segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Reparação Histórica

Salve, Buteco! De um ano para cá, andei escrevendo bastante a respeito de alguns mitos e da real história dos confrontos do Mais Querido com o Grêmio. Afinal de contas, o tricolor gaúcho vem insistentemente aparecendo no caminho do Flamengo nas competições mais importantes do Brasil e da América do Sul, o que, antes de tudo, é uma tendência histórica. O Grêmio não é o rival interestadual que o Flamengo mais enfrentou, porém é, sem a menor sombra de dúvidas, o que o Flamengo mais vezes encontrou em competições eliminatórias e jogos decisivos, inclusive finais. Até mesmo quando conquistou seu último título brasileiro, primeiro na era dos pontos corridos, a "final" foi disputada contra o tricolor dos pampas, que, se não for o maior rival interestadual do Flamengo, é certamente um dos seus maiores e mais tradicionais.

Sem longas incursões no passado, lembro a vocês que expliquei neste post como o Grêmio eliminou o Flamengo em 1983 e 1984 no auge do melhor time de sua história, enfrentado um Flamengo na descendente, vivendo o final da geração mais vitoriosa do clube, pormenor que injustamente não costuma ser destacado.

Hoje, ao contrário, Flamengo e Grêmio vivem situações inversas. É o Grêmio que, vivendo o fim do vitorioso ciclo de Renato Gaúcho e Romildo Bolzan Junior, será forçado a se contentar apenas com uma vaga na Libertadores/2010, enquanto assiste ao Flamengo partir para a conquista da América e do Mundo, ninguém sabe ainda por quantas vezes.

O ciclo do Flamengo de Jorge Jesus, para quem o céu é o limite, está apenas no início, o que faz da nossa iminente classificação em cima do Grêmio uma espécie de reparação histórica permitida pelos Deuses do Futebol.

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No ano passado (2018), o Flamengo enfrentou o Grêmio duas vezes no Maracanã e no segundo semestre: a primeira foi a vitória por 1x0 pelo jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, após o placar de 1x1 no jogo de ida, cenário bastante parecido com o da próxima quarta-feira. A segunda foi a vitória de 2x0 pela 36ª Rodada do Campeonato Brasileiro. 

Eis as escalações de ambos os confrontos:

Copa do Brasil
FLAMENGO: Diego Alves, Rodinei, Réver, Léo Duarte e Renê; Cuéllar (Willian Arão), Lucas Paquetá, Diego (Rômulo), Everton Ribeiro e Vitinho (Marlos Moreno); Henrique Dourado. Técnico: Mauricio Barbieri.
GRÊMIO: Marcelo Grohe, Léo Moura (Marinho), Geromel, Kannemann e Cortez; Maicon (Alisson), Jaílson. Ramiro e Luan, Everton e André (Jael). Técnico: Renato Portaluppi.

Campeonato Brasileiro
FLAMENGO: César, Pará, Rhodolfo, Réver e Renê; Gustavo Cuéllar, Willian Arão, Diego, Everton Ribeiro e Vitinho (Marlos Moreno); Fernando Uribe (Orlando Berrío)
Técnico: Dorival Júnior
GRÊMIO: Paulo Victor, Leonardo Gomes, Pedro Geromel, Marcelo Oliveira e Bruno Cortez; Maicon, Matheus Henrique (Alisson), Ramiro, Jean Pyerre (Thaciano) e Everton; Jael (André). Técnico: Renato Portaluppi.
Conseguem perceber a semelhança entre as escalações do Grêmio e o time atual? Pois bem, aquele Grêmio, também dirigido por Renato Portaluppi e que continua atual, foi batido pelos Flamengos de Maurício Barbieri e Dorival Júnior com a utilização de jogadores como Pará, Rodinei, Réver, Rhodolfo, Renê, Diego Ribas, Marlos Moreno, Henrique Dourado e Lincoln. Aconteceu, Amigos. É fato, é História.

Tenho plena consciência de que futebol não é ciência exata, dentro de campo são onze contra onze e quem morre de véspera é peru de Natal, e por isso mesmo compreenderei se vocês considerarem o raciocínio raso. Todavia, sinto-me obrigado revelar minha convicção de que não será o Flamengo de Jorge Jesus, Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí, Filipe Luís, Gérson, De Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol que o Grêmio eliminará, com todo o respeito que o adversário, sua torcida e seu treinador merecem.

É bem verdade que temos problemas de contusão com alguns importantes jogadores, que acabaram de deixar o Departamento Médico, porém nem mesmo nesse aspecto o Grêmio leva vantagem, pois também possui atletas nas mesmas condições. 

Desgaste? É fato que o treinador do Grêmio poupou os titulares mais vezes do que nosso treinador Jorge Jesus, contudo o português vem mostrando, rodada a rodada, que sabe extrair o máximo dos nossos jogadores, driblando a maratona. Tanto é verdade, que o Flamengo provou mais uma vez, ontem, no Maracanã, contra o Fluminense, que até mesmo quando os jogadores não estão individualmente em um dia mais inspirado, o jogo coletivo é impositivo, intenso e avassalador. 

Tenham fé e confiança, abracem e apoiem o time e, sobretudo, curtam esse momento histórico, pois o Mais Querido do Brasil disputará sua primeira final de Libertadores desde 1981.

Quero ver o Grêmio destroçado na quarta-feira.

Bom dia e SRN a tod@s.