quinta-feira, 31 de maio de 2018

Flamengo x Bahia


Campeonato Brasileiro/2018 - Série A - 8ª Rodada

FLAMENGO: Diego Alves; Rodinei, Léo Duarte, Rhodolfo e Renê; Jonas; Everton Ribeiro, Diego, Lucas Paquetá e Vinicius Jr.; Henrique Dourado. Técnico: Maurício Barbieri (Interino).

Bahia: Anderson; João Pedro, Tiago, Lucas Fonseca e Mena; Elton e Gregore; Zé Rafael, Vinícius e Élber; Júnior Brumado. Técnico: Guto Ferreira.

Data, Local e Horário: Quinta-feira, 31 de maio de 2018, as 16:00h (USA ET 15:00h), no Estádio Mário Filho ou "Maracanã", no Rio de Janeiro/RJ.

Arbibragem: Jean Pierre Gonçalves Lima, auxiliado por Leirson Peng Martins e Lúcio Biersdorf Flor; Quarto Árbitro: André da Silva Bitencourt; Assistentes Adicionais 1 e 2: Vinicius Gomes do Amaral e Jonathan Bierkenstein Pinheiro, todos da Federação Gaúcha de Futebol.



Os ciclos

É certo que o Flamengo ainda está sendo construído. Na verdade, ele se destrói e se constrói. Reinventando-se. Redescobrindo muitas vezes a mesma pólvora. Porque as gerações vem, passam pelo Flamengo e depois estas mesmas gerações descobrem outras chegando atrás delas, até que partem. E neste redemoinho de criação e destruição, de cada geração, fica o Flamengo. E o espírito do que é o Flamengo, do significado no coração e na alma de cada torcedor, adquire outras cores, outros tons, outros cheiros, outras percepções.

Ficamos portanto no Flamengo de agora. Depois de um processo de destruição de práticas administrativas arcaicas e mesmo irresponsáveis, para a criação de um Flamengo financeiro, estruturado mas frio como aço. Em um período difícil, como toda revolução, em que sapos, Picos, e Val Baianos tiveram que ser engolidos. Mas a cada ano, buscava-se o superávit contábil, e o controle do imenso dragão da dívida. Até que em 2016, uma nova era com mais folga financeira se abriu.

Processos, CT´s, fisiologia, Exxos, equipamentos, staff, centro de inteligência, Flamengo virou "corporate". Mas um corporate em busca de recuperação da alma, que muitos atribuem a um time com garra, outros a um time mais lúdico, talentoso e "assassino" como a geração dos anos 1980. Um time que a torcida comprasse. Puxando pelos limitados caras em campo, ou simplesmente vibrando pela presença dos mesmos.

E no início de 2018, mais uma revolução, mais cortes de cabeças, mais reinvenção, neste processo de ciclos permanentes. Parte do staff saiu, jogadores mandados embora. É o Flamengo devorando a si próprio, como costuma fazer sempre. E nesta apostou em si mesmo. Diretor profissional oriundo da base, e o técnico, por hora permanentemente interino, que era auxiliar técnico. O problema da falta de cobrança, postura, e mesmo de qualificação profissional resolvido no modo "Rainha de Copas".

E nesta fase o Flamengo se classifica em sua chave de grupo das Libertadores. E até ontem, era líder do Brasileirão, podendo recuperar a posição com uma vitória em casa contra o Bahia hoje.

Flamengo vai lutando. Pode não ter o técnico adequado, pode não ter o elenco tão brilhante como poderia com este orçamento mais largo, que veio depois de muito trabalho extenuante realizado. Mas é o que temos no momento. Já conseguimos no passado com muito menos. É hora de torcer para este Flamengo que temos agora, porque daqui a algum tempo chegará a hora de mais um ciclo de destruição, recriação. Porque é assim que funciona.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Alfarrábios do Melo


Manhã preguiçosa de sábado.

Entregue ao aconchegante abandono horizontal de um sofá, e ainda reencontrando meu centro gravitacional e existencial após certa travessura etílica na véspera, vou dedilhando sem pressa e sem atenção a tela do pequeno aparelho que me está à mão, ansiando para que a despreocupada, quase leviana busca por alguma nota relevante se descortine vã. Sem paciência para ruminar qualquer esboço de pensamento mais sofisticado que reações automáticas de aprovação ou negação ao que se me escorre aos olhos, que ainda teimam em se manter semicerrados, enfim me deparo com uma imagem que, por repetida, suscita emergir um laivo de irritadiça curiosidade. Afinal, por que catzo a foto do Petkovic comemorando o gol do tri parece brotar do chão qual joio?

Sim, naturalmente, alguém lembra lá de dentro da minúscula tela: amanhã faz aniversário.

Ainda ronrono, antes de renunciar à prerrogativa de tentar impedir que o sono complete sua obra: “Caramba, dezessete anos...”

Em que pese o quase irresistível ímpeto de recorrer a chavões recitando a “inexorabilidade do tempo”, a “percepção de como somos pequenos diante do passar dos dias” ou outras frases feitas que encontraram vasto abrigo no imaginário popular, e por isso mesmo se transmudaram nos tais clichês, prefiro trilhar outras vias, embora seja impossível escapar das reminiscências que nos fazem pulular espevitados, ignorando crateras temporais e nos trazendo a hoje o pretérito mais que perfeito. Memória.

Foi um campeonato místico. Não há outra definição que vista com mais propriedade a saga daqueles primeiros meses do ano da graça de dois mil e um. E o exercício da fé começava no nosso banco de reservas, com o Velho Lobo Zagallo, devoto de Santo Antônio, sim senhor. O homem que seria o condutor do tri, do qual já falava desde o final do ano anterior, com uma obsessão quase religiosa. Fé.

Os sinais começaram em outubro, 2000 ainda. O alemão Michael Schumacher, depois de bater na parede por três anos, enfim conseguiu se sagrar tricampeão de Fórmula 1, ao vencer o GP do Japão. Já virado o ano, a Imperatriz cantou a cana-de-açúcar no Sambódromo e cravou o tri do carnaval carioca. Ao longo de todo o primeiro semestre, as tevês cobriram entusiasticamente a preparação do tenista Gustavo Kuerten, em busca do tricampeonato de Roland Garros (que acabaria conquistando em junho).

