segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Virando a Chave: Fatos e Narrativas

 

Salve, Buteco! O café da manhã está servido. Está na hora de virar a chave para a Libertadores, mas antes vamos limpar o terreno e afastar algumas narrativas que apenas tornam o ambiente mais pesado. Começarei tomando emprestada essa arte do GE para comparar as tabelas do Flamengo e do Palmeiras até o final do Campeonato Brasileiro:


Narrativa: o Campeonato Brasileiro acabou.

Fato 1: o Flamengo tropeça mais do que o Palmeiras nos confrontos contra times da parte de baixo da tabela, porém o desempenho rubro-negro é expressivamente melhor contra times da parte de cima da mesma tabela. No final, cada jogo vale 3 pontos e será campeão quem errar menos. Tudo aberto, por enquanto. Basta olhar os números.

Fato 2: após o jogo contra o Racing, haverá apenas jogos pelo Campeonato Brasileiro até a final  da Libertadores (na qual esperamos que o Flamengo esteja), e, como costumo sempre repetir por aqui, historicamente o desempenho do time costuma melhorar sensivelmente quando disputa somente os jogos da competição.

Fato 3: tem muito campeonato pela frente e a tabela de classificação não autoriza a narrativa de que acabou para o Flamengo. 1 ponto e 1 vitória de desvantagem? 

Nutella é bom para comer, Pessoal, e não para se tornar um estado de espírito da torcida rubro-negra. A gente torce, critica, pressiona e até xinga quando preciso (como no post de ontem, rs), mas jamais vira nutellinha dark emocionalmente descompensado, né? 

Né???

***

Narrativa: o grupo do Flamengo era fraco, o Central Córdoba é uma galinha morta e o Racing é melhor do que o Estudiantes. A campanha do Flamengo na Libertadores é ruim.

Fato 1: a LDU eliminou, em sequência, o Botafogo, atual campeão da Libertadores, e o São Paulo, neste último caso com duas vitórias, e ainda abriu 3x0 de vantagem na semifinal contra o Palmeiras.

Fato 2: a tabela de classificação do Campeonato Argentino após 13 rodadas:


Fato 3: o confronto direto entre Racing e Estudiantes no Cilindro, pelo Campeonato Argentino

Fato 4: o Flamengo chega a Avellaneda para jogar em vantagem no Cilindro contra o Racing na semifinal da Copa Libertadores da América/2025.

***

Clear your minds, pull your shit together and let's win the porra toda! 

Quarta-feira tem jogo grande e o Mais Querido do Brasil e do Mundo tradicionalmente cresce nesses cenários! E claro: precisa da Nação Rubro-Negra ao seu lado!

Que venha outra final de Libertadores!

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Tenham uma semana abençoada, repleta de paz.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.

domingo, 26 de outubro de 2025

Divagações Sobre a Unanimidade

 

Salve, Buteco! O Universo Rubro-Negro, com seus para lá de 50 milhões de adeptos, é um tanto vasto. Então, se na vida já é difícil obter unamidade entre pessoas, qualquer que seja sua microbolha ou comunidade, imagine em meio a tanta gente. Eu, fã confesso do "tricolor mais rubro-negro da História", desconfio muito das unanimidades, das verdades absolutas, das conclusões sem contrapontos. 

Qual não foi a minha perplexidade, então, quando constatei que estamos diante de um evento desafiador da máxima rodriguiana, já que não conheço, não vi e não consigo imaginar alguém que não deposite 100% da responsabilidade pelo que aconteceu ontem, no Castelão, no treinador do Flamengo. "Ah, mas o Samuel Lino é uma usina de perder gols", "o Léo Pereira não ganhou uma pelo alto", "ninguém jogou nada".

