sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Dois tempos, dois times


Para um time que vinha mostrando sempre a organização defensiva como uma de suas principais características, me surpreendeu bastante a bagunça que estava a defesa do Flamengo no primeiro tempo. Com o time teoricamente posicionado num 4-1-4-1, a linha defensiva simplesmente não se formava. Com Mugni e Muralha perdidos, o time ficou com um buraco no meio campo, sendo quase engolido pelo adversário, que felizmente era muito fraco.

Pelo lado direito, Elano e Léo Moura não acertavam o posicionamento e foi possível ver diversas vezes o lateral marcando quase na linha do meio de campo enquanto o meia sofria correndo atrás do lateral equatoriano. Do outro lado, André Santos não marcava ninguém, obrigando o Samir a sair na cobertura e deixando Caceres perdido no meio sem saber se fechava o espaço ou marcava o centro-avante adversário. Foi realmente assustador, especialmente quando os dois laterais ficaram amarelados ainda no primeiro tempo.

Quando o time tinha a bola, a desorganização imperava e o que se viu foram chutões e as isoladas arrancadas do Éverton, para mim o melhor da partida. Muralha além de não acertar passes, sempre tentava uma firula ou uma jogada mais difícil e o argentino foi de dar pena. Achei muito sensato o Jayme ter tirado o garoto ainda no intervalo para não queimá-lo com mais vaias do que as que recebeu no primeiro tempo.

Felizmente, a entrada do Gabriel melhorou bastante a dinâmica do time, que voltou com outra atitude no segundo tempo. A linha defensiva continuava tendo problemas, especialmente do lado esquerdo onde o André Santos vem marcando pior ainda do que fazia ano passado. Mas a distribuição do time em campo ajudou o Flamengo a retomar o controle do meio de campo. A saída de bola melhorou com o Éverton vindo para o meio, jogando como fazia no Atlético-PR e passamos a ter opções de jogadas com a grande movimentação do Gabriel que, penso, já mostrou futebol esse ano para ser titular. Com a torcida vindo junto do time no segundo tempo, pudemos ver novamente um time vibrante e competitivo como o que venceu a Copa do Brasil ano passado.

Vale destacar a atuação sólida dos dois zagueiros rubro-negros, titulares inquestionáveis nesse time. A cada jogo o garoto Samir mostra segurança e maturidades incomuns para a idade que tem e Wallace vai demonstrando liderança e tranquilidade a seu lado. Espero que o Jayme possa usar os jogos do estadual para criar uma dupla reserva – talvez Chicão e Erazo - e lhes dar ritmo e padrão de jogo para que possam chegar no Campeonato Brasileiro em um nível próximo ao dos titulares.

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Mesmo sendo um pouco chato abordar mais uma vez esse tema, não consigo não me indignar com a maneira como o torcedor continua sendo tratado no acesso ao Maracanã. Independente do preço dos ingressos, é inaceitável que seguranças do estádio, orientadores ou seja qual for a função que tenham empurrem e botem o dedo na cara de torcedores que enfrentam filas enormes, apertos e dificuldade para ver um jogo de futebol.

Quando se enfrenta um problema repetidamente em todos os jogos com um pouco mais de apelo, não dá para se apegar as justificativas de sempre. Todo mundo sabe que o torcedor entra em cima da hora, que os espertos com camisas de organizadas tentam furar fila e que o acesso fica complicado na última hora antes do jogo. De que adianta ter um estádio belíssimo se na hora de entrar nele continuamos a ser tratados como gado?
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 Muita torcida pelo nosso basquete que vai enfrentar três partidas duríssimas no México esse final de semana!

abraços a todos e SRN!

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Calúnia do Rúbio Negrão

Sejemos cinseros e analfabéticos, meu caro Juiz Antônio, digo, Luiz Antônio. Você fez tudo errado, e o que é pior, fez errado da maneira errada. Queria fazer tudo errado? Tudo bem, a opção era toda tua. Mas, pelo menos, errasse do jeito certo! Tivesse algum ganho do teu erro, da tua traição, da tua burrice, rapá! Tanta gente por aí, que construiu carreira tecnicamente irregular dentro de campo, e moralmente podre fora dele, hoje sendo incensada pela insensata mírdia escrotiva, recebendo de graça o título de “craque”, como se tivesse jogado num nível Zico ou Pelé, e você querendo reconhecimento antes até de se firmar como profissa?

Cenão vejemos e erremos, Luizinho: do que adiantou ter o agente mais esperto, contratar a advogada mais competente, ter a maior coragem de morder a mão que te alimentou, se você insistiu em direcionar tuas reclamações pro foro errado? Presta atenção aqui, mané! Nenhum adolescente minimamente familiarizado com o modus operandi do futebol brasileiro levaria suas reclamações à justiça comum, mesmo sabendo que ela ia se esforçar ao máximo pra julgar um processo dele por semana! Isso já virou palhaçada! Aliás, sabe o que eu vou postar no Twitter hoje, quando chegar em casa? Saca só:

A rixa entre o LA e o Mengão mais parece rivalidade no futebol que jurídica:

— Quem ganhou o Flamengo e Luiz Antônio de ontem?

— O Mengão! Sétima seguida! Freguesão!

— Caraca! Esse 2014 promete!

Boa pakarai, né? Diz aí. Tu não retuitava?

Mas como eu ia dizendo, qualquer adolescente minimamente familiarizado com o modus operandi do futebol brasileiro já teria levado sua pendenga, justa ou injusta, diretamente ao STJD, que é onde as coisas acontecem. Lá é onde as coisas se resolvem, meu camarada. Apesar da nossa justiça trabalhista ter se mostrado uma das mais rápidas do mundo ao julgar os teus rolos a cada seis ou sete dias, você devia ter apelado direto pra quem entende de futebol, e não de trabalho, que são os caras lá do STJD.

E você não foi otário só nisso, não, meu chapa! Olha só como o Hernane foi malandro: jogou sua bolinha direitinho, fez uma baita temporada no ano passado, tá honrando o sacrossanto manto em 2014, e agora vai brincar de ganhar dinheiro lá na Cazadocaralhistão. Vai marcar gols como se fosse o novo Romário, vai fazer o nome como se fosse o novo Neto, e vai encher a conta bancária como se fosse o novo R10!