“Schumacher, Imperatriz, Guga… Não tem jeito, esse ano é de tri”, eu perturbava meu amigo vascaíno.

Começou morno, como sempre começa. Com um regulamento mondrongo, que mesclava duas fórmulas de disputa diferentes para cada turno, o campeonato fez desfilar em suas primeiras rodadas as tediosas surras dos grandes sobre os pequenos. Melhor para o Flamengo, que aproveitou esses jogos contra os sparrings para entrosar seu ataque, e para o Capetinha Edílson, que começou a fazer gol de tudo que é jeito e tipo. Quatro escovadas contra Olaria, Americano, Volta Redonda e Bangu (essa última mais sofrida, 3-2 de virada) e pimba, lá estávamos em primeiro na chave, entre os quatro classificados para a fase seguinte da Taça Guanabara. Sem zebras, os quatro grandes classificados. Flamengo, Vasco, Fluminense e Americano.

E na Semifinal, o primeiro encontro com o Vasco. E mais uma manifestação esotérica. Pois, num jogo equilibrado em que desfilavam em campo jogadores como Romário, Juninho Paulista, Viola, Edílson e Adriano (que ainda não era o Imperador), quem fez a diferença foi o inacreditável Roma, que entrou no segundo tempo para incendiar o time e o jogo. Como que guiado por pés divinos, o limitadíssimo Roma (uma espécie de imitação chinesa de um genérico do Romário) começou a costurar meia defesa vascaína e assim iniciou a jogada que rebentou num cruzamento para a cabeça de Beto, a menos de dez minutos do fim. Flamengo 1-0, e ficou desse jeito.

Passou o Carnaval, veio a Final da Taça GB, num sábado para 70 mil no Maracanã. Flamengo sem Petkovic (lesionado) e Edílson (convocado para a Seleção), contra o Fluminense de Asprilla. Jogo ríspido, corrido, trancado e muito pouco inspirado. Evidentemente o Sobrenatural iria ter de agir. E soltou seus sinais. Primeiro, quando Reinaldo, o reserva de Edílson, marcou talvez seu primeiro gol de falta na vida, batendo perfeito no canto do goleiro, Zico assinaria. Depois, como que para arrebentar as retinas dos céticos, já na decisão de pênaltis decorrente de um empate árido, quando o lateral-esquerdo Cássio, jovem e razoável reposição para a saída de Athirson, executou mal sua cobrança, defendida pelo goleiro Murilo, mas a bola, numa trajetória transcendental, repicou, ondulou e quicou para dentro do arco tricolor. “Gol da bola”, gritaram os jornais. Era o além.

Flamengo campeão. “Falta só uma etapa pro tri”, e a frase de Zagallo já avisava como seria a Taça Rio. O Segundo Turno se arrastaria em uma longa fase de pontos corridos. Acomodado e vivendo seus problemas internos (salários atrasados, elenco desunido), o Flamengo logo se viu fora da disputa ao perder dois jogos seguidos para Americano e América (ambos por 2-1). Melhor para o Vasco, que enfim reencontrou sua competitividade e ganhou com facilidade o turno, com direito a espancar o Botafogo por 7-0. Na última rodada, Flamengo e Vasco, num jogo que virou “amistoso”, meteram os seus respectivos reservas. Aliás, o Flamengo nem o Manto principal vestiu, arrumou uma camisa vermelha pra colocar em campo. E só o loirinho Nélio valeu a pena naquele cansativo 0-0, emulando Sávio e se revestindo no maior craque de todos os tempos de um jogo só.

E para surpresa de ninguém, Flamengo e Vasco se encontraram pela terceira vez seguida para mais uma final de campeonato. E pela terceira vez seguida o Vasco era tido como favorito. Vivia momento melhor (vinha de títulos das Copas Mercosul e João Havelange) e seu time era considerado mais equilibrado que o rubro-negro. E sua Diretoria vinha obcecada em impedir que o clube sofresse a terceira derrota seguida para o maior rival em finais. Romário, Juninho Paulista, Jorginho, Viola, Euler, Helton, Alexandre Torres, contra Júlio César, Juan, Gamarra, Leandro Ávila, Petkovic, Adriano e Edílson, essas eram as duas bases.

E depois do primeiro jogo pareceu mesmo que aquela seria a vez da caça. O Flamengo jogou melhor, incomodou mais, abriu o placar com um belo gol de Petkovic, mas duas falhas individuais no final da partida deram a vitória aos vascaínos por 2-1. Pela primeira vez nessa trilogia o Flamengo teria que construir uma vantagem de dois gols para conseguir o tão almejado tri.

Mas ainda havia um jogo a ser disputado, e aqui o clichê me pede licença para avisar que “estava escrito”. E foi quando o infernal Edílson, logo no começo do segundo tempo, finalizou de cabeça uma jogada espetacular de seu desafeto Petkovic e abriu 2-1 no placar que sobreveio a certeza. Porque ficou tudo na conta do drama. E, quando se abre espaço para a emoção, o épico, a epopéia, a batalha cardíaca, o Flamengo está à vontade, talhado que está para viver as sensações mais extremas. E, de mãos dadas com todas as divindades da bola, sua gente se preparou para a glória que lhe estava esboçando sorrir. É como se soubesse como as coisas terminariam.

Entretanto, foi necessário exercitar a fé. Crer. Entender os sinais divinos, presentes em cada intervenção do jovem goleiro Júlio César, cujas defesas definitivamente não eram resultado de uma obra humana. Havia algo de bíblico em cada um dos milagres que se multiplicavam das suas mãos como fungos ao longo daqueles trinta, quarenta minutos restantes. E aquele dois a um teimava em repousar pétreo no placar do Maracanã, derramando escaldantes tintas de extasiado desespero aos dois lados do apinhado estádio. O relógio escorria, célere, aproximando-se do abismo. O Flamengo, exangue, parecia impotente diante da parede montada pelo Papai Joel Santana. Parecia amparado apenas e tão somente pela crença de sua gente, que seguia cantando nervosa a sua esperança de felicidade. “Seremos campeões”.

