quarta-feira, 23 de julho de 2014

Flamengo: um programa que só roda sob pressão


Nesses dias de sorrisos amarelos para o Flamengo, há vascaínos que me fazem gargalhar profundamente: QUÁ QUÁ QUÁ! QUÁ QUÁ! Eis que fizeram uma grotesca adaptação do risível "hino" argentino entoado durante a Copa, que os hermanos mais uma vez perderam, e cantam "pimpões da vida", num dos versículos chinfrins, alguma coisa parecida com :"...Flamenguistas, e no Maracanã somos o terror de vocês...". Como assim? Há uma Era de 26 anos não ganham uma decisão em cima do carrasco rubro-negro no templo do futebol. Agradeço-los por me tirarem do sério com tamanha estultície, sempre eles no papel de tábua da salvação do meu humor abalado nos pós 1.7 e 0.4;

Pelo nosso lado glorioso, a pressão cresce com o fraco desempenho do time no Campeonato Brasileiro depois das férias de 15 dias e mais 32 intensivos destreinamentos ministrados pelo Ney Franco, levando a equipe a voltar pior do que antes da preparação, quando treinou no monstrengo 3-5-2 e dele desistiu em apenas 45 minutos de jogo contra o Atlético Paranaense. O treinador não é o principal culpado pelo fracasso da missão. Tem muita culpa quem colocou essa tartaruga em cima do poste, no cargo antes ocupado por Jayme de Almeida, e acabou por ficar evidenciado que o problema não estava na figura do velho zaqueiro, pois ele apenas fazia parte de um desconjuntado grupo, mas fez o papel de "fio-terra" para os atuais dirigentes que voltaram a demostrar entender lhufas de futebol;

Desde a primeira derrota no atual Brasileirão que parte da torcida, ressabiada na condição de gato escaldado, se refere a um possível rebaixamento. Alguns mais açodados chegam a determinar: "Agora vai cair!" como se estivessem diante de um exato problema de matemática de fácil resolução prevista nos livros do inesquecível professor Ari Quintela. Replico eu: Vai nada. A temperatura subiu e como nas antigas panelas de pressão desde os tempos das nossas avozinhas, a carga subiu proporcionalmente e daí vem a salvação;

Infelizmente funciona assim, no estresse e no limite, cujo ponto se ultrapassado é capaz de derrubar o presidente do clube. Não precisava ser desse modo para que as providências necessárias à realização de uma boa campanha fossem adotadas. Com a eleição dos azuis, cheguei a pensar que essa era uma fase que tinha ficado para trás, mas ainda não ficou e parece que vai demorar a chegar até lá. O aprendizado exige tempo para refletir positivamente na vida prática;

Em algumas campanhas de prevenção à saúde é comum ouvir falar que "é o veneno que nos mata salvando as nossas vidas". Muita semelhança com o Flamengo e seus dirigentes, que clamam pela ebulição para rodar os seus programas, que não sabem viver em paz consigo mesmos, pois quando a calma se estabelece, o clube e o time se esfacelam, e também desaprenderam a usar as pré e intertemporadas a seus favores, concedendo férias sem reposição dos dias parados, viajando pelos paraísos do Walt Disney, talvez para aconselharem-se com o Pateta e para matar a saudade do velho Zé Carioca que, atualmente, grita "Gol do Mengo" na língua de Shakeaspere;

O Botafogo que me aguarde. Domingo eu estarei a bordo do templo do futebol para dar uma força no reerguimento do Flamengo neste Campeonato. A hora é essa;

SRN!