É isso mesmo, Luiz Antônio. Você ainda nem começou direito a carreira, mas já tá com fama de ex-jogador... Agora levanta do chão, garoto, enxuga os olhos, e vê se paga mais uma voltinha no campo, porque já tá anoitecendo, e daqui a pouco vai chegar a galera que aluga o campo de society pra bater uma pelada aqui na Gávea que tu desprezou.

Duplex Toc Zen

1 - O problema não é o Luiz Antônio ser um jogador de poucos recursos: O problema é a justiça do trabalho não aceitar os poucos que ele tem.

2 - A vitória maiúscula dos reservas botafoguenses sobre o Fluminense provou que no Botafogo não tem isso de time A, B ou C: É tudo a mesma coisa.

3 - O Botafogo tá valorizando tanto esta Libertadores que até abriu mão de disputar a Série B mais fácil da história: Isso sem falar no Cariocão, único campeonato que ainda consegue vencer.


4 - CBF: Closet de Boiolas Fluminenses.

5 - Revelação bimbástica, digo, bombástica!: O Tricolor das Laranjeiras tentou contratar o Luiz Antônio porque sonha em ser impiedosamente colocado no pau toda semana.

6 - Mal nos recuperamos do imbróglio envolvendo Elias e Sporting, e nossos pobres corações já ameaçam começar a palpitar com uma nova e eletrizante novela: A negociação pro Flamengo contratar o Cazedú em definitivo.

7 - Se o Cazedú tivesse a velocidade do Negueba, o instinto assassino do Hernane, a força física do Amaral, a habilidade do Muralha, e a assessoria de imprensa do Pato, seria um cracaço: O problema é que aí também não seria mais o Cazedú.

8 - O futebol é dinâmico: Estático só o André Santos.

9 - E caso seja vendido, boa sorte ao Brocador, que nas palavras do Joel Santana seria definido como: “Um volante moderno, especialista em marcar a saída de bola adversária, e que ainda faz gols.”

24 - E o Fred tá mais feliz que pinto no lixo: Com a ida do Hernane pra China, a sua vaga cativa como camisa 9 caneleiro da Seleção, e membro emérito da panela, digo, família Scolari deixou de ser ameaçada.

11 - Pergunta que não quer calar: O Cazedú deixou de ser escalado mesmo, ou simplesmente evaporou no meio do time?

12 - “E o Carlos Eduardo tá fazendo sinal pro banco pedindo pra sair do jogo, caro ouvinte! Bota o fone nele aí, trepidante! Ô Carlos Eduardo, tá sentindo o quê?“Pregui.” 

13 - A frase do dia, só pra não dizerem que não fui deselegante esta semana: “Enquanto uns morrem de tiro à queima roupa, outros vivem de trolha à queima rosca.”

14 - Leal detrator! Não se deixe iludir pelo gol contra do Samir: O nosso futuro Mozer joga tanto, mas tanto que até pra levarmos gol ele tem que carimbar a bola.

15 - E o perspicaz Jayme finalmente descobriu a posição do Cáceres: “O cara não é paraguaio? Então bota de falso armador.”

16 - Nem tudo está perdido no Brasil: Os mensaleiros não são uma quadrilha, mas pelo menos os flamengos também não são mais um bando. 

E nada mais faço. Só pra sentirei meu naipe, nem entrei direito no Twitter essa semana.

(Ás do quinta-colunismo esportivo, Rúbio Negrão, vulgo Rubro-Negão Trolhoso, vulgo RNT, é cria dos juniores do blog da Flamengonet, e aceita doações de camisas oficiais novas do Flamengo no tamanho G.)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Flamengo x Emelec


Taça Libertadores da América - 2014 - Fase de Grupos - 2ª Rodada 

FLAMENGO - Felipe; LeonardMoura, Wallace, SamiAndré SantosCáceres e Muralha; Elano, MugnÉverton; Hernane (Alecsandro). Técnico: Jayme dAlmeida. 

Emelec - Dreer; Achilier, Gagua, Nasuti e Bagüi (Gimenez); Pedro Quiñónez, Gaibor, Mena, Bolaños e Mondaini (Caicedo); Stracqualursi. Técnico - Gustavo Quinteros.

Data, Local e Horário: Quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014, as 22:00h (USA ET 20:00h), no Estádio Mário Filho ou "Maracanã", no Rio de Janeiro/RJ.

Arbitragem: Nelson Pitani, auxiliado por Hernan Maidana e Juan Belatti, todos da Argentina.




Vencer ou vencer !!!

A tecnologia para dirimir dúvidas no futebol é um tema cada vez mais recorrente entre nós, principalmente após o grave erro do assistente no último Flamengo x Vasco. O que me causa algum grau de espanto é a procura por sistemas financeiramente caros quando temos a simplicidade ao alcance de nossas mãos e já utilizada nos Campeonatos Estaduais pela TV Globo. Portanto, seria bom pararem de criar dificuldades, já que bastam um televisor na mesa do 4º árbitro e a utilização da tecnologia da Poderosa para resolver esse problema que envolve discussões em níveis internacionais;

Seguindo nessa trilha da "mudernidade", ora pois pois...! Exclamou o gajo Manuel Travassos. Respeitem o moço aqui, que comprou o seu pacote de ingressos para a Libertadores, imprimiu o voucher e passou boa parte da tarde de ontem num posto de troca, depois de o site do clube ter-lhe negado a possibilidade de inserir o seu nº de Sócio-Torcedor para "carregar" o respectivo cartão e dirigir-se diretamente ao estádio na noite de hoje;

O gajo inocentemente me questionou sobre o procedimento acima: "Não seria mais fácil encarar a fila durante a tarde para comprar diretamente os bilhetes, sem passar pelo internet, site do clube e impressão de documentos? Seu Manéu, Seu Manéu, coisas do Brasil, Seu Manéu, mas não conte lá Terrinha, combinado?

