sábado, 13 de abril de 2013

Time com vergonha na cara

Bom dia, Butequeiros,

está difícil falar das 4 linhas com tanta coisa acontecendo do lado de fora. 

Amanhã tem Fla-flu valendo "apenas" a honra, a confiança ou não no trabalho do Jorginho e mais um teste de escalação/esquema tático. Tudo indica que voltaremos ao esquema de 3 volantes, sem velocidade (e sem pegada). Dá pra ganhar na raça e em razão do desinteresse do adversário, mas, como é um jogo "morto", não vale tecer maiores comentários nesse sentido.

Após a revelação pública das contas do clube no impactante e astronômico valor de 750 milhões de reais, é bom a torcida redobrar a paciência e imaginar um time modesto, já que galáticos só virão através de eventuais parcerias e projetos excepcionais. 

Ouvindo a entrevista concedida pelo nosso Presidente Bandeira de Mello ao Assaf, tive a impressão que a responsabilidade e a preocupação com as contas é tão grande a ponto de, mesmo diante de um eventual flerte com o descenso no Brasileiro, estar absolutamente descartado qualquer gasto sem o devido provisionamento. Nesse ponto fiquei me perguntando como nós torcedores realmente nos portaríamos diante de tal encruzilhada, mesmo os a favor da austeridade.

Também me chamou bastante atenção o email (íntegra em http://www.doentesporfutebol.com.br/2013/04/12/diretoria-do-flamengo-faz-balanco-sobre-os-primeiros-100-dias-de-gestao/enviado aos sócios do clube, interessante, dentre outros, no que diz respeito aos planos para o time de futebol: 

"Montar um time competitivo para o Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil, com a cara do Flamengo, onde o comprometimento, a vontade de ganhar, a vergonha na cara, o respeito às tradições do clube e de sua torcida e a disciplina vão imperar."

A insatisfação da Diretoria me parece nítida quando se lê que o time deve ter "vergonha na cara", comprometimento e, quase em tom ameaçador, deixa claro que a disciplina vai imperar. 

Tomara que esse objetivo seja realmente buscado na prática e devidamente alcançado, com as laranjas podres definitivamente afastadas. Todos os jogadores, sem exceção, devem ao menos brigar pela bola, marcar e correr durante todo o jogo, isso é o mínimo. Afinal, estão sendo regiamente pagos para tal. Na falta de talento, que sobre raça e disposição.

A ideia é montar um time mediano, mas brigador e raçudo. Não acho a ideia ruim em tempos de crise, mas pra isso precisamos de mais carregadores de piano. O único jogador hoje que realmente belisca o adversário e marca forte é o Amaral. Os demais observam, cercam, às vezes se dispõem a roubar uma bola, mas só às vezes. O pior é ver jogadores de defesa, como laterais e volantes, com esse tipo de atitude (embora, logicamente, todo o time deva marcar).

O Flamengo, portanto, precisa adequar seu plantel ao perfil de time que quer ser e ao treinador que contratou. Será um erro manter no time titular jogadores velhos, sem velocidade e vigor físico. Também é preciso cobrar e até mesmo ensinar o comportamento de lutar pela posse de bola aos jogadores mais jovens.

Vale lembrar que hoje em dia não há time campeão no mundo que não marque muito. Basta dizer que dois semi-finalistas da Champions, Barcelona e Bayern de Munique, mesmo com grandes estrelas e craques em campo, marcam e correm o tempo todo. Todo mundo precisa jogar com e sem a bola no pé. 

Ah, marcam muito sem empanturrar o time de volantes. 

Bom sábado a todos,

SRN!