Quarenta e três minutos. Um ataque suicida, falta. A bola está distante do gol. Petkovic, que durante o jogo dispôs de um punhado de oportunidades semelhantes e invariavelmente despejou a bola para as arquibancadas, persevera. Não admite interferência. Ajeita a pelota. E, subitamente, rebenta o mistério divino. Uma multidão de dezenas, centenas, milhares, milhões de flamengos ergue as mãos aos céus. Invoca sua fé. Clama, chama, evoca, invoca a santos, orixás, anjos, arcanjos e tudo o que é de mais sagrado, numa irresistível e inesquecível manifestação de força coletiva. E se dá o milagre da união, da sintonia de todos os povos flamengos canalizada e concentrada em apenas uma e uma só vontade. Não há quem não se arrepie. Petkovic segue ajeitando a bola. Alessandro reza. Reza o estádio. Reza a cidade. Reza o país. Reza a Nação. Trila o apito. Petkovic parte pra cobrança.

Dezessete anos. Tempo pra burro.

terça-feira, 29 de maio de 2018

Copo cheio...


SRN, buteco.

De um jogo onde se esperava nenhum ponto, ou um com boa vontade ,vieram três.
Apesar da atuação fraca,um lance individual e no momento certo do jogo definiu a vitória a nosso favor.

O gol saiu numa jogada individual e talento de Vinicius Jr, e foi marcado no final do segundo tempo, deixando poucos minutos para pressão do adversário.

E a impressão que tive, nesses poucos minutos, foi que se o gol tivesse saído, digamos, uns quinze minutos antes seria muito difícil manter o placar favorável.

Porque a bola não parava no ataque do Flamengo. Era bola alta pra frente que mal cruzava o meio campo e já voltava pra área.

Se foi positivo o comportamento da dupla de zaga, também deixou claro que precisamos evoluir como time.

Aí a coisa complica

O Barbeiragem consegue postar o time em campo. Cada jogador ocupa seu espaço e cumpre razoavelmente sua função.

E é isso. Não há compactação nem movimentação tática dos jogadores.

A única coisa que se vê é a troca de lado de Vinicius Jr ,o recuo de Diego e ,quando esse último não joga, Everton Ribeiro aparece pelo meio campo.

Até por essa falta de opções táticas, as substituições são tardias e previsíveis .

Sendo justo, o aprendiz ao menos não tem apego a inúteis do elenco e já limou Arão Boneca.

Mas é pouca bagagem, pouco conhecimento, inexperiente demais para dirigir um clube com as pretensões do Flamengo  ( ou que deveriam ser...).

Como já é de costume, vamos esperar a famigerada janela de meio de ano para movimentação no clube, seja no elenco, seja na comissão tecnica.

Veremos então se vamos disputar títulos ou vamos levando.



segunda-feira, 28 de maio de 2018

Números e Projeções

Salve, Buteco! E esse Flamengo do Barbieri? Líder com ataque mais positivo e melhor saldo de gols, tendo a sexta defesa menos vazada da competição (dividindo posição com o Palmeiras). Além disso, classificado para as oitavas-de-final da Libertadores, em um dos grupos mais equilibrados, e também para as quartas-de-final da Copa do Brasil. A sequência no Brasileiro trará três partidas no Maracanã com mando de campo (Bahia, Corinthians e Paraná) e uma em campo neutro (Fla-Flu), no próprio Maracanã ou no Mané Garrincha, até o confronto pela 12ª Rodada, contra o Palmeiras na Allianz Arena, e a subsequente paralisação do certame durante a Copa do Mundo/2018. Os números são muito bons e naturalmente dão margem a uma dose de confiança cujo tamanho varia de acordo com o feeling de cada torcedor. A questão é que o Flamengo pariu um caminhão de porcos espinhos pra vencer o Emelec em casa, empatar com o River Plate em Buenos Aires e vencer o Atlético/MG no Horto. Tudo bem, ninguém conquista as maiores taças sem suar bastante, mas a preocupação da torcida com a melhora de rendimento do time é justificável, pois há razões para temer uma queda de rendimento se a qualidade do jogo (tática e técnica) não melhorar.

***

Um dos parâmetros mais justos para avaliar os bons números do Flamengo de Barbieri é a dupla Corinthians e Palmeiras, clubes que nos últimos anos foram os campeões brasileiros com filosofias de jogo totalmente antagônicas e coincidentemente serão dois dos próximos cinco adversários.

De um lado, o Corinthians em 2017 (50 gp x 30 gc) apostou em um sistema defensivo sólido, que sofre poucos gols, e na máxima efetividade de um ataque que não se diferencia pelo número de gols marcados, mesma filosofia adotada pelo Santos (42 gp x 32 gc), porém como pior desempenho ofensivo. De outro lado, o Palmeiras apostou no poder ofensivo do elenco e exibiu notável regularidade no setor, com 62 (sessenta e dois) gols marcados em 2016 e 61 (sessenta e um) em 2017, conquistando respectivamente a primeira e a segunda colocações nos dois certames. A diferença entre o título e o vice parece ter ficado no setor defensivo e nos 32 (trinta e dois) sofridos em 2016 contra os 45 (quarenta e cinco) que entraram em 2017. 

A título de comparação, o Atlético/MG, adversário de sábado, tentou seguir o mesmo caminho do Palmeiras em 2016, atingido notáveis 61 (gols) marcados, mas não teve o mesmo desempenho defensivo, com indesejáveis 53 (cinquenta e três) gols sofridos. Em 2017 os mineiros marcaram 52 (cinquenta e cinco) vezes e foram vazados 49 (quarenta e nove), diminuindo a margem de equilíbrio e despencando para a nona colocação.

