quinta-feira, 1 de junho de 2017

A Ilha

E o Flamengo, finalmente, ao que parece, concluiu seu estádio provisório no clube da Portuguesa do Rio. Mas, contudo, não teve as licenças aprovadas a tempo. Os Bombeiros do Rio cuidadosamente aprovaram o laudo ao final do último dia depois do término do expediente da CBF, que, evidente, não abre exceção ao Flamengo p/aprovar o mando de campo lá.

Flamengo é uma Ilha. Como maior time cercado de rivais menores na antiga capital federal, criou-se um mito, na cidade do Rio de Janeiro e mesmo no resto do país, que prejudicar o Flamengo seria "o justo" para contrabalançar com a pequenez dos demais. Não acontece, por exemplo, em São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, onde os rivais tem tamanhos similares. No Rio, o fato do Flamengo ser bem superior lhe é, paradoxalmente, politicamente prejudicial.

Políticos rubro-negros, como aquele do STF, depois da casa cometer uma série de decisões infames, ridículas, em relação ao país, resolve ser mais "justo que o rei", e, o ministro flamenguista, aquiesce com a decisão estapafúrdia de time de segunda divisão ser campeão brasileiro por critérios pessoais de juiz de 1ª instância local e torcedor do time em questão. Porque ser "contra o Flamengo", mesmo supostamente rubro-negro, lhe faz parecer "mais justo". 

O mesmo aconteceu com seguidos governos estaduais e prefeituras. Invariavelmente eleitos políticos torcedores de rivais, fazem do poder mais um instrumento para prejudicar o Flamengo, como demonstram Sergio Cabral e seu comparsa Pezão. Eduardo Paes, o ex-prefeito, só no final do mandato resolveu atuar em algo a favor do Flamengo, no apagar das luzes, no propósito de deixar uma boa impressão final no eleitorado rubro-negro.

Garotinho, o único rubro-negro, atuou para prejudicar o Flamengo na construção de seu estádio na Gávea.  

Enfim, o Flamengo, institucionalmente, age solitário. Sua voz quase sempre é independente. No Rio todos se unem contra ele, e no Brasil alimenta os rancores dos paulistas, sequiosos em terem o time mais popular ou mais rico do Brasil.

Como desconstruir isto? O que pode fazer o Flamengo para deixar de ser prejudicado pelo Ministério Público, por prefeitura, por bombeiros, pelo governo do Estado, por todo ambiente que o rodeia? Chegaram ao cúmulo de proibir que o Flamengo mande o campo em outros estados, o que, economicamente e socialmente, é uma catástrofe para as demais regiões do país, cheias de rubro-negros.

Vivemos numa guerra em que o objetivo final é fazer do Flamengo menor, ainda que, graças a boa administração atual, segue crescendo economicamente e estruturalmente.

Não seremos contemplados com a boa vontade da CBF. Seguiremos sendo prejudicados de forma covarde pelo STJD, seguiremos sendo objetos de torcida contrária nas narrações de TV e comentários.

Somos uma ilha. Alvo isolado. Mas temos um vulcão dentro dela. Nossa torcida.