Valeu pelas histórias ouvidas e contadas na fila, que andava mais em função das desistências dos seus participantes do que pelas compras efetuadas em somente um guichê disponibilizado. No somatório, afinal, retirei os meus ingressos e lá vou eu para mais um encontro com o Mengão do meu coração no velho Maraca;

Mengão que comete a proeza de divulgar a negociação do artilheiro Hernane às vésperas de um jogo importante pela Libertadores, embora o Brocador tenha treinado com o grupo no dia de ontem e, creio, esteja completamente confuso em relação à sua vida, com a cabeça desestabilizada pela falta de timing dos dirigentes do Flamengo para a realização do negócio, o qual compreendo pelos dois lados, o do jogador e o do clube, ambos aproveitando a oportunidade surgida para um jogador de quase 30 anos de idade, mas não entendo o momento escolhido, pois, mais dois dias pra frente faria um grande bem à concentração do jogador e do restante do elenco;

Eis a agonia do dia, o Emelec invicto há 14 partidas, mas invencibilidade é para ser quebrada, não é mesmo? A minha expectativa está em qual será o comportamento do time do Flamengo. Jogando em casa, espero que parta pra cima dos equatorianos, imprensando e encurralando os visitantes em sua defesa, levando-os à exaustão, tendo a ofensividade como rotina do jogo até que os gols surjam e a vitória esteja estampada no placar final, com ou sem o Brocador em campo para o Flamengo vencer ou vencer. Este é o menu para hoje.

SRN!



terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Comprando Briga


Não é novidade, quem acompanha sabe que eu sou a favor de que o Flamengo construa sua casa, longe dessa confusão (vamos dizer assim), do Maracanã e sua concessão. Diante da realidade, acho possível que o Flamengo, no mínimo, lute por ela, ao menos para os jogos menores. Sua casa, "em sua casa", na Gávea, mesmo. Lendo alguns artigos, textos mais antigos, algumas ideias me surgiram e parei para tentar entender a situação. 

Os “inimigos” são poderosos, influentes, mas não há justificativa plausível para essa não construção. Haverá estações de metrô no raio de 2km, o que para um estádio pequeno, pela altura não seria permitido nada muito grandioso, é possível. A única coisa que impediria uma construção de médio porte é a altura do estádio, limitada a 25 metros de altura, mesmo assim não é grande coisa. 

Devemos comprar essa briga, ainda mais em ano eleitoral, não se esqueçam. Nem a mobilidade dos torcedores pode ser empecilho, porque até 2016 o metrô estará terminado e em funcionamento, o que é excelente. Sob estes aspectos, o Flamengo pode e deve fazer parcerias com grandes estacionamentos pela cidade, preferencialmente os que se encontram perto de estações de metrô para ajudar o escoamento do público e a utilização do transporte público. Vou dar exemplos:

- Estacionamento do Botafogo Praia Shopping
- Estacionamento do Shopping Nova América (às margens da Linha Amarela)
- Estacionamento do Supermercado Atacadão (Vicente de Carvalho)
- Estacionamento do Barra Shopping (com BRT até o Terminal Alvorada)

Mantendo o passo, pode-se discutir a reconstrução do clube social, na Gávea, com novos aparelhos esportivos, com o investimento que já está chegando. Penso que uma “operação casada” com um estádio para 20.000 torcedores, e venda por carnê, com estes tendo ticket de temporada garantido no Maracanã, daria uma bela renda ao clube, que construiria sim uma casa e garantiria o Maracanã com lotação aceitável, mesmo contra Bambalas...

Sobre este “novo estádio” eu detalharei nas próximas semanas. Agora eu peço ajuda aos especialistas do Buteco, para a explicação das leis de tombamento da Gávea, e se não é possível essa construção, que tem empecilho meramente político. Um dado relevante é a altura do Maracanã, que é de 32 metros. O Maracanã!? Para 20 mil, acho que dá. Quero a ajuda de vocês!

Leis de tombamento da Lagoa:


Um exemplo que se parece com o que digo. Para 25 mil pessoas:


Essa é uma briga que merece ser comprada com toda a força que o Flamengo tem! Pra quem não se recorda, a Gávea seria revitalizada e uma nova casa seria construída para 30 mil pessoas, mas o Sr. Governador impediu por causa do Maracanã.
Leiam e tirem suas conclusões:


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Sobre Esquemas Táticos, Elenco e Jogadores

Buongiorno, Buteco! Estava assistindo, sonolento e desinteressado, ao passeio que os reservas do Botafogo davam no lento e previsível Fluminense, aquele mesmo Fluminense que atropelou o time titular do Flamengo outro o dia mesmo, e, além de me ocorrer o quanto o futebol e os clássicos, especialmente, podem ser imprevisíveis, prestei um pouco mais de atenção nos reservas do Botafogo e constatei um time veloz, compacto e bem distribuído em campo, apesar de não mostrar qualquer brilho individual que merecesse algum destaque. Então perguntei-me se o resultado poderia ser taxado de imprevisível para um observador mais atento e que acompanhasse de perto o dia-a-dia dos dois elencos. Lembrei-me imediatamente do time do Flamengo de 2013, especialmente da esfuziante velocidade com que contra-atacava e pressionava os adversários. Vejam, a questão não é o time reserva do Botafogo, mas a fragilidade e pouca competitividade que um time lento e sem objetividade normalmente apresenta no futebol atual. Quando o desnível técnico não é abissal, um time menos técnico, porém com fôlego e aplicado taticamente tende a superar com alguma margem de folga um adversário com características opostas. E quando a técnica é agregada à aplicação tática e à velocidade, temos o que há de mais moderno e competitivo no futebol mundial.

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Detesto números para definir esquemas de jogo pelo simples fato de que as funções defensivas e táticas normalmente variam durante as partidas, conforme o posicionamento e a escalação do adversário, inclusive substituições, além de circunstâncias como necessidade de construir o placar, contusões, etc. A definição a partir de números é estática, enquanto o jogo de futebol é dinâmico e está em constante processo de transformação. Acima de tudo isso, porém, estão as características dos jogadores. No futebol de hoje, por exemplo, os esquemas táticos mais populares são montados com meias ou atacantes abertos nas pontas. Mais importante do que saber em qual definição numérica o esquema se encaixa é a certeza de que o meia ou o atacante executarão com eficiência tanto as funções ofensivas quanto as defensivas. Há atacantes que não voltam para marcar e meias que marcam, e vice-versa. Há atacantes que não finalizam bem e meias que são artilheiros. Tudo depende do jogador (mas por favor, @s amig@s do Buteco estejam a vontade para utilizarem as definições por números; eu apenas delas não me valho).

