terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Por um futuro: Liderança, Planejamento e Organização



Para que o futebol do Flamengo, o carro chefe do clube tenha um crescimento e um planejamento à longo prazo, não depende apenas dos movimentos no clube. Existem coisas externas que nos favoreceria enormemente, isso aumenta a responsabilidade e o trabalho. O clube deve se posicionar para além de nossos muros, nisso o trabalho de Flávio Godinho, o “mais político dos azuis”, vice de relações externas, será importantíssimo. Pontuarei três aspectos que defino como os mais importantes para o crescimento do “negócio futebol” no Brasil e dentro do Flamengo: A criação de uma liga nacional de clubes com nossa liderança; A Reformulação do calendário do futebol e instituição do Campeonato Regional, que é muito melhor e mais rentável do que o estadual e a Reformulação no futebol e no modelo de prospecção e formação de atletas.

Liderança do Flamengo e criação da Liga nacional de clubes de futebol

O Flamengo deve ser líder propondo a criação de uma liga nacional de clubes, sólida, não como o antigo e fragmentado clube dos 13, contendo clubes de todas as divisões em todos os estados, uns 200 pelo menos. Esta liga tomaria conta dos direitos de propriedade do “novo Campeonato Brasileiro” e dos campeonatos regionais de primeira e segunda divisão, deixando para a CBF a gestão da seleção brasileira e os campeonatos estaduais, de base e feminino. A liga deveria, como primeiro ato, pressionar a Confederação Sul-americana de futebol a alongar a Taça Libertadores durante o ano tendo seu inicio em Março e seu término em Novembro, com a fase de grupos disputada no primeiro semestre e a fase de mata-mata disputada no segundo semestre. A Copa Sul-americana deve ser disputada simultaneamente com a Taça Libertadores de América. Uma mudança no calendário, unificando, privilegiaria ao planejamento dos clubes, fazendo com que o futebol cresça como um todo, uma atividade comercial, com maior relevância na balança comercial dos países, tal como no PIB.

Reformulação do Calendário

Algumas mudanças mais racionais e lucrativas seriam altamente benéficas para todo o futebol brasileiro, como industria do esporte que emprega e gera riqueza, não apenas o Flamengo. O Calendário deve girar do clube grande para o pequeno, ou seja, valorizando os espetáculos e profissionalizando como um todo a atividade futebol. O calendário atual tira receita dos grandes e mata os pequenos, que fica na expectativa de um jogo em casa por ano com uma equipe grande. O Campeonato Brasileiro é o mais importante então deve ser jogado durante todo o ano aos domingos. Séries A e B com partidas sexta e sábado, para série B e Sábado e Domingo para Série A. Como exemplo:

Campeonato Brasileiro A e B - Fevereiro/Dezembro – 38 Rodadas aos fins de semana, a Série C com 20 clubes divididos entre norte e sul, com os moldes atuais. A Série D com 40 clubes, separados em 4 grupos de 10 equipes divididos entre Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-oeste/Norte (18 jogos garantidos). Jogos de ida e volta entre as equipes, aos domingos pela temporada, classificam-se os dois primeiro de cada grupo. Formam-se dois grupos com quatro equipes em confronto Sul/Sudeste e Nordeste/Norte/Centro-oeste, em jogos de ida e volta (mais 6 partidas), classificando-se os dois primeiros para a fase final e para a Série C. Semifinais e final.

Regionais - Sou muito suspeito para falar de Campeonato estadual, porque não gosto deles mesmo, mas sei de sua importância Histórica e das rivalidades locais, mesmo que estas rivalidades não fiquem de fora do nacional. Os campeonatos regionais seriam uma bela solução. Os estaduais seriam “extintos” para os grandes, servindo apenas para classificar os pequenos para os regionais, que teriam primeira e segunda divisão também, assim não se mata o futebol dos clubes menores, nem se asfixia os grandes clubes. Atividade durante todo ano e emprego no mercado do futebol. Aos modelos de Regionais (RJ/SP – Sul/MG – Nordestão – Centro-oeste/ES - Copa Norte):

RJ/SP
A chave do torneio principal divisão se dividiria em 4 grupos com 4 equipes (9 de São Paulo e 7 do Rio de Janeiro), em jogos de ida e volta. Os campeões de cada grupo fazem as semifinais em dois jogos, com gol qualificado e um sorteio para a definição dos locais das partidas. Final em dois jogos (total 10 datas, às quartas e quintas). Um de cada estado é rebaixado e um de cada estado é promovido. Para uma Serie B regional, quem também teria outros 16 clubes com promoção feita pelo campeonato estadual (dois acessos e dois descensos de cada estado). Mesma proporção de clubes da divisão de cima (9 de São Paulo e 7 do Rio de Janeiro). Seriam então 18 clubes de SP e 14 do RJ que não jogariam o estadual (apenas caso sejam rebaixados na segunda divisão regional). A série B regional poderia ser jogada o ano inteiro, assim como os estaduais, não parando a atividade do “mercado futebol”.

SUL/MG
A chave do torneio principal seria dividida em 4 grupos com 4 equipes (sendo 4 times de cada estado, MG, RS, SC e PR) e mesma fórmula do RJ/SP inclusive para a série b do regional.

Nordestão
Culturalmente diferente, poderia ser jogada o ano inteiro com 16 clubes dos 9 estados, com acesso e descenso. Avançando poderia perfeitamente ter segunda e terceira divisão regional, para aí sim, ter um estadual abaixo disso. São muitos os clubes de grande tradição no Nordeste e haveria publico para isso.

