sexta-feira, 12 de junho de 2015

Momento de Pontuar



Irmãos rubro-negros, 


nesta semana desenvolveu-se aqui no Buteco um debate interessante, que acabou por exasperar certos sentimentos pró e contra a diretoria do clube.

Acho importante pontuar que, entre os dois extremos, ou seja, entre aqueles que acham que nada presta e os que defendem cegamente a tudo e a todos, existe espaço para o reconhecimento do trabalho sensacional feito nas searas administrativa e financeira, mas também para as críticas que inevitavelmente têm de ser dirigidas ao futebol.

Nem todos que criticam o modo como tem sido gerido o futebol do Flamengo são saudosistas de tempos recentes, em que não apenas dentro de campo, mas também fora dele, o Flamengo não cumpria seu dever.

Ao revés, eu sou grande entusiasta da gestão atual e sempre afirmei isso. 

Mas é com sincero pesar que, em meados de junho de 2015, confesso ser-me impossível negar que o futebol do Flamengo vai mal.

Não vou enumerar os vexames experimentados dentro de campo. A lista é longa e de todos sabida. 

Mais importante que apontar erros, contudo, é admitir,  com humildade e desprendimento, os problemas e apoiar a diretoria para que se encontre o caminho que conduzirá o barco flamengo a navegar por águas calmas até que, finalmente, alcancemos as glórias que nos pertencem por tradição. 

Para isso, o primeiro passo é abandonar de vez essa ladainha da “falta de dinheiro”.

A falta de dinheiro pode, vá lá, com muito boa vontade, justificar a pouca atenção dada ao Centro de Treinamento ou mesmo a impossibilidade de formação de uma equipe para disputar títulos.

Mas jamais a ausência de vultuosos recursos poderia justificar que, pelo terceiro ano seguido, o time inicie o Campeonato Brasileiro na zona de rebaixamento, conquistando apenas quatro pontos em dezoito disputados.

Não há desculpa para isso. Há, isso sim, erros graves, que precisam ser corrigidos e que são a causa dessa situação. 

E acho que o menor dos problemas é o tal Conselho Gestor do Futebol.  Como grupo definidor das diretrizes básicas e do planejamento mais amplo do futebol, acho  muito válida a existência do Conselho.

Aliás, concordo plenamente com a opinião explanada ontem pelo Flavio sobre o Conselho Gestor do Futebol. 

A questão, na minha modesta opinião, é que a diretoria está perdida e não sabe o que pretende fazer do futebol rubro-negro. 

Basta analisar o perfil dos técnicos e diretores quer passaram pelo clube desde janeiro de 2013. 

Tenho a impressão de que a diretoria age como alguém que anda no escuro, tateando o ambiente, aos tropeços, em busca de luz. Ou mais precisamente, na base do erro e do acerto, até encontrar um caminho firme para o futebol do Flamengo.

...


É importante manter certa coerência de princípios, sem engessar o futebol. 

Mas nada disso funcionará se o planejamento do futebol continuar sendo mal projetado e mal executado, como temos visto nesses três anos. 

Porque quando bate o desespero e a água chega ao pescoço, não há princípios, planejamento, projeto, nada. Agarra-se a primeira tábua de salvação e o objetivo passa a ser simplesmente sobreviver.

Essa prática tem sido constante nesses três anos de administração. Avalia-se mal o plantel e o trabalho da comissão técnica, os resultados não vêm e o clube, no meio da temporada, reformula tudo, iniciando do zero. 

O elenco, o melhor possível dentro das possibilidades, é para ser formado no início da temporada e não no meio dela.

A janela do meio do ano serve para aparar as arestas e corrigir as deficiências do plantel.

Alguém, todavia, pode obtemperar que "o futebol não é uma ciência exata, e que existem muitas variáveis, como lesões imprevistas, quedas inesperadas de rendimento e mudança no método de trabalho da comissão técnica. "

Pois bem, então façamos o seguinte: peguemos um par de dados, joguemos para o alto e sigamos o que a fortuna decidir. pra quê  perder tempo planejando e estudando se tudo se resume a uma questão de sorte ou azar? 

Mas é evidente que as coisas não são assim. 

Há um grupo de quatro ou cinco clubes que praticamente todo ano faz boa campanha no Campeonato Brasileiro e consegue classificação para a Taça Libertadores da América. São eles: Internacional de Porto Alegre, Cruzeiro, São Paulo, Corinthians e Atlético-MG.

E antes que digam, "ah, mas olha o orçamento deles em comparação ao do Flamengo", eu esclareço que o exemplo dos clubes citados tem somente a finalidade de demonstrar que um planejamento bem executado rende frutos, pois Santos, Palmeiras, Grêmio e Fluminense também despendem altos gastos com o futebol, mas não obtêm os mesmos resultados. 

Não exijo, embora gostaria muito, que o Flamengo tenha neste momento um rendimento de alto nível, pois as condições talvez ainda não permitam esse salto de qualidade. 

O que cobro, como humilde torcedor, é que, enquanto saneia suas finanças e aumenta sua arrecadação, o Flamengo transite ali pelo sexto, oitavo, décimo segundo lugar. Afinal, nossa folha salarial está entre as dez mais caras do país.

Então, por que todo ano o clube inicia o Brasileiro fazendo uma campanha medíocre? 

Porque o planejamento é mal elaborado e mal executado.

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Passando para dentro das quatro linhas, que é o que realmente interessa, o Flamengo enfrentará amanhã o Coritiba, no Couto Pereira. 

Após um início melancólico, resta ao time do Flamengo superar suas limitações e vencer os jogos, dentro ou fora de casa. 

Além do Guerrero, Alan Patrick e Ayrton, a diretoria já sinalizou que mais reforços chegarão, o que qualificará o elenco. 

Se o Flamengo, porém, almeja algo mais do que permanecer na Primeira Divisão, o ideal é que esses atletas encontrem o time ali pelo meio da tabela, pois isso possibilitará uma arrancada rumo a objetivos mais grandiosos.

A meta, portanto, é pontuar o máximo possível. 

Avante Mengão!

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Uma rodada virtual, por minha conta, em homenagem aos 190 conselheiros e heróis que votaram ontem a favor do Clube de Regatas do Flamengo.

A vocês, meu sincero muito obrigado.




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Abraços a todos e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.