Amigo, eu acompanho o Flamengo há mais de meio século, não canso de repetir, e não tem nada mais Flamengo do que sua verve Robin Hood: roubar dos mais ricos para dar aos mais pobres. Por isso mesmo, alguns comportamentos são previsíveis, tanto que, na conclusão do Esquenta de anteontem, alertei:

"(...) os caminhos da bola são imprevisivelmente traiçoeiros e a distância do Leão do Pici para o vice-líder do Brasileirão, que vem de três vitórias seguidas em três jogos chamados "grandes", o último deles pela semifinal da Libertadores, será um tanto reduzida pelo desgaste de alguns atletas, pela expectativa do jogo de volta em Avellaneda e até por algumas contusões. 

Para enfrentar esse time, o Fortaleza certamente estará jogando alguns de seus poucos dados restantes, literalmente no desespero.

Quem pode jogar? Quem deve ser escalado? Como fazer para manter o foco e conquistar os três pontos na rodada em que, dentre todas as restantes, há mais chances de ultrapassar o Palmeiras na tabela, diante do confronto direto no clássico palestrino contra o forte Cruzeiro, terceiro colocado no certame?"

Na verdade, previsivelmente traiçoeiros, né? A sequência 3x0 Botafogo, 3x2 Palmeiras e 1x0 Racing, com um jogo contra o Fortaleza, vice-lanterna, no Castelão, intermediando o jogo de volta no Cilindro, em Avellaneda, é um convite para o tropeço. Um tropeço tipicamente flamengo, rubro-negro por essência.

Só que a maneira como um treinador lida com a previsibilidade é um dos traços marcantes do seu sucesso ou fracasso na carreira, e SuperFili anda teimando em um momento crucial de uma temporada que pode vir a ser o início de uma trajetória brilhante ou produndamente frustrante.

"Ah, eu trabalho com elenco de 23 jogadores". Meia verdade. Ele trabalha com uns 14, 15 e isola o resto do elenco. Não que seja o único adepto dessa prática. Há sintonia fina com o diretor técnico do Flamengo nesta íntima convicção, tipicamente europeia, por sinal. 

Ocorre que os dois podem levar tudo a perder por se mostrarem absolutamente OBTUSOS (para não utilizar nenhuma expressão injuriosa) na ADAPTAÇÃO dessa filosofia a um país e a um continente que exigem dos clubes sequências como Botafogo (Rio), Palmeiras (Rio), Fortaleza (Fortaleza) e volta para o Rio e Racing (Buenos Aires/Avellaneda).

Tá, o Real Madrid foi jogar outro dia contra um time do Cazaquistão (Kairat). 11 horas de voo, com escala, por trecho. Porém, isso acontece uma vez por temporada, enquanto um clube como o Flamengo, que disputa a Série A do Campeonato Brasileiro e a Libertadores todo o ano, atravessa o Brasil, país de dimensões continentais, e o próprio continente várias vezes por ano. Antes fossem 22h (ida e volta) uma vez apenas em toda a temporada...

O que aconteceu ontem, no Castelão, foi, antes de tudo, ESTÚPIDO. Era absolutamente PREVISÍVEL não somente o desfecho, como a própria dinâmica da partida, especialmente o VERGONHOSO primeiro tempo. Ontem era jogo para um time que conseguisse COMPETIR FISICAMENTE em campo.

"Ah, o Campeonato Brasileiro é prioridade, eu seguirei com as minhas convições". Não, seu IMBECIL! Disputar com competitividade as 38 rodadas do Campeonato Brasileiro é que deveria ser a prioridade.

Já que comecei esse texto citando Nelson Rodrigues, nada melhor do que encerrá-lo com uma de suas mais célebres frases, sobre os IDIOTAS DA OBJETIVIDADE:

"Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos."

Tenham um bom domingo (se for possível).

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.

sábado, 25 de outubro de 2025

Fortaleza x Flamengo

 

Campeonato Brasileiro/2025 - Série A - 30ª Rodada

Sábado, 25 de Outubro de 2025, as 19:30h (USA ET 18:30h)
no Estádio Governador Plácido Castelo ou "Castelão", em Fortaleza/CE.

