quarta-feira, 6 de março de 2013

Um passo adiante



A cara do futebol muda tanto quanto a palavra do político brasileiro. Há apenas 10 dias, Vasco da Gama e Botafogo lutavam na bacia das almas por uma vaga nas semifinais da Taça Guanabara. Hoje, estão se preparando para disputar a respectiva final no próximo domingo, com um deles já garantido na decisão do Estadual, depois de passarem, também, pelos favoritos até então, Fluminense e Flamengo, tendo sido ambos finalistas favorecidos pelo meu sistema preferido de disputa de campeonatos, o mata-mata, que funcionou como um bumerangue pra cima de mim, quando abri a tabela de classificação e constatei que o mais-querido tem seis pontos à frente do time da Cruz de Malta e mais sete que o de General Severiano. Caprichos do sistema que por um lado é mais emocionante que o chatíssimo "pontos corridos", mas que, por outro, despreza a regularidade e a organização de um clube durante a competição. A vantagem, no balanço, fica por conta do critério aceito, assinado, carimbado e registrado em cartório por todos os participantes antes do certame passar com o seu abre-alas na 1ª rodada. Sendo assim, há o que lamentar, pois não é bom perder, mas não tem do que reclamar. Segundo os "mineirins", o combinado não é caro;

Então, viro as minhas baterias para a direção do treinador Dorival Júnior, meu segundo bumerangue da semana, por ir de encontro à praticamente unanimidade da torcida na discordância quanto à incrível barração do regular zaqueiro Renato Santos em prol da efetivação do ineficaz Wallace, batido inocentemente, no único gol da partida, pelo falastrão e famoso "quem" lateral-esquerdo do Botafogo, um tal de Júlio César, levado a entrar em campo em consequência da transferência do Márcio Azevedo para o futebol da Ucrânia, realizando a travessia inversa da genial escritora Clarice Lispector;

A arriscada escalação do meia Carlos Eduardo não pode passar em branco, completamente fora de forma e de ritmo, ausente do jogo e apático enquanto esteve em campo fazendo mera figuração, impondo ao Flamengo atuar com 10 jogadores e atrás do placar feito aos 56'' de bola rolando. Até os quero-queros que frequentam as laterais do gramado aprenderam que nessas condições o jogador precisa treinar muito, descansar bastante para se recuperar e não se lesionar, e ser lançado em todas as partidas sem grande importância para readquirir suas plenas condições de jogo. E por falar em fora de tudo, quem não fica fora de nada é o obscuro Renato Abreu, o mágico ex-titular absoluto com 12 ou 15 treinadores que pisaram na Gávea e no Ninho do Urubu, desde 2005, tendo moral passageira até com o ex-trenador da outrora glamourosa seleção brasileira, Mano Menezes, já defenestrado do cargo pela nova direção da CBF;

Como se vê, assim ficou difícil chegar à final do 1º turno, do qual, para consolo, saímos melhor do que entramos, com uma carga positiva de conhecimentos sobre alguns jogadores e reforçados em nossas negativas convicções em relação a outros, além de tomar conhecimento das ponderadas palavras do diretor de futebol Paulo Pelaipe, segundo o qual "quando se ganha, não está tudo certo. Quando se perde, não está tudo errado", mostrando que conhece o que faz. Realmente, o Flamengo mudou para muito melhor em apenas dois meses com a nova gestão. Deus é Pai!

Que venha a Taça Rio, encontrando o Flamengo sereno e no caminho correto para vencê-la, dando continuidade à preparação do time para a Copa do Brasil e o Brasileirão, já que acredito que estaremos, no mínimo, em suas semifinais, considerando a ocorrência de apenas um clássico para disputar contra o Fluminense, tendo o caminho mais facilitado para chegar entre os dois primeiros colocados.

Enfim, uma tabela feita sob medida para, nos dois turnos, os quatro grandes se encontrarem nas festas de encerramento, embora algumas vezes um intrometido pequeno fure o bolo antes que as velas sejam acesas.

SRN!