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A diferença entre os “modelos” palmeirense e corintiano fica visível quando se analisa os artilheiros de cada equipe e a proporção de gols marcados por cada um deles. No Corinthians/2017 Jô foi artilheiro da competição com 18 (dezoito) gols e é fácil constatar o peso de seu desempenho na campanha, já que o segundo maior artilheiro do time, Jadson, marcou apenas um terço de vezes (seis gols). Nesse “modelo”, o time me parece ser excessivamente dependente do desempenho de um jogador, situação oposta ao que ocorreu no Palmeiras no último biênio.

O Palmeiras/2016 teve como maior artilheiro na Série A Gabriel Jesus, com 12 (doze) gols, seguido de Jean e Dudu, cada qual com 6 (seis) gols. Os artilheiros seguintes e suas posições dão ainda maior ênfase à diferença entre os “modelos” palmeirense e corintiano: Yerri Mina e Victor Hugo, zagueiros, e Clayton Xavier (meia) e Roger Guedes (atacante) converteram 4 (quatro) vezes; Moisés, Alecsandro e Erik 3 (três) vezes, Thiago, Leandro e Tchê-Tchê 2 (duas) vezes, e Rafael Marques, Zé Roberto, Thiago Santos, Gabriel, Fabiano, Cristaldo e Lucas Barrios marcando 1 (uma) vez cada, mostrando que os alviverdes tinham um time composto por vários jogadores com bom poder de finalização, com maior distribuição dos 62 (sessenta e dois) gols.

O Palmeiras/2017 chegou a fantásticos 61 (sessenta e um) gols sem contar com um destaque individual do porte do ótimo e promissor Gabriel Jesus. Vejam os artilheiros palmeirenses na última edição da Série A: Dudu (9 gols), Keno (8 gols), Willian e Deyverson (7 gols), Borja (6 gols), Guerra (5 gols), Roger Guedes (4 gols), Moisés (3 gols), Yerri Mina (2 gols), Bruno (2 gols), e Luan Garcia, Hyoran, Egídio e Mayke, cada qual com 1 (um) gol marcado. Total: 61 (sessenta e um) gols distribuídos entre 14 (catorze) artilheiros.

No final das contas, acho que os mosqueteiros extraíram de um limão uma limonada em 2017, desempenho que dificilmente será repetido de uma temporada para outra, por melhor que seja o trabalho de seu Departamento de Futebol, a não ser que “achem” outro Jô (versão 2017). Em contrapartida, os palmeirenses parecem ter explorado bem sua maior capacidade de investimento. É digna de elogios a manutenção do desempenho ofensivo, enquanto parece evidente que desceram alguns degraus no quesito defensivo.

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E o Flamengo? 52 (cinquenta e dois) gols marcados e 35 (trinta e cinco) sofridos em 2016 e 49 (quarenta e nove) marcados e 38 (trinta e oito) sofridos em 2017. Ficou próximo do Grêmio/2017 (55gp x 36 gc) e do Cruzeiro/2017 (47 gp x 39 gc). Não encontro melhor explicação para os três terem ficado da 4ª a 6ª posições em 2017. Os números do Flamengo estão longe de serem ruins e foram o principal motivo para colocá-lo nas primeiras posições da primeira página da tabela, mas está cada vez mais claro que para ser campeão é preciso subir de degrau no patamar do equilíbrio. 

Vejo o Flamengo mais próximo do "modelo palmeirense". Analisando os desempenhos de 2016 e 2017, a diferença do Flamengo para o Palmeiras, no campo ofensivo, esteve não no fato de que ambos tiveram seus gols distribuídos entre vários atletas, mas no número de atletas com maior capacidade de marcar gols que cada um teve em seus respectivos elencos. Guerrero foi o maior artilheiro do time na Série A em 2016 com 9 (nove) gols, seguido de Diego (6), Felipe Vizeu (reserva de Guerrero, 5), Willian Arão e Alan Patrick (4), Everton, Mancuello (pouco utilizado) e Gabriel (3), Jorge, Marcelo Cirino, Réver, Damião e Fernandinho (2), e Ederson (1).

Em 2017 os gols foram distribuídos entre mais jogadores, porém o desempenho foi um pouco inferior: Diego (10), Guerrero (6), Réver (5), Everton Ribeiro e Everton Cardoso (4), Leandro Damião e Vinicius Jr. (3), Berrío, Felipe Vizeu, Mancuello e Rodinei (2), Pará, Rafael Vaz, Lucas Paquetá, Matheus Sávio e Trauco (1). Neste ponto a suspensão de Guerrero, a contusão de Berrío e novamente a pouca utilização de Mancuello podem ter sido um peso a mais.

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Mas e o Flamengo de Barbieri no Brasileiro/2018? Até aqui, segundo informações extraídas do site da CBF, os gols do Flamengo continuam bem divididos entre Vinicius Jr. (4), Lucas Paquetá (2), Henrique Dourado (2), Everton Ribeiro (2), Réver (1), Diego (1) e Guerrero (1). Portanto, o time ainda segue o "modelo palmeirense", nesta temporada executando-o de modo mais eficiente que o "criador".

Aplicando uma simples regra de três, com a média atual de gols marcados e sofridos o Flamengo terminaria a competição, após a 38ª Rodada, com cerca de 70 (setenta) gols marcados e 32 (trinta e dois) sofridos. Com a mais absoluta certeza disputaria o título e teria enormes chances de se sagrar campeão.

A pergunta é: o que fazer para manter o ritmo e chegar em dezembro levantando a taça?

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Eu diria que a bola está com a Diretoria. Para elevar o nível tático do time, melhorando a performance fora de casa e diminuindo o verdadeiro sufoco que o Flamengo vem passando nos jogos maiores, para começar precisamos de um treinador mais experiente e melhor do que Maurício Barbieri, em que pese ser justo reconhecer o que de bom fez até aqui.

Para manter a média de gols ou mesmo aumentá-la, é preciso manter Vinicius Jr. até dezembro e contratar um centroavante de qualidade que se encaixe no perfil tático que vem sendo implantado, o que definitivamente não é o caso de Henrique Dourado, em que pese ser justo reconhecer todo o esforço de nosso centroavante para se adaptar.