Fortaleza: Brenno; Mancuso, Brítez, Ávila e Bruno Pacheco; Lucas Sasha, Rodrigo Santos e Pochettino; Herrera, Breno Lopes e Deyverson. Técnico: Martín Palermo.

FLAMENGO: Rossi; Emerson RoyalDaniloLéPereirAyrtoLucas; SaúlJorginhArrascaetaBHenriqueSamuel LinGonzalPlata. Técnico: Filipe Luís Kasmirski.


Arbitragem: Davi de Oliveira Lacerda (AB/ES), auxiliado pelos Assistentes 1 e 2 Guilherme Dias Camilo (FIFA/MG) e Douglas Pagung (AB/ES). Quarto Árbitro: Luiz Augusto Silveira Tisne (AB/SC). Árbitro de Vídeo (VAR): Wagner Reway (VAR-FIFA/SC). Assistentes VAR (AVAR) 1 e 2: Helton Nunes (AB/SC) e Paulo Roberto Alves Júnior (FIFA/SC). Observador de VAR: Marcos André Gomes da Penha (Assessor/CBF/ES). Assessor: José Mocellin (Assessor/CBF/RS). Inspetor: Luiz Flávio de Oliveira (Assessor/CBF/BR). Quality Manager: Arnaldo Jasson Araújo Santos (Assessor/CBF/BR).

Transmissão: Premiere (sistema pay-per-view). 



sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Esquenta: Fortaleza x Flamengo, pela 30ª Rodada do Campeonato Brasileiro/2025

 

Salve, Buteco! Já contei a vocês algumas vezes que minha ligação com o futebol é profunda e muito antiga. Meu processo de alfabetização envolveu a leitura de resenhas de O Globo, na cobertura do cotidiano dos 4 grandes do Rio, em especial o Clube de Regatas do Flamengo. Prestes a completar 56 anos de idade, posso dizer que tenho mais de meio século acompanhando o velho esporte bretão e, claro, torcendo pelo Mais Querido do Brasil (e do Mundo).

Então, a minha formação como torcedor envolveu, basicamente, o acompanhamento dos jogos pelo Campeonato Carioca e os primeiros anos do Brasileirão, no formato "Onde a Arena vai mal, um clube no Nacional; onde a Arena vai bem, mais um time vai bem." Tempos nos quais havia jornalistas que consideravam o America e a Portuguesa de Desportos grandes e protagonistas de clássicos, em seus respectivos estados.

Tempos nos quais era difícil diferenciar clubes como o Fortaleza, adversário do jogo de amanhã, de outros como Ceará, Ferroviário, Remo, Paysandu, Vitória/BA, Vitória/ES, Desportiva Ferroviária, Sampaio Corrêa, Moto Club, CSA, CRB, Sergipe, Confiança, Itabaiana, Caxias, Londrina, Maringá, Nacional/AM, Fast Club, Rio Negro, River, Tiradentes, Flamengo/PI, Noroeste, XV de Piracicaba, Joinville, Sergipe, Confiança, Treze, Campinense e tantos outros.

Tempos que se foram, levando alguns clubes a um triste processo de encolhimento. Casos de Guarani, Ponte Preta e Santa Cruz,  para citar apenas alguns, que eram "médios protagonistas" na década de 70 e hoje lutam para disputar competições com um mínimo de relevância. Para que se tenha ideia, nenhum dos citados disputou em 2025 sequer a Série B. A Ponte Preta, com muito suor, conseguiu subir e disputará a finalíssima da Série C contra Londrina neste final de semana.

O Fortaleza passou muito tempo frequentando as divisões inferiores do futebol nacional, até que, na década passada, seguiu a direção inversa e iniciou um impressionante processo de ascensão. Com uma gestão profissional, alcançou o vice-campeonato da Série C em 2017 e, em 2018, sob o comando de Rogério Ceni, conquistou o título da Série B e o direito de finalmente voltar para a primeira divisão do futebol brasileiro, em 2019, ano no qual conquistou o primeiro título da Copa Nordeste em sua História. Ao todo, o Nareba comandou o Fortaleza, em duas passagens, por 151 jogos.

