sábado, 27 de junho de 2015

Uuuuuuuuuu!!!

Vitórias sobre Coritiba e Chapecoense, reestreia de Emerson Sheik, bela tarde de um sábado de inverno, ingredientes perfeitos para encher o ex-Maior do Mundo. A torcida, como sempre, fez sua parte e compareceu com o recorde de público desse Campeonato Brasileiro. A torcida do Flamengo tem essa bela característica de atender aos chamados. Mas um outro aspecto da massa rubro-negra é a falta de paciência. E esse me incomoda enormemente.




Sou frequentador de Maracanã desde muito novo. Não daqueles de assiduidade impecável, mas já fui muito. Já presenciei inúmeras oportunidades em que a torcida empurrou o time rumo a vitórias memoráveis, conquistas impensadas. Apenas para ficar nas mais recentes, posso citar a fuga do rebaixamento de 2007 e os títulos do Brasileiro de 2009 e da Copa do Brasil de 2013. Muitos pontos foram arrancados graças ao décimo-segundo jogador. Mas a mesma brilhante torcida pode também jogar contra. Muito me perturbou quando, antes ainda do primeiro gol do Atlético, a torcida começou a vaiar a equipe. Vaia que começou, mais especificamente, depois de uma jogada errada do Pará. Logo depois, Samir jogou contra o patrimônio e as reclamações das arquibancadas só aumentaram.

Minha opinião é simples: durante os 90 minutos, a torcida deveria apenas apoiar. Deixa para reclamar, se for o caso, depois da partida. Vaiar, salvo raríssimas exceções de jogadores que crescem na pressão, serve apenas para diminuir a confiança. Sem confiança, a tendência é que o jogador tente fazer o mais simples, não arrisque e, assim, fica ainda mais complicado buscar um resultado, vencer jogos. Para um elenco que, claramente, como já falei por aqui, não tem ninguém que chame a responsabilidade e que está mostrando uma mentalidade muito pouco vencedora, as vaias tem um aspecto quase devastador.

Discussões que tive no Twitter após o jogo contra o Atlético me mostraram que muitos pensam o contrário. Tem quem ache que tem que vaiar mesmo e que jogador sem confiança tem que ser negociado. Tem quem ache que a vaia pode servir para "criar vergonha na cara" de jogador que se esconde ou que simplesmente é ruim. Concordo plenamente com a reclamação, com a indignação. Entendo apenas que devemos reclamar e nos indignar no fim do jogo. Já apoiei vários times muito piores que esse de hoje. Já vi esses mesmos times horrorosos vencendo partidas por nossa causa. Nunca houve no Flamengo um craque maior que a nossa torcida.

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Pra piorar, hoje a gestão do futebol resolveu levar o último treino antes da viagem para Cuiabá para a Gávea. Treino aberto para torcida. Claramente buscando apoio para o clássico contra nosso maior rival. Primeira vez que os dois se enfrentam em Brasileiros com os dois na zona de rebaixamento. Precisamos de qualquer coisa, menos de vaias. E foi isso que aconteceu. Uma meia dúzia foi ao clube numa tarde de sexta-feira para vaiar o Pará. Curiosamente, coincidência ou não, o substituto do queridinho Leo Moura, o Capitão Moicano, que deixou o clube há três meses e polemizou durante a semana envolvendo uma possível volta ao Brasil, justamente para defender o Vasco.

Diz pra mim: é burrice? Ou tem algo além disso?