Em tempos de Copa do Mundo as discussões sobre os grandes ídolos do passado, campeões mundiais ou não, são reacendidas com mais intensidade que o normal em nosso cotidiano, tendo a velocidade do jogo de futebol como tema central, e dificilmente alguém muda de opinião, pois é mesmo muito difícil para qualquer um voltar a uma época não vivida em seu contexto;
Compreendendo desse modo, procuro acreditar naqueles que vivenciaram momentos gloriosos que não vivi e passam as histórias de uma geração a outra, além de crer também no descrito pela literatura esportiva. Logo, não tive a oportunidade de ver Zizinho jogar, mas tenho a convicção de que tenha sido um craque da melhor estirpe, que tangenciou a genialidade do Pelé e, assim, o mestre faz parte da minha seleção de todos os tempos;
Mas os debates seguem na temerária direção e sentido de que o Rei e outros gênios de outrora não seriam craques nos dias atuais, considerando o desempenho físico exigido pelo ritmo em que são disputadas os jogos, o que, às vezes, obriga os jogadores a correrem mais de 10 km ao longo dos 90 minutos;
Minhas réplicas sempre são afirmativas, com a exposição de argumentos construídos em cima da tese de que a melhor preparação física, a alta tecnologia do material do jogo, os gramados cuidadosamente preparados para o desenvolvimento da atividade, além dos recursos médicos e fisiológicos de ponta disponibilizados tenderiam a multiplicar em muito o talento de um Zico em 2014, o qual seria infinitamente melhor jogador do aquele de 30 anos atrás, numa decorrência natural do somatório de vários fatores positivos;
Acredito que a recíproca seja verdadeira. Tivesse o Messi jogado nos anos românticos do futebol, seria igualmente mais um mito inserido nos anais do esporte, novamente com a prevalência das virtudes de que é dotado;
O fora de série sempre teve, tem e terá vez no esporte que praticar. Por outro lado, deem uma bola, espaço e tempo a um cabeça de bagre e aguardem para ver a "obra de arte" que ele fará. Aliás, temos visto o que ele faz pelos campos mundo afora;
Para não deixar de citar a nossa seleção, tão carente de gente que saiba dar um passe com alguma precisão no meio de campo e dependente dos chutes e bicões da zaga, o que já ouvi especialistas classificar como lançamentos, lamento escrever que se não houver um chacoalhamento do elenco para mexer com a razão de cada um, equilibrando o lado emocional do grupo, estaremos pronto para nova despedida em casa, selando uma perda inesperada a partir do sucesso na Copa das Confederações;
Entre outros fatos, é inadmissível um capitão e, em consequência, o suposto líder do time, pedir ao treinador para ser o último dos jogadores a cobrar um penalti numa partida decisiva por estar abalado psicologicamente, caso fosse para as cobranças alternadas num possível empate, tendo se postado sentado sobre a bola longe dos demais companheiros durante os momento finais. E basta de chororô repetitivo por parte de vários atletas em diversos momentos, pois afinal estamos tratando de profissionais no exercício de suas funções para as quais foram preparados e são regiamente remunerados a peso de ouro;
Enfim, sem craques no time e sem equilíbrio emocional dentro de campo não se ganha nem Campeonato Estadual jogando todas as partidas dentro de casa. Embora torça pelo sucesso, estou cético em relação ao time do Felipão. E o amigo do Buteco, continua levando fé nos canarinhos?
SRN!
