segunda-feira, 10 de outubro de 2022

A Equação da Final

 

Salve, Buteco! Luiz Filipe Scolari, o "Felipão", histórico adversário do Flamengo e treinador brasileiro, e treinador do nosso adversário na final da Libertadores, o Athletico/PR, disse, após a derrota para o Corinthians, nosso adversário de quarta-feira pela Copa do Brasil, que os finalistas da Libertadores "tiraram o pé" para jogar a final. Até concordo, inclusive porque escrevi, várias vezes, que o Mais Querido fez o mesmo, no que parece ser um alinhamento interno entre Diretoria, comissão técnica e elenco. Ocorre que, neste ponto, têm razão os que questionam até que ponto é uma estratégia típica dos treinadores brasileiros, ao menos na proporção em que a aplicam, e até que ponto é a pura e simples falta de repertório. 

Tirar o pé significa dosar energia e empregar menos força na execução de uma atividade. Numa das resenhas da semana, brinquei com o Bitts (@Bittencourt23) que era como aquela matéria na escola na qual não éramos bons. Ela requeria mais estudo, atenção nas aulas e concentração nas provas do que as outras. Natural que, se essas ações tenham sua intensidade diminuída, as notas baixassem. É o que acontece com os defeitos do sistema tático rubro-negro quando o time pisa no freio - são potencializados. Não precisaria ser assim se houvesse um trabalho tático com um pouco mais de variação.

Só que o Flamengo pisará no acelerador na quarta-feira, conforme programado. É fácil atingir o mesmo estágio de aceleração que se tinha antes de começar a pisar no freio? A sequência Palmeiras (1x1), São Paulo (3x1), Botafogo (1x0) e Vélez Sarsfield (4x0) indica que é possível, mas não que seja fácil, até porque foi longa a sequência seguinte (1x1 Ceará até 0x0 Internacional), tirando o pé ou com o pé no freio.

E neste ponto também entra o "fator Vitor Pereira", excelente treinador português do Corinthians, que, no plano tático, parece-me claramente acima dos treinadores brasileiros, assim como Abel Ferreira, do Palmeiras (não estou comparando os dois portugueses, que fique claro). O português fez o Corinthians evoluir a ponto de fazer frente ao Flamengo?

Desde a vitória por 3x0 sobre o Fluminense pelo jogo de volta das semifinais da Copa do Brasil, o Corinthians disputou 5 (cinco) jogos, todos pelo Campeonato Brasileiro, com uma derrota para o América/MG (0x1) no jogo seguinte ao da semifinal, um empate contra o Juventude em Caxias do Sul (2x2) e três vitórias - 2x1 Atlético/GO, 2x0 Cuiabá e 2x1 Athletico/PR, no tal jogo que o Felipão disse que o Furacão tirou o pé (rs).

Não sei quanto a vocês, mas apesar de enxergar alguma evolução no adversário, não creio que essa sequência seja lá essas coisas.

Já o Mais Querido, depois da vitória sobre o São Paulo no Maracanã (1x0) no jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil, também disputou cinco jogos, começando com duas derrotas (1x2 Fluminense e 2x3 Fortaleza), e terminando com duas vitórias separadas por um empate (4x1 Bragantino, 0x0 Internacional e 2x1 Cuiabá).

Mais do que o desempenho claudicante, preocupa o pouco futebol convincente praticado, que se resume, na minha opinião, a uma parte do jogo contra o Bragantino e, com um pouco de boa vontade, o primeiro tempo contra o Fluminense.

***

A incógnita da equação da final parece ser a definição do confronto entre o fator Vítor Pereira e pisada no acelerador do Flamengo. Fatores como tática, entrosamento/intuição e o "mental" têm, cada qual, o seu devido peso.

Os matemáticos do Buteco arriscam alguma solução?

A palavra está com vocês.

Boa semana e SRN a tod@s.