terça-feira, 7 de maio de 2013

Base Para a Base




Esse texto já estava preparado por mim, mas decidi antecipar sua postagem após a vitória de sábado na Taça Rio de juniores. Quem lê o que escrevo sabe que penso um Flamengo protagonista no futebol mundial, portanto sul-americano e brasileiro. Vejo que deva ser criada uma Tabela Nacional de Competições das Categorias de Base (sub-21 e sub-18) e uma nova atribuição para as federações estaduais, a organização da formação dos atletas de futebol, mas a sério e porque não o Flamengo a dar o pontapé inicial e tentar propor mudanças? Esse deveria ser o investimento das federações, na formação, não pensar em confrontos anuais entre grandes e pequenos em um falido campeonato estadual, para que o pequeno ganhe esta “renda única anual”, como ocorre atualmente.

A formação dos atletas é uma preocupação real e deveria se pensar em torneios das categorias de base e/ou torneios de aspirantes em rincões do Brasil, em tiros curtos, pequenas tournês, principalmente se disputados nos elefantes brancos produzidos pela copa (estádios de Brasília, Manaus e Cuiabá) além de movimentar cidades interessantes para o futebol como Belém, Goiânia, Campo Grande, por exemplo. No mínimo serviria para os clubes divulgarem suas marcas pelo país e dar ritmo a jogadores que retornam de contusão ou estão sem espaço nos elencos principais. Para a base propriamente dita, tenho ideias mais consistentes.

O aprimoramento na formação dos atletas é fundamental, principalmente os que jogam (ou jogarão) em grandes equipes, mas não se deve asfixiar as pequenas equipes. Para isso existe um modelo conhecido, principalmente no Tênis, Golfe e no Judô, os grandes torneios abertos, como mais ou menos ocorre com a Taça São Paulo de Futebol Júnior, a copinha. Observo que existem outros torneios grandes de base no país, representativos como a copinha, porém mesmo com grande tradição estão isolados, melhor que fossem integrados, está é a novidade proposta aqui.

Os torneios em questão são a Taça Rio Sub-17, a Taça BH de Futebol Júnior e o campeonato brasileiro sub-20, jogado no Rio Grande do Sul. Faria uma modificação importante na integração e transformação destes torneios, transformando-os em sub-18 e sub-21, para uma melhor maturação dos atletas, melhor formação de alguns que são aproveitados mais tardiamente. A segunda medida seria a criação de um grande campeonato nacional e a integração dos grandes torneios abertos com os turnos em pontos corridos disputados entre os “opens”. Para organizar melhor, destinaria a Copa SP e o Campeonato Brasileiro (no RS, que poderia ser renomeado de “Taça dos Pampas” ou algo do tipo) para a categoria sub-21 e as taças Rio e BH para a categoria sub-18.

O modelo para a disputa seria similar ao vigente no tênis, o de “Grand slams”, que ajudariam na formação, na competitividade e na visibilidade, garantindo o futuro do futebol brasileiro, já que catalisa a observação dos atletas de equipes menores. Para que “aconteça”, a CBF ou uma liga (de base, que poderia ser formada) tomaria conta destas competições e em sequencia formaria os campeonatos Brasileiros Sub-21 e o Sub-18 (turno e returno) com os clubes da primeira divisão do campeonato brasileiro profissional, participantes obrigatórios nas duas categorias. As partidas seriam disputadas não como preliminar dos jogos, em outros horários, preferencialmente os da categoria sub-21 no meio da semana pela tarde (possibilidade de transmissão por TV a cabo dois ou três jogos por semana) e os da sub-18, nos finais de semana, favorecendo aos estudos dos atletas mais novos (muitas viagens atrapalham, sabemos). Vejamos:

Sub-21
A Copa SP, se tornaria o 1º slam, sub-21 em janeiro, como é disputado atualmente, com mesmas datas e formato; de Fevereiro a Maio se disputaria o primeiro turno com as 20 equipes em 19 rodadas; em Junho o “antigo Brasileiro Sub-20” se tornaria a Taça dos Pampas, e com formato igual ao da Copinha, um torneio aberto com equipes de todo o país. Seria o segundo “slam”; de Julho a Novembro se disputaria o Returno. No final da temporada, em duas semanas que poderiam ir do final de Novembro ao inicio de Dezembro, os campeões dos “slams” e os campeões dos turnos fariam um torneio numa cidade que se tornaria candidata, para ver quem seria o “supercampeão brasileiro Sub-21”, com transmissão de TV se possível aberta e a cabo.

O supercampeonato seria disputado em “todos-contra-todos” com os dois melhores fazendo o jogo final, da “temporada de formação” e um se tornando o supercampeão do Brasil. Uma grande competição sub-21, ajudaria no processo de desenvolvimento dos atletas, no futebol brasileiro e ainda haveria espaçamento para excursões pelo Brasil e pelo mundo com a base, gerando renda e levando as marcas (clubes) onde normalmente onde as equipes principais não poderiam ir. Fora estes motivos, com um calendário mais longo e “tranquilo” seriam mais fáceis os treinos de fundamento, os técnicos, os táticos, formando atletas de melhor qualidade no médio prazo.

Sub-18
Para os torneios Sub-18, seriam iguais, apenas os “slams” teriam datas diferentes. A Taça Rio (nos mesmos moldes da Copinha, só que para o Sub-18, como um “open”) iniciaria a temporada Sub-18 em Fevereiro; o turno seria de Março a Junho; em Julho a Taça BH; de Agosto a Novembro o returno e o Supercampeonato Sub-18 começaria na primeira semana de Dezembro, numa cidade diferente do supercampeonato Sub-21. As federações estaduais, com “novas atribuições” cuidariam das competições sub-16 e menor e dos demais fora da primeira divisão do campeonato nacional adulto.

O calendário das categorias de base seriam diferentes do calendário do profissional, porque o que importa é a formação dos atletas e dos homens, privilegiando os anos letivos. Portanto jogando no atual calendário anual (Jan-Dez), não se impediria a subida de um talento para a equipe profissional. Olhemos com carinho maior o futuro do futebol brasileiro, em especial o do Flamengo.

FLAMENGHIEUBIQUE!