segunda-feira, 22 de abril de 2013

Parada Obrigatória

Com a prematura saída do Campeonato Estadual, apesar da grande pontuação, somados os dois turnos, o Flamengo terá, em princípio, uma parada superior a um mês antes da estreia no Campeonato Brasileiro, contra o Santos, dia 26 de maio, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília/DF. Comparando o desempenho do time dentro de campo do início da Taça Rio, com derrotas para Resende e Audax, além de empate suado contra o Duque de Caxias, é fácil perceber que Jorginho começou a encontrar o caminho para postar adequadamente o time dentro de campo. A vitória de sábado contra o Macaé, na qual o time foi composto basicamente por jogadores advindos da base, também ajudou a tranquilizar a torcida em relação a esses jovens, que podem compor perfeitamente o elenco. Mas a Diretoria fala em quatro a cinco reforços para deixar o time em condições de disputar o Campeonato Brasileiro. Penso que age com toda a razão. Destacarei a seguir os pontos nos quais, penso, tanto Jorginho pode trabalhar o grupo com os treinamentos, como a Diretoria com os reforços:

- Laterais: penso que, neste quesito, não há solução que não contratações. Ainda não vi na base quem possa oferecer segurança em qualquer das duas laterais. Por outro lado, sequer cogito de levar Digão e Ramón sequer como reservas para o Brasileiro. Tampouco vejo Leonardo Moura e João Paulo como titulares para sequências mais fortes no Brasileiro e na Copa do Brasil. Descansados, poderiam ser reservas, mas com uma série de ressalvas defensivas.

- Zaga: com a volta da escalação de Renato Santos e González como zagueiros titulares, novamente temos uma zaga minimamente competitiva para a disputa da competição. Acho que Alex Silva é uma boa moeda de troca. Um bom zagueiro não seria má ideia, em termos de elenco, pois até aqui Frauches e Wallace estão longe de empolgar.

- Volantes: ainda acho que temos apenas o Amaral para a posição de primeiro volante. Será que há alguém na base que possa desempenhar essa função? Por outro lado, a recente atuação de Luiz Antonio contra o Macaé indica que talvez Jorginho o queira na posição, mas a nossa Unabomber Flamenina mandou bem ao sugerir sua utilização como terceiro homem. Cáceres e Elias devem disputar a posição de segundo volante, considerando que Ibson parece em irreversível processo de rompimento com a Diretoria. Jorginho também parece gostar de Cléber Santana como segundo volante, mas tenho minhas dúvidas se, em um jogo mais pegado, ele conseguiria cumprir a função.

- Meias: nossos meias não são ruins, mas tampouco estão em um nível no qual algum deles possa segurar a posição como titular absoluto. Renato Abreu não suporta uma partida inteira, pela idade, nem tampouco uma sequência mais forte de jogos; Cléber Santana tem entrado bem durante os jogos, mas ainda não provou que pode manter a regularidade jogando desde o início; Rodolfo anima mais a cada rodada, mas ainda peca pela afobação, e falta a Adryan alguma desenvoltura nos profissionais, a despeito do inegável talento e da visível evolução. Carlos Eduardo, por sua vez, ainda não superou seus problemas psicológicos. Gabriel, que alterna as funções de atacante pelas pontas e meia, até aqui tem sido a melhor aposta na função. Se a Diretoria pensa mesmo em um nome para o setor, precisará ser indiscutivelmente superior a todos esses jogadores ou será completamente inútil no elenco.

- Ataque: temos Hernane, Rafinha e o jovem Nixon, além de outros que sequer foram promovidos, como Igor Sartori, por exemplo. É evidente a carência no setor, tanto para as pontas, como para centroavante centralizado. O Flamengo não precisa apenas de mais um centroavante. Precisa de mais atacantes, de qualidade, e que saibam fazer gol, como explicarei no tópico seguinte.

- Finalizações: temos três bons finalizadores no elenco, que são Hernane, Renato Abreu e Cléber Santana, sendo que só os dois primeiros são titulares atualmente. A rigor, o segundo também não deveria ser titular no Campeonato Brasileiro. Isso já diz tudo. Fundamento que precisa ser muito, muito, mas muito trabalhado mesmo. Sempre achei que, além de contar com um goleador no ataque, é importante que o time conte com mais jogadores que saibam fazer gols. E quem não faz gol no Campeonato Brasileiro disputa rebaixamento. Por isso, a capacidade de finalização deveria ser um importantíssimo ponto a ser observado nos reforços que virão, os quais por isso mesmo precisam elevar o nível de qualidade do elenco.

- Esquema tático e jogadas ensaiadas: a mudança de treinador e o período conturbado pelo qual passou o clube dentro das quatro linhas nesse início de ano dificultou a fixação do melhor esquema tático, tanto mais o entrosamento do time e que fossem ensaiadas jogadas de bola aérea, por exemplo, que podem ser exploradas com Hernane, Renato Abreu e González. As jogadas de contra-ataque puxadas por Elias, Gabriel e Rafinha também podem ser aprimoradas, como também buscadas variações. O time melhorou, mas precisa avançar ainda mais na capacidade de lidar com os placares adversos, pois nitidamente se sai melhor jogando no contra-ataque, reflexo do esquema montado por  Dorival Júnior. Também pode evoluir muito quando está sem a bola, tanto na disputa direta, como na compactação entre os setores.

- Time titular e substituições: espero que o momento que o Flamengo vive fora de campo, excepcional e único em sua história, inspire Jorginho a sempre buscar a melhor escalação e não temer fazer as substituições que se façam necessárias. Nesse elenco, ninguém, rigorosamente ninguém tem condições de segurar posição e ser imune a substituições só pelo nome.

Bom dia e SRN a todos.