Salve, Buteco! Ontem me diverti à beça com brincadeiras de torcedores rubro-negros sugerindo "experiências" nessa reta final de Brasileirão, especialmente no jogo contra o Criciúma no Heriberto Hülse, do tipo Allan ou Michael no gol, Matheus Cunha como box-to-box e Cleiton de centroavante, etc. O sofrimento tricolor, sem a menor sombra de dúvida, é alimento para nós, torcedores do Flamengo.
Entretanto, e falando muito sério, é sempre bom lembrar que honra e dignidade são um patrimônio muito valioso o qual, quando se perde, não é simples recuperar. Isso porque esse tipo de patrimônio não é economicamente apreciável e envolve outros tipos de valores. Comparando com o passado recente do clube, o que podemos dizer sobre o que se passou depois que o Mister Jorge Jesus nos deixou, em meados de 2000?
Quatro anos depois, um discípulo autêntico nos restaurou essa dignidade à beira do campo e eu não acho que o Flamengo deva abrir mão dela. É claro que essas considerações são meramente retóricas, já que não há a menor possibilidade de que isso venha mesmo a acontecer, primeiro pelos valores do próprio treinador Filipe Luís Kasmirski e, segundo, pela pressão que a própria Diretoria vem exercendo sobre o elenco, haja vista a eleição vindoura de 9/12, postura que não foi nem remotamente adotada no último quadriênio (pós-JJ).
O torcedor não é burro e nem muito menos o eleitor. Neste último grupo, contudo, há quem não ligue para futebol e também quem liga, mas prefere preservar nichos microscópicos de poder e benesses pouco republicanas, de igual pequenez.
Fili é a luz que atualmente nos guia, salva e ilumina na longa travessia dessa escuridão. Para que tenha continuidade em uma futura nova gestão, convém que torçamos muito por ele, desapegados de sentimentos que possam nos afastar da luz e da chama do valores essenciais da Nação Rubro-Negra.
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Posto isso, não é proibido secar rival, concordam? Aliás, é um dos maiores prazeres que que o futebol pode nos proporcionar para além das alegrias das vitórias e conquistas do nosso Flamengo. Então, sem abrir mão dos 3 pontos no Heriberto Hülse, pensei num pequeno "Guia do Secador Rubro-Negro" para essa reta final de Brasileirão:
1) Secar sempre o Fluminense. Sempre, em todas as circurstâncias, no matter what, ou seja, mesmo que isso signifique permanência do Athletico/PR na Série A ou título do Palmeiras, por exemplo.
2) Secar o Cruzeiro. Sim, o Cruzeiro, de torcida coirmã que divide com a rubro-negra a rivalidade contra a Galinha Mineira. O Cruzeiro enfrentou ontem o Grêmio e ainda terá pela frente o Bragantino (f) e o Juventude (f), o que pode ser decisivo para as pretensões tricolores. Nada contra a pretensão azul celeste de voltar à Libertadores. É uma questão apenas de prioridades.
3) Olho no Cuiabá. Sim, o Cuiabá, vice-lanterna da competição. Muitos desconhecem que o Dourado é simplesmente o 10º colocado da "Classificação como Visitante do Campeonato Brasileiro". A título de comparação, o Criciúma é o 11º na mesma tabela. Visitantes chatos, indigestos, como pudemos comprovar nos difíceis confrontos contra ambos no Maracanã e no Mané Garrincha (respectivamente). Pode e provavelmente será demais para o inoperante ataque tricolor.
4) Toda força ao Tigre Catarinense, contra o Corinthians... Importante ressalva. Que o Criciúma supere a boa-fase Gambá e vença na próxima rodada, abrindo uma "folga" para o Flamengo do Super Fili cumprir seu papel de vencer, vencer, vencer. De quebra, uma vitória do Tigre ainda puniria o maior inimigo do far-play financeiro do futebol brasileiro.
5) 6 pontos para o Vitória nas duas próximas rodadas. Vencendo o Fortaleza e o Grêmio, o coirmão rubro-negro baiano se livrará do rebaixamento, possivelmente conseguirá uma vaga na Sul-Americana e, de quebra, ainda complicará a vida de outro rival tricolor do Mais Querido do Brasil, o Grêmio, e não será prejudicado pela fatal derrota na última rodada contra o Flamengo do Super Fili, jogo que promete ser a despedida de Gabigol do Mais Querido do Brasil (e do Mundo).
6) Olho no Bragantino. Se o simpático Tigre Catarinense não der conta, o Massa Bruta é outra ótima opção para secar o Fluminense nessa reta final de campeonato. Com duas vitórias em casa contra Cruzeiro e Criciúma (38ª Rodada) e, quem sabe, aprontando também contra o Athletico/PR na Arena da Baixada, os Caipiras não consigam fazer o serviço contra dois rivais de uma vez (no caso do CAP, tirando-os da Sula)?
7) Torcer pelo Rio Grande do Sul na ponta debaixo da tabela. Tendo o Estado sido vitimado pelas cruéis enchentes no primeiro semestre de 2024, resta-nos dar aquela força fraternal aos coirmãos gaúchos Ju e Grêmio, que, em razão disso, merecem (o Grêmio só dessa vez, ok?) a permanência na Série A.
Alguém tem mais dicas? Todas serão bem vindas, desde que não signifiquem pedir para o Fuderosão abrir as pernas, o que não condiz com a nossa tradição (com todo o respeito ao politicamente correto).
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A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.