segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Vivo ou Morto-Vivo?

Salve, Buteco! No Brasileiro, o Mais Querido está a três pontos do líder São Paulo e a dois do vice-líder Internacional, com o mesmo número de vitórias. Se vencer o Bahia no sábado, voltará à liderança, mesmo que provisoriamente. Quarta-feira, disputa o jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil contra o Corinthians, confronto totalmente aberto. Que tal? Aos rigorosos olhos da Maior Torcida do Mundo, a performance do time, mesmo com esse números, é inferior à expectativa. Também pudera. Até o início da 26ª Rodada, o Flamengo ocupava a modesta décima colocação na classificação do returno do Campeonato Brasileiro. Inadmissível e injustificável para o elenco que possui. Não que seja a oitava maravilha do mundo, porém no cenário nacional é um elenco bem acima da média, sem a menor sombra de dúvida. Afinal de contas, estamos falando de um verdadeiro deserto de treinadores e atletas de expressão. Paradoxalmente, esse elenco foi muito pouco rodado, especialmente no cenário pós-Copa do Mundo, pois optou-se por uma irreal e insana utilização basicamente de um onze titular em toda a sequência de julho a setembro. É lógico que o time sentiu os efeitos físicos da maratona, o que era previsível para qualquer torcedor, leigo, que acompanha com atenção o futebol (meu caso).

No jogo de ontem, gostei exatamente da utilização de um maior número de jogadores que não vinham sendo aproveitados, casos, por exemplo, de Willian Arão e Miguel Trauco, os quais merecem várias críticas ao desempenho que apresentaram especialmente em 2017; todavia, descansados e não utilizados em excesso, são peças importantes na rodagem do elenco, sem que precisem ser titulares. As duas assistências de Trauco e o gol de Willian Arão corroboram com esse pensamento. 

Há visível diferença entre utilizar um atleta mediano como Willian Arão por mais de sessenta vezes no ano e recorrer a ele como um reserva útil na rodagem do elenco. O mesmo se aplica a Miguel Trauco, que tem experiência internacional e pode jogar inclusive as partidas de maior apelo, o que é completamente diferente de ser titular absoluto e jogar longas sequências.

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Vi dois tempos com dinâmicas parecidas. Na primeira etapa, após a bem sucedida pressão nos minutos iniciais, com a abertura do placar, o time foi perdendo aos poucos volume de jogo e apresentou dificuldades para conter o Atlético/MG, especialmente quando o "estagiário" Thiago Larghi parou de inventar e reposicionou Luan na ponta direita, colocando Cazares no meio de campo. Destaque negativo para o jovem Matheus Sávio, que parece não ter condições de jogar pelo Mais Querido, e para a frágil marcação da bola aérea adversária, o que resultou no gol de empate. No geral a atuação do time foi bastante fraca na etapa inicial, o que preocupou a torcida para o segundo tempo.

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Barbieri parece ter aprendido que o Flamengo não pode tomar tantos gols no início das partidas, já que o mesmo ímpeto inicial foi apresentando pelo time na volta do intervalo, levando ao gol da vitória, num belíssimo cabeceio de Lucas Paquetá, que voltou a jogar bem após um longo tempo de hibernação. Talvez porque Vitinho preocupe mais a defesa adversária (não que tenha feito grande exibição), o crescimento do Galo no segundo tempo se deu em menor proporção, apesar de ter criado algumas chances. Tentando reagir, nosso jovem treinador substituiu Henrique Dourado por Piris da Motta e adiantando mais ainda Lucas Paquetá. A ideia me pareceu boa, mas a execução nem tanto, pois o time não encaixou os contra-ataques e terminou a partida tomando muita pressão, inclusive porque Arão mostrava visíveis sinais de cansaço.

Mesmo sem jogar bem, o Flamengo foi eficiente e, como bem observou o zagueiro atleticano Leonardo Silva em entrevista pós-jogo, sagrou-se vencedor em mais um confronto direto com um dos principais aspirantes ao título. De positivo, Lucas Paquetá voltando a jogar em alto nível, além da boa volta de Trauco. Também gostei da atitude de Barbieri, que não hesitou em começar sem Vitinho e a substituí-lo quando o time precisou. Espero que o critério seja aplicado em relação a todos, líderes ou não do grupo.

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A posição na tabela é sem dúvida bem melhor do que o futebol apresentado dentro das quatro linhas. Porém, estando tão próximo dos líderes, impossível não sonhar, mesmo que só um pouquinho, com uma reação do time na reta final. É claro que o futebol tem que melhorar, mas será preciso sobretudo vontade de ser campeão.

Arrisco dizer que o time correrá bem mais na quarta-feira, no Itaquerão. Algo me diz que o Mais Querido estará em mais uma final. Por outro lado, sábado viajará a Salvador para enfrentar o Bahia, imprescindível na perseguição da liderança. O desafio será jogar em bom nível imediatamente após mais uma exaustiva partida pela Copa do Brasil.

O Flamengo está vivo, Senhoras e Senhores. Falta só se dar conta disso. Enquanto não acontece, joga futebol de morto-vivo.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.