora fazer e não dá certo. Enfim, para isto que ele é pago. E lembrando que o próprio Grêmio demorou a engrenar com seu time misto, perdendo várias em sequencia e só agora o fazendo produzir um futebol competitivo.

Inter e São Paulo não precisam resguardar elenco.

Mas agora é jogo contra o Vitória cá. Para manter suas pretensões de título para o campeonato brasileiro tem que vencer o Vitória. O jogo é aqui. É encarar a partida como decisão. Porque se deixar os times da ponta distanciarem ferrou. Vai ser mais uma "comemoração" melancólica por conseguir vaga para Libertadores ao final, se conseguir.





quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Alfarrábios do Melo



01 de abril de 1983 – O Fluminense vive uma das mais graves crises de sua história. Gravemente endividado, é incapaz de manter em dia os salários dos jogadores de seu elenco. No início do ano, vê-se forçado a negociar seu melhor jogador, o ponta-direita Robertinho (que anda sendo convocado para a Seleção) ao Flamengo. O clube acaba de ser eliminado da Segunda Fase do Brasileiro, não conseguindo se impor em uma chave que ainda reúne Náutico, Goiás e Rio Negro. Desesperado em busca de alguma fonte extra de recursos, cede o gramado do histórico Estádio das Laranjeiras (que sofre com a falta de manutenção) ao Circo Garcia, tornando-se motivo de chacota. A situação é tão séria que a Revista Placar lança a campanha “SOS Flu”, buscando chamar associados e torcedores a discutir a situação do clube. Há quem defenda o fechamento do Departamento de Futebol. Tem início uma mobilização institucional buscando evitar o pior.

1 ANO, 1 MÊS E 26 DIAS DEPOIS

27 de maio de 1984 – O Fluminense segura o empate em 0-0 com o Vasco e, diante de 128 mil pagantes, conquista o Campeonato Brasileiro. É o coroamento de uma campanha brilhante, em que o clube venceu 15 das 26 partidas disputadas. O tricolor das Laranjeiras é considerado, de forma quase unânime, a melhor equipe do País, com jogadores como Romerito, Paulo Vítor, Ricardo Gomes, Branco, Delei, Assis, Washington e Tato. No ano seguinte, cravará a conquista do Tricampeonato Estadual.

* * *

17 de novembro de 2002 – O Internacional entra na última rodada do Brasileiro em situação muito complicada. Para escapar do rebaixamento, precisa vencer o Paysandu em pleno Mangueirão, onde dificilmente os paraenses são derrotados, e ainda torcer por uma combinação de outros três resultados. É a segunda vez em quatro anos que os colorados se veem às voltas com a briga para fugir do descenso. Entretanto, o imponderável acontece, os demais jogos têm desfecho favorável aos gaúchos e, em Belém diante de 40 mil pessoas, o Internacional consegue se impor a um (estranhamente, segundo alguns) desinteressado Paysandu, vencendo por 2-0, gols de Librelato e Fernando Baiano. A salvação alvirrubra é tratada como um milagre pela imprensa gaúcha.

3 ANOS, 8 MESES E 29 DIAS DEPOIS

16 de agosto de 2006 – O Internacional, após vencer por 2-1 o jogo de ida no Morumbi, segura no Beira-Rio o empate em 2-2 contra o São Paulo de Muricy Ramalho e se sagra, pela primeira vez em sua história, Campeão da Libertadores. As duas cardíacas partidas, talvez as melhores disputadas no País no ano, consagram o aguerrido e talentoso conjunto comandado por Abel Braga, em que brilham nomes como Fabiano Eller, Jorge Wagner, Tinga, Rafael Sobis e Fernandão. É o início de um ciclo que agraciará o Colorado com mais alguns títulos continentais e um Mundial.

* * *

28 de novembro de 2004 – Ocupando a lanterna do Brasileiro desde a 29ª Rodada e realizando uma das piores campanhas da história dos pontos corridos, o Grêmio enfrenta, em Erechim (punição do STJD) o líder Atlético-PR a três rodadas do final, com o rebaixamento iminente. E, apesar de uma inesperada reação (busca o empate quando perdia por 3-0, marcando dois dos três gols nos descontos), o tricolor gaúcho é rebaixado pela segunda vez em sua história. Não surpreende. O clube já havia escapado por muito pouco do descenso no ano anterior, e nessa temporada as coisas caminham de forma ainda mais caótica. Jogadores vêm e vão praticamente sem atuar, os salários atrasam periodicamente, há registros de gravíssimos episódios de indisciplina e em campo as goleadas se empilham. O Grêmio toca o fundo do poço com os dedos.