Contudo, sucedendo Ceni a partir de maio/2021, o argentino Juan Pablo Vojvoda elevou o Fortaleza a um novo patamar, alcançando o 4º lugar do Brasileirão/2021, classificando o clube para a Libertadores por quatro vezes, duas vezes de maneira direta e duas vezes chegando as oitavas de final, e disputando a final da Copa Sul-Americana em 2021, além de conquistar por mais duas vezes a Copa do Nordeste.

O Fortaleza de Ceni e de Vojvoda desafiou e venceu grandes clubes do futebol brasileiro e sul-americano. Fora de campo, foi de maneira justa elevado à condição de exemplo de gestão, seja no formato associativo, seja no de SAF do futebol, modelo implementado a partir de setembro/2023.

Entretanto, os caminhos da bola são tortuosos e imprevisíveis. Quantas SAFs no Brasil estão dando com os burros n'água, prezados Amigos do Buteco? Não sei se esse é exatamente o motivo (a SAF), mas eis que, justamente nos tempos da SAF que tem como CEO o presidente que comandou todo o processo de ascensão do clube, e justamente quando iniciou uma temporada com mais dinheiro para investir, sob a direção técnica de Juan Pablo Vojvoda, o treinador mais importante e vencedor da História do clube, as coisas começaram a desandar dentro das quatro linhas.

Os reforços de maior patamar não deram certo, Vojvoda foi demitido, depois de 4 anos e 310 jogos (!), o português Renato Paiva foi contratado para o seu lugar e demitido depois de 10 jogos, e, faltando 9 rodadas para o final do Campeonato Brasileiro/2025, o Leão do Pici (que tem um jogo a menos) ocupa a vice-lanterna, com apenas 24 pontos conquistados em 28 jogos, estando a distantes 7 pontos do primeiro clube fora da temida e gravitacionalmente atrativa Zona do Rebaixamento. 

"Do nada", o organizado Fortaleza começou a causar inveja aos grandes mais esculhambados e caloteiros do futebol brasileiro...

O argentino Martín Palermo, terceiro treinador da temporada, parece ter revitalizado um pouco o time, dando-lhe maior competitividade, porém tudo indica que não há mais tempo para uma reação evitando o rebaixamento e o retorno para a Série B em 2026. A estrutura do Fortaleza nos induz a acreditar que o clube pode perfeitamente voltar para a Série A; todavia, o competitivo futebol brasileiro dos tempos modernos mostra que nada é assim tão simples. 

A SAF do Athletico/PR e suas agruras na segundona que o digam...

Mas como eu ia dizendo, os caminhos da bola são imprevisivelmente traiçoeiros e a distância do Leão do Pici para o vice-líder do Brasileirão, que vem de três vitórias seguidas em três jogos chamados "grandes", o último deles pela semifinal da Libertadores, será um tanto reduzida pelo desgaste de alguns atletas, pela expectativa do jogo de volta em Avellaneda e até por algumas contusões. 

Para enfrentar esse time, o Fortaleza certamente estará jogando alguns de seus poucos dados restantes, literalmente no desespero.

Quem pode jogar? Quem deve ser escalado? Como fazer para manter o foco e conquistar os três pontos na rodada em que, dentre todas as restantes, há mais chances de ultrapassar o Palmeiras na tabela, diante do confronto direto no clássico palestrino contra o forte Cruzeiro, terceiro colocado no certame?

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Sorria, Buteco! Hoje é sexta-feira!

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Flamengo x Racing

 

Copa Libertadores da América/2025 - Semifinal - 1º Jogo (Ida)

Quarta-Feira, 22 de Outubro de 2025, as 21:30h (USA/ET 20:30h), no Estádio Jornalista Mário Filho ou "Maracanã", no Rio de Janeiro/RJ.

FLAMENGORossiRoyal, Danilo, LéPereire AleSandro; PulgarJorginhArrascaetaLuiAraújo, PedrCarrascal. Técnico: Filipe Luís Kasmirski.


