sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Dois tempos, dois times


Para um time que vinha mostrando sempre a organização defensiva como uma de suas principais características, me surpreendeu bastante a bagunça que estava a defesa do Flamengo no primeiro tempo. Com o time teoricamente posicionado num 4-1-4-1, a linha defensiva simplesmente não se formava. Com Mugni e Muralha perdidos, o time ficou com um buraco no meio campo, sendo quase engolido pelo adversário, que felizmente era muito fraco.

Pelo lado direito, Elano e Léo Moura não acertavam o posicionamento e foi possível ver diversas vezes o lateral marcando quase na linha do meio de campo enquanto o meia sofria correndo atrás do lateral equatoriano. Do outro lado, André Santos não marcava ninguém, obrigando o Samir a sair na cobertura e deixando Caceres perdido no meio sem saber se fechava o espaço ou marcava o centro-avante adversário. Foi realmente assustador, especialmente quando os dois laterais ficaram amarelados ainda no primeiro tempo.

Quando o time tinha a bola, a desorganização imperava e o que se viu foram chutões e as isoladas arrancadas do Éverton, para mim o melhor da partida. Muralha além de não acertar passes, sempre tentava uma firula ou uma jogada mais difícil e o argentino foi de dar pena. Achei muito sensato o Jayme ter tirado o garoto ainda no intervalo para não queimá-lo com mais vaias do que as que recebeu no primeiro tempo.

Felizmente, a entrada do Gabriel melhorou bastante a dinâmica do time, que voltou com outra atitude no segundo tempo. A linha defensiva continuava tendo problemas, especialmente do lado esquerdo onde o André Santos vem marcando pior ainda do que fazia ano passado. Mas a distribuição do time em campo ajudou o Flamengo a retomar o controle do meio de campo. A saída de bola melhorou com o Éverton vindo para o meio, jogando como fazia no Atlético-PR e passamos a ter opções de jogadas com a grande movimentação do Gabriel que, penso, já mostrou futebol esse ano para ser titular. Com a torcida vindo junto do time no segundo tempo, pudemos ver novamente um time vibrante e competitivo como o que venceu a Copa do Brasil ano passado.

Vale destacar a atuação sólida dos dois zagueiros rubro-negros, titulares inquestionáveis nesse time. A cada jogo o garoto Samir mostra segurança e maturidades incomuns para a idade que tem e Wallace vai demonstrando liderança e tranquilidade a seu lado. Espero que o Jayme possa usar os jogos do estadual para criar uma dupla reserva – talvez Chicão e Erazo - e lhes dar ritmo e padrão de jogo para que possam chegar no Campeonato Brasileiro em um nível próximo ao dos titulares.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Mesmo sendo um pouco chato abordar mais uma vez esse tema, não consigo não me indignar com a maneira como o torcedor continua sendo tratado no acesso ao Maracanã. Independente do preço dos ingressos, é inaceitável que seguranças do estádio, orientadores ou seja qual for a função que tenham empurrem e botem o dedo na cara de torcedores que enfrentam filas enormes, apertos e dificuldade para ver um jogo de futebol.

Quando se enfrenta um problema repetidamente em todos os jogos com um pouco mais de apelo, não dá para se apegar as justificativas de sempre. Todo mundo sabe que o torcedor entra em cima da hora, que os espertos com camisas de organizadas tentam furar fila e que o acesso fica complicado na última hora antes do jogo. De que adianta ter um estádio belíssimo se na hora de entrar nele continuamos a ser tratados como gado?
 -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

 Muita torcida pelo nosso basquete que vai enfrentar três partidas duríssimas no México esse final de semana!

abraços a todos e SRN!