sábado, 13 de junho de 2015

Adeus, Recruta!

O dia 11 de junho de 2015 estava reservado para o nascimento do meu primeiro filho. Era o dia que sua gestação completaria 40 semanas, apesar de saber que a menor parte das crianças nasce no chamado due day. Beni veio me dar a maior alegria da minha vida alguns dias antes, mas o dia 11 também foi, da sua maneira, histórico.

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Leonardo Ribeiro, para quem não o conhece, foi líder da Torcida Jovem do Flamengo e entrou na política do clube lá pelos anos 90. Acabou virando representante do Flamengo na Federação de Futebol do Rio de Janeiro, ganhou cargos na gestão do Caixa d'Água e acabou como vice-presidente. Dentro do nosso Mais Querido, seu poder também era considerável e ele colecionou episódios, digamos, controversos. Ajudou a aprovar as contas do presidente Edmundo dos Santos Silva, único presidente da história do Flamengo a sofrer impeachment. Em 1999, foi um dos responsáveis pelo afastamento do então superintendente de futebol Gilmar Rinaldi. Segundo o atual coordenador da seleção brasileira, ele estava tentando desmontar uma máfia montada pelas organizadas que tinha sorteio de rifas, bingo, tudo com anuência da presidência e contando com ajuda de jogadores. Conseguiu ser presidente do Conselho Fiscal do Flamengo nas gestões ESS e Patrícia Amorim, o que quer dizer que ele era o maior responsável por aprovar contas e esconder falcatruas.

O auge, se é que podemos chamar assim, foi quando, em setembro de 2010, acusou nosso maior ídolo, então diretor de futebol, Zico de ter assinado um contrato com o CFZ que seria lesivo aos cofres do clube e de seus filhos Júnior e Bruno de terem participação em negociações com jogadores. O Galo pediu demissão na madrugada do dia 1º de outubro, levou o caso à Justiça, onde o Capitão Leo "arregou" e disse que foi mal interpretado.

Nos últimos dois anos e meio, desde a entrada do grupo capitaneado pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello, a situação política do Leonardo Ribeiro e sua trupe começou, felizmente, a se deteriorar. Na reunião do Conselho Deliberativo para aprovação das contas de 2011 da gestão Patrícia Amorim, o Capitão agrediu o conselheiro Joca, sócio benemérito, um idoso. Foi julgado e punido com uma primeira suspensão de 30 dias. Meses depois, Leo disse, em reunião na Ferj, que o Flamengo se submetia aos interesses da Sky, empresa da qual o ex-VP de Marketing, Bap, é CEO. Mais uma CI, mais uma suspensão e ontem, em votação de recurso, Leonardo Ribeiro foi eliminado do quadro de sócios do clube.

De acordo com cientistas políticos, uma oposição fraca é ruim para a democracia. No outro lado, uma oposição forte e atuante, consistente e propositiva pode sempre instigar a situação a fazer sempre o melhor possível. Leonardo Ribeiro e companhia sempre foram uma péssima oposição, daqueles que torcem para perder para dizer que seria melhor se eles estivessem lá. Meio como é o status situação-oposição na política brasileira. A eliminação de Leonardo Ribeiro do clube é simbólica para mostrar para onde o Flamengo está caminhando. Um quadro político de pessoas interessadas apenas no clube e não em seu crescimento pessoal e financeiro. Pensando sempre num Flamengo cada vez mais forte, um Flamengo rumo a se consolidar como o melhor do Brasil. Um Flamengo com que sempre sonhamos.