Copa Centro-oeste/ES e Copa Norte
Formula parecida com o “Nordestão”, mas com um numero menor de clubes, 10 no máximo, e classificação direta, sem terceira divisão regional, apenas segunda. Os melhores dos estados jogariam o regional, com acesso e descenso.

Copa do Brasil – 15 datas (7 datas para os grandes)
Neste novo calendário a Copa do Brasil ficaria mais enxuta e emocionante. As fases preliminares, “regionais”, seriam disputadas em jogos de ida e volta com gol qualificado (fora de casa vale mais) com equipes das séries B, C e D ou classificadas dos campeonatos estaduais. Na “nova supercopa do Brasil” estariam presentes 116 clubes de todos os estados da nação.
Para a disputa da Fase Regional, seriam 96 equipes disputando 12 vagas para a “fase nacional”, valendo o gol qualificado em jogos de ida e volta, (fora de casa), assim: 96>48>24 (três fases, sobram 12 clubes), seis datas (as 20 equipes das séries A entram posteriormente no torneio).
Para a Fase Nacional, são mais sete datas somando os 12 clubes (da fase regional) + 20 da Série A = 32 clubes => 32>16>8>4>2. A diferença ficaria para as fases e o tipo de disputa. As fases de 1/16 e nas Oitavas de final seriam disputadas em jogo único na casa do pior ranqueado de acordo com o novo ranqueamento da CBF (os 16 primeiros do ranking seriam cabeças de chave e os outros sorteados para os confrontos de quarta fase ou primeira etapa da fase nacional), assim apenas nas fases de quartas de final e semi-finais existiriam confrontos de ida e volta, como nas etapas anteriores (na disputa nacional) e a partida final seria decidida em local previamente escolhido (candidatura de sede) em estádio construído para a copa (ou novo de alto padrão, caso da Arena Grêmio e Novo palestra Itália).
Com o novo calendário brasileiro (e sul-americano) os regionais ficariam para o primeiro semestre, assim como a fase regional da Copa do Brasil e a fase Nacional da Copa do Brasil ficaria para o segundo semestre, o Campeonato Brasileiro alongado pelo ano, como a Copa Libertadores e a Sul-americana jogadas simultaneamente.

Reformulação do futebol no modelo de prospecção e formação de atletas

Para que o Flamengo tenha um futuro tranquilo, é imprescindível a organização do clube e do futebol brasileiro. Começamos bem, com a contratação de um analista tático-técnico, da seleção, foi um ótimo indicio de que este trabalho de longo prazo já começa diferente. Precisamos ver, conhecer e analisar a novos talentos, rentáveis talentos, assim como os europeus fazem. O Flamengo deveria ir além, contratar jovens africanos, asiáticos e americanos (norte e sul) para a base, com 16 anos, porque quando este cara tiver 20 poderá obter a dupla nacionalidade, assim como é feito na Europa. Com isso (formação em casa e dupla nacionalidade de bons jogadores) poderíamos fazer dinheiro e ter belos times, além de preparar formando. Deve-se ampliar a rede com olheiros capacitados, além de ex-jogadores do Flamengo, treinados pelo clube para trabalhar em suas regiões e viajando pelo clube para as observações. Desse modo, ainda se garante uma renda a esses jogadores que nem sempre estão em boa situação financeira.

Para a formação em si, alocaria no Ninho do Urubu as categorias de base, futebol profissional, futsal, futebol de Sete e caso seja necessário futebol feminino e futebol de areia. O futuro do futebol e das finanças do Flamengo está na formação dos atletas em todos os esportes, inclusive os olímpicos, porque são patrimônio do clube, todos formam o Flamengo. Como no futebol a formação, habilidades e aptidões parecidas com o Futsal e o Futebol de Sete (Society) e o futebol de campo, os atletas de até 15 anos se aprimorariam em uma espécie de rodízio, focando sempre no futebol de campo. Com isso não existiriam mais os problemas de fundamentos para os profissionais do futuro e com a certeza de bons atletas, além do carimbo do lema “craque o Flamengo faz e casa”, nas três modalidades. Este pequeno detalhe na formação (salão/sete/campo) maximizaria a formação de novos craques gerando grandes atletas nas três modalidades.

Futuro Flamengo
Um Flamengo gigante como sonhamos deve trabalhar dentro e fora do clube, estruturado e poderoso, formador de atletas e de opinião, respeitado. Penso que devemos sim dar pitacos no calendário, já que os maiores prejudicados somos nós os clubes. Os estaduais são perfeitos como seletivas para os regionais e classificatório para a Serie D, assim não asfixiaríamos os clubes menores, revelando jogadores e mantendo nosso futebol e sua cultura, como ocorre na Inglaterra, por exemplo, e não se onerariam os clubes que disputam competições mais “importantes”, e as datas para os clubes maiores não ficariam tão apertadas. Bom para toda a “cadeia produtiva do futebol”, mais organização e renda. O modelo de duas partidas com clubes grandes por ano é falido. O clube que não se adequar ao novo modelo acaba, vai à falência, como em qualquer outra atividade profissional. Que vejamos o futuro e que o nosso telescópio seja azul...ops, Rubro Negro!
Feliz 2013, Nação!!!
Ubique, Flamengo!