sábado, 2 de novembro de 2013

Vencer jogando mal




Bom dia butequeiros,

tradicionalmente falaria do Fla x flu de domingo, mas hoje gostaria de colocar na pauta do nosso querido Buteco um assunto que me chamou bastante atenção na última 4a feira. O Flamengo conseguiu um excelente resultado em Goiânia, marcou dois gols fora de casa, ganhou o jogo, mas o sentimento geral (não de todos e nem tomando por base apenas o Buteco), logo após o apito final, foi de insatisfação, ainda que parcial. 

Confesso que fui tomada por pensamentos um tanto quanto contraditórios. Por um lado, uma certa credulidade com a reação descrita. Por outro, também senti um grande orgulho da nossa torcida, por constatar na prática que não nos contentamos apenas com o resultado. Em seguida, me indaguei, será que nunca estamos satisfeitos com nada? Será que queremos extrair ouro de uma mina de bronze ou, no máximo, de prata? Esse querer é bom ou é ruim? Faz com que busquemos a excelência, com que dirigentes se movam, com que jogadores não se acomodem e passem a dar mais? Ou tudo isso atrapalha, gera tensão, faz com que muitos jogadores e técnicos sejam defenestrados antes da hora, faz com que joguemos taticamente como se tivéssemos uma esquadra, quando na realidade mal temos meia dúzia de soldados rasos? Mal comparando e exagerando, estamos cobrando experiência de vida de uma criança? Estamos excessivamente presos aos anos 80?

O curioso é notar que esse fenômeno parece estar presente não apenas na torcida do Flamengo, como na torcida dos demais times do Rio de Janeiro. No jogo do vice contra o Goiás, apesar do resultado, apesar da desclassificação, as bigodudas ficaram todas satisfeitas, pois o timeco delas supostamente jogou bem. Conheço vários tricolores que soltaram fogos com a saída do Abel e, ao indagar sobre o fato de ser um técnico que os levou ao título, a resposta quase sempre apontava pra um futebol ruim, feio, mal jogado, que não dava vontade de assistir.

Claro que há uma gritante diferença entre jogar mal com um time forte e jogar mal com um time fraco. Evidente que há contextos e uma gama enorme de fatores que envolvem cada jogo, cada fase, cada time. Mas o que gera curiosidade, o tema desse post, é esse sentimento coletivo de certa forma atemporal (ou não, pode ser apenas resistente e finito) que impede muitos rubro-negros de saborear com gosto uma vitória com o time jogando mal. 

Qual o seu perfil prezado butequeiro e o que pensa sobre o assunto?

Bom fds a todos,

SRN!