Irmãos rubro-negros,
novidades despontam no horizonte.
Finalmente o Flamengo demitiu o Cristóvão Borges, embora a versão oficial informe que tratou-se de "mútuo acordo".
O Cristóvão em momento algum conseguiu empatia com o clube e com a torcida.
Desde o primeiro minuto de sua chegada ao Flamengo, mostrou-se inseguro, hesitante, assustado.
Após certo tempo no comando técnico do time, passou a reagir à sua insegurança e às críticas que lhe eram dirigidas com arrogância, irritação, altivez.
Por fim, protagonizou o episódio canhestro da própria vitimização.
Ali sua situação tornou-se insustentável perante a torcida.
Porque a torcida do Flamengo é muito mais sábia do que nossa vaidade sugere.
A razão puramente muitas vezes não basta para explicar ou mesmo perceber certos fenômenos. A intuição, estimulada pela paixão enlouquecida e pelo amor incondicional, tem seu valor, e ele é imensurável.
Pois o povo rubro-negro notou muito cedo que o Cristóvão não estava afinado com os princípios fundamentais da alma flamenga.
Mas não quero me estender sobre o trabalho pífio feito pelo Cristóvão no Flamengo.
Os resultados falam por si.
Pode ter potencial e até vir a tornar-se um grande treinador, mas aqui ele falhou inquestionavelmente.
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E o seu substituto já foi anunciado pela diretoria: Oswaldo de Oliveira.
O Oswaldo está longe de ser uma sumidade no universo do futebol brasileiro, mas torço muito para que ele realize um grande trabalho à frente da equipe do Flamengo.
Creio que a chegada do Oswaldo motivará o elenco e propiciará uma reação imediata.
O grande desafio do Oswaldo será dar ao time o equilíbrio de que ele carece em 2015.
Porque o difícil é isso: equilíbrio, harmonia entre os setores, fazer o simples.
E caberá a ele, com o desenvolver do trabalho, obter os resultados imprescindíveis de que o Flamengo precisa.
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Ele já começou seu desafio muito melhor que o antecessor. De suas palavras iniciais como novo comandante do Flamengo, ressalta claramente a importância que o Oswaldo outorga à torcida, à relação e à influência da torcida junto ao time, algo que o Cristóvão desdenhou desde o início.
Além da maior experiência, ele demonstra conhecer o Flamengo, o que, dada a falta de tempo e a premência na obtenção dos resultados, é fundamental.
Desejo ao Oswaldo, do fundo do meu coração, todo o sucesso no comando técnico do time do Flamengo.
Oswaldo, a partir de agora, você é o melhor técnico de futebol do mundo.
Seja bem-vindo ao clube mais amado deste planeta.
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Uma pergunta, a meu ver equivocada, tem permeado os debates sobre o técnico ideal para o Flamengo: qual o nome certo?
Na minha humilde opinião, o nome certo é aquele que, contratado, conquiste títulos e angarie o respeito, a admiração e o carinho da torcida, dos jogadores e dos dirigentes.
Ou seja, não existe um "nome certo" de véspera.
Agora, existe sim um padrão vitorioso no futebol brasileiro.
Disso eu não tenho a menor dúvida.
Basta analisar os últimos dez, onze anos: Muricy Ramalho, Abel Braga, Tite, Marcelo Oliveira, Levir Culpi, Cuca.
Desses, só o Cuca tem um perfil diferente, mas que exige sempre um dirigente de pulso forte ao seu lado dando suporte ao trabalho.
Os demais da lista têm em comum algumas características: todos prezam pela disciplina e dominam a arte de motivar o elenco. Todos, também, embora alguns mais que outros, possuem certo conhecimento tático e procuram acima de tudo equilibrar os setores das equipes por eles treinadas.
Não digo que exista uma fórmula única e correta, mas em se tratando de comandantes, há certamente algumas premissas que facilitam, se não determinam, a obtenção do sucesso.
E os treinadores acima citados conseguiram, cada um a seu modo, compreender a complexidade desse processo de liderar pessoas num ambiente extremamente competitivo, extraindo o máximo dos atletas.
Engana-se redondamente quem supõe que para obter sucesso no futebol basta ser um estudioso, de idéias arejadas, modernas. Isso é apenas parte do processo.
Comandar é uma arte.
Que, Salve São Judas Tadeu, tenha chegado a vez do Oswaldo de Oliveira, à frente do Flamengo, integrar o rol dos técnicos vencedores do futebol brasileiro.
Independentemente do que nos está reservado, é importante, diria até fundamental, refletir sobre as razões que impeliram o Flamengo a contratar seu oitavo técnico em apenas três anos.
Não creio que haja uma resposta única para isso, mas alguns fatores para mim aparecem com peculiar relevância.
A falta de implantação de uma filosofia, de uma identidade rubro-negra e a falta de comando são dois problemas que, a meu ver, têm contribuído bastante para os sucessivos insucessos do futebol do clube.
Compreendo perfeitamente a ideia de profissionalização do futebol do Flamengo. E concordo com ela. Entendo que se deseje, em nome da profissionalização, que dirigente evite entrar em vestiário ou dar pitaco no dia a dia do clube.
Mas estamos falando, pois vivemos, do Flamengo. Flamengo. É como nossa família. Família.
Certas questões e medidas não podem ser delegadas ao diretor técnico ou ao treinador.
Tem de existir uma orientação constante para os profissionais.
Não se pode aceitar que o time jogue tão passivamente. E isso tem sido constante. Essa passividade, essa indiferença.
É fundamental que o atleta que vista a camisa do Flamengo esteja ciente, e seja lembrado disso constantemente, que o Flamengo é um clube, antes de tudo, de raça, de amor, de fé, de camisa.
Temos a maior e melhor torcida do mundo.
Isso tem de ser lembrado ao bosta do Rodrigo Caetano, ao bosta do técnico e à bosta do elenco sempre.
Os profissionais precisam entender que o Flamengo não é um clube comum.
Eles precisam entender e respeitar a tradição, a história, a camisa do Flamengo.
Essa valorização do Flamengo, do que é essencialmente Flamengo, tem de partir da diretoria. Isso não pode ser terceirizado.
Cabe à diretoria eleita do Clube de Regatas do Flamengo zelar para que os profissionais trabalhem de acordo com os princípios fundamentais do Flamengo.
O sujeito que é contratado pelo Flamengo tem de saber imediatamente que certos postulados não são negociáveis. E que essa cobrança será feita desde o momento em que ele cruzar o portão da Gávea ou do Ninho do Urubu pela primeira vez.
Esse dever infelizmente não tem sido observado com a devida atenção.
Não é à toa que jogadores como Paulinho, Cirino e cia fazem o que querem. Não houve, como não há, quem lhes cobre com firmeza, duramente, diariamente; quem lhes mostre o que é o Flamengo e as consequências de não se adequarem à filosofia do clube.
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Bem, qualquer mudança mais efetiva no futebol do clube só em 2016.
O importante no momento é que o Oswaldo já chegue mostrando serviço, com a vitória domingo pelo Brasileiro e a classificação na próxima quarta-feira pela Copa do Brasil.
O objetivo precípuo do Flamengo, agora, é sempre vencer o próximo jogo.
Eu confio, e falo com toda a sinceridade do meu coração, que nos classificaremos quarta que vem.
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Abraços e Saudações Rubro-Negras.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.