segunda-feira, 13 de abril de 2020

Twilight Zone Rubro-Negra

Salve, Buteco! Semana passada o nosso amigo @Ballem sugeriu um post com os jogadores de outros times que gostaríamos de ver no Flamengo. Gostei da ideia e resolvi imaginar alguns cenários do passado onde grandes craques de rivais teriam vestido a camisa rubro-negra, sempre em anos nos quais ocorreram derrotas que marcaram a mim e à Nação Rubro-Negra profundamente. Como teria sido se o o craque tal estivesse com a camisa rubro-negra naquele ano? E já que estamos falando em realidades alternativas e mudança do passado, usei como inspiração a famosa série "The Twilight Zone" ou "Além da Imaginação", que em 2019 foi regravada e ganhou uma nova temporada (muito boa, por sinal), disponível no serviço de streaming do nosso futuro patrocinador master.

Mas quem já assistiu à série bem sabe: nem tudo são flores nas sinuosas ruas da Zona do Crepúsculo...

1) Reinaldo. Ano: 1982, segundo semestre. Depois da conquista do título brasileiro em maio, Nunes, o "Artilheiro das Decisões", é negociado com o futebol espanhol e parte para defender as cores do campeão, Real Sociedad. Precisando dar uma resposta à torcida, o Flamengo usa os dólares dos espanhóis e, numa negociação rápida, despeja um caminhão de dinheiro no Atlético/MG e traz Reinaldo para dar uma reposta à insatisfação da torcida rubro-negra, irada diante da perda do ídolo "João Danado". A negociação nasce polêmica pelo alto custo e ainda sofre críticas da oposição porque o até então ídolo atleticano vivia às voltas com seguidas contusões e sequer foi convocado por Telê Santana para a Copa do Mundo da Espanha.

Após uma estreia apoteótica no Maracanã lotado, com três gols em amistoso contra o América/RJ, o "Rei do Mineirão" tem participação destacada na Taça Guanabara, vencida com folga pelo Mais Querido, que goleia o Vasco da Gama na final, empolgando a torcida rubro-negra. Contudo, a equipe despenca de desempenho na Taça Rio e as contusões voltam a assombrar o "Rei do Mineirão", deixando a torcida, outrora empolgada, um tanto desconfiada. 

Para complicar ainda mais, no curso da Taça Rio o Mais Querido começa a disputar simultaneamente a Copa Libertadores da América, onde está prestes a encarar Peñarol e River Plate, entrando, na condição de campeão, direto nas semifinais, no Grupo A...

2 e 3) Arce e Batistuta. Ano: 2003. O presidente Edmundo Santos Silva, afastado por decisão judicial, aguarda o impeachment, certo como o título da Império Serrano no carnaval do Rio, com o sucesso Bumbum Praticundum Prugurundum. A junta nomeada para governar o clube durante o período de afastamento, composta por empresários de sucesso, também sócios do clube, age rápido e capta patrocínios que confiam em um novo modelo de gestão, moderno e transparente. Para trazer a torcida para o estádio, o Flamengo contrata o lateral direito Arce, multi-campeão por Grêmio e Palmeiras e com passagem destacada pela Seleção do Paraguai, e o centroavante argentino Gabriel Batistuta, ídolo do Boca Juniors, da Roma e da Seleção Argentina, de saída do futebol italiano. 

Embora oscile no Campeonato Brasileiro, o time atropela os adversários na Copa do Brasil e se classifica para a final contra o Cruzeiro de Vanderlei Luxemburgo, que parecia se encaminhar para ganhar tudo no ano. 

Lembro a vocês que o campeão da Copa do Brasil de 2003 não disputaria a Copa do Brasil do ano seguinte, mas sim a Copa Libertadores da América de 2004...

4) Edison Cavani. Ano: 2008. Com poucos jogos pelo Palermo na Série A italiana, o uruguaio Edison Cavani está insatisfeito e seus empresários casualmente se encontram com vice-presidente do Flamengo, vulgo "Mago das Negociações", que consegue um empréstimo de seis meses para a disputa da Libertadores, gastando um dinheiro que posteriormente faltará para a renovação do joia da base Renato Augusto. Porém, o uruguaio rapidamente se torna ídolo da torcida e forma uma dupla de ataque infernal com Marcinho, barrando Obina e Souza Caveirão e sepultando qualquer assunto relacionado com o custo x benefício do investimento feito para trazê-lo. 

Após um susto no jogo de volta contra o América do México no Maracanã, pelas oitavas-de-final da Libertadores, Cavani comanda a reação e marca três gols em atuação espetacular, mesmo com o Mais Querido estando com um a menos em campo. Nas quartas-de-final, mais um show com duas vitórias categóricas sobre o Santos no Maracanã e na Vila Belmiro.

A presença de dois clubes brasileiros, contudo, força um inesperado Fla-Flu e um instigante Boca Juniors x LDU pelas semifinais...

5) Buffon. Ano: 2017. O Presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, mostra a sua faceta ousada e seu profundo conhecimento sobre futebol, rechaçando a negociata que seu diretor de futebol Rodrigo Caetano organizava para trazer o goleiro do Figueirense, Alex Muralha, e parte para a Itália de supetão, trazendo a tiracolo o goleiro e ídolo da Juventus e da Seleção Italiana Gianluigi Buffon, que fica empolgado com o novo desafio e o plano para encerrar a carreira no Brasil, jogando pelo Mais Querido. No pacote de exigências para o acerto, traz o seu próprio treinador de goleiros, o que é tranquilamente aceito pela Diretoria.

O italiano cai nas graças da torcida e é poupado de críticas na tragédia do Nuevo Gasómetro, tornando-se homem de confiança do colombiano Reinaldo Rueda, novo treinador do clube. O Mais Querido chega à final da Copa do Brasil e Buffon se destaca no jogo de ida, no Maracanã, com defesa milagrosa nos pés de Arrascaeta, que quase empatara o jogo após Lucas Paquetá, improvisado como centroavante, abrir o placar.

Com 1x0 para o Mais Querido nos primeiros 90 minutos da decisão, a bola está prestes a rolar no jogo de volta, no Mineirão, e agora a palavra está com vocês para dizerem qual teria sido desfecho de cada uma desas realidades alternativas.

A resposta está em algum lugar... na Twilight Zone Rubro-Negra...

Bom dia e SRN a tod@s.