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Tenho defendido e continuarei a defender que o Flamengo se desapegue de 2013 e, assimilando as ausências de Elias e Luiz Antônio, monte outros time, esquema tático e estratégia de jogo de acordo com as características dos jogadores que hoje dispõe no elenco, e claro que, sempre, levando em conta o adversário. Mas confesso que ainda não entendi aonde o Jayme quer chegar com a formação que até aqui parece ter escolhido como sendo a titular. Eis os problemas que enxergo no momento:

a ) o time tem um centroavante que sabidamente não tem por característica tabelar e jogar fora da área, mas sim concluir a gol no chamado "último toque"; b) esse centroavante tem atuado isolado na frente e o novo meio de campo, mais de toque de bola e lançador, não tem quem lançar na frente; c) o time perdeu velocidade e aumentou o toque de bola, que porém tem sido na maior parte do tempo improdutivo, problema que provavelmente tem relação de causa/consequência com o anterior; d) há menos jogadores comprometidos com as atividades defensivas do que ano passado e, por isso, as laterais, compostas por jogadores extremamente técnicos, porém fisicamente limitados, estão mais desprotegidas; e) alguns jogadores não rendem como no ano passado - Amaral, Paulinho e o próprio Hernane, que provavelmente é vítima da incompatibilidade entre suas características e a de um esquema com toque de bola lento e cadenciado.

Vejo em Mugni um jovem jogador que ainda pode render muito, mas é normal que sinta dificuldade inicialmente para se adaptar ao nosso futebol e mesmo a um time desentrosado, com esquema tático e escalação indefinidos ou, no mínimo, ainda não consolidados. E mais: o pouco que Mugni exibiu até aqui, na minha opinião, resumiu-se a bons passes verticais e sempre com jogadores mais incisivos e velozes ao seu lado, o que não existe na formação titular de Jayme. Parece ser um jogador que corre menos, mas faz a bola correr. Ao seu lado, na direita, tem o veterano Elano, com função tática e características parecidas, além de ser importante na bola parada, e, à esquerda, o "motor" Éverton, o qual executa múltiplas funções táticas, inclusive a de se preocupar com André Santos, e que, portanto, está longe de ser um atacante.

Então, com todo o respeito, Jayme, ainda não entendi. Não vejo "liga" nesse time e parece que estamos saindo do estilo coelho para uma tartaruga que gira em círculos. Espero que você esteja vendo algo que não consigo enxergar e que os resultados venham a me contradizer.

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O elenco do Flamengo é bom? Um dos melhores do Brasil na teoria, por certo; contudo, na real, acho que o elenco do Flamengo tem é enorme potencial, mas muitos problemas atualmente. Se todos conseguirem atingir o mesmo nível de competitividade, e alto, poderá ser o que todos esperamos dele. Mas por enquanto não é; muitos ainda não rendem o que já renderam ou podem render, conforme o caso. Nada a ver com esquema tático ou escalação e sim com o que os jogadores estão rendendo. Por isso o considero um "pode vir a ser" ou um "potencialmente bom elenco".

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Falta "punch", agressividade, velocidade e aplicação tática (especialmente na parte defensiva) a esse time. Estou de olho no Amaral e acho que não há motivos para o Gabriel estar no banco.

Independentemente da escalação, que todos os corações rubro-negros e flamengos do mundo estejam quarta-feira no Maracanã; mas gostaria imensamente de saber d@ amig@ do Buteco qual o time que desejaria de ver em campo contra o Emelec.

Bom dia e SRN a tod@s.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Alfarrábios do Melo


O sucesso inebria.

Irromper das profundas sendas do anonimato, perceber-se alvo de elogios, loas, comentários diversos, sentir-se importante. Sim, é muito bom receber olhares respeitosos dos que outrora apenas lhe dedicavam desprezo e ignorância, é gratificante perceber que as horas e horas de trabalho duro, inglório e absolutamente desprovido de romantismo começam a render suculentos frutos.

E aí sobrevêm a mais traiçoeira das armadilhas. A sensação do topo.

1956.
O São Cristóvão, pequena e simpática agremiação sediada na Rua Figueira de Melo, Zona Norte carioca, começa o Campeonato Estadual de 1956 sem fugir muito da rotina que lhe é destinada há vários anos. Perder e apanhar dos grandes e fazer figuração. As goleadas sofridas para Flamengo (5-2), Fluminense (4-2), Bangu (5-1) e Vasco (5-1), nesse contexto, não suscitam qualquer tipo de surpresa, tal como a “emocionante” briga com o Bonsucesso para escapar da lanterna da competição.

Súbito, algo muda.

A equipe começa a encaixar, o sistema defensivo passa a suportar bem a pressão dos ataques adversários, e o São Cristóvão, à base de muita correria e disposição, começa a colher resultados melhores. O primeiro espasmo acontece quando o São Cri-Cri paralisa o celebrado ataque do Botafogo e segura um festejado 1-1. Mais algumas rodadas se passam, e tem início o returno. Logo de cara, os alvos derrotam o Bangu, 1-0. A seguir outra façanha, o empate com o América (1-1), atual vice-campeão e candidato real ao título.

É o que basta. Com uma das melhores campanhas do returno, o São Cristóvão começa a ser festejado nas páginas esportivas, alguns jogadores, como o goleiro Rui, são entrevistados, viram celebridades instantâneas. De repente, o time alvo de Figueira de Melo se torna a sensação do campeonato, vira objeto de curiosidade. E, adulado e acariciado, já imagina ser viável superar o próximo desafio. Vencer o Flamengo, tricampeão carioca, no Maracanã.

O Flamengo de Fleitas Solich vive literalmente um inferno astral. A sucessão de azares e lesões, o desequilíbrio de um elenco onde convivem um ataque devastador e uma defesa frágil e o desgaste natural da relação entre seu treinador e o elenco (que fez com que o craque Rubens fosse negociado) tornam extremamente acidentada a trajetória flamenga na briga pelo tetracampeonato, onde suas chances são apenas matemáticas. O rubro-negro tropeça em demasia, perde pontos preciosos para equipes como Olaria e Bonsucesso, sofre goleadas vexatórias, não vive realmente um bom momento. Com apenas uma vitória nos últimos cinco jogos, o time não parece provocar a mais remota motivação em seu torcedor, que já se conforma em perder a hegemonia da cidade, depois de três gloriosos anos.

A partida entre Flamengo e São Cristóvão é marcada para a tarde de sábado, no Maracanã. O Flamengo segue desfalcado de Chamorro, Jadir e de dois de seus craques, o maestro Dequinha e o goleador Dida.