Racing: Cambeses; Mura (Martirena), Colombo, Rojo e Gabriel Rojas; Santiago Sosa (Zuculini), Solari, Nardoni, Almendra e Conechny (Vergara) e Maravilla Martínez. Técnico: Gustavo Costas.

Arbitragem: Jesús Valenzuela (FVF/Venezuela), auxiliado pelos Assistentes 1 e 2 Jorge Urrego (FVF/Venezuela) e Tulio Moreno (FVF/Venezuela)Quarto Árbitro: Yender Herrera (FVF/Venezuela). Árbitro de Vídeo (VAR): Carlos Orbe (FEF/Equador). Auxiliares de Vídeo (AVAR 1 e 2): Franklin Congo (FEF/Equador) e Christian Lescano (FEF/Equador).  Assessor Internacional: Roberto Silvera (AUF/Uruguai). Quality Manager: César Escano (FPF/Peru).

Transmissão: Rede Globo (rede aberta) e Paramount+ (streaming).

Esquenta: Flamengo x Racing, pela Semifinal da Libertadores/2025 (Jogo de Ida)

 

Salve, Buteco! Hoje é dia de Libertadores! Finalmente, as semifinais vão começar! O Mais Querido do Brasil e do Mundo receberá, hoje à noite, no Maracanã, o Racing Club de Avellaneda, da Argentina. Para quem gosta dos posts sobre a História dos adversários estrangeiros, lembro que há cerca de dois anos e meio subi o post Racing: o Reencontro com La Academia, no qual contei um pouco sobre o adversário de hoje à noite. Quem quiser conferir, pode ficar à vontade.

Hoje quero falar sobre o que o Flamengo vai encarar no gramado do Maracanã, ou seja, as características do Racing de Gustavo Costas. Deparei-me ontem com esse ótimo tuite do jornalista Caio Alves (@CaioAlves), da ESPN, do qual destaco os seguintes trechos:

Fase ofensiva do Racing
Como antecipado, o Racing não precisa de um momento com bola muito inspirado e elaborado para gerar ocasiões de gol. Montado no 4-3-3 e pautado no ataque pelas laterais, prefere ser vertical à administrar posses longas.
Com laterais de características ofensivas e que atacam simultaneamente, a equipe costuma progredir pelos corredores de fora. Seja pelo chão, seja através de inversões para o lado oposto, gosta de encontrá-los e acioná-los nos últimos metros do campo.
Gabriel Rojas, que se lesionou recentemente, é um dos alicerces de Gustavo Costas. O lateral-esquerdo, que vivia bom momento, era foco central para as progressões do time no corredor e não tem substituto à altura.
Com um baixo teto manejando a posse, encontra problemas construindo desde trás. Os poucos homens e movimentos sem bola na primeira fase são os principais empecilhos. A forma de compensar os defeitos é clara: duelos de resistência e segundas bolas. Se o adversário não estiver concentrado e focado nesses aspectos, o Racing levará grande vantagem e se mostrará mentalmente superior.
Com um 3-1-6 (ou 3-2-5) em ataque posicional, preenche a área com cerca de quatro jogadores. Santiago Sosa permanece com os defensores e libera Bruno Zuculini e Agustín Almendra. Enquanto os laterais ampliam o campo, os extremos entram.
Adrián 'Maravilla’ Martínez, talvez o nome mais conhecido do plantel, se responsabiliza por vencer duelos e estabelecer a equipe em campo ofensivo. Fisicamente privilegiado, tem a capacidade de pressionar e atacar a profundidade por muitas vezes.
Bolas paradas são fases que demandam muita cautela dos rivais. Isso porque Gustavo Costas e sua comissão elaboram diferentes jogadas.
Nos laterais em campo ofensivo, sobretudo nos últimos metros, as bolas são enviadas diretamente para a área. ‘Maravilla’ Martínez costuma atrair defensores pela boa capacidade no jogo aéreo, mas nem sempre participa dos duelos. O objetivo é cabecear para o lado oposto e encontrar um atleta livre nas costas — geralmente, Agustín Almendra.
Em escanteios, o Racing é igualmente perigoso. Isso porque, embora não tenha uma fase tão elaborada, os jogadores são altos e vitoriosos duelando. A batida é direcionada para a primeira trave em busca de um desvio para a pequena área. Muitos atletas atacam a região central porque sabem que a probabilidade de receber o passe é considerável.
Fase defensiva do Racing
Na fase sem bola, o Racing adota o 4-1-4-1 como sistema para se proteger — que se transforma em 5-4-1 quando Santiago Sosa, o meio-campista mais defensivo, desce e sustenta a primeira linha.
Postada em bloco médio-baixo, a equipe aborda o adversário por meio de encaixes setorizados. Não vê problema em subir metros para pressionar as saídas, mas se sente mais confortável no próprio campo.
Justamente por gostar de duelar e de disputar segundas bolas, se tornou especialista em cometer faltas táticas e entender quando o jogo deve ser pausado. Ganha decisões assim.
O principal defeito da fase defensiva é o grande terreno que oferece entre as duas primeiras linhas — problema que o próprio 4-1-4-1 te causa. Como o meio-campista mais defensivo se responsabiliza por essa zona, precisa da ajuda dos colegas. Quando enfrenta times que sabem trabalhar entrelinhas e aproveitar o lado cego, sofre.
Além do mais, dá prejuízo transicionando do ataque para a defesa. Isso porque ataca com muitos homens e, quando perde a posse em zonas mais centrais ou em inferioridade numérica, é lento para se recuperar.

