Sua saída arrumou o ataque do Flamengo |
E tínhamos uma deficiência na área de marketing. A ausência de um novo VP de marketing, por meses já. Bap se irritou com o grupo que ajudou a formar e ganhar a eleição como Chapa Azul, e se bandeou para um lado de oposição, embora ainda, de forma aparente, não apareça como integrante de um grupo significativo. Esta demora em re-ocupar o cargo de VP de Marketing, certamente sinalizava que a gestão atual tentou "recuperar o Bap". O que, obviamente, não conseguiu. Com entrevistas a diversos veículos, Bap deixou claro sua enorme insatisfação em relação a forma como a gestão estava sendo conduzida, que, segundo opinião dele, era diferente do que tinha sido combinado antes. O que penso que seria algo como um modelo "Távola Redonda", vamos dizer assim.
Pois bem, nesta semana, um enorme acontecimento também político, anunciaram o novo VP de Marketing: José Sabino, membro do SóFLA, como outros participantes do Conselho Diretor. O que reforça a importância deste grupo na política do Flamengo. José Sabino é Diretor de Marketing da Lafarge, empresa parceira do Flamengo em projetos de uso de recursos incentivados. Com sólida formação acadêmica e executiva, José Sabino é de estilo mais reservado e de muita dedicação. Pessoalmente passa longe do perfil estereotipado de "marqueteiro". Seu trabalho pode fazer o marketing do Flamengo, acho eu, trabalhar sob um outro tipo de ótica, o que pode até acabar por implementar mudanças necessárias para alavancagem do programa ST, por exemplo, entre outros projetos.
Não foi só isto. Wrobel pediu licença do cargo de VP de Futebol. Realmente, por qualquer ótica que se pode avaliar, deve ser o cargo de dirigente amador voluntário mais pauleira de todos, tirando, óbvio, do presidente. O dirigente amador não tem qualquer experiência prévia neste mundo de futebol e é alçado a "jaula dos leões" literalmente. Com o núcleo profissional do futebol fechado em si, e com o dirigente amador levando todas as porradas da falta de eficiência ou erros provocados deste núcleo profissional. Como não conhece "o negócio", não pode dar muitos palpites. E se entrar numa e começar a dar palpites, além de não ser respeitado pela galera envolvida do futebol, podem começar a vazar qualquer informação, falsa ou não, para a imprensa, de modo a tirar a força deste dirigente amador. Tendo que lidar com estas situações, participar de negociações com agentes e jogadores problemáticos, que fazem leilão e usam o nome do Flamengo para alavancar aumentos de oferta ou de salários. É um cargo em que o dirigente amador, literalmente, perde sua vida pessoal sem ganhar nada com isto. E ainda sai sob uma chuva de pedras.
Não sei se Wrobel volta ao cargo. É uma pessoa competente e ponderada. Mas tudo tem limites. Mas ele não saiu de todo, também compõe o que chamam Conselho Gestor de Futebol (CGF), junto com Eduardo Bandeira, Tostes, Alexandre Póvoa, Landim, Fred Luz e o próprio Rodrigo Caetano.
Bem, o CGF é um ideia que, particularmente me agrada. Primeiro que distribui o conhecimento sobre futebol entre outros dirigentes amadores do clube e para o próprio CEO (Fred Luz), deixando de ser particular a um determinado individuo. Segundo que as decisões passam a ser divididas, discutidas, compartilhadas, entre pessoas de ótimo nível profissional. Não se tem, neste modelo, a forte pressão em cima de um pobre dirigente voluntário, permanentemente na linha de tiro. Este modelo ajuda que outros venham a compor, outros venham a sair, mais facilmente. Além disso pode ser o primeiro passo, uma vez consolidado este modelo, de enfim se elaborar o projeto profissional para o futebol, evitando estes incríveis erros em sequencia na formação de elenco para a próxima temporada e na contratação de comissões técnicas. Infelizmente o Flamengo, ainda hoje, é um clube no futebol mais reativo que propositivo, o que explica a enorme carência atualmente em títulos mais relevantes como campeonato brasileiro e Libertadores.
E por último teremos hoje, dia 11/06/2015 às 19:00, no Conselho Deliberativo, o julgamento do recurso impetrado pelo Leonardo Ribeiro, vulgo Capitão Leo, contra a decisão do Conselho de Administração de o suspender por 30 dias. Caso a plenária ratifique a decisão de sua suspensão, será sua segunda suspensão em um prazo de 360 dias, o que segundo o artigo 57 do Estatuto do Flamengo significa "Eliminação do Quadro Social". Leonardo Ribeiro encabeça um grupo de oposição a gestão atual intitulado "Fla-Tradição". Presidente do Conselho Fiscal algumas vezes, inclusive na gestão anterior, ficou notório pela briga em que se envolveu com o Zico, o que acabou levando o Galinho a sair do clube após cerca de 4 meses como Diretor de Futebol, causando raiva em boa parte da torcida, que nunca perdoou o "Capitão Leo" por isto desde então.
O clube, portanto, continua com sua montanha russa...precisando de seguidos freios de arrumação. Se não tem confusão, barulho, stress, empolgação, não é Flamengo. Já me conformei.
Por Flavio H Souza
twitter: @PedradaRN