sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Inaceitável


 

Irmãos rubro-negros,


naturalmente, a coluna tem de ser escrita ainda no rescaldo do resultado lamentável de quarta-feira passada.

Aliás, o futebol do Flamengo tem protagonizado indesculpáveis vexames, dentro e fora de campo, desde a semifinal da Copa do Brasil do ano passado.

São inúmeros episódios vergonhosos, que expuseram a instituição e demonstram que o futebol vai mal, muito mal.

Não se trata de comentar em cima de resultado, ou melhor, trata-se exatamente disso, pois perder quatro vezes seguidas para o time do Eurico, nas condições atuais, sendo eliminado nas oitavas-de-final da Copa do Brasil pelo último colocado do Campeonato Brasileiro, é motivo mais que suficiente para indignar e revoltar imensamente o povo rubro-negro.

E não adianta, após dois anos e meio de gestão, olhar para o alto, para baixo e para o pretérito ou apontar o dedo para quem quer que tenha passado pelo clube nos últimos anos.

O momento é de assumir a responsabilidade pelo gigantesco fracasso que tem sido a administração do futebol do Flamengo nos últimos trinta e dois meses.

E não dirijo essa observação apenas ao presidente Eduardo Bandeira de Mello, pois ele é o único que, bem ou mal, se expõe em nome do clube.

Pode não ser o presidente perfeito, mas ao menos ele se posiciona, ainda que de modo excessivamente polido.

Eu pergunto: quem, além dele, na diretoria do clube, faz uma defesa entusiasta da instituição? Ninguém.

...

A verdade é que o futebol do Flamengo sofre da completa falta de comando e de identidade. Isso pra mim é um fato.

Quem manda no futebol do Flamengo atualmente? O presidente Eduardo Bandeira de Mello, o Fred Luz e o Rodrigo Caetano. Ou seja: não manda ninguém.

Por isso, por causa dessa falta de hierarquia, comando e liderança, nenhum técnico de estilo calmo e estudioso dará certo no clube. Porque o técnico, muito além de se preocupar com o rendimento técnico e tático do time, terá de atuar também como disciplinador, orientador e supervisor dos atletas.

Esse vexame de quarta-feira deveria servir como um divisor de águas, deveria incentivar a reflexão de todos nós rubro-negros sobre os rumos do futebol do Flamengo.

Mas parece que estamos em estado de torpor, anestesiados. Acostumamo-nos aos reveses, às derrotas.

A impressão que se tem é de que a disputa eleitoral é muito mais importante que o futebol do clube. 

De um lado, na oposição, os que torcem contra; do lado da diretoria, os que douram a pílula.

E assim, de vergonha em vergonha, vai caminhando o futebol do clube.

Triste, muito triste.

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Sobre os jogadores, nada tenho a acrescentar ao que o meu amigo Melo escreveu domingo passado.

Meu pensamento encontra-se em perfeita sintonia com o que está ali escrito.

Sem dúvida, esse é um dos times mais pusilânimes e covardes da história sagrada do Clube de Regatas do Flamengo.

Um time sem sangue, sem brio, sem ambição, que não se supera, que não deseja com fervor a vitória, a glória. Um time que se comporta de modo burocrático, diria até medroso, ansiando pelo apito final.

Isso é a antítese da alma flamenga.

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Quanto ao Oswaldo, se foi dele a ordem de alterar o lado do campo, fazendo com que o clube atacasse no primeiro tempo para a torcida rubro-negra, digo o seguinte: começou muito mal seu trabalho no clube. 

Tradição como essa é para ser respeitada, até estatutariamente.

O Flamengo tem a obrigação, o dever moral, de escolher sempre atacar no segundo tempo para o lado em que se encontra a torcida rubro-negra. 

No caso do Maracanã, para o lado à esquerda das cabines de rádio e de televisão.

Afora essa questão, vale lembrar a enorme bobagem de colocar a um só tempo, ainda no primeiro tempo e com o Flamengo à frente no placar, Emerson, Everton, Paulinho e Cirino (um dos mais frouxos, se não o mais,  jogador que já vi vestir a camisa do Flamengo), deixando o Márcio Araújo, amarelado desde o primeiro tempo, e o Canteros, que não marca, não arma, não finaliza, sozinhos no meio de campo.

Quem deveria ter entrado, em vez do Cirino, era o Jonas. Perdemos o meio de campo. Perdemos a criação. Viramos um bando.

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Bem, eu realmente não assimilei, nem vou assimilar, essa eliminação e a situação lamentável em que se encontra o futebol do Flamengo.

O clube é roubado rodada após rodada e não se vê uma reação realmente firme, assertiva, rígida.

Ontem o árbitro veio encomendado. Foi bastante condescente com o antijogo e a violência do adversário e excessivamente rigoroso com os jogadores do Flamengo.

Mas não fomos derrotados por isso. Faltou jogar como Flamengo.

Tristeza e revolta, amigos, é o sentimento no coração da massa rubro-negra.

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E como a situação no Campeonato Brasileiro não é confortável, não há tempo para lamúrias.

O Flamengo precisa vencer a cachorra de peruca, o popóti, o famoso campeão da segunda divisão de 1987, aliás, campeão não, pois abandonaram a disputa de pênaltis antes de encerrá-la.

É de bom alvitre vencer. 

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Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.