segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Desapegando

Buongiorno, Buteco! Um 2x1 esquisito no qual a satisfação maior será assistir ao chororô (até certo ponto justificável) e às eternas teorias da conspiração para explicarem o que aconteceu ontem. A imprensa, claro, já começou. O jornaleco aqui de Brasília, com sua inqualificável e rasteira "editoria de esportes", deita e rola, inclusive na avaliação do time, que não foi bem, aliás. Mas uma coisa é decretar que o Mugni é limitado e sua qualidade principal é ser superior ao Carlos Eduardo ou que o Éverton foi a pior contratação possível para a temporada, isso após alguns poucos jogos e com ambos se adaptando ao novo clube e a um time que sequer conhece seus novos esquema tático e formação titular; outra é fazer jornalismo esportivo. Assino esse lixo por conta dos serviços e para saber o que acontece na cidade em que vivo, mas sinto-me ultrajado, em especial após os jogos do Flamengo, pois, afinal de contas, eu acabo pagando pra ler esse tipo de subproduto.

Ser Flamengo então tem dessas coisas. Um vascaíno do meu trabalho disse certa vez que é o preço que pagamos por termos a maior torcida. Então, se não dá pra mudar, que nos adaptemos. Eu procuro me divertir com o chororô. Por exemplo, hoje é dia de máxima diversão no trabalho. Abrirei os emails ansioso para ler o que dirão a respeito do tira-teima, o qual, acaso não saibam, é "fraudado" para beneficiar o Flamengo (eles dizem que não assistem pela Globo por isso). O ponto é que (teoria minha) esse chororô os enfraquece e o que os deixa mais fracos nos fortalece. Então deixa rolar. O negócio é se adaptar.

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Quanto ao time e ao título da coluna, está mais do que na hora do Flamengo "se desapegar" do título do ano  passado e isso quer dizer não apenas esquecer as glórias, como também jogadores que não voltaram, principalmente Elias, o esquema tático que por esse motivo não tem como ser executado da mesma forma e, igualmente importante, de alguns jogadores que eram titulares, mas que estão longe de serem craques e voltaram das férias se achando como tais e jogando absolutamente nada, casos, até aqui, de André Santos, Amaral e Paulinho. André Santos não tem reserva à altura, mas os outros estão longe de serem insubstituíveis.

Começa a cair a ficha para muitos torcedores a respeito do quanto de tempo o Flamengo perdeu esperando Elias, algo sobre o que esta coluna e muitos frequentadores alertaram nos debates diários aqui no Buteco. Mas como chororô é coisa de arco-íris e saudosismo especificamente de botafoguense, a ordem é de "desapegar", pois, afinal de contas, não estamos falando da "Geração Zico", ninguém está indo embora (podem disputar posição) e temos uma Libertadores a disputar, com atraso na preparação.

Na minha modesta opinião, Jayme tentou uma formação com a linha contendo Elano, Mugni e Éverton, com Hernane à frente, que não deu certo e dificilmente dará. Será difícil, embora não impossível, para Mugni e Elano conviverem bem no mesmo time sem comprometê-lo, ainda mais com os laterais sendo Leonardo Moura e André Santos. É muito pouco poder de marcação. E se levarmos em conta que essa formação chegou a ter o instável Muralha e o "fora de forma" Erazo, entenderemos o porquê da fragilidade defensiva do time. Acho Mugni renderá mais com jogadores velozes ao seu lado. Pode até ser com Elano, mas com um segundo volante mais ao estilo do Elias e laterais mais jovens. Vejo em Mugni um lançador, muito mais do que um corredor e/ou carregador de bola. Sem ter para quem lançar a bola, pouco renderá. A questão é que Elano tem características parecidas, sendo melhor na bola parada e não tão bom no passe.

A essa formação também falta agressividade e velocidade na frente. Hernane fica isolado e a bola não chega. Logo, como perde facilmente a bola, os contra-ataques dos adversários proliferam e pegam nossa defesa desguarnecida. Bastou a entrada de Gabriel, que tem executado uma função parecida com a que Paulinho (de saudosa memória) executava ano passado, para o time renascer em campo. E os contra-ataques dos adversários passaram a acontecer em menor número pela singela e prosaica razão do Flamengo ter atacado mais, ter sido mais efetivo, com mais posse de bola, portanto. O velho lema segundo o qual "a melhor defesa é o ataque."

Há muitas dúvidas. Mugni é um jovem se adaptando ao país e ao nosso futebol. Talvez seja cedo para a titularidade. Éverton ainda está buscando a melhor forma física. Paulinho... Deixa pra lá. Melhor desapegar. Amaral precisa de novo período de retiro, de lembrar-se de como é importante ser humilde e dedicar-se ao trabalho para atingir seus objetivos. Vergonhosa sua atuação ontem, sem ganhar uma disputa, chegando atrasado a todos os lances. Elano tem sido muito importante nas bolas paradas, mas será que isso justifica a titularidade?

Além da certeza de que temos que nos desapegar do ano passado, há ainda algumas outras: Cáceres voltou bem da cirurgia e se conseguir se manter apenas na marcação, será importante como volante, na contenção; Gabriel, pela regularidade, merece ser titular; Alecsandro cada vez mais surge como ótima opção, inclusive com qualidade nos passes, e nossa (boa) zaga titular parece mesmo ser Wallace e Samir, apesar de uma ou outra falha de ambos.

Gostaria de saber d@ amig@ do Buteco qual seria o seu time titular hoje.

Bom dia e SRN a tod@s.