O balanço dos cem primeiros dias da gestão comandada pelo presidente Bandeira de Melo trouxe um número assustador na dívida do clube mas também trouxe alguma esperança para o torcedor rubro-negro. É verdade que a situação do clube é muito pior do que era esperado, mas pelo menos agora temos um grupo muito sério e competente cuidando dos interesses do Flamengo, com honestidade e transparência.
A auditoria realizada no clube, é por si só um marco no futebol brasileiro. Até onde se sabe, nunca havia sido feita uma devassa tão completa em um grande clube por uma empresa do porte da E&Y. A apresentação dos resultados com o nível de transparência que foi feito também apontam para uma mudança de paradigma. Foi aberta a caixa preta de um dos negócios mais obscuros que existem no país e envolvem desde a paixão abnegada dos torcedores fanáticos até negociatas e lobbys com interesses completamente diversos do universo do esporte profissional ou amador. Dessa forma, o Flamengo se expôs completamente para o seu torcedor e para o mercado, mostrando coragem para enfrentar a si mesmo e mudar comportamentos históricos que lhe conferiram a péssima fama que o clube ostenta entre investidores e profissionais do esporte. Nada poderia sinalizar de maneira mais clara que estamos lidando agora com um novo Flamengo.
Esta postura franca e direta ficou evidente também nas palavras do vice-presidente financeiro Rodrigo Tostes. Com comportamento diametralmente oposto a seu antecessor, o comandante das finanças rubro-negras falou de maneira bastante séria sobre a gigantesca dívida do clube e sobre os desafios e oportunidades que ela traz para o Mais Querido. Tostes não se mostrou, de maneira nenhuma intimidado pelo montante e, ao contrário, falou com tranquilidade sobre a estratégia traçada pelo conselho diretor para evitar que as dívidas e seus serviços (taxas e juros) asfixiem o clube como aconteceu na virada do ano.
Nesse ponto entraram em ação os VPs jurídico e de marketing, responsáveis por conter ações judiciais que levem a novos bloqueios de recursos e pela geração de novos recursos além daqueles com os quais o clube já conta e que serão usados para pagar as dívidas. Assim como na parte financeira, o discurso demonstrou com tranquilidade que, passado o momento de terra-arrasada que o clube viveu nos primeiros dias da gestão, a maior parte dos problemas está sob controle.
Flávio Willeman e Bap descreveram o cenário caótico que encontraram em suas pastas e que mostravam como o Flamengo desperdiçava os poucos recursos humanos e financeiros que tinha em sua própria desorganização. Talvez, nunca tenha ficado tão claro o quanto de verdade existe naquela frase antiga que diz que “o Flamengo perde para si mesmo”.
Num exercício de crueldade, fico imaginando o que deve passar pela cabeça de nossos adversários ao verem uma entrevista como essa. Muitos já estavam começando a desdenhar da nova diretoria e alguns chegaram a se animar com a divulgação do valor da nossa dívida. Devem ter levado um susto ao ver declarações firmes e seguras como as que foram dadas pelos dirigentes rubro-negros.
Os que estavam rindo devem ter ido dormir com uma sensação de dúvida ao constatarem a seriedade e a tranquilidade de quem está no comando do clube agora. Nas mãos de diretores ineptos e amadores, os recursos enormes de patrocínios, fornecimento de material e televisão com os quais o clube conta escoariam pelo ralo. Nas mãos de pessoas sérias, eles são a garantia de que essa dívida não vai atrapalhar o Flamengo por muito tempo.
abraços a todos e SRN!