Salve, Buteco! O mais provável enfim aconteceu. O Campeonato Brasileiro/2024 acabou para o Clube de Regatas do Flamengo após o 0x0 com o Fortaleza no Castelão, uma vez que o confronto do Allianz Arena teve vencedor - o Botafogo, que agora, confiante, partirá para a conquista dos dois títulos, provavelmente repetindo o Flamengo de Jorge Jesus em 2019, claro que sem o mesmo brilho.
A escalação de ontem, para além de me surpreender, provocou-me aborrecimento e ansiedade. Na minha cabeça "não entrava" aquele 4-2-4 e como o Flamengo articularia uma jogada sequer contra o forte adversário, 3º colocado do certame. O desencadear da partida, porém, mostrou que o Super Fili sabia o que estava fazendo.
O Flamengo jogou no campo do Fortaleza, espremendo-o em sua área, a ponto do adversário escapar muito poucas vezes em contra-ataques. E quando o fazia, após a retomada da posse de bola rubro-negra, o nosso meio, especialmente a partir de passes verticais com só um toque na bola de Pulgar e Gérson, dava fluidez à nossa transição ofensiva, não raro com o bólido Wesley participando pela meia direita rompendo as linhas adversárias.
Nesse desenho tático, de fato os quatro atacantes da frente puderam jogar como tais, sem prejuízo à transição. O problema esteve no chamado terço final e nas finalizações. O Flamengo, hoje, tem um problema crônico de criação e aproveitamento das finalizações a gol e, na única chance que teve, infelizmente Bruno Henrique, que é bom cabeceador, perdeu um gol daqueles feitos, que muito provavelmente nos daria a vitória e prolongaria por ao menos uma rodada a nossa ilusão.
Ainda na primeira etapa, Plata finalizou com perigo ao gol cearense. A bola angulada, contudo, não chegou ao seu pretendido destino.
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Quando o árbitro Anderson Daronco, ainda no primeiro tempo, propositalmente aplicou cartão amarelo em Erick Pulgar em um lance que não o justificava, a expulsão do chileno começou a se desenhar. E como de praxe em uma transmissão com a narração de Luiz Carlos Jr., todos os lances a favor do adversário são repetidos à exaustão e enaltecidos, especialmente as marcações de arbitragem, enquanto os lances pró-Flamengo, ou que injustamente o prejudicam, são tratados como inexistentes, sempre com a estratégia de não chamar atenção sobre eles.
Ontem foi pior porque nos comentários estava Ana Thaís Mattos, que não conseguiu esconder a sua satisfação quando o árbitro não aplicou cartão amarelo em Brítez, que deixou a perna, fora da disputa de bola, para derrubar Bruno Henrique. O nosso ídolo, como de praxe, exagerou muito na comemoração, que foi caricata e merecia mesmo a crítica jornalística.
O problema foi ninguém ter falado do cartão amarelo, que tinha que ser aplicado ao jogador do Fortaleza. Nada justifica um companheiro de profissão derrubar o outro com uma rasteira fora de um lance de disputa de bola. Pior ainda é a comentarista dar uma risadinha e ambos fingirem que essa parte do lance não existiu.
E é claro que ambos também se silenciaram sobre o absurdo primeiro cartão amarelo para Erick Pulgar. Enfim, seguiu-se a praxe das narrações de Luiz Carlos Jr.
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O chileno foi muito imprudente, é bom que se diga. Não foi o primeiro e nem será o último cartão amarelo da História do futebol. A questão é como o atleta se comporta em um cenário como esse. Até então, na segunda etapa, a dinâmica do jogo não havia mudado, especialmente pela entrada de De la Cruz, encorpando o meio de campo, e, bem ou mal, o Mais Querido ainda demonstrava ao menos o domínio territorial a partir do qual poderia, em tese, abrir o placar.
Tanto que, logo aos 3 minutos, Gérson finalizou bem para a defesa de João Ricardo e o time ainda conseguiu adentrar a área do Fortaleza com perigo, tendo a finalização sido bloqueada pela zaga. Com a expulsão, porém, a dinâmica de forças se inverteu e o Fortaleza passou a ter a posse de bola. Restou a Fili demonstrar mais uma vez a sua categoria montando um sólido esquema defensivo jogando com um a menos.
Ainda assim, o time criou duas chances para a finalização do argentino Alcaraz, que as desperdiçou. A Diretoria contratou um jovem que precisa ser lapidado e claramente não tem na finalização uma de suas maiores virtudes. A maior contratação da História do clube, em valores econômicos, apenas aumenta o crônico problema das finalizações.
Um verdadeiro retrato da incompetência da gestão e, ao mesmo tempo, uma boa ilustração do porquê estamos mais uma vez nos frustrando na competição mais nobre e importante do calendário.
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Com a conquista da Copa do Brasil, o Flamengo já está classificado para a edição de 2025 da Copa Libertadores da América a partir da fase de grupos. Logo, nada mais resta a não ser a honra e o desagradável papel de não manchar a História do clube e disputar seriamente os outros jogos, para que nenhum adversário tradicional alegue que foi rebaixado com a "ajuda" do Mais Querido...
"Parabéns" a todos os envolvidos.
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A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.