Para melhorar o desempenho defensivo, chegando à sintonia fina entre ataque e defesa, o Flamengo precisa de uma dupla de zaga mais jovem e de opções para as laterais. Por mais que Léo Duarte e Matheus Thuler venham conquistando espaço, ao menos um nome para viabilizar a rodagem do elenco se faz necessário.

E para tudo isso acontecer, a Diretoria terá que mexer as cadeiras e, adotando uma postura auto-crítica inédita até aqui nas duas gestões de Eduardo Bandeira de Mello, negociar e/ou repor os nomes que, por motivos diversos, vêm se mostrando inúteis no decorrer dos jogos: Rômulo, Willian Arão, Geuvânio e Ederson são os casos mais extremos. Em relação a esses atletas, é até preferível utilizar a base, seja em qual competição for necessário. Já a dupla peruana Trauco e Guerrero, bem mais interessada na Copa do Mundo do que no Mais Querido do Brasil, é um caso à parte, especialmente pela suspensão (ainda que injusta) do centroavante. Talvez o lateral ainda possa ser útil em outra posição, mas não seria má ideia aproveitar a convocação para o Mundial e negociá-lo.

A oportunidade está posta. Resta saber qual é o tamanho da vontade de ser campeão.

Bom dia e SRN a tod@s.

domingo, 27 de maio de 2018

@Flamengo, treat me right

@alextriplex

Toda vez que penso no clássico "Is this love", de Bob Marley, a primeira coisa que  em vem à cabeça é se algum sambô da vida já cometeu o sacrilégio de fazer uma versão, ou se os sertanejos já traduziram para algo extremamente corno e chato (a caminho de casa, me lembrei de um pagode "quero te beijar, quero te abraçar, te desejo noite e dia", e me desesperei em imaginar de onde veio tal inspiração).


Para quem não manja nem um pouco de inglês, é fácil: joga a letra no google tradutor e perceba: Bob pensava na Magnética falando com o @Flamengo. Afinal, nós queremos (nós amamos) amar o Flamengo o dia inteiro, a noite inteira, dividir o quarto, e SIM, estaremos sempre juntos.

E o que esperamos? Uma simples reciprocidade. Que você nos ame, incondicionalmente. Mas...

Mas...

O que temos visto nos últimos jogos é algo insólito. Se analisarmos friamente, mesmo contra o Emelec não fomos tão contundentes. Do jogo contra a Ponte pra cá, as atuações tem sido complicadas, e, o que é insólito, eficazes. Sim, why not? Classificados na Libertadores, classificados na CdB, e líderes do Brasileirão. O que mostra, em um primeiro estágio, o nível do futebol jogado por estas bandas - cabe lembrar, fosse pela pontuação, estaríamos no primeiro pote na Libertadores, na frente de outros "grandes" do continente.

Ontem o perrengue foi forte. Em momento algum merecemo a vitória, apesar de parecer claro, em alguns momentos, que uma simples agressão tática tornaria o jogo mais fácil pro Flamengo. O time das galinhas freguesas não me pareceu essa cereja fantástica do bolo. Um bom time, arrumado, mas nada mais. Afinal, a camisa pesa para o apequenamento habitual dessa gente. Mas o perrengue foi forte. O último lance do jogo foi quase um gol do nosso zagueiro (salvar a bola em cima da linha, jogando na casa do adversário, é sim um gol a favor, pois gerou 3 pontos), fruto de uma tática suicida do estagiário, que fugiu às regras pré-estabelecidas no nosso estatuto, e resolveu jogar por uma bola, ato falho mas que, SEMPRE que é contra a gente, dá certo.

O Flamengo precisa de um treinador cascudo. Esse way of life Zé Ricardo, de retardar as substituições, de não arriscar, de "confiar" no elenco é perigoso, é falho, e como nós sabemos, pode dar merda grande. Esperar por um lampejo do nosso gênio Vinícius Jr. é muito ponto para quem almeja alguma coisa em 3 torneios longos. De se elogiar dicumforça, nossa zaga foi sinistra ontem. Diego Alves operou alguns milagres, e, claro, impossível não destacar, a entrega do time. Mesmo puto e irritado, não posso vendar os olhos a este ponto.

De qualquer forma, eu não vim aqui pra porrar A, B ou C. Vim aqui apenas para dizer que eu RI MUITO ALTO quando terminou o jogo. Ganhar desses pregos dentro da casa deles é genial. O tabu de não ganhar lá terminou. O tabu deles sempre rasgarem a calcinha pela cabeça, não. Continua forte e imponente.

E parafraseando essa torcida dodói e melindrada, deixo aqui uma frase, para toda vez que elas cismarem de cacarejar mais alto: CAIU NO HORTO, EU PASSO MEU TORTO.

Que venha o Bahia, que venham os próximos jogos.

E, por favor, Flamengo, treat me right.

E nada mais digo.

sábado, 26 de maio de 2018

Atlético/MG x Flamengo


Campeonato Brasileiro/2018 - Série A - 7ª Rodada

Atlético/MG - Victor; Emerson, Bremer, Gabriel e Fábio Santos; Adilson, Gustavo Blanco e Cazares; Luan, Alejandro e Roger Guedes. Treinador: Thiago Larghi (Interino). 

FLAMENGO: Diego Alves; Rodinei, Léo Duarte, Matheus Thuler e Renê; Jonas; Everton Ribeiro, DiegoLucas Paquetá e Vinicius Jr.; Henrique Dourado. Técnico: Maurício Barbieri (Interino).

Data, Local e Horário: Sábado, 26 de maio de 2018, as 21:00h (USA ET 20:00h), no Estádio Raimundo Sampaio ou "Independência", em Belo Horizonte/MG.

Arbibragem: Anderson Daronco (FIFA), auxiliado por Rafael da Silva Alves e Elio Nepomunceno de Andrade Junior; Quarto Árbitro: Michael Stanislau; Assistentes Adicionais 1 e 2: Anderson da Silveira Farias e Eleno Gonzalez Todeschini, todos da Federação Gaúcha de Futebol.


sexta-feira, 25 de maio de 2018

Empate é derrota












Irmãos rubro-negros,



"empate é derrota".

