Salve amigos do Buteco,
O Flamengo está muito próximo de
viver sua primeira grande crise de 2015. Apesar do bom começo de ano, já
estamos adentrando ao sexto mês desta temporada e o time de futebol ainda não
conseguiu ter um padrão de jogo, além de resultados satisfatórios e condizentes
com a grandeza do clube.
São inúmeros fatores que podem
justificar a má fase atual do time, desde a baixa qualidade do elenco, passando
pelo problema crônico de lesões e culminando no trabalho pífio desenvolvido
pelo nosso treinador.
Apesar de todos estes problemas,
o que mais tem me preocupado nesta temporada é a crise de identidade que vive o
Flamengo. Tentarei explicar.
Cresci e aprendi que a combinação
Flamengo e Maracanã era insuperável! Era a união do maior estádio do mundo com
a maior torcida do mundo. Não havia nada mais assustador aos adversários do que
enfrentar uma decisão contra o Flamengo e sua Nação.
Um time como o Flamengo vive de
vitórias e cresce em momentos decisivos, é a cultura do “DCF – Deixou chegar
fudeu”, com destaque para o próprio hino, que não nega: “Vencer, vencer,
vencer”, esse é o nosso mantra.
Eis que os tempos mudaram, o
Maracanã passou por diversas reformas, deixando de ser o maior do mundo e
passamos a nos acostumar com vexames históricos como as derrotas para Santo
André e América do México.
A verdade é que ninguém mais tem
medo do Flamengo! Os clubes sul-americanos chegam ao Maraca e qualquer Emelec
ou Bolivar da vida consegue se impor frente ao Fla. Os times nacionais também
já perderem o respeito faz tempo, como o exemplo mais recente vindo do empate
na última rodada contra o nanico Sport.
Como mudar este panorama e
recuperar esta identidade perdida?
O primeiro passo é qualificar o
elenco com jogadores vencedores, que estejam acostumados com decisões e sejam
inconformados. No time atual do Flamengo os únicos jogadores que possuem
títulos mais expressivos são Wallace, Pará e Alecsandro, sendo que nenhum deles
foi protagonista em seus times anteriores.
Os demais jogadores de certa
forma estão acostumados a permanecer no meio da tabela e não tem o brio e
aquela gana de vencer que todos os jogadores do Flamengo deveriam ter,
independente da qualidade técnica. Preocupante!
Porém não basta trazer jogadores
vitoriosos, é preciso que a experiência seja aliada a uma contribuição técnica
dentro de campo. Recentemente o Flamengo buscou essa experiência com jogadores
como Elano e André Santos, que apesar de currículos invejáveis, pouco
produziram dentro das quatro linhas quando vestiram o manto sagrado.
Caso oposto ao Chicão, que apesar
de ter decaído nos últimos jogos, no pouco tempo que jogou pelo clube, analiso
como uma passagem positiva com direito a gols importantes como o marcado na
semifinal da Copa do Brasil contra o Goiás.
Se de fato o Flamengo estiver
tentando contratar jogadores como Robinho, Diego e Guerrero, é sinal de que
pelo menos o perfil dos jogadores está adequado a nossa necessidade. Não
necessariamente o Flamengo precisa apostar tudo em candidatos a ídolos, já que
estes nomes talvez sejam considerados a cereja do bolo, o tal protagonista
inexistente no elenco atual, mas é importante lembrar que também é possível
buscar outras alternativas no mercado que sejam bem mais em conta.
São inúmeros exemplos dentro do
futebol brasileiro. O Palmeiras trouxe recentemente o Zé Roberto, o
Internacional renovou com o Alex, o São Paulo acertou com a chegada do Michel
Bastos e por aí vai. Vejam que não são jogadores espetaculares ou contratações midiáticas
como as especulações atuais, mas são jogadores experientes que contribuem
positivamente dentro e fora de campo.
Outro fator importante e
recorrente em nossas últimas conquistas é a sintonia entre time e torcida. É
preciso que o clube busque alguma forma de aproximar ainda mais o torcedor do
time e vivenciarmos aquela química vista em conquistadas recentes ou até mesmo
em arrancadas como o caso de 2007.
Parece que contra o Náutico na
Copa do Brasil o ingresso mais barato custará somente R$10,00, é um bom começo
para iniciar esta aproximação. Além de um ingresso mais em conta para
conquistar o torcedor, se o time conseguir minimamente uma sequência de
vitórias, não precisa nem estar jogando bem, mas já será motivo suficiente para
o torcedor voltar a apoiar.
A torcida precisa ter pelo menos
uma fagulha de esperança de que o time pode buscar algo maior seja no
Campeonato Brasileiro ou na Copa do Brasil. Ninguém gosta de gastar dinheiro,
se deslocar ao estádio, chegar uma da manhã em casa para torcer para um time
que brigará pelo décimo lugar no campeonato ou que não tenha a menor aspiração
de ser campeão.
O trabalho que esta diretoria
está realizado fora de campo para resgatar a credibilidade e imagem do clube é
sensacional, mas é preciso que o time encontre novamente a sua identidade
dentro de campo.
Além da qualificação do elenco e
desta aproximação da torcida, o que mais é preciso para recuperarmos esta
identidade?
Passo a bola para os amigos do
Buteco!
Matchday São Paulo x Flamengo
Para quem ainda não sabe, fui
sorteado para participar do Matchday da nossa estreia no Brasileirão. Apesar do
resultado desfavorável e um pequeno atraso o evento em si foi muito bom, bem
organizado e recomendo a todos que já são sócio torcedores.
Tive a oportunidade de conhecer
os vestiários do Morumbi, o campo, banco de reservas e recepcionar os jogadores
quando chegaram ao estádio. Todos os participantes do evento receberam um
ingresso para o jogo e uma camisa oficial do clube.
Aos poucos o programa de ST vai
oferecendo benefícios, descontos e ações bem interessantes e está deixando de
ser simplesmente um programa de doação, mesmo para quem reside fora do Rio de
Janeiro. Evidente que ainda há uma série de oportunidades, mas já começo a ver
o programa de maneira diferente de quando me associei em 2013.
Um bom final de semana a todos e
que os ares de Santa Catarina façam bem aos jogadores, precisamos voltar com
estes 3 pontos na mala!
SRN