quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Fim de festa


Créditos para um dos jogadores mais dedicados do atual elenco do Flamengo, o zaqueiro Wallace, que "chutou o balde" na reapresentação do grupo no dia de ontem:

"– O primeiro ponto já temos, que é um treinador vencedor. Temos um elenco com limitação que já passou da fase. São quatro, cinco anos brigando por coisa ruim. Falo como espectador. Não pode ficar todo ano brigando por um G-8. Não falo da Copa do Brasil, que é mata-mata. O Flamengo é muito grande para se acomodar com isso. É preciso haver uma reformulação, mudanças. É cansativo para o jogador todo ano ficar brigando por coisa ruim. Fica cansado de dar explicação. O time precisa de certas coisas que hoje não se tem. Já passou do tempo de montar uma equipe que venha para brigar. É meio paradoxal falar isso, porque a vontade de vencer que faz um time campeão, mas é preciso um elenco mais forte e um time competitivo, mais técnico para crescer em todos os quesitos. Em dois anos aqui, envelheci 10. O torcedor também está cansado de notícia ruim;

– Não dá para admitir levar dois gols em menos de cinco minutos. O que ele falou fora do vestiário, falou para a gente também. Ficaria chateado se não fosse sincero como foi. Não é a primeira vez. Até quando vamos ficar dando desculpa. É preciso ter autocrítica. Independentemente disso, temos o compromisso de vencer sempre. O time vem de dois tropeços. Minha maior derrota pessoal foi essa contra o Atlético-MG e não consegui digerir. Algumas limitações que a gente tem ficaram claras. Temos total obrigação de vencer o Coritiba. É uma final e quem vai ao estádio quer ver algo bonito. Paga ingresso para consumir o melhor. O mínimo que podemos fazer é vencer o jogo";

O Flamengo tem à sua disposição praticamente quatro longos meses para configurar esse time de futebol visando as mais importantes competições da temporada de 2015. Tempo suficiente para o desenvolvimento da missão que se apresenta? Pode ser que sim, pode ser que não;

Pode ser que sim se as cabeças pensantes no futebol do clube resolverem espremer os cérebros que há dentro delas e trabalharem no sentido de montar um elenco compatível com as necessidades que o treinador Vanderlei Luxemburgo (sim, creio que ele continuará) terá para conduzir esse novo time às vitórias e títulos no próximo ano, o que será exigido com intensidade, pela torcida, após dois anos de sacrifícios impostos pela nova gestão para encaminhar a recolocação nos trilhos as finanças do Mais Querido;

Pode ser que não se imperar nas mesmas cabeças a filosofia predominante durante os 40 dias de folga durante a Copa do Mundo, que incluiu férias fora de hora para todo o elenco, estando o clube na lanterna do Brasileirão, e passeios à Disney, num verdadeiro "bel far niente" modelo tupiniquim, no lugar de um trabalho criterioso para a recuperação fisiológica do grupo e sua consequente preparação para o restante da temporada, que começa a se despedir dos rubro-negros com o amargo gosto de quarta-feira de cinzas;

Assim como jogar pra frente não dói, fazer as coisas direito também não. E os blues que tratem bem o futebol, pois o ano que se aproxima terminará com eleições, para o bem ou para o mal.

SRN!