Foi assim, seco, sem desculpas e sem relativizações, que Gustavo Cuéllar, logo após o jogo de quarta-feira passada, respondeu, ainda dentro de campo, à indagação feita pelo repórter. 

Que diferença para o que a diretoria e seu apoiadores pensam sobre empatar fora de casa. Certamente, para estes o resultado foi "ótimo".

Daí começa-se a se compreender o porquê de, embora o Flamengo estar classificado para a próxima fase da Taça Libertadores da América e da Copa do Brasil, e estar em segundo lugar no Campeonato Brasileiro, uma forte sensação de insatisfação permear a nossa torcida.

A bem da verdade, malgrado as decepções dos últimos anos, volvendo os olhos para o presente, é preciso reconhecer que as recentes atuações do time têm sido decepcionantes.

Dos últimos cinco jogos, foram três empates, uma vitória e uma derrota. Um retrospecto que não credencia o Flamengo a alçar os altos voos que a grandeza do clube impõe.

O time está mal organizado taticamente e, somada a sequência de jogos decisivos, isto possivelmente é um fator que tem acarretado uma visível queda física da equipe, sobretudo no segundo tempo.

Além disso, mesmo se considerarmos que o nosso elenco possui carências relevantes, se analisarmos outros clubes do futebol brasileiro, acho que podemos fazer muito mais.

Por que, então, o time não deslancha?


...


Eu gostaria de abordar brevemente a situação do Henrique Dourado, que não tem se mostrado o jogador decisivo que tanto se esperava.

Na verdade, a contratação dele, como quase todas, foi feita à moda bunda lelê. 

Em nenhum momento se questionou se a proposta de jogo a ser desenvolvida pela comissão técnica se ajustaria às características do atleta.

O Dourado é um jogador de definição; ele rende quando o time joga pra ele.

O problema é que o Flamengo tem uma penca de jogadores com alto poder de definição (Vinicius Jr. Diego, Everton Ribeiro, Paquetá, Geuvânio, Marlos), que não vão abdicar desta qualidade para jogar exclusivamente em função do Dourado.

E o estilo de jogo adotado desde a chegada do Rueda, que diminuiu bastante os cruzamentos sobre a área, de mais toque de bola e movimentação, não favorece de modo algum ao Henrique Dourado, que, por não ter mobilidade e habilidade, possui dificuldade em participar das jogadas.

Aquele esquema adotado por um tempo pelo Zé Ricardo, de enfiar chutão para o Guerrero se virar na frente, também não funcionaria; talvez aquela fase com o mesmo Zé Ricardo, em que as jogadas de ataque se limitavam aos cruzamentos para a área fosse mais adequada ao Dourado.

O fato é que ele ainda não conseguiu apresentar seu melhor futebol com a camisa do Flamengo. Recebe poucas oportunidades de finalizar e, quando elas aparecem, ele tem perdido as chances.

É preciso alguém visualizar isso lá dentro e procurar uma solução equilibrada, visando ao melhor rendimento do time. 

Aliás, quem também está precisando de orientação é o Lucas Paquetá: após fazer suas melhores partidas pelo Flamengo jogando ao lado do Cuéllar, seu rendimento caiu vertiginosamente.

Firulas em excesso, faltas desnecessárias, cansaço demasiado. Ou ele está com má vontade de jogar na posição, o que seria inaceitável, ou ele realmente está perdido no esquema do Maurício Barbieri. Uma coisa é certa: ele precisa de orientação sobre a sua postura e sua função dentro de campo. Parar com as firulas e jogar mais para o time.


...


Amanhã teremos (será?) mais um jogo valendo a liderança do Campeonato Brasileiro.

Enfrentaremos um adversário tradicional, freguês de longa data, que, de uns anos pra cá, resolveu encher o peito e posar de maioral para cima do Flamengo.

Amanhã será o tipo de jogo para o Flamengo vencer, assegurar a liderança isolada do Campeonato Brasileiro e encerrar de vez a altivez do adversário.

É o que se espera e é o que a grandeza do Clube de Regatas do Flamengo e o amor da Nação Rubro-Negra merecem.

Nenhum resultado que não seja a vitória é digno do Flamengo. Sabemos que a diretoria e seus apoiadores batem palma e vibram com empate. A visão distorcida de competitividade e grandeza desse pessoal tem prejudicado bastante o clube.

O Cuéllar, que chegou outro dia, sabe muito mais de Flamengo e raça do que todos eles juntos. 

Tivéssemos mais alguns, dentro de campo e na diretoria, com idêntico pensamento ao do Cuéllar, creio que o Flamengo estaria muito melhor acompanhado.

Empate jamais será um resultado almejável para o Flamengo.

O objetivo tem sempre de ser a vitória.

Vencer, vencer, vencer.









...



Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.


quinta-feira, 24 de maio de 2018

River Plate 0 x 0 Flamengo - O arame liso contra a defesa

E o Flamengo terminou a fase de grupos da Libertadores. Classificado! Invicto! 

Mas...

Não é para empolgação. O time mais uma vez não foi bem. Encarando um River Plate que impôs seu jogo durante todos os 90 minutos mais acréscimos, Flamengo foi posto nas cordas o tempo inteiro. Só que o River Plate, por sua vez, apesar da supremacia total em campo, não passou de um enorme arame liso, recordando mesmo o Flamengo em fase recente e não tão recente (aliás, já dura muito tempo). A rigor, River Plate teve duas boas chances. Uma com falha do Diego Alves na saída de bola, seu pé esquerdo em síndrome de Tourette tocou a bola pro lado e deixou atacante livre e, em outro lance, uma bela finalização do atacante do River Plate a la Bebeto que fez a bola tocar na trave.

Flamengo mesmo acuado, só se defendendo basicamente, também teve suas duas boas chances em jogadas construídas. Rodinei em cruzamento pela direita, em que botou muita força, e passou rente aos pés de 3 jogadores do Flamengo livres na pequena área, e um bom lance do Dourado, em jogada na área, em que fez o favor de isolar a bola perto do gol. E, claro, teve o famoso penalti não marcado pela arbitragem que já entrou no sangue não só do torcedor, como da Conmebol e CBF, que virou já obrigação. Um imposto que pagamos por sermos tão grandes, bonitos e bobões por não reclamarmos de forma mais incisiva.