A imprensa trata a partida como o embate entre uma força decadente e cansada e o promissor e simpático clube pequeno que se traveste de grande. Um desavisado imaginará, ao ler os jornais, que o azarão é o Flamengo.

O sucesso inebria. E nada pode ser mais perigoso.

O público no Maracanã é modesto para os padrões da época, 40 mil pagantes. O Flamengo entra em campo, é aplaudido de forma meio protocolar e alinha em seu lado tradicional, à esquerda das cabines. O São Cristóvão vem a seguir, altivo, orgulhoso, trajado em seu impecável uniforme branco, límpido. Ignorando aplausos e apupos, seus jogadores acenam pimpões para o público e capricham em suas melhores poses para os fotógrafos que cobrirão a tarde esportiva.

Espectadores mais vividos começam a perceber que estão respirando o pesado ar que precede as catástrofes.

De um lado, os jovens do São Cristóvão, imaculados em sua alvura, pescoço empinado, embaixadinhas minuciosamente coreografadas, bochechas rosadas, risonhos, sorridentes, exalando confiança na vitória sobre o pretensamente desfigurado adversário. Do outro, um Flamengo sério, poucas palavras, sisudo, em silêncio, mordido, o olhar penetrante do animal ferido, movendo-se lento, cauteloso. Predador.

Sai a bola com o São Cristóvão. Seus jogadores abusam das firulas, das voltinhas, do toque refinado. Um branquinho mata no peito, tenta o chapéu, leva uma banda, põe as mãos nas cadeiras, dá um corrupio. O Flamengo esgueirado assiste ao balé dos alvos, que tocam e tocam bonitinho, mas não avançam. Parecem mais preocupados com a plateia que com o jogo.

Subitamente, o time branco se anima com a postura cautelosa do Flamengo, perde o medo e avança. Avança animado, com o destemor dos incautos. Não percebe a armadilha. Troca dois ou três passes na intermediária flamenga. O desarme. A bola esticada na ponta. A correria. O passe preciso. Gol.

Índio abre o placar, Flamengo 1-0, três minutos.

Don Fleitas manda o Flamengo seguir em seu campo. O São Cristóvão parece sentir o golpe, mas, como se estivesse em um clássico, resolve subir com tudo buscando o empate. Ainda cria uma ou outra chance, até que nova bola é perdida no campo adversário. Novo lançamento. Novo passe preciso. Gol.

Dois a zero. Evaristo.

É o bastante. Agora Fleitas Solich dá a ordem na beira do campo: “AVANCEM!”

E o Flamengo solta sua cavalaria, que passa a semear o terror na desnorteada defesa branca, simplesmente despreparada para a adversidade. E sobrevém um tal de zagueiros se esbarrando, volantes correndo para encontrar abrigo, defensores lutando pela sobrevivência. Impiedoso, implacável, determinado, o Flamengo não se desvia minimamente da disputa. Há ira em seus olhos, a indignação contra todos os que o tripudiaram, espezinharam, mataram. E a raiva explodirá em gols, muitos gols, abafada resposta de um grupo machucado.

Trinta minutos, 3-0. O goleiro Rui até justifica a breve fama, pegando o que pode e o que não pode. A trave sibila, a área alva se torna um campo de batalhas onde se despeja uma saraivada de bolas. 4-0. Vítima da ansiedade e de uma agressividade há muito represada, o Flamengo não consegue mais gols. E assim termina o primeiro tempo.

Aplausos. Há muito negados.

Mais tranquilo, o Flamengo entra na segunda etapa pensando mais as jogadas, as tabelas saindo com mais esmero, ensaiadas. O time se torna ainda mais letal, porque, além de determinado, agora trabalha com calma. E há o adversário, que simplesmente se rende em espectro. Alguns se cansam precocemente (talvez por certo desleixo em treinos), outros apenas resignam-se a assistir à ciranda rubro-negra. A partida se torna o jogo de um time só.

A verdadeira materialização de um massacre.

Torna-se enfadonho descrever na literalidade o desenrolar dessa história. Os minutos se seguirão com um Flamengo contrito, insaciável e abandonado a uma busca irracional por mais e mais gols, como que procurando algum tipo de resposta. E um São Cristóvão aparvalhado, cada bola que lhe penetra as entranhas gritando-lhe sua condição de pequeno. E inerte, passivo, as estocadas flamengas não lhe provocando qualquer reação.

O Flamengo só esboça sucumbir ao cansaço e à saciedade após o 16º minuto e o sétimo gol. É quando o atacante Nonô, do São Cristóvão, consegue riscar uma jogada individual e diminuir. Mas já na saída a bola é lançada a Evaristo, que se embola com os zagueiros, mas, mesmo desequilibrado, encaçapa o oitavo. Com os 8-1, a partida cai de ritmo, o resignado São Cristóvão agora contempla o cansado Flamengo rodar a bola em seu campo. Tudo leva a crer que o elástico placar não será mais alterado.

Mas o atacante Neca, do São Cristóvão, resolve fazer um nome, busca uma tabela, livra-se do marcador e faz o segundo gol de seu time. Por algum motivo, o tento alvo reacende o Flamengo, que rebenta de sua letargia e passará os últimos 15 minutos atacando numa ânsia suicida, talvez para deixar uma derradeira impressão.

E assim se faz. O Flamengo termina a partida residindo no campo e na área do São Cristóvão, atirando a esmo, fazendo gols, tomando a bola na saída, cercando a área, atirando, fazendo mais gols. Um espetáculo absolutamente inusitado e fora de um padrão informal onde, após alguns tentos, o grande deixa o pequeno em paz e fica tocando sua bola. Nada que se assemelhe à fúria animalesca do devastador ataque rubro-negro, Rolo Compressor revivido para as 40 mil surpresas e felizes testemunhas.

Fim de jogo, aplausos, fortes aplausos. O balanço da hecatombe, 5 de Evaristo, 4 de Índio, mais Joel, Luís Roberto e Paulinho, um de cada. Flamengo 12-2 São Cristóvão. DOZE A DOIS.

O resultado é recebido com certa indiferença pelos magoados jogadores flamengos, que no fundo ainda lamentam a perda do tetra. Fleitas Solich, sempre manhoso, afirma que “essa goleada é o que de pior poderia nos acontecer, pois pode desviar o foco pro próximo jogo, que é o Vasco”. Os temores de Don Fleitas não se confirmarão, o Flamengo vencerá o Vasco e ensaiará uma arrancada final, mas a distância para a ponta é abissal, intransponível. A equipe terminará o campeonato em uma opaca quarta colocação.