2 ANOS, 5 MESES E 8 DIAS DEPOIS

06 de junho de 2007 – O Grêmio chega à Vila Belmiro trazendo a vantagem de ter vencido por 2-0 a primeira partida da Semifinal da Libertadores em casa. Com um time modesto mas extremamente organizado e aguerrido, em que a espinha dorsal está fincada em nomes como Diego Souza, Tcheco, Sandro Goiano e nos jovens Douglas e Carlos Eduardo, os comandados de Mano Menezes freiam o ímpeto inicial do Santos, abrem o placar e sofrem a virada. A poucos minutos do final, o Santos chega aos 3-1, mas ainda precisa de um tento. O Grêmio se entrincheira atrás e segura o ímpeto do time da casa. O placar é confirmado e os gaúchos chegam à Final da Taça Libertadores.

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02 de dezembro de 2007 – Desnorteado com o fim da parceria com a MSI, o Corinthians acumula vexames e derrotas. Durante o Brasileiro, utiliza três treinadores (Carpegiani, José Augusto e enfim Nelsinho Baptista) e, antes dispondo de jogadores estelares como Tevez, Mascherano, Roger e Nilmar, agora manda a campo times com nomes como Betão, Zelão, Clodoaldo e Finazzi. A crise institucional se agrava com a renúncia de seu Presidente. Os resultados logo se refletem dentro de campo, com a equipe paulista hospedada de forma permanente na Zona de Rebaixamento. Após ligeira ameaça de recuperação, o alvinegro chega à última rodada precisando de uma improvável vitória contra o Grêmio, no Olímpico. Dá tudo errado. O time ainda briga, mas não consegue mais do que um empate em 1-1. Com isso, os corintianos precisam que o Internacional (rival ainda ressentido pela briga no Brasileiro de 2005) vença o Goiás. Não acontece. Os goianos fazem 2-1 e o Corinthians é rebaixado à Segunda Divisão do Brasileiro.

4 ANOS E 2 DIAS DEPOIS

04 de dezembro de 2011 – Num jogo nervoso e catimbado, o Corinthians segura o 0-0 contra o Palmeiras no Pacaembu, resultado suficiente para manter-se à frente do Vasco e conquistar o título brasileiro, dando continuidade a uma sequência vencedora que redundará em mais algumas conquistas nacionais e aos sonhados títulos continental e mundial.


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04 de agosto de 1976 – O Flamengo vai a Campos enfrentar o Americano no Godofredo Cruz buscando se manter vivo no Estadual, que já está em seu Terceiro Turno (Vasco e Botafogo venceram os turnos anteriores). O clube vive momento turbulento, com diversos casos de indisciplina se acumulando, muito em função da falta de respaldo ao treinador Carlos Froner (há relatos de intromissão da Diretoria no trabalho do técnico, inclusive com interferência em escalações). O centroavante Luisinho, barrado, não é relacionado para o jogo (consta que teria se recusado a sentar-se no banco de reservas, o que foi negado pelo clube, que alegou “tontura” do jogador). Nervoso, o time não consegue se impor ao adversário, embora acerte uma bola na trave num chute de Geraldo. O jogo vai se arrastando num empate, até que numa cobrança de escanteio os campistas abrem o placar. O Flamengo sente o gol e se desespera, tornando-se exposto a contragolpes, que os da casa aproveitam. No fim, uma humilhante derrota por 3-0, com Zico, Geraldo, Rondinelli & Cia. O vexame praticamente sela a eliminação do rubro-negro, que, amargando o quinto lugar do Estadual, está fora do quadrangular que decidirá o título da competição.

