terça-feira, 14 de junho de 2016

Mozer Entre o "Só por Hoje" e o "Aqui-Agora"

"Instante":
1. Que está prestes a acontecer; 2. Que insta ou insiste; 3. Urgente; 4. O menor espaço apreciável de tempo; 5. Momento, ocasião. In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/instante


Em um dia completo de frio no Rio de Janeiro, depois de uma derrota (que não assisti) e de nenhuma inspiração para escrever, em um papo, surge um texto “salvador”. Não se trata de corneta, mas resume boa parte do que penso sobre esse “próximo Flamengo”. Diogo Almeida assenta a poeira e escreve algo que deve ser pensado, no mínimo. Concordo com ele, que fala de algo que talvez não tive coragem ou inspiração para escrever.

Ele, Diogo, com suas penas me fez refletir mais, e mais, sobre o que aconteceu, o que está acontecendo e o que pode acontecer com o nosso Flamengo. Num texto uniu passado, presente e futuro; vitórias; perspectivas; planejamento e execução. O amanhã partindo do agora. O como decidir neste instante. Leia. Reflita. Debata.


Obrigado, Diogo pela conversa e pela contribuição! Pela exclusividade. SRN!

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 “Se ficarmos olhando para o passado, ficamos no mesmo lugar”.

Essa é a frase mais importante de José Neto em sua entrevista para o site da ESPN, um dia depois da conquista deste último Sábado.

A frase deve incomodar o departamento profissional mais conturbado do Flamengo, o de Futebol.

A frase deve incomodar o departamento profissional mais conturbado do Flamengo, o de Futebol. O que está dando errado no carro-chefe rubro-negro parece ser um mistério à feição de Sir Conan Doyle. São tantas as pistas dos insucessos de quatro anos seguidos, que fizeram o mais lúcido e equilibrado torcedor se descabelar e virar um neurótico à flor da pele, tentando entender o que se passa. Tudo parece totalmente caótico. E os autores do crime são todos: o presidente, o vice-presidente de futebol, o diretor técnico, o técnico e, claro, os jogadores.


O que está dando errado no carro-chefe rubro-negro parece ser um mistério à feição de Sir Conan Doyle. São tantas as pistas dos insucessos de quatro anos seguidos em que fizeram o mais lúcido e equilibrado torcedor se descabelar e virar um neurótico à flor da pele ao tentar entender o que se passa e tudo parece totalmente caótico. E os autores do crime são todos: o presidente, o vice-presidente de futebol, o diretor técnico, o técnico e, claro, os jogadores.

O olhar à frente de José Neto transformou o Basquete do Flamengo em uma máquina de títulos. Sobre não dar tanta importância para o conquistado e valorizar a imaterialidade do presente que vislumbra o futuro, lembrarei, se me permitem alongar um pouco o texto, de duas filosofias em total acordo com o tetracampeão do NBB.

A filosofia budista reforça sempre a ideia de foco no aqui-agora. O conceito é simples. O que passou, passou, não existe mais. Esqueça. O importante é exatamente o momento que estamos vivendo agora, o instante. A meditação budista é um exercício prático sobre a chamada plena atenção, o eterno “estar aqui”. O passado não é subjugado, apenas é usado como aprendizado analítico entre seus aspectos, não uma bula exata a ser modulada em busca do sucesso. Apego zero.

O Alcoólicos Anônimos é a instituição que mais recupera homens e mulheres que vivem sob as garras da bebida. Ensina-se nas reuniões a ideia milagrosa e simples de que não precisa parar de beber a vida toda. Apenas hoje. Um dia de cada vez, eles dizem. E a frase mais famosa desse grupo de ajuda mútua é a famosa “Só por hoje”. Dá certo pra milhares de pessoas pelo mundo. Eles levantam e dizem para si mesmos: “Só por hoje não vou beber”. Li uma reportagem outro dia sobre o membro mais velho do AA no Brasil. Ele não bebe há mais de 50 anos. “Eu só preciso não beber hoje”, declarou.


O Flamengão está arraigado no passado de ouro. Precisa esquecê-lo.

Além disso, deve aprender a trabalhar com a calma de uma mente budista.

Focalizar no aqui-agora. A cada dia é um "só por hoje". E isso vale também para todos nós, torcedores enlouquecidos.

E para o mais novo personagem dessa história toda.

Enquanto Neto vislumbra sempre o futuro. O Futebol do Flamengo busca o passado mais vitorioso para tentar reviver dias de glória.

Mozer, o garoto prodígio da zaga campeã do mundo em 1981, depois de quase 30 anos retorna ao clube, agora como gerente de futebol.

Quem conhece Mozer e já conversou com ele sobre os desafios de um cargo que pretende ser a chave para codificar o mistério do caos, parece se satisfazer com suas ideias e ideais.

É é bom que o novo gerente não seja apenas mais uma das dezenas de resgates do passado de magia.

Mozer deve ser a solução de um cotidiano de concentração. A ponte para uma mente saudável entre o campo e o gabinete dos dirigentes de um CRF completamente aleatório de si.

Diogo Almeida@DidaZico