sexta-feira, 27 de março de 2020

Os 5 melhores...


Srn, Buteco

Nas redes sociais tem aparecido muitas correntes do tipo “Cite os cinco melhores”.

Cinco melhores bandas de Rock, melhores cantores, melhores carros, e por aí vai.

No tema de futebol, tem para todos os gostos, deste os melhores que você já viu jogar até os que você mais odiou.

Inspirado nisso, vou fazer aqui uma lista de cinco melhores.

Mas a minha lista vai ser um pouco diferente.

Vai ser  “ Os cinco melhores dos piores”.

Deixa eu explicar melhor.

Os melhores dos piores são aqueles jogadores que possuíam talento um alguma habilidade especifica que se destacava muito da média geral do time e ajudaram bastante o Flamengo em momentos difíceis e conseguiram dar alento a um torcedor torturado por times ruins recheado de pernas de pau,sem julgar o valor histórico de cada.

Sem mais demoras, vamos a eles:

SÁVIO – Em meados de 1994, o Flamengo já tinha desmontado o time campeão de 92, o maestro Junior se aposentara a pouco tempo, e restou ao clube, sempre mergulhado em dividas, um elenco cheio de desconhecidos e garotos vindos da base (lembro de um centroavante chamado Magno, que a torcida batizou de “Romagno”, vejam só...).                 

Foi nesse cenário desolador que subiu das categorias de base um atacante loirinho e franzino.

Parecia que tinha uma espécie de magnetismo com a bola, que, grudada aos pés, tornava quase impossível ao marcador lhe desarmar. Destruía defesas a dribles e velocidade, e só era parada a coices e pontapés dos adversários.

Num torneio da Espanha, os torcedores de Real Madrid assistiram boquiabertos Savio enfileirar a defesa merengue seguidamente, e algum tempo depois ele desembarcaria na Espanha, deixando saudades no torcedor


FELIPE – Felipe foi um oásis de talento no Flamengo do meio dos anos 2000. Seus dribles eram tanto previsíveis quanto desconcertantes, e era um suplicio para qualquer marcador. Era comum o torcedor sorrir, gargalhar mesmo, vendo o desespero de algum incauto que tinha a obrigação de marca-lo.

ATHIRSON- Um lateral, alto, longilíneo, muito veloz, de passadas largas e habilidade nos pés. Athirson voava, passava por cima de marcadores .

No primeiro jogo da final da Mercosul de 1999, Luiz Felipe Scolari planejou colocar o melhor atacante do Palmeiras, o colombiano Faustino Asprilla, para explorar as subidas de Athirson.

No final do jogo, uma cena mostrava o treinador gritando com o atacante, exausto no meio campo, pois teve que acompanhar as subidas do lateral o tempo todo...

Um jogador que se perdeu na carreira por causa de uma saída agressiva do clube, mas que teve momentos de bom futebol e que ajudou o clube  ganhar títulos.


RENATO ABREU – Não é o Renato da época do Ronaldinho e Thiago Neves. Me refiro a primeira passagem, entre 2005/2006.

Renato nunca foi um primor de técnico, nem era privilégiado fisicamente, rápido, nada disso.

Renato possuía um lançador de morteiros equipados com mira a laser na perna esquerda.

Uma raríssima combinação de força e precisão, que levava terror aos goleiros adversário.

Não havia distancia segura para as cobranças de falta de Renato. Da intermediária o risco de gol era real.

Não raro, costumava fazer mais de um gol de falta por jogo, e também deu sua bela contribuição e nos tirou de momentos difíceis.


ELIAS – Por ultimo, um jogador que veio desacreditado para jogar num Flamengo pós apocalíptico, o embrião da potência que é hoje, Um time bem mediano, com alguns renegados e restos de outros times.

Elias era um deles, e veio identificado como volante.

Quando começou a jogar, estava em todo lugar do campo, defendia, armava, atacava, fazia gols, se tornou o dono do time enquanto o patético Carlos Eduardo,apontado como a grande contratação, se arrastava em campo.

Ao final do emprestimo de um ano, deixou o clube causando grande comoção no torcedor .
Comoção que não virou terror na época porque ninguém sabia o que estava por vir, e quem o treinador Jaime de almeida indicou como substituto no time...


São jogadores que certamente não entram em listas de melhores , nem estarão naquelas seleções de melhores de todos os tempos, nem mesmo nas dos melhores “que vi jogar”

Mas que, cada um a seu modo, cada um com suas capacidades e limitações,  nos fizeram rir, aliviaram nosso sofrimento,mitigaram nossos momentos difíceis.

Nos trouxeram ESPERANÇA em tempos ruins, de times sombrios e obscuros.

Mesmo que posteriormente tenham tido comportamentos ruins e nos decepcionamos.

Naqueles momentos, eles foram importantes. É o que tínhamos de melhor á época, e por eles torcemos e apoiamos, apesar dos pesares.



A eles, o meu agradecimento.






                            "...demolirá toda certeza vã..."