No mais, a bola simplesmente não parava no meio de campo do Flamengo. Paquetá tentava seus lances de efeito inócuos, pois era muito bem marcado pelo River Plate. Jean Lucas flutuava como uma mariposa atrás da bola, sempre se distanciando do Paquetá, e o Everton Ribeiro foi posto e preso no canto, de castigo, pelo estagiário do estagiário, que comandava o time. Logo, time muito espaçado, com problemas na compactação que parecem recorrentes. Vinicius, nosso desafogo, marcado bem de perto pelo River, pouco conseguiu de útil na partida inteira. 

Nossos laterais presos na defesa, faziam nosso ataque sempre estar em menor número, a ponto do Dourado com tédio de ficar sem fazer nada, vir ajudar o meio de campo com todo seu talento [/ironia] para troca de passes.

Mas e a parte defensiva do Flamengo? Cuellar, mais uma vez, monstro em campo. Invariavelmente é nosso melhor jogador. Conseguia se posicionar perfeitamente inibindo a troca de passes sempre muito rápida, precisa e perigosa do River. Rhodolfo, nosso melhor zagueiro do elenco e Leo Duarte, também não comprometeram. Renê, nosso lateral-zagueiro, também conteve bem os avanços pelo seu setor, assim como Rodinei está melhorando na marcação.

O  Flamengo pecou taticamente. Claro que ter um estagiário do estagiário no comando não ajuda. Não tem segurança para fazer mudanças efetivas de jogo, que permitiriam ao Flamengo criar uma insegurança tática no River. Muito previsível durante quase todo o jogo, Flamengo foi presa fácil. Técnico tem que saber inverter o jogo, usar o banco, "desposicionar" e posicionar jogadores, mas nada era feito. Parecia eu jogando FiFA, sem saber o que fazer.

Poderia ter tentado posicionar o Jean Lucas mais atrás, e avançar Paquetá. Poderia ter tentado colocar Marlos no início do segundo tempo e, finalmente, por o Everton Ribeiro em jogo, no meio de campo. Poderia ter posto Jonas quando o domínio do meio de campo do River Plate era evidente. Para ter mais gente ali. Jonas tem um bom passe longo. Serviria bem para correria dos chamados "Pontas abertos". Enfim, Flamengo tinha recursos em campo e no banco. Mas nada era usado. Time taticamente dominado. Jogadores ao meu ver, tentaram o que podiam, mas hoje em dia talento não é suficiente para sobrepor um sistema tático insipiente. 

Precisamos de técnico. Ontem.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

River Plate x Flamengo


Copa Libertadores da América/2018 - Grupo 4 - 6ª Rodada

River Plate: Franco Armani; Montiel, Pinola, Maidana e Saracchi; Ponzo e Ignácio Fernández; Exequiel Palacios, Ignacio Scocco e Enzo Perez; Lucas Pratto. Técnico: Marcelo Gallardo.

FLAMENGO: Diego Alves; Rodinei, Léo Duarte, Rhodolfo e Renê; Cuéllar e Jean Lucas; Everton Ribeiro, Lucas Paquetá e Vinicius Jr.; Henrique Dourado. Técnico: Maurício Barbieri (Interino).

Data, Local e Horário: Quarta-feira, 23 de maio de 2018, as 21:45h (USA ET 20:45h), no Estádio Antonio Vespucio Liberti ou "Monumental de Nuñez", em Buenos Aires, Argentina.

Arbibragem: Andrés Cunha, auxiliado por Mauricio Espinosa e Nicolás Taran, todos da Associación Uruguaia de Fútbol.



terça-feira, 22 de maio de 2018

Desafios



Olá Buteco, bom dia!

Flamengo e a nossa montanha-russa de cada campeonato!  Líder do campeonato brasileiro por 3 rodadas consecutivas e classificados com uma rodada de antecedência na Libertadores, faltava uma boa vitória contra o arquirrival para consolidar a boa fase.

Infelizmente, não jogamos o esperado para isso e ficamos num empate frustrante, que nos tirou a liderança do campeonato e, ainda por cima, nos deixou sem dois jogadores-chave de defesa para a próxima partida, contra outro adversário difícil, fora de casa.

Não há tempo para se lamentar. O campeonato brasileiro é cruel: três revezes e você pode sair da liderança absoluta para um insosso 8º lugar. Nós já deixamos pontos preciosos contra Chapecoense e Vasco, teremos que ir para cima do Atlético. Será um desafio, especialmente para os garotos que entrarão na zaga.

Uma vitória domingo nos devolve a liderança. Vai pra cima deles, Mengo!

***

Antes desta partida, outro desafio de grande porte: River Plate lá. Vale a liderança do grupo e o mando de campo na segunda partida das oitavas-de-final da Libertadores, além de evitar um confronto contra os times mais fortes da 1ª fase. 


Do time considerado titular, não estão relacionados apenas Juan, Rever e Diego. Devemos ir, portanto, com Alves, Rodinei, Leo Duarte, Rhodolfo e Renê; Cuellar, Paquetá e Everton Ribeiro; Marlos, Dourado e Vinícius. É esse o time com que vocês iriam também? 

Vencer, vencer, vencer!

Saudações Rubronegras

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Timing

Salve, Buteco! Vocês já pararam pra refletir sobre o tempo que levou até a Diretoria do Flamengo (ou ao menos a maior parte dela) se convencer da necessidade de passar para frente os perebas ou que o trabalho do Zé Ricardo já havia se desintegrado completamente? Quando esse tema vem à minha mente sempre me pergunto qual é o critério que prevalece para a insistência com o que obviamente não está dando resultado. Será que é o simples fato da torcida perceber antes da Diretoria (e da maior parte da imprensa)? Imagino que, para um dirigente de futebol (ou jornalista esportivo) emocionalmente inseguro o pior dos mundos é constatar que sua avaliação é inferior à feita pela torcida. Puxa vida, logo o torcedor, aquele ser "apaixonado" que, portanto, não analisa os fatos racionalmente? Como ele pode ter percebido, e não eu, que aquele jogador não passa de um pereba? Como pode ele ter percebido as falhas de planejamento antes de mim? Pior é quando antes de mim descobre aquele jogador que seria perfeito para time. O que faço agora?