Sempre respeitando o adversário, creio que o caminho da vitória, sob o ponto de vista tático, está traçado. Saber trabalhar no entrelinhas é uma das maiores virtudes do Flamengo de Léo Ortiz, Léo Pereira, Jorginho, Saúl, Pedro e Arrascaeta, especialmente no Maracanã. Se o Samuel Lino resolver voltar a jogar bola, melhor ainda.

***

Noticia-se que a torcida do Racing esgotou sua carga de ingressos e virá com 100 ônibus para o Rio de Janeiro. É a primeira semifinal de Libertadores do clube em quase 30 anos. A última havia sido na edição de 1997, quando foi eliminado pelo Sporting Cristal, do Peru, o qual, por sua vez, foi derrotado na final pelo Cruzeiro, em Belo Horizonte (gol do Elivélton).

Gustavo Costas, o treinador do Racing, é uma espécie de "Carlinhos com verve de Jorge Jesus". Não dos mais sofisticados taticamente, mas é um motivador. Um personagem quase místico do clube, adorado pela torcida. Torce para La Academia desde criança e passou quase toda a carreira de jogador defendendo as cores do clube.

O discurso Davi x Golias já começou a ser colocado em prática: "são mais ricos, ganham muito mais do que a gente, blá, blá, blá". Lembram do alerta, logo acima, quanto a duelos de resistência e segundas bolas? Do "mental"? Costas certamente apostará tudo nessa estratégia e, claro, nas bolas longas e paradas, no "ganhar em uma bola".

Noite para foco total do time e "clima de inferno" nas arquibancadas.

Que assim seja e que venha a vitória, de preferência, construindo um bom saldo.

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O Ficha Técnica subirá, como de costume, as 19:00h, e a palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Nos trilhos!

Fonte: Gemini 2.5

Olá Buteco, bom dia!

Duas vitórias providenciais para nos recolocar no caminho dos títulos! Dessa vez, a parada Fifa ajudou e o RubroNegro está de volta à luta pelo Brasileirão. Agora, o cenário é levemente favorável a nós, pois Flamengo x Racing será no Maracanã, enquanto o Palmeiras vai encarar a altitude de Quito e, com ela, uma LDU que eliminou Botafogo nas oitavas e São Paulo nas quartas.