No entanto, ao menos, essa temporada servirá para fazer história. Pois naquela tarde de sábado, que tinha tudo para se esgueirar anônima, o Flamengo estampa a maior goleada da história do Maracanã. Em nenhum momento da história o gigante de concreto terá presenciado uma superioridade tão verborrágica, tão caudalosa, tão despudorada.

O grito surdo de um leviatã.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Resende x Flamengo


Campeonato Estadual - Taça Guanabara - 2014 - 10ª Rodada

Resende - Mauro; Gabriel, Thiago Sales, Marcelo e Gérson; Léo Silva, Hiroshi, Marcel e Bruno Gallo; Geovane Maranhão e Clebson Monga. Técnico - Ailton Ferraz.

FLAMENGO - Felipe; LeonardMoura, Wallace, SamiAndré Santos; Amaral, Cáceres (Muralha), Elano, Mugni Éverton; Alecsandro. Técnico: Jayme dAlmeida.

Data, Local e Horário: Sábado, 22 de fevereiro de 2013, as 18:30h (USA ET 16:30h), no Estádio Raulino de Oliveira ou "Estádio da Cidadania", em Volta Redonda/RJ.

Arbitragem: Pathrice Wallace Correa Maia, auxiliado por Rodrigo Pereira Joia e Andréa Izaura Maffra Marcelino de Sá, todos do Rio de Janeiro.




Entre nós

Bom dia butequeiros e leitores silenciosos,

desde que o nosso saudoso Pet foi aposentado, padecemos de um autêntico camisa 10, o maestro, o  jogador realmente capaz de organizar o meio campo, armar, fazer grandes lançamentos e deixar atacantes na cara do gol.

Carlos Eduardo de certa forma desempenhou a função no ano passado, embora o time também funcionasse na designada armação coletiva. Esse ano o jogador perdeu espaço e Mugni vem recebendo oportunidades. Elano também foi testado na posição, poucas vezes, é verdade, mas até agora apresentou maior rendimento jogando como uma espécie de meia direita (bem adiantado).

Em que pese a desorganização tática, capaz de influenciar (de forma determinante ou não?) no baixo rendimento dos 3 jogadores citados, na última 4a feira não pude deixar de notar que o futebol apresentado pelo Muralha em muito se assemelhou ao de um autêntico camisa 10.

Luiz Philipe é um jogador que chegou ao CRF em 2010 e é meia de origem. No time dos sem água era bastante comparado com Juninho Pernambucano, um camisa 8. Nas categorias de base do CRF foi posto pra jogar muitas vezes num time organizado no 4-3-3, que usava 3 volantes e 3 atacantes. Assim, naturalmente foi impedido de desenvolver mais a função de criação. Cabe lembrar que muitos jogadores na base se "transformam" ou são rotulados de volante simplesmente por tal posição favorecer a subida aos profissionais.

Acredito que muitos notam ou começam a notar que trata-se de um jogador que joga mais e de forma diferenciada com a bola no pé do que sem ela, embora não concorde que ele marque tão pouco, como alguns defendem. De qualquer forma, não estaríamos desperdiçando talento, artigo mais nobre e raro, ao cobrar desse jogador justamente o contrário, isto é, que jogue mais sem a bola do que com ela?

Nos profissionais do Flamengo, Muralha já jogou como 1o volante, 2o volante e aberto pela direita, no esquema de 3 volantes, em função parecida com a do Luiz Antônio. Como 1o volante, qualifica bastante a saída de bola, mas não é eficiente na proteção à zaga. De 2o é como vem jogando esse ano e acredito ser possível, desde que o time inteiro marque e recomponha. Como 3o, apenas se Elano sair ou mudar o posicionamento. Ao colocar o volante Recife no último jogo, Jayme o testou mais avançado. Pondero, no entanto, que o jogador se destaca mais em passes médios e longos, motivo pelo qual acho que seria sub aproveitado como ponta de lança.



Heatmap Muralha Flamengo x Madureira
Na gíria, esmerilhou

Acho que o Luiz Philipe precisa "encontrar a posição" e torço para que o Jayme, que dá mostras de confiar e gostar bastante do jogador, consiga desvendar esse "enigma". Algo que será excelente não apenas para o jogador, mas sim para o Flamengo, que só teria a ganhar com o desempenho superior em campo e, quem sabe, com uma futura venda.

Mas e vocês amigos butequeiros (e leitores silenciosos, quem sabe se animam a participar rsrs)? Acham que o jogador deve jogar em qual posição? Como devia jogar no time do Jayme? Tirariam algum jogador, Elano ou Mugni, para testar o Muralha em alguma dessas posições? Mesmo se a preferência for pela reserva, acreditam que temos no banco um volante, um meia ou um 3o homem, que eventualmente deve jogar no lugar de quem?

Pra finalizar, encontrei esse vídeo no youtube, de 2012 http://www.youtube.com/watch?v=aq23ero6pyo. Independente da importância ou não dos lances, me parece claro que o jogador não é lento, corroborando, quem sabe, minha suspeita que o preparo físico do Muralha não está 100%, por conta da paralisação de 9 meses no ano passado por fratura.

Bom sábado a todos, com uma vitória convincente do Mengão mais tarde.

SRN!



sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Um enorme vazio



O link acima nos leva a uma matéria que nos chama a uma reflexão. Quero deixar de lado qualquer discussão sobre o objetivo da chamada sensacionalista e sobre o relacionamento do Flamengo com os veículos de comunicação e me ater ao fato em si. A constatação de que o clube de maior torcida do país detém o record de pior público no novo maracanã é, ou deveria ser, preocupante.

Imaginemos um torcedor inglês ou alemão, que por algum motivo qualquer tenha no seu pacote de TV a cabo um canal que transmita o futebol brasileiro. E suponhamos que, tomado de curiosidade pelo futebol do país que vai sediar a copa do mundo resolve assistir ao jogo de uma quarta-feira de madrugada (no horário de lá) em que supostamente vai ver o time de maior torcida do Brasil jogar. Time cuja camisa ele viu sendo vendida recentemente em lojas da adidas em sua cidade e que ele se lembra de ter tido grandes times no passado. O que passaria pela sua cabeça ao ver o enorme estádio vazio? Será que ele acreditaria que aquele é o mesmo clube, super-popular de que ouvira falar? E quando, no intervalo do jogo, forem exibidos os gols de outros jogos, ele vir alguns dos rivais de outras cidades jogando com estádios cheios?