É uma constante, especialmente no segundo mandato da atual gestão, a torcida alertar muito antes para problemas que efetivamente acabam ocorrendo depois. Não faltam exemplos nas temporadas anteriores, como Márcio Araújo, Rafael Vaz, Muralha, Zé Ricardo e a dificuldade que teria para planejar 2017, além das negociatas e dos obscuros critérios de Rodrigo Caetano. O mesmo se diga em relação à temporada atual, como provam o envelhecimento do elenco, especialmente da zaga, fato que havia sido apontado por Reinaldo Rueda; a incompatibilidade de Henrique Dourado com o estilo de jogo que se tenta (sem sucesso, a não ser por apresentações esporádicas) implementar, a falta de atualização de Paulo César Carpegiani ou a instabilidade nas laterais.

É nesse ponto que os debates costumam se direcionar para o modorrento e boçal terreno das relativizações e das lembranças dos avanços na administração e nas finanças. Poupem-me, por favor.  Nada disso se confunde com gestão de futebol. Além disso, culpar a torcida é covardia e canalhice. Até as pedras sabiam da dificuldade que o clube teria disputando três competições do tamanho da Copa do Brasil, da Copa Libertadores da América e do Campeonato Brasileiro. Depois de Rueda, a insistência no trabalho de Rodrigo Caetano e em suas escolhas é fruto de nada mais do que da incapacidade pessoal dos membros da Diretoria de exercer um pingo de autocrítica. Carpegiani entrou e saiu por conta disso e agora agora chegou a vez da obviedade ululante do momento: Maurício Barbieri pode até ser um bom auxiliar, mas é absolutamente evidente que ainda não reúne as melhores condições para estar no comando técnico da equipe profissional do Flamengo, seja em nível de planejamento, seja de execução durante as competições. No final das contas, cabe ao treinador fazer as escolhas certas em um cenário de longas sequências de jogos decisivos.

Mas imaginem se isso é problema. Claro que não. Afinal, só existem treinadores interinos no futebol brasileiro. E vamos levando!

***

Desconfio de que estão tentando imitar o Grêmio/2017, apostando tudo na Libertadores/2018 e na Copa do Brasil, e deixando o Brasileiro para administrar a vaga para a Libertadores/2019. Há uma falha evidente nesse plano: os mesmos problemas (todos apontados pela torcida, todos) que dificultam o Flamengo disputar as três competições simultaneamente também podem impedir o sucesso na priorização de qualquer dessas competições, cuja conquista depende de times e elencos equilibrados. Afinal de contas, para ser campeão é preciso treinador, zaga, laterais, centroavante...

Há um timing para se tomar as decisões que levam aos títulos. O timing da Diretoria do Flamengo é  o do eterno adiamento dessas decisões. É campeã da Copa das Ilusões.

***

O discurso de Barbieri é de ir a Buenos Aires em busca da liderança. Gosto da ideia. Se houver um mínimo de competência e responsabilidade no Departamento de Futebol, já discutiram se é melhor mandar o primeiro ou o segundo jogo das oitavas-de-final. Eu escolheria o jogo de volta. Além disso, há tempos o Flamengo não se impõe fora de casa em jogos realmente grandes, seja nas competições nacionais, seja nas internacionais. Quarta-feira, portanto, é jogo decisivo, grande, que pode fazer a diferença no segundo semestre. É muito difícil imaginar que a longo prazo o trabalho de Barbieri alcance as aspirações da torcida do Flamengo, mas se porventura existir a mínima chance do nosso jovem treinador interino se firmar, passa por vencer esse tipo de jogo com frequência.

***

Não foi Barbieri que planejou 2018. É sem dúvida o menos culpado.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.


Somos todos menos alguns

domingo, 20 de maio de 2018

Nunca chove, mas sempre transborda

A pressão sobre a pressão sobre a pressão.
Eis o Flamengo. É assim o Flamengo.

Senão, vejamos: depois de uma "suada e heróica" classificação diante do perigossíssimo e traiçoeiro time da Ponte Preta (aquele que gosta de gols de goleiro aos 49 e outras coisas bizarras), partimos para Chapecó com o intuito de vencer e manter uma saudável vantagem na tabela.

E é óbvio que deu ruim. Ah, não reclama. "Os caras terminaram o jogo contra a Ponte esgotados, foi muita pressão, medo de cair da CdB, é normal esse relaxamento após uma partida nervosa".

Aí veio o jogo de vida ou morte contra o Emelec. Mesmo teatro, quase a mesma peça, o mesmo fim.
Heróico, genial, etc. Sim, nós vibramos. Claro, ninguém aqui é maluco.

E então, "oba, hoje é dia dos filhotes de bigodudas, hoje é dia de sacode". Esqueceram de avisar pra eles, é claro. E vocês viram o que foi a maior pelada no ano. Comentar o jogo é algo que me dá até medo, pois não é possível dar nota zero para um jogo que foi menos 4.

Os jogadores, a diretoria, as pessoas que estão no Flamengo precisam entender algo (talvez até já o saibam, mas fingem não entender): Não existe a pressão de um Brasileirão, de uma Libertadores. O Flamengo É a pressão. O Flamengo é que É a missão. O que vem de vitória é consequência de nossa grandeza, e, por tabela, do nosso desempenho nos campos.

Atitude. Menos firula. Menos marra. O Flamengo conseguiu ser abraçado por nós, torcedores.

No Flamengo, nunca chove forte. Mas tá sempre transbordando, como diz a "tradução" do clássico Under Pressure.

Por favor, retribuam. Nós também gostamos de carinho.

P.S.: Não me assusta terminar a rodada em terceiro. Mas me irrita um bocado perder 5 pontos em 6.

SRN