Salve, Buteco! Hoje é dia de Libertadores! Finalmente, as semifinais vão começar! O Mais Querido do Brasil e do Mundo receberá, hoje à noite, no Maracanã, o Racing Club de Avellaneda, da Argentina. Para quem gosta dos posts sobre a História dos adversários estrangeiros, lembro que há cerca de dois anos e meio subi o post Racing: o Reencontro com La Academia, no qual contei um pouco sobre o adversário de hoje à noite. Quem quiser conferir, pode ficar à vontade.
Hoje quero falar sobre o que o Flamengo vai encarar no gramado do Maracanã, ou seja, as características do Racing de Gustavo Costas. Deparei-me ontem com esse ótimo tuite do jornalista Caio Alves (@CaioAlves), da ESPN, do qual destaco os seguintes trechos:
Fase ofensiva do RacingComo antecipado, o Racing não precisa de um momento com bola muito inspirado e elaborado para gerar ocasiões de gol. Montado no 4-3-3 e pautado no ataque pelas laterais, prefere ser vertical à administrar posses longas.Com laterais de características ofensivas e que atacam simultaneamente, a equipe costuma progredir pelos corredores de fora. Seja pelo chão, seja através de inversões para o lado oposto, gosta de encontrá-los e acioná-los nos últimos metros do campo.Gabriel Rojas, que se lesionou recentemente, é um dos alicerces de Gustavo Costas. O lateral-esquerdo, que vivia bom momento, era foco central para as progressões do time no corredor e não tem substituto à altura.Com um baixo teto manejando a posse, encontra problemas construindo desde trás. Os poucos homens e movimentos sem bola na primeira fase são os principais empecilhos. A forma de compensar os defeitos é clara: duelos de resistência e segundas bolas. Se o adversário não estiver concentrado e focado nesses aspectos, o Racing levará grande vantagem e se mostrará mentalmente superior.Com um 3-1-6 (ou 3-2-5) em ataque posicional, preenche a área com cerca de quatro jogadores. Santiago Sosa permanece com os defensores e libera Bruno Zuculini e Agustín Almendra. Enquanto os laterais ampliam o campo, os extremos entram.Adrián 'Maravilla’ Martínez, talvez o nome mais conhecido do plantel, se responsabiliza por vencer duelos e estabelecer a equipe em campo ofensivo. Fisicamente privilegiado, tem a capacidade de pressionar e atacar a profundidade por muitas vezes.Bolas paradas são fases que demandam muita cautela dos rivais. Isso porque Gustavo Costas e sua comissão elaboram diferentes jogadas.Nos laterais em campo ofensivo, sobretudo nos últimos metros, as bolas são enviadas diretamente para a área. ‘Maravilla’ Martínez costuma atrair defensores pela boa capacidade no jogo aéreo, mas nem sempre participa dos duelos. O objetivo é cabecear para o lado oposto e encontrar um atleta livre nas costas — geralmente, Agustín Almendra.Em escanteios, o Racing é igualmente perigoso. Isso porque, embora não tenha uma fase tão elaborada, os jogadores são altos e vitoriosos duelando. A batida é direcionada para a primeira trave em busca de um desvio para a pequena área. Muitos atletas atacam a região central porque sabem que a probabilidade de receber o passe é considerável.Fase defensiva do RacingNa fase sem bola, o Racing adota o 4-1-4-1 como sistema para se proteger — que se transforma em 5-4-1 quando Santiago Sosa, o meio-campista mais defensivo, desce e sustenta a primeira linha.Postada em bloco médio-baixo, a equipe aborda o adversário por meio de encaixes setorizados. Não vê problema em subir metros para pressionar as saídas, mas se sente mais confortável no próprio campo.Justamente por gostar de duelar e de disputar segundas bolas, se tornou especialista em cometer faltas táticas e entender quando o jogo deve ser pausado. Ganha decisões assim.O principal defeito da fase defensiva é o grande terreno que oferece entre as duas primeiras linhas — problema que o próprio 4-1-4-1 te causa. Como o meio-campista mais defensivo se responsabiliza por essa zona, precisa da ajuda dos colegas. Quando enfrenta times que sabem trabalhar entrelinhas e aproveitar o lado cego, sofre.Além do mais, dá prejuízo transicionando do ataque para a defesa. Isso porque ataca com muitos homens e, quando perde a posse em zonas mais centrais ou em inferioridade numérica, é lento para se recuperar.
Sempre respeitando o adversário, creio que o caminho da vitória, sob o ponto de vista tático, está traçado. Saber trabalhar no entrelinhas é uma das maiores virtudes do Flamengo de Léo Ortiz, Léo Pereira, Jorginho, Saúl, Pedro e Arrascaeta, especialmente no Maracanã. Se o Samuel Lino resolver voltar a jogar bola, melhor ainda.
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Noticia-se que a torcida do Racing esgotou sua carga de ingressos e virá com 100 ônibus para o Rio de Janeiro. É a primeira semifinal de Libertadores do clube em quase 30 anos. A última havia sido na edição de 1997, quando foi eliminado pelo Sporting Cristal, do Peru, o qual, por sua vez, foi derrotado na final pelo Cruzeiro, em Belo Horizonte (gol do Elivélton).
Gustavo Costas, o treinador do Racing, é uma espécie de "Carlinhos com verve de Jorge Jesus". Não dos mais sofisticados taticamente, mas é um motivador. Um personagem quase místico do clube, adorado pela torcida. Torce para La Academia desde criança e passou quase toda a carreira de jogador defendendo as cores do clube.
O discurso Davi x Golias já começou a ser colocado em prática: "são mais ricos, ganham muito mais do que a gente, blá, blá, blá". Lembram do alerta, logo acima, quanto a duelos de resistência e segundas bolas? Do "mental"? Costas certamente apostará tudo nessa estratégia e, claro, nas bolas longas e paradas, no "ganhar em uma bola".
Noite para foco total do time e "clima de inferno" nas arquibancadas.
Que assim seja e que venha a vitória, de preferência, construindo um bom saldo.
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O Ficha Técnica subirá, como de costume, as 19:00h, e a palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.