Aliás, vejam como são as coisas: um resultado que se mostrou fundamental nessa campanha do Flamengo foi justamente o empate 0x0 com a LDU lá, logo após termos perdido do Córdoba no Maracanã. Observando o recorte da LDU em casa, são 5 jogos, 4 vitórias (inclusive duas por 2x0 frente aos dois brasileiros eliminados nos mata-mata) e apenas um empate, justamente contra o Flamengo. A LDU ainda não tomou gol em casa nesta edição da competição.  

E nada mais falarei, para não secar o coirmão equatoriano. Se eles conseguirem abrir um novo 2x0, agora frente ao Palmeiras, vão nos ajudar demais na briga pelo Brasileirão, comprometendo o time paulista não apenas no jogo-chave frente ao Cruzeiro (domingo, em São Paulo) mas também no outro fim de semana (Juventude, em Caxias do Sul), após o jogo da volta.

Quanto a nós, uma vitória por 2x0 amanhã nos deixaria encaminhados para a finalíssima da Libertadores e relativamente tranquilos para os confrontos contra o Fortaleza (sábado, no Castelão) e Sport (no outro sábado, Maracanã). Eu tenho essa conjectura que, na fase de grupos da Libertadores, o importante é classificar. Ser primeiro ou segundo não me parece fazer tanta diferença assim, pois há algum tempo o emparelhamento é definido por sorteio e, portanto, a única real desvantagem está nas oitavas de final, quando você joga contra um time que foi primeiro em algum grupo, se você ficou em segundo. Acabou que o fato de jogarmos em casa esta primeira partida da semifinal nos trouxe uma vantagem psicológica interessante. Naturalmente, de nada adiantará se não conseguirmos vencer o jogo.

E aí entramos na preparação para este desafio. Qual é o melhor Flamengo para este primeiro confronto? Comentei, nos últimos dias, que eu não deixaria Samuel Lino de fora contra o Palmeiras nunca, porque ele é o jogador que foi contratado exatamente para o momento em que o Flamengo mais precisasse. Imaginem que ele tivesse ficado fora e tivéssemos perdido, deixando as chances de conquista do Brasileirão ficarem apenas no plano teórico? Seria uma pressão gigantesca em cima dele e poderíamos perder, prematuramente, um jogador que já mostrou que pode ser útil, mas que ainda está tentando encontrar seu lugar no clube. O Flamengo é um turbilhão, estamos cansados de saber que não é qualquer um que chega aqui, coloca a bola em baixo do braço e ganha os títulos. É preciso dar tempo para que ele possa maturar e desenvolver o futebol que se espera dele.

Pensando dessa forma, agora que a temporada deu uma clareada, eu daria um descanso para ele nesse jogo de amanhã. Que se faça uma preparação psicológica eficaz, para que ele entenda que precisamos dele para vencer os jogos contra Fortaleza e Sport mas que, contra o Racing, podemos dar oportunidade para que os outros contratados também tenham a responsabilidade de nos levar à final. Acho que essa divisão de energia pode ser importante não apenas no resgaste do Lino, mas também para mostrar ao Carrascal que ele é visto no clube como protagonista e não só como banco de luxo. Um cenário que é bom para todo mundo.

Comecei pelo mais difícil. O restante do time não tem muito o que mudar. Só há duvidas entre Emerson Royal ou Varela; Pulgar ou Saul e Luís Araújo ou Plata. Eu não mudaria o ataque demais e, como já troquei o Lino pelo Carrascal, manteria o Luís Araújo. No meio, Saul é um jogador diferenciado que também não deve ser considerado banco de luxo. E, no Maracanã, onde provavelmente jogaremos com posse de bola, seria minha escolha. Pulgar ficaria para o jogo de sábado e para o jogo da volta.

Meu Flamengo para a primeira semifinal seria, portanto, Rossi, Varela, Danilo, Leo Pereira e Alexsandro; Jorginho, Saul e Arrascaeta; Luís Araújo, Pedro e Carrascal. E o de vocês? Coloquem aí no sistema de comentários!

Vamos, Flamengo!!!

Saudações RubroNegras!!!