terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Olho de Falcão!


Hoje o futebol não pode ser refém de decisões que prejudiquem ao espetáculo, que ele futebol, deveria ser. O Brasil é um dos países de ponta nesse mundo, e em se tratando de seleções, está no topo e nem preciso citar a Copa do mundo que será disputada aqui esse ano. Por isso, quem comanda e "organiza" ao evento não pode ficar a mercê de decisões que prejudicaram ao Vasco no domingo passado. Um dia pode ser conosco. É óbvio que zoei aos vascaínos, mas não é legal, preferia uma vitória incontestável, mesmo sabendo e achando que o Flamengo andou em campo e foi dominado no primeiro tempo, mas Jaymito mereceu a vitória por buscá-la no campo, depois dos 20 minutos do segundo tempo com as substituições. Vice que segue, ops, vida que segue.

A maior culpada dessa desordem é a dona FIFA, que ainda não normatizou instrumentos eletrônicos nas partidas, e por consequência, dona CBF e a FFERJ, que tem o poder e o dinheiro para implementar a tecnologia. Estes órgãos podem reclamar de tudo, menos de falta de dinheiro, reitero, para impor as mudanças na estrutura e nos estádios dos campeonatos principais no Brasil. Lembremos que o Maracanã, sede da final da copa e ao menos ele deveria ter essa tecnologia. Aliás, o que aconteceu com os equipamentos usados na Copa das Confederações? Ampliando para o aspecto nacional, a CBF deveria aparelhar aos estádios da primeira divisão do Campeonato Brasileiro. 

Dois exemplos para a análise de vocês para respirar fundo depois da observação, mas com olho de falcão. Posto aqui uma coluna publicada no dia 23/01 de Gustavo Garcia, do ótimo SouFla:

Consórcio Maracanã S.A e FERJ arrecadaram R$ 10,5 milhões em bilheteria no campeonato brasileiro de 2013

Mesmo sem ter entrado em campo, sem ter feito um gol sequer, Ferj e Consórcio Maracanã S.A. arrecadaram, juntos, R$ 10,5 milhões de reais, uma arrecadação maior, inclusive, que do Flamengo, que foi de R$ 7,9 milhões (*os valores atuais são maiores).

A Federação de futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) não teve do que reclamar no campeonato brasileiro de 2013 (CB 2013). Mesmo tendo dois clubes federados junto a ela caindo para a série B, a FERJ tem motivos de sobra para sorrir. Sua arrecadação total, somente no CB 2013, foi de R$ 3.556.078,65. Apesar de não ter entrado em campo, não ter feito nenhum gol e não ter uma folha salarial milionária, como os clubes de futebol costumam ter, arrecadou mais do que Vasco, Botafogo e Fluminense. Só não arrecadou mais do que o Flamengo, que arrecadou um total líquido de R$  7.925.862,75.

Se a FERJ tem motivos de sobra para comemorar, o que falar do Consórcio Maracanã S.A., que arrecadou um total de R$ 6.941.338,32? R$ 1 milhão a menos que o Flamengo. Deve estar dando saltos de alegria. Este valor não considera os ganhos obtidos, pelo consórcio, com a operação de venda de ingressos, estacionamento, alimentação e camarotes. Lembrando que o consórcio também é quem determina os “custos operacionais” do estádio e não é possível saber qual o seu lucro com os custos operacionais. Assim, espera-se que a sua real arrecadação seja muito superior a esta, que considera apenas a bilheteria. Podemo supor, com pouca margem de erro, que o consórcio foi o maior arrecadador com os jogos de futebol realizados pelos clubes cariocas no ano passado, mesmo não entrando em campo. Nada mal para quem vai pagar apenas R$ 5,5 milhões de aluguel por ano.

Veja no quadro abaixo quanto foi a arrecadação líquida com bilheteria no ano passado:


Pra corroborar com o que acabo de publicar, André Amaral, do também excelente Ninho da Nação, publicou que a Federação maquia ao borderô dos jogos com a arrecadação das cotas de TV, além de reduzir o valor pago pelos direitos de Flamengo e Vasco para aumentar a premiação geral do torneio. E essa vergonha não é "explanada" pelos clubes. Porque? Haja olho de falcão nas contas das federações... Que farra, que beleza! Vejam abaixo: 

FERJ maqueia prejuízo financeiro inserindo no borderô a cota de televisão


A Federação do Rio consegue se superar a cada dia.

Depois de tungar 10% da cota de televisão de Flamengo e Vasco para aumentar a premiação, depois de cobrar 10% da receita em casa jogo e forçar os clubes grandes a dividirem a renda com os pequenos, a FERJ resolveu maquiar o prejuízo do Estadual somando em pleno borderô a receita da cota de televisão.

É um troço asqueroso. Até quando os clubes vão se submeter a esse tipo de coisa?

Jogo entre Duque de Caxias x Botafogo:

Jogo entre Flamengo x Vasco:

Eita campeonato rentável esse Cariocão. Quem ainda ousa reclamar? Ninguém agora sai no prejuízo, oras.

De quem é a responsabilidade de fomentar e desenvolver o esporte? Não é da confederação e das federações? Alguém se sente estimulado por elas? Se não fosse pela cultura já enraizada no país nada seria feito, na verdade nada é feito. Pedir competência e trabalho destes caras que não gostam do esporte é demais. Não vou me alongar. Fica para discussão e reflexão de vocês. 

Obrigado ao Gustavo Garcia e ao André Amaral pela contribuição e pela parceria "forçada" por mim!
Obrigadaço!