3 ANOS, 10 MESES E 27 DIAS DEPOIS

01 de julho de 1980 – Numa das mais espetaculares e controversas decisões da história do Campeonato Brasileiro, o Flamengo faz valer sua superioridade técnica e derrota por 3-2 o Atlético-MG no Maracanã com 154 mil pagantes, sagrando-se Campeão Brasileiro, confirmando uma tendência já constatada no ano anterior, quando o rubro-negro já era tido como uma das melhores equipes do País. O título catapulta a ascensão internacional do Flamengo, que dali viverá os mais gloriosos anos de sua rica história, mantendo domínio absoluto do futebol brasileiro por cerca de uma década.

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20 de novembro de 2005 – O Flamengo, de 2001 a 2005, sofre com a ameaça de rebaixamento em quatro de cinco Brasileiros disputados (em 2000 também padeceria se houvesse descenso). Mas é justo em 2005 que a Série B parece refulgir em cores cintilantes. A oito rodadas do término da competição, o clube está na penúltima colocação e vem de três derrotas seguidas (uma delas, de seis). No entanto, o rubro-negro se mobiliza e, numa inacreditável jornada de superação, engata quatro vitórias em cinco jogos. A duas rodadas do fim, o Flamengo vai jogar em Curitiba, contra o Paraná. O jogo vai se arrastando em um 0-0 que já parece bom para o rubro-negro, até que, aos 47 minutos do segundo tempo, o contestado atacante Obina acerta uma bomba de fora da área e define a vitória por 1-0 que salva matematicamente o rubro-negro do rebaixamento.

4 ANOS E 16 DIAS DEPOIS

06 de dezembro de 2009 – O Flamengo, atuando para um público estimado de 100 mil pessoas, vence o Grêmio por 2-1, com gols de David e Ronaldo Angelim, e conquista o Hexacampeonato Brasileiro, colocando ponto final a uma sequência iniciada em 2006, que colocou nas prateleiras da Gávea dois títulos nacionais e três estaduais, entre outras jornadas inesquecíveis (como a de 2007). Aquela tarde ensolarada de domingo marca o ápice das trajetórias flamengas de nomes como Bruno, Leonardo Moura, Juan e, naturalmente, Petkovic e Adriano Imperador, os artífices da conquista.

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27 de dezembro de 2012 – Toma posse o Presidente Eduardo Bandeira de Mello após uma renhida eleição em que a atual mandatária, Patrícia Amorim, vê frustrada a tentativa de se reeleger. A Chapa vencedora, denominada Azul, assume o clube acenando com a perspectiva de promover uma profunda reestruturação estrutural, pavimentando o caminho para o retorno sustentável aos dias de protagonismo de um passado que parece a cada dia mais distante. O clima entre torcedores e associados em geral é de uma esperança quase eufórica. O adágio “Dias Melhores Virão” nunca pareceu tão real.

5 ANOS, 7 MESES E 24 DIAS DEPOIS…

Boa semana a todos.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Flamengo de Hoje


SRN, Buteco.

É inegável a evolução do Flamengo como clube, como instituição.

Já falamos aqui dos inúmeros avanços estruturais, da redentora estabilização financeira e até do ganho institucional junto ao mercado .

Como também é inegável a absoluta falta de competência para se administrar de forma ao menos respeitável o carro chefe do clube.

O Flamengo de hoje permite que, repetidamente, a sua história vencedora seja aviltada com vexames de para todos os gostos e tamanhos.

De derrotas humilhantes à desclassificações para times semi amadores, passando por perder títulos dentro de casa e não conseguir vencer adversário fora do RJ.

O Flamengo de hoje permite que, para justificar a sua inaptidão, se usem desculpas como cansaço (sendo que o time ficou 40 DIAS parado até pouco tempo...), falta de treinamento ( já repararam que temos a impressão que sempre tem alguém no time que está jogando “fora da posição”?), até o gramado adversário é dificuldade insuperável.

O Flamengo de hoje permite que um treinador novato escale jogadores abaixo do nível de indigência técnica.Pior: sob a proteção e beneplácito da presidência.

E, não completados sequer um ano da situação acima, repete o mesmíssimo erro de entregar o destino do clube nas competições que disputa a um treinador novato .

O Flamengo de hoje permite que jogadores tomem conta do clube, que se escalem como numa ação entre amigos. Aceita passivamente que o desempenho dentro de campo seja uma incógnita, dependente do humor dos jogadores naquele dia.

O Flamengo de hoje acha normal que o treinador vá a Tv declarar que o objetivo do ano é “ir mais longe possível” .

