Era sábado dia 01 de dezembro de 2012. O barulho do despertador me fez levantar rapidinho e ir correndo para o banheiro, pois teria pouco tempo para me lavar. Alias na noite anterior, uma sexta-feira, dia 30 de novembro, enquanto esperava o sono chegar eu já delineava como seriam os próximos dias de minha vida. Não teria tempo para as coisas comuns do dia a dia uma vez que viveria intensamente aquilo que esperava fazer há muito tempo que era votar para Presidente do C.R.Flamengo. Vesti minha roupa, calcei meu tênis e fui a luta. Passei numa padaria que fica perto de onde moro e pedi uma média de café com leite e um pão quentinho com manteiga. Deixando a padaria rumei para um posto de gasolina onde enchi o tanque de combustível, verifiquei o nível de água do radiador, do óleo e do recipiente do limpador de para-brisas e calibrei os pneus.
O dia estava nublado e muito abafado. Às 11 horas depois de uma refeição leve fui dar o meu plantão que duraria ate às 19 horas. Cheguei ao apartamento mais ou menos às 19.30 horas e fui direto arrumar a mala. Após tomei uma boa ducha e parti para a cama, pois o domingo com certeza seria um dia ainda muito mais cansativo. Antes coloquei o despertador para tocar as 3 da manhã.
Às três horas da manhã do dia de 2 de dezembro já estava de pé. Rapidamente fiz tudo que deveria fazer e desci para a garagem para pegar o carro. Às 3.45 horas já estava iniciando minha viagem de 1.200km entre Brasília e Rio de Janeiro, O movimento na BR 040 poderia ser considerado normal, pois cruzei com poucos caminhões. O tempo sim estava muito ruim, com chuva fina algumas horas e muita chuva noutros momentos. Mas não podia perder muito tempo por causa disso, pois minha previsão de chegada a cidade maravilhosa seria no máximo às 19 horas, antes de anoitecer completamente. Para que isso ocorresse precisaria andar numa boa velocidade e parar muito pouco, e foi o que fiz mesmo pegando algum nevoeiro em Itaipava, Petrópolis e na descida da Serra. Às 18.45 horas já estava na cidade do Rio de Janeiro.
Antes de chegar ao apartamento de minha prima em Piedade (que ela havia me emprestado), passei numa pizzaria e fiz um lanche rápido. Às dez da noite fui descansar, pois algo me dizia que a segunda-feira seria ainda muito mais cansativa do que foram o sábado e o domingo.
Às 6 horas da manhã me levantei. Tomei um banho rápido e coloquei uma calça jeans azul, uma camisa também azul e um tênis branco com detalhes em azul e vermelho que tinha deixado preparado na noite anterior. A ocasião que estava por vir pedia um traje meio esportivo e na cor azul. Peguei o carro no estacionamento e passei numa padaria velha conhecida minha que fica na Av.Suburbana. Ali tomei um café expresso com leite (xícara grande) e pedi para acompanhar dois pães com manteiga passados na chapa. Terminado o meu desjejum, dirigi-me ao destino mais importante da minha viagem.
Chegando a Gávea observei que era grande o movimento e não encontrei em seu entorno vaga para estacionar o carro mesmo depois de ter dado umas quatro voltas nas redondezas. Não perdendo mais tempo entrei na Rua José Linhares no Leblon e fui direto para a praia. Lá consegui uma boa vaga e solicitei ao flanelinha que me fornecesse vias de talão de estacionamento suficientes para permanecer ali ate ás 19 horas. Resolvido o problema do estacionamento fui até um banco de cimento que fica no calçadão da praia e lá fiquei sentado por uma hora contemplando o mar, os mergulhos das gaivotas e alguns banhistas que se aventuravam entrar na praia. Apesar de ainda ser bem cedo o sol já dava mostra que o dia seria muito quente. Às 9 horas em ponto parti a pé em direção a Gávea.
Às nove e meia exatamente atravessei a roleta e fui direto para o stand da Chapa Azul. Lá encontrei alguns conhecidos de outros tempos e pedi para verificar se meu nome constava da lista de eleitores aptos para votar. Com a afirmativa solicitei um adesivo da Chapa Azul que colei na minha camisa e fui logo votar. Depois de 20 minutos estava de volta ao stand e aí perguntei ao pessoal qual a ajuda que eu poderia prestar. Pediram para que eu apanhasse material de panfletagem e me indicaram quais os lugares que eu deveria ficar. Durante todo o dia, as vezes me deslocava a um outro local onde se encontrava uma moça vestida de azul que anotava num bloco o candidato que cada eleitor tinha acabado de votar (boca de urna). Fiz isso no intuito de verificar na medida do possível se a informação prestada pelos eleitores ao passarem no local da panfletagem (a maioria dizia em quem votaria) batia mais ou menos com a informação prestada por eles para a moça que fazia a coleta de dados para a pesquisa de boca de urna.
Às 14 horas fui fazer um lanche e aproveitei também para descansar um pouco. Às 15 horas estava de volta ao meu posto e lá fiquei até às 20.30 horas (continuava ainda indo lá na representante da Chapa Azul que fazia a boca de urna). Depois de três horas do começo da eleição até o seu final observei que a vantagem que a Chapa Azul tinha obtida inicialmente sobre a Chapa Amarela se mantivera.
Naquele dia apesar de ter ficado quase 12 horas em pé teve também uma coisa muito gratificante que foi panfletar ao lado de modelos lindas contratadas pela Chapa Amarela, sem falar que presenciei ainda a passagem de ilustres rubro-negros como o Zico (muito ovacionado), Adílio, Diogo Nogueira, Luxemburgo, Nunes, Sandra de Sá, entre outros.
Faltando duas horas para o término da eleição e sabedor de nossa boa vantagem comecei a pregar o voto útil para os eleitores indecisos dizendo inicialmente para eles votarem na Chapa Azul e caso não quisessem que então votassem na Chapa Rosa. A eleição encerrou-se às 21 horas. Nossa preocupação a partir daí era saber se a abertura das urnas iria realmente confirmar o que a pesquisa de boca de urna tinha apontado.
O