terça-feira, 29 de março de 2016

Inacreditável FC

 Vivemos dias loucos, dias em que nem conseguimos entender o que vem acontecendo diante da velocidade dos fatos. Venho tentando me estressar o mínimo possível (mas o Flamengo não deixa), tenho lido mais (não sobre o time), ainda que sobre assuntos do futebol, visto menos coisas, assistido a menos partidas. Fazendo uma rápida retrospectiva, assisti ao primeiro tempo do Fla x Flu, aos primeiros 25 minutos de Flamengo x Atlético-PR e aos últimos 30 minutos do mesmo jogo. Não assisti ao jogo de sábado (contra o Volta redonda, na cidade de mesmo nome), e acho que fiz bem.

Depois de 3 anos e 2 meses desta gestão, que apoio publicamente, ocorreu algo que imaginei nunca mais assistir. Integrantes de torcida, torcedores, indivíduos, adentrarem no local de trabalho dos jogadores para fazer cobranças. Por mais justas que sejam as cobranças, não aceito a atitude. De nenhuma das partes. Se entrou na boa é péssimo pela relação que se cria, pelo precedente, se foi “na marra” pior, pois é caso de polícia. Inacreditável! Não dá pra generalizar, falar de TOs, mas a relação delas com os clubes de futebol não se dá em termos “amistosos”, por diversos fatores, mas as mesmas representam parcela importante da torcida e do que esta parte sente.

O CT estruturado não é pra torcida se orgulhar, é para os trabalhadores do clube, se trata de investimento nos atletas. Como funcionários do clube devem parar de mimimi e executar o lhes é pedido. Não pode um atleta já contestado pela torcida “comemorar” eliminação para “descansar” de viagem. Nunca! Mais inacreditável ainda são as derrotas no campo, num elenco que está com os salários em dia, obrigação do empregador, que ganhou condições de trabalho e atenção do mesmo empregador, fazer o que faz dentro de campo.

Não pode o treinador arrumar muleta para uma temporada que será longa e desgastante, aliás muletas. Seu Muricy reclama de viagem, reclama de estádio, reclama, reclama, reclama insubordinadamente na imprensa das decisões de seu empregador e no primeiro jogo eliminatório do ano faz tudo errado e “poupa” os principais atletas. Poupando atletas no jogo decisivo e NÃO promovendo substituições durante as partidas, além de rodar muito mal o elenco (ou não rodar), é inacreditável que Muricy reclame. Sim. Em todas as vezes que a diretoria tinha uma questão a decidir, o treinador foi contrário às brigas que o clube se envolveu politicamente.

Outra coisa inacreditável é a teimosia com certos atletas. Estaria Muricy se escorando/blindando no elenco ou dando corda pra rapaziada se enforcar? Só o tempo nos dirá. Falta alinhamento entre diretoria, departamento de futebol e o treinador, sem falar no elenco que não compra briga de ninguém. Nem do torcedor, nem do treinador, muito menos da diretoria. Não compram brigas nem deles... veremos a partida de quarta, contra o Vasco, onde pela primeira vez em anos entraremos em situação de inferioridade clara e manifesta em um clássico contra as bigodudas.

Agora, inacreditável mesmo é uma notícia excepcional se transformar em algo melancólico. O Flamengo consegue fazer dinheiro como ninguém no futebol do Brasil. Conseguiu ter um lucro líquido maior do que o do Barcelona em 2015. Quando teremos desempenho compatível? Gostaria muito de respostas, de quem quer que seja. Do presidente Bandeira (não por notas oficiais), do VP de futebol Flávio Godinho, do diretor executivo Rodrigo Caetano. Alguma coisa está fora da ordem e inacreditavelmente (nós torcedores) não sabemos do que se trata. Quem sabe?

Continuarei na torcida, sempre. Digo para quem está disposto a me ouvir, que me tornei associado do Flamengo quando o clube era o lanterna no Brasileiro de 2014. A situação se tornou insustentável. Não será agora que abandonarei. Mas quero respostas no campo, um futebol eficiente, ataques que se traduzam em gols. Organização. Em campo e fora dele. Não quero um Flamengo “Inacreditável FC”, perdendo oportunidades aos montes. Quero um Flamengo forte. Quem sabe, um Barcelona ou melhor. O ano será longo... Vamos, Flamengo!