O Flamengo de hoje aceita que um jogador ruim, prepotente e desleixado, entregue dois gols em 10 minutos e não queira ser confrontado . E dá a esse jogador o beneficio de um contrato de 4 anos.

O Flamengo de hoje não merece ser chamado de Flamengo.



segunda-feira, 20 de agosto de 2018

20 Minutos

Curitiba, 6 de setembro de 1914. O Clube de Regatas do Flamengo inicia uma série de três partidas amistosas no Estado do Paraná. O primeiro jogo ocorre na capital paranaense, no estádio “Baixada da Água Verde”, que na ocasião recebia sua partida inaugural. O adversário e mandante foi o alvinegro (camisa estilo Botafogo, Atlético/MG e Juventus) International Football-Club, sobre quem o Mais Querido aplicou impiedosos 7x1, porém módicos se comparados aos 9x1 na Seleção de Curitiba, no dia seguinte, no mesmo estádio, ou então aos 15x0 sobre o Paranaguá no dia 9, no Estádio Municipal daquela cidade. O confronto contra o International atraiu 3.000 (três mil) pessoas, público recorde para o Baixada da Água Verde, e o primeiro gol nele marcado foi rubro-negro, aparentemente do atacante Arnaldo (há registros contraditórios quanto ao autor do tento). Quase dez anos depois, aos 26 de março de 1924, o fundador do International, Joaquim Américo Guimarães, promoveu a fusão do alvinegro com o alvirubro América Futebol Clube, formando o Clube Atlético Paranaense, também conhecido por “Furacão”, que então rebatizou o antigo Estádio da Baixada da Água Verde com o nome do fundador, como uma forma de homenageá-lo.

O Flamengo só voltou ao Estádio Joaquim Américo Guimarães, então já conhecido popularmente como “Arena da Baixada”, em 22 de maio de 1994, quando disputou um amistoso e foi derrotado pelo Atlético/PR por 0x1. Desde então, até 18 de agosto de 2018, disputara 18 (dezoito) partidas no estádio contra o mesmo anfitrião, alcançando ao todo 1 (uma) vitória, 5 (cinco) empates e 12 (doze) derrotas, marcando 11 (onze) gols e sofrendo 33 (trinta e três) gols. Entre a partida inaugural do Estádio da Baixada da Água Verde, no longínquo 1914, e a de maio/1994, o Flamengo voltou a Curitiba para enfrentar o Atlético/PR por 12 (dez) ocasiões, porém nos estádios Durival de Britto, Pinheirão ou Couto Pereira. Nesses estádios, o retrospecto do Mais Querido é bem melhor: 14 (catorze) jogos, já contando os posteriores à inauguração da Arena da Baixada, inclusive o empate por 1x1 na final da Copa do Brasil/2013, totalizando 4 (quatro) vitórias, 6 (seis) empates e 4 (quatro) derrotas. As últimas vitórias em Curitiba contra o Atlético/PR ocorreram em 1974, pelo Campeonato Brasileiro, no Couto Pereira, com direito a gol do então jovem Galinho de Quintino, e em 2011, pela Copa Sul-Americana, na Arena da Baixada, gol de Ronaldinho Gaúcho.

A esmagadora maioria das partidas disputadas na Arena da Baixada foram oficiais e pelo Campeonato Brasileiro. Má fases à parte, é possível constatar que, tal como ocorre nos confrontos contra o Grêmio em Porto Alegre por esta específica competição, o Flamengo, como visitante, historicamente não encara o confronto com a mesma seriedade que o adversário.

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Curitiba, 19 de agosto de 2018, 11:00 AM. Arena da Baixada, 19ª Rodada do Campeonato Brasileiro. Última partida do primeiro turno. É claro que, entre nós, havia os céticos, que já previam o resultado adverso, seja pela ausência de Diego Alves, seja pelo temor do desgaste. Mas havia os que, como eu, nutriam a esperança de que a lição havia sido aprendida com as derrotas por 0x2 para os reservas do Grêmio e para o Cruzeiro. Tudo ruiu em vinte minutos, o suficiente para o Atlético/PR, penúltimo colocado, desfalcado e com treinador interino, marcar três gols e repetir a história de derrotas na era moderna do estádio.

Vejam bem, considero normal levar pressão de um time menos descansado, ainda mais como visitante, acabando de sair de uma verdadeira batalha campal na última quarta-feira. Isso não se confunde com desatenção. É injustificável entrar desligado em campo e apresentar tantas falhas individuais. O remédio para a pressão deveria ser a firmeza defensiva em conjunto com a consistência tática, mas o que se viu, mais uma vez, durante vinte minutos, foi um quadro de extrema fragilidade, como se o time estivesse alheio ao ímpeto adversário.

Rodinei foi a personificação desse estado de espírito. Em apenas dezesseis minutos o Atlético/PR forçou o jogo em cima dele e achou as jogadas dos dois primeiros gols. O terceiro veio aos vinte, na falha de marcação da bola aérea paranaense por Arão e Uribe. Com 3x0 no placar, o Furacão ficou no melhor dos mundos, aguardando, bem postado defensivamente, o desespero do Flamengo, armando sucessivos contra-ataques. Mérito para o interino treinador adversário, que observou um ponto fraco em nosso sistema defensivo e apostou nas jogadas certas contra o nosso setor direito. 

Não gosto de eleger culpados e atribuir derrotas a atuações individuais, mas é impossível entender como um Departamento de Futebol que resolve ter Rodinei e Pará como opções para a lateral direita não enxerga que ambos, limitados, são incapazes de manter a concentração necessária para jogar em alto nível durante grandes sequências. O erro de 2017, cometido com Pará, em 2018 é repetido com Rodinei. Reiterando o que escrevi segunda passada, é latente sua dificuldade para se posicionar bem na marcação, seja nas bolas paradas ou longas, aéreas ou rasteiras. Jogadores medianos precisam participar da rodagem de elenco, pois sua função primordial é dar consistência defensiva ao time. Desgastados física e mentalmente, tendem a falhar, ao contrário das peças de maior qualidade.

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É bom esclarecer que, após o terceiro gol, não faltou atitude ao Flamengo. Vitinho criou as melhores oportunidades e demonstrou inconformismo com a situação; Everton Ribeiro, mesmo sem render, não se omitiu, Cuéllar mostrou a raça de sempre e Lucas Paquetá novamente subiu de produção nos minutos finais da partida, criando boas jogadas. Contudo, o leite já estava derramado e minha impressão foi de que o time se desgastou mais tentando inutilmente reverter o resultado do que se tivesse entrado em campo atento e resistido ao tradicional ímpeto inicial do visitante.

Maurício Barbieri precisa ficar esperto. A fase da novidade já acabou, não apenas pela efetivação, mas sobretudo porque as competições entraram no momento que exige a chamada "sintonia fina", no qual praticamente não se pode errar. Pior ainda é a repetição dos mesmos erros. Não há mais espaço para abstrações nem insistência com o que não dá certo. Vale lembrar que, dos adversários diretos (São Paulo, Internacional, Cruzeiro, Atlético/MG e Palmeiras), nenhum perdeu na Arena da Baixada. O único a não vencer foi o Internacional. Logo, a grama sintética não causou a derrota, certo, Barbieri? E de nada adianta ressaltar mais uma vez que alertou o time quanto à estratégia adversária. Ao assim proceder, nosso jovem treinador aparenta que não consegue transmitir aos atletas suas orientações.

É claro que Barbieri está longe de ser o principal responsável. A incapacidade da Diretoria se autoavaliar seriamente mostra que, se melhorou o clube em nível de patrimônio, estrutura, finanças e até no nível do elenco profissional, pouco ou nada evoluiu em mentalidade e filosofia. São essas pessoas as responsáveis a traçar um rumo para o Departamento de Futebol.

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Acabei me esquecendo de ressaltar um interessante aspecto, daí a atualização do texto.

Apesar do retrospecto, o Flamengo só havia sido goleado (derrota por diferença igual ou maior do que três gols) na Arena da Baixada para o Atlético/PR em duas ocasiões: 2001 e 2003. Desde 2013 perdeu duas vezes por 0x3 e, para o mesmo adversário, pela primeira vez no Maracanã: os 2x4 pelo Brasileiro, culminando com o pedido de demissão de Mano Menezes.


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Quinta-feira, 23 de agosto, o Mais Querido recebe o Vitória, na abertura do segundo turno. A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.