Salve amigos do Buteco,
Logo após a derrota contra o
Vasco confesso que parecia sem sentido voltar a acessar o Buteco e escrever
minha coluna quinzenal. Enquanto nós, rubro-negros trabalhadores, passamos
horas discutindo sobre a nossa paixão e maneiras de colaborar e resolver os
problemas do clube, um monte de jogador mimado passa seus dias enchendo a cara
e apresentando aquele futebol (?) pífio do último domingo.
Foi uma das piores partidas de
futebol que assisti nos últimos anos! Nem o Flamengo de Walter Minhoca,
Negreiros, Adrianinho, entre outros bondes me deram tanto desgosto quanto assistir
o clássico contra os eternos vices no final de semana passado.
Esse talvez seja o Campeonato
Brasileiro de pontos corridos que possui o nível técnico mais baixo desde que
esse formato de disputa foi implantado. Todos os times grandes estão passando
por grandes reformulações e cortes de custos. É jogador indo para as Arábias,
Estados Unidos, China, além de países e ligas cada vez mais obscuras.
E no meio disso tudo o Flamengo
consegue chegar à décima rodada na 15ª posição com somente 10 pontos
conquistados. Um mísero pontinho por rodada! Se ainda convivêssemos com a
bagunça de outrora e o eterno problema de salários atrasados, mas não! O
Flamengo hoje pode se orgulhar de ser um dos únicos clubes brasileiros que paga
religiosamente em dia.
Não consigo aspirar algo melhor
para esse ano do que “escapar da zona da confusão”. Claro que com o retorno de
Armero, Caceres e com a aguardada estreia do Guerrero, podemos ter um salto de
qualidade e subir algumas posições na tabela, mas alguém hoje cravaria que esse
time irá dar uma arrancada como foi em 2007?
Para não dizer que tudo é
terrível no futebol do Flamengo, reservo algumas linhas para falar sobre dois
jogadores que estão me surpreendendo positivamente: Jonas e Emerson Sheik.
Fui um dos mais contrariados
quando começaram as especulações do retorno do Sheik ao Flamengo. Jogador em
final de carreira, conhecido por polêmicas extracampo e com curto prazo de
validade. Eis que o jogador tem sido um dos líderes do grupo, destaque técnico dentro
de campo e apresentado uma maturidade e inteligência que estavam em falta nesse
time. Foi merecidamente coroado com o gol da vitória na quarta-feira.
O Flamengo nesse ano é um time de
uma jogada só. Bola nos pontas que jogam aberto nos lados de campo e cruzamento
para área. São infinitos cruzamentos e raríssimas oportunidades de gol. Com a
chegada do Sheik, o Flamengo deixou de ser um time de uma única jogada e a bola
começou a rodar com mais objetividade no ataque. É nítida a diferença técnica e
a capacidade que ele possui de segurar a bola, abrir o jogo e escolher a jogada
certa, não ficamos mais tão dependentes da correria de velocistas como o Cirino
e o Everton.
Já o Jonas é o leão desse meio de
campo. O jogador conseguiu domar um pouco da ansiedade que o estava
atrapalhando nos primeiros jogos e não tem sido mais tão violento dentro de
campo. Diferente da grande maioria desse elenco, a seriedade e vontade de
vencer são duas das maiores virtudes do Jonas e a maneira com que ele honra o
manto me lembra muito do saudoso Angelim.
Contra o Figueirense no domingo,
não espero nenhuma melhora tática ou técnica do grupo, mas é preciso jogar com
no mínimo a mesma vontade do jogo contra o Joinville, os três pontos são
fundamentais! A cultura do saco de cimento precisa voltar e deveria ser um
mantra para esse grupo de jogadores.
Lembrando outro mantra que nos
ajudou positivamente na histórica conquistada do Brasileirão em 2009!
“No sapatinho we can”
SRN e um ótimo final de semana a
todos rubro-negros!