Voltando ao mundo real, é bem pouco provável que uma partida como a de ontem tenha sido retransmitida internacionalmente. Mas mesmo assim, os gols e os lances estão disponíveis na internet levando ao mundo todo a imagem do Flamengo jogando semana após semana num enorme Maracanã vazio.

Em debates no Buteco, no trabalho, na escola e no bar, todos nós já conhecemos os inúmeros fatores que fazem os jogos estarem vazios. Conhecemos até a velha desculpa de todas as temporadas, que o estadual não vale nada, que ninguém quer ver jogos com Madureira, Bonsucesso, etc. Esse mantra segue repetido, ano após ano, até os primeiros jogos do campeonato brasileiro contra Figueirense, Náutico, Goiás, etc em dias de semana nos quais vemos o mesmo estádio vazio.

Esse ano, a culpa está sendo atribuída ao absurdo preço que foi colocado para os ingressos, resultado direto da falta de bom senso da Federação, da desunião dos clubes e do pouco interesse desses pelo seu torcedor. Mas eis que surge hoje a notícia de que quatro anos atrás, com ingressos pela metade do preço, no mesmíssimo Maracanã, o público não foi muito diferente. Com isso, a teoria de que o preço vem sendo determinante para a ausência do público perde força consideravelmente, dando espaço para outros vilões como o horário, o excessivo número de jogos sem importância e mesmo o fato de que estamos jogando o campeonato com reservas.

Mas sabendo de tudo isso e sabendo que não vamos mudar a federação, nem a televisão que decide os horários dos jogos, o que se pode fazer para diminuir tanto o prejuízo financeiro quanto o dano à imagem do clube? Sabendo que é uma questão muito complexa e que a televisão pressiona muito os clubes, se oferecendo para “compensar os prejuízos” com a cota de televisão, maior inclusive que a da Libertadores. E lembrando também que nesta temporada, a federação reduziu a cota do Flamengo e do Vasco para aumentar a premiação do estadual.

A única coisa que me ocorre rapidamente é insistir para que o Flamengo não jogue nenhuma partida contra os pequenos no Maracanã, especialmente nos jogos transmitidos pela TV. No campeonato estadual, o Flamengo sempre joga em casa independente do adversário e pode, quando for mandante escolher outros estádios em que o público baixo fique menos evidente. Macaé, Volta Redonda e Moça Bonita tem estádios pequenos e com boa iluminação, podendo ser usados – como ocorreu no ano passado após o fechamento do Engenhão – para quase todos os jogos contra os pequenos do estadual.

Não dá para saber se seria possível fazer promoções com patrocinadores, venda casada para mais de um jogo ou mesmo campanhas para atrair o torcedor para o estádio. Em muitos casos, os recursos a serem investidos em cada uma dessas ações não terão retorno suficiente neste péssimo campeonato. Outra incógnita seria tentar convencer a federação, com a qual o Flamengo não tem uma boa relação, a nos deixar levar jogos para praças mais rentáveis como Brasília ou o Nordeste. Lembrando da dificuldade que foi para mandarmos jogos fora do Rio no campeonato brasileiro do ano passado, essa idéia não me parece muito promissora.

É fato que alguma coisa precisa ser feita e não temos muito tempo. Em Maio recomeça o campeonato Brasileiro e o Flamengo dessa vez não vai ser nômade nem ter a desculpa das mazelas do Engenhão para ter baixa média de público.

abraços a todos e SRN!

Apenas para marcar posição, reforço que não concordo sob nenhuma hipótese com a política de precificação que o Flamengo vem praticando, desde a final da Copa do Brasil, exceção feita aos pacotes vendidos para a 1ª fase da Libertadores. Ainda que a lei da oferta e procura seja a justificativa – plausível – para os altos valores, a qualidade do espetáculo e, principalmente, o péssimo serviço prestado no estádio, não são nem de longe compatíveis com os preços cobrados.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Calúnia do Rúbio Negrão

“Toda a vez que a bola passava por cima do travessão, o chip acusava gol.” -  Árbitro Carlos Amarilla, sobre testes com chips realizados no Peru.

Sejemos cinseros e analfabéticos: o Brasil não fabrica e não fabricará mais craques como antigamente. Isso porque a garotada que curte futebol já percebeu que a maneira mais fácil de ajudar o seu time de coração, e ainda se consagrar no processo, é cursar direito na faculdade para lutar por uma posição de titular num destes vastos tapetões que assolam o país.

Por outro lado, se não mais prima por jogos vistosos e emocionantes, o futebol vem demonstrando uma grande evolução, não tática, mas tecnológica. Cenão vejemos e erremos: chip na bola, ponto e bandeira eletrônicos, placares mostrando gols e replays (“replays”, sim. “Imagem recuperada” é o karai!) de lances duvidosos, sem falar nas precisas decisões dos árbitros no chamado “olhômetro”, capazes de dirimir quaisquer dúvidas e resolver problemas ignorados pelas máquinas frias, burras e sem times de coração.

Para que possamos compreender as reais proporções do referido avanço, no final do ano passado foi necessário todo um julgamento teatral, digo, num tribunal para que resultados de jogos e posições na tabela do Brasileirão fossem modificados. Hoje, menos de dois meses depois, toda essa chata e dispendiosa burocracia parece ter sido definitivamente abolida, cabendo agora ao juiz de campo alterar resultados de jogos e posições na tabela instantaneamente, em tempo real, ainda dentro do gramado, com a partida em andamento, e perante testemunhas, para que todo o processo seja confiável e transparente.

Por mais que isso turve os sonhos de vários jovens que sonham com sólidas carreiras no STJD, foi exatamente o que ocorreu no Flamengo e Vasco passado, quando presenciamos o primeiro prejuízo causado pela aposentadoria precoce da quase invisível bola laranja utilizada na temporada passada. Ora, como um juiz de linha tem a audácia de alegar não ter visto a pelota dentro do gol, sendo a mesma branca?

Confesso, porém, meus leais detratores, que contra o Vasco, e não me julguem menos rubro-negro pelo que irei escrever, adorei os 3 pontos, mas detestei a vitória. E não estou nem aí nem aqui pro choro dos eternos perdedores, mas me incomoda bastante o perigoso precedente de um erro escabroso simplesmente deixado pra lá. Porque absurdos do gênero podem igualmente nos atropelar somewhere along the line. Árbitros ignorando gols absurdamente claros não é exatamente o tipo de situação que favorece times grandes, se é que me entendem. Pra mim, trata-se de um artifício ideal para derrubar favoritos sem recorrer à extenuante burocracia de longas batalhas judiciais, se é que continuam a me entender.

Ironicamente, o imbróglio do não gol do Douglas ocorreu justamente após o fiasco do cover do Mr. Bean no León x Flamengo, de maneira que o nível das arbitragens na Libertadores subiu muito no meu conceito, passando a ostentar a classificação de “quase bem aceitável”.

Mas falando sério agora: o grande problema é que um único juiz em campo não consegue dar conta de tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. O certo seria que cada time entrasse em campo com o seu próprio árbitro, que conhecesse bem os seus companheiros de equipe, se estes batem porque são maus ou apenas para matar as jogadas, se cospem no rosto do adversário por indisciplina ou por simples refluxo, etc. Ninguém há de negar que dessa forma as arbitragens seriam bem mais justas, porque um juiz ficaria com receio da desforra do outro.

E, nesse sentido, a Copa de 2014 seria muito mais benéfica ao esporte bretão se dela pudéssemos colher os frutos dessa inovadora experiência.

Duplex Toc Zen

1 - Pena que o Flamengo tava negociando o Elias com um tal de Bruno de Carvalho: Ah, se tivesse sido com o Adriano Galliani...

2 - O Elias agrega valor ao elenco: E o Luiz Antônio desagrega.

3 - Bem fez o pai do Elias, que botou o Sporting no pau: Só espero que a justiça portuguesa seja tão rápida e eficiente quanto a brasileira, que consegue julgar um processo do Luiz Antônio por semana.

4 - Unión Española, Independiente del Valle e San Lorenzo: E não é que o Botafogo tá disputando a Série B da Libertadores?

5 - A camisa rubro-negra alemã nada mais é do que o resultado natural do tratamento que os arcoirenses dispensam aos flamenguistas: Pra eles, nós sempre fomos “os alemão”.

6 - E finalmente o Jayme definiu o nosso meio-campo: Fulano, Beltrano, Sicrano e Elano.

7 - Só que, pra mim, o Elano não passa de um Renato Abreu malpassado: E sem páprica.

8 - Mas aos pouquinhos, o Flamengo tá achando o time: Um já foi localizado no Porcão, outro no Barra Music, mais um na praia jogando futevôlei...

9 - E contra o Madureira, o Feijão provou que não é apenas mais um rostinho bonito: É um rostinho feio bagarai.

500 - O Cazedú tinha que aproveitar o momento pra pendurar as chuteiras no auge: Lá no pico das Agulhas Negras.

11 - E não é que o Luxa tinha razão?: De Muralha o Luiz Phillipe não tem nada. 

12 - Twitter Cassetadas da semana (em tempo real só em @rubionegrao)

Brasil x Alemanha na Copa, com os germânicos de camisa rubro-negra inspirada no Mengão, nem preciso dizer pra quem irei torcer.

O jogo de ontem contra o León foi simplesmente um pé no saco.

Se estiver precisando de alguém pra tomar conta de sua casa de campo, sugiro José Hernando Buitrago, juiz do Fla x León, um senhor caseiro.

O Imperador tá sequinho.
Sequinho pra ir pra balada degustar umas cervas.

Por que o Vasco joga hoje com uma pequena tarja preta perto da gola da camisa se já tem uma baita faixa de luto no meio dela?

Foi gol, só que agora o Douglas joga em time pequeno, que não desfruta do respeito da arbitragem.

O problema de ter um elenco equilibrado é demorar pra encontrar o time.

O Elano substituiu muito bem o Cazedú, e tá fazendo com muita propriedade a função de "jogador a menos" no time.

O Flamengo é tão superior ao FluminenC que nem precisou apelar ao STJD pra anular o gol do Vasco.

Fiquem calmos, vascaínos, porque na Série B essa bola do Douglas os juízes costumam validar o gol.

O Douglas ainda não aprendeu a disputar campeonato carioca.

A vitória com a influência da arbitragem sobre o Vasco prova que o Flamengo finalmente está aprendendo a jogar Libertadores.

"A entrada do Guinazu foi no joelho, muito pior que a do Amaral no México... Quase tirava o Brocador da copa." - Martinho Junior, BUTECO

"Vascaínos se recusam a desfilar na escola q homenageará Zico na Sapucaí"
É assim q agradecem ao Zico por ter jogado na despedida do Roberto

"O Flamengo precisa ter jogo de cintura. Dar continuidade a seu processo interno, mas tendo em mente que habita um meio de porcos." - Melo 

Idem. "Isso não se discute: o melhor jogador do Brasil é Zico." - Sócrates RT ‏@Urublog Hoje o Dr. Sócrates faria 60 anos. Respeito.

E nada mais faço, nem as imagens zoativas de praxe.

(Ás do quinta-colunismo esportivo, Rúbio Negrão, vulgo Rubro-Negão Trolhoso, vulgo RNT, é cria dos juniores do blog da Flamengonet, e aceita doações de camisas oficiais novas do Flamengo no tamanho G.)

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Flamengo x Madureira


Campeonato Estadual - Taça Guanabara - 2014 - 9ª Rodada

FLAMENGOP. Victor; Leo, ChicãoErazo e JoãPauloFeijãoMuralha, Negueba, Rodolfo e GabrielAlecsandro. Técnico: Jayme dAlmeida.

Madureira: Rodrigo Café; Marquinhos, Aislan, André e Luiz Paulo; Leozão, Bruno Tiago, Victor Bolt e Gilson; Carlinhos e Victor Borges. Técnico - Roy.

Data, Local e Horário: Quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014, as 22:00h (USA ET 20:00h), no Estádio Mário Filho ou "Maracanã", no Rio de Janeiro/RJ.

Arbitragem: Rodrigo Nunes de Sá, auxiliado por Eduardo de Souza Couto e Wendel de Paiva Gouvêa.