segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Previsões (2020)

Salve, Buteco! Pedro Rocha, Gustavo Henrique, Michael e Tiago Maia. Que cara tem esse Flamengo versão 2020? Para mim, de um elenco bem mais forte do que o de 2019, de um Flamengo capaz de quebrar todos os recordes que acabou de quebrar e ainda estabelecer outros. "Ah, Gustavo, mas futebol, como sabemos, é bola na rede, é onze contra onze, e quem morre de véspera é peru de Natal, certo?" Certíssimo. Porém, permanecendo o Mister (premissa importante), não precisa ter bola de cristal para prever um 2020 avassalador. Aliás, deixem-me explicar melhor: com um treinador brasileiro de ponta, o Flamengo já não conheceria adversários no campeonato brasileiro. Com o Mister, todos sabemos, o patamar é outro, e o nosso treinador português, em 2020, mira o mundo.

É natural perguntar: mas essa meta é viável?

Diria que é menos distante do que em 2019 primeiramente porque, até lá, o Mister já terá cerca de um ano e meio de trabalho. Além disso, com o elenco forte, o nosso forte time titular sofrerá muito menos com a insana maratona dos calendários brasileiro e sul-americano. Só os "antis" entorpecidos e cegos de ódio não enxergam que o Flamengo jogou de igual para igual com o Liverpool de Jürgen Klopp e que, maratona por maratona, os "ingleses" ainda estão no meio da temporada e o nosso time nas últimas forças.

Mas vamos por partes, pois dezembro ainda está  bem longe. Voltando para o cenário nacional e, dentro dele, para a competição que realmente importa, qualquer resultado que não for o título brasileiro mirando 100 pontos e com larga margem de distância para o segundo colocado trará frustração, com todo o respeito à concorrência.

Vejamos a situação atual dos nossos adversários:

Atlético/MG: prevejo crescimento com Dudamel no comando técnico. Alguns movimentos no mercado merecem atenção, mas não terá elenco para chegar em todas as competições. Primeira página no Brasileiro. Pode dar trabalho na Copa do Brasil. Candidato forte ao título da Sula.

Atlético/GO:  com vocês, o primeiro rebaixado do Campeonato Brasileiro/2020.

Athletico/PR: continuará forte, mas prevejo um Furacão menos intenso sob o comando de Dorival Junior. Nesse formato, primeira página, talvez boa campanha na Libertadores/2020 e Libertadores/2021, mas não leva taça fora do Paraná em 2020.

Bahia: briga para figurar na primeira página. Não cai, mas é preciso ficar de olho na administração das competições simultâneas. Campanhas na Sul-Americana e na Copa do Brasil influirão no desempenho do Brasileiro. Tem camisa e torcida. Deve permanecer na Série A.

Botafogo: pés no chão em relação a orçamento do Departamento de Futebol, porém a transformação em clube-empresa parece ter acontecido sob premissas obscuras. Dívida gigantesca, treinador fraco e elenco modestíssimo formam um horizonte pra lá de nebuloso. Só disputa Copa do Brasil, onde cada passagem de fase significará mais dinheiro, e Brasileiro. Briga (muito) para não cair.

Bragantino: alguns de vocês me convenceram. Ganhou minha atenção com a contratação do treinador Carlos Carvalhal. Será o terror dos grandes e tradicionais em decadência. Primeira página e, se tudo funcionar muito bem, belisca Libertadores. Título da Série B o classificou para as oitavas da Copa do Brasil, única competição simultânea com o Brasileiro. Cuidado com o "Massa-Bruta"!

Ceará: a Diretoria do simpático "Vovô" parece que ainda não captou a nova tendência do mercado de treinadores. Com Argel Fucks, infelizmente poderá destruir nossos sonhos de ver o trio arco-íris na Série B em 2021. Não tem camisa e rodagem para errar dessa forma. Briga pra não cair.

Corinthians: subirá muito de produção com Tiago Nunes, se o extracampo (parte financeira) não for um elemento desestabilizador. Adversário gigante, forte, ferido e protegido pela imprensa paulista. Poderá dar trabalho na Copa do Brasil e um susto inicial no Brasileiro, além de avançar na Sula, mas não terá elenco para todas as competições.

Coritiba: boa escolha de treinador e algumas tentativas ousadas no mercado, porém sem capacidade financeira para sustentá-las. Quando a montagem do elenco chegar ao patamar verdadeiro, saberemos se brigará no meio da tabela ou para não cair. O reforço anunciado ontem pode ser um mau sinal para a torcida coxa-branca...

Fluminense: noticiário passa a impressão de pés-no-chão na parte financeira (afastamento de penhoras em juízo) e uma escolha racional para treinador, porém, ao mesmo tempo, de numerosas apostas em veteranos de alto custo, o que forma um cenário contraditório. Essas apostas, não confirmadas, determinarão se estará na Série A ou na B em 2021. Sério risco de se enrolar administrando o Brasileiro, Copa do Brasil e a Sula. Briga pra não cair.

Fortaleza: situação semelhante a do Bahia, mas tem primeiro confronto bem mais difícil na Sula, o que poderá deixar o clube com atenção apenas no Brasileiro, por ser improvável que avance muito na Copa do Brasil. Deve permanecer na Série A, mas não gera maiores expectativas no primeiro ano em que colhe frutos da boa gestão. Entre o meio da tabela e a primeira página.

Goiás: endinheirado, terá seus bons momentos na temporada; porém, enquanto estiver sob o comando de Ney Franco, oscilará e não fará mais do que garantir vaga na Série A em 2021. Com treinador bom, talvez até incomode os grandes decadentes, mas é outro que também poderá se enrolar entre Brasileiro, Copa do Brasil e Sula. Deve permanecer na Série A, novamente disputando espaço com Bahia e Fortaleza.

Grêmio: no Brasileiro, G4 com certeza, mas daí a causar grandes preocupações, vão outros quinhentos. A visita ao Ninho ainda com o Brasileiro em curso indica que poderá haver melhora na parte física e na recuperação de contundidos, mas não se supera a defasagem tática entre os treinadores estrangeiros e os brasileiros em uma temporada. A conferir o quanto o discurso de dar maior atenção ao Brasileiro será cumprido na prática. Por outro lado, o Grêmio sempre será adversário difícil em mata-matas e virá muito forte na Copa do Brasil, mas não parará o Flamengo de Jesus em eventual novo confronto pela Libertadores. Nem em sonho. O risco real está na dupla Boca e River. Cuidado para não enxergarem fantasmas onde não existem.

Internacional: situação parecida com a do Corinthians. Aliás, dois clubes que terminaram praticamente juntos no Brasileiro e agora apostam em treinadores muito melhores do que os anteriores. Todavia, o fantasma do endividamento paira sobre esses dois trabalhos técnicos promissores. A sombra do Grêmio, atualmente mais forte e bem sucedido, é um fator extra de pressão.

Palmeiras: continua tendo o melhor elenco depois do Flamengo. A dúvida é: trarão um treinador à altura do potencial do clube no meio do ano ou apostarão em outro erro, como será Vanderlei Luxemburgo? Sem treinador, não cravo nem G4, em razão do pesadíssimo ambiente interno do clube. Com treinador, vira adversário, tão ou mais forte do que o Grêmio. Resta saber se a política interna permitirá.

Santos: elenco enfraquecido em relação a 2020, contudo contratou não apenas um treinador, mas uma comissão técnica promissora. Ainda assim, o desafio estará, mais uma vez, no calendário e na quantidade de competições simultâneas para o tamanho curto do elenco. Sobrando o Brasileiro, pode repetir 2020. Da mesma forma, pode avançar em algum dos mata-matas, mas será uma coisa ou outra.

São Paulo: elenco muito forte, exceto no ataque, e sem dinheiro para reforçar o setor de acordo com as ambições e o tamanho do clube. A grande oportunidade da carreira de Fernando Diniz, que terá tempo para implantar sua filosofia. Resta saber quanto durará. Desfecho imprevisível. Política interna caótica e em momento efervescente, com endividamento preocupante, embora, nessa parte, aparentemente sem problemas na mesma proporção e tão imediatos quanto os de Corinthians e Internacional. Tanto pode dar meio de tabela, como G4 ou ir longe em algum dos mata-matas. Maior incógnita entre os grandes.

Sport Recife: endividado, briga para não cair. Risco maior será de conseguir em juízo a inversão da tabela e o título.

Vasco da Gama: Abel Braga "on fire", ano eleitoral, clube proibido de registrar contratações que, ainda por cima, não consegue pagar, por força de dívidas de anos anteriores, e antecipação de receitas de 3 anos em valores insuficientes (R$ 18 milhões) para cobrir, em sua maioria, rombos de 2019 (fora anos anteriores). O Presidente, ao mesmo tempo adota o discurso de diminuir o endividamento (reduzido em 2019), parece disposto a apostar além do limite para ter alguns jogadores caros num cenário no qual administrará três competições simultâneas. Nem a pesada camisa e a empolgada torcida deverão garantir o avanço nos mata-matas. No fio da navalha, corre risco nada desprezível de cair repetindo o Cruzeiro. No máximo, repete 2020, o que, porém, não é o desfecho mais provável.

Procurei ser o mais justo possível e, como podem observar, o Flamengo será seu maior adversário para o título brasileiro em 2020. Mas e as outras competições?

Libertadores: favorito, sem dúvida, mas o River Plate continua forte, apesar de ter perdido uma peça importante (Exequiel Palacios). O Boca Juniors tem novo presidente e ainda não sabemos exatamente como o plantel será reformado. O cenário é propício para a conquista do título no Maracanã, mas a competição, todos sabemos, é sinuosa e repleta de armadilhas e curvas perigosas.

Copa do Brasil: "tacinha", mas não rejeito. Como não será prioridade, arrisco dizer que nossas chances são proporcionais ao desempenho dos jogadores que comporão o Time B. Se considero favas contadas que, propiciando uma boa rodagem de elenco, turbinarão nosso desempenho no Brasileiro, não cravo com a mesma certeza que conseguirão ser competitivos a ponto de avançar na Copa do Brasil. Em aberto.

Pois bem, Amigos do Buteco, essas são as minhas previsões. Agora, a palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.