sábado, 23 de maio de 2015

Crise de Identidade



Salve amigos do Buteco,

O Flamengo está muito próximo de viver sua primeira grande crise de 2015. Apesar do bom começo de ano, já estamos adentrando ao sexto mês desta temporada e o time de futebol ainda não conseguiu ter um padrão de jogo, além de resultados satisfatórios e condizentes com a grandeza do clube.

São inúmeros fatores que podem justificar a má fase atual do time, desde a baixa qualidade do elenco, passando pelo problema crônico de lesões e culminando no trabalho pífio desenvolvido pelo nosso treinador.

Apesar de todos estes problemas, o que mais tem me preocupado nesta temporada é a crise de identidade que vive o Flamengo. Tentarei explicar.

Cresci e aprendi que a combinação Flamengo e Maracanã era insuperável! Era a união do maior estádio do mundo com a maior torcida do mundo. Não havia nada mais assustador aos adversários do que enfrentar uma decisão contra o Flamengo e sua Nação.

Um time como o Flamengo vive de vitórias e cresce em momentos decisivos, é a cultura do “DCF – Deixou chegar fudeu”, com destaque para o próprio hino, que não nega: “Vencer, vencer, vencer”, esse é o nosso mantra.

Eis que os tempos mudaram, o Maracanã passou por diversas reformas, deixando de ser o maior do mundo e passamos a nos acostumar com vexames históricos como as derrotas para Santo André e América do México.

A verdade é que ninguém mais tem medo do Flamengo! Os clubes sul-americanos chegam ao Maraca e qualquer Emelec ou Bolivar da vida consegue se impor frente ao Fla. Os times nacionais também já perderem o respeito faz tempo, como o exemplo mais recente vindo do empate na última rodada contra o nanico Sport.

Como mudar este panorama e recuperar esta identidade perdida?

O primeiro passo é qualificar o elenco com jogadores vencedores, que estejam acostumados com decisões e sejam inconformados. No time atual do Flamengo os únicos jogadores que possuem títulos mais expressivos são Wallace, Pará e Alecsandro, sendo que nenhum deles foi protagonista em seus times anteriores.

Os demais jogadores de certa forma estão acostumados a permanecer no meio da tabela e não tem o brio e aquela gana de vencer que todos os jogadores do Flamengo deveriam ter, independente da qualidade técnica. Preocupante!

Porém não basta trazer jogadores vitoriosos, é preciso que a experiência seja aliada a uma contribuição técnica dentro de campo. Recentemente o Flamengo buscou essa experiência com jogadores como Elano e André Santos, que apesar de currículos invejáveis, pouco produziram dentro das quatro linhas quando vestiram o manto sagrado.

Caso oposto ao Chicão, que apesar de ter decaído nos últimos jogos, no pouco tempo que jogou pelo clube, analiso como uma passagem positiva com direito a gols importantes como o marcado na semifinal da Copa do Brasil contra o Goiás. 

Se de fato o Flamengo estiver tentando contratar jogadores como Robinho, Diego e Guerrero, é sinal de que pelo menos o perfil dos jogadores está adequado a nossa necessidade. Não necessariamente o Flamengo precisa apostar tudo em candidatos a ídolos, já que estes nomes talvez sejam considerados a cereja do bolo, o tal protagonista inexistente no elenco atual, mas é importante lembrar que também é possível buscar outras alternativas no mercado que sejam bem mais em conta.

São inúmeros exemplos dentro do futebol brasileiro. O Palmeiras trouxe recentemente o Zé Roberto, o Internacional renovou com o Alex, o São Paulo acertou com a chegada do Michel Bastos e por aí vai. Vejam que não são jogadores espetaculares ou contratações midiáticas como as especulações atuais, mas são jogadores experientes que contribuem positivamente dentro e fora de campo.

Outro fator importante e recorrente em nossas últimas conquistas é a sintonia entre time e torcida. É preciso que o clube busque alguma forma de aproximar ainda mais o torcedor do time e vivenciarmos aquela química vista em conquistadas recentes ou até mesmo em arrancadas como o caso de 2007.

Parece que contra o Náutico na Copa do Brasil o ingresso mais barato custará somente R$10,00, é um bom começo para iniciar esta aproximação. Além de um ingresso mais em conta para conquistar o torcedor, se o time conseguir minimamente uma sequência de vitórias, não precisa nem estar jogando bem, mas já será motivo suficiente para o torcedor voltar a apoiar.

A torcida precisa ter pelo menos uma fagulha de esperança de que o time pode buscar algo maior seja no Campeonato Brasileiro ou na Copa do Brasil. Ninguém gosta de gastar dinheiro, se deslocar ao estádio, chegar uma da manhã em casa para torcer para um time que brigará pelo décimo lugar no campeonato ou que não tenha a menor aspiração de ser campeão.

O trabalho que esta diretoria está realizado fora de campo para resgatar a credibilidade e imagem do clube é sensacional, mas é preciso que o time encontre novamente a sua identidade dentro de campo.

Além da qualificação do elenco e desta aproximação da torcida, o que mais é preciso para recuperarmos esta identidade?

Passo a bola para os amigos do Buteco!

Matchday São Paulo x Flamengo

Para quem ainda não sabe, fui sorteado para participar do Matchday da nossa estreia no Brasileirão. Apesar do resultado desfavorável e um pequeno atraso o evento em si foi muito bom, bem organizado e recomendo a todos que já são sócio torcedores.

Tive a oportunidade de conhecer os vestiários do Morumbi, o campo, banco de reservas e recepcionar os jogadores quando chegaram ao estádio. Todos os participantes do evento receberam um ingresso para o jogo e uma camisa oficial do clube.

Aos poucos o programa de ST vai oferecendo benefícios, descontos e ações bem interessantes e está deixando de ser simplesmente um programa de doação, mesmo para quem reside fora do Rio de Janeiro. Evidente que ainda há uma série de oportunidades, mas já começo a ver o programa de maneira diferente de quando me associei em 2013.






Um bom final de semana a todos e que os ares de Santa Catarina façam bem aos jogadores, precisamos voltar com estes 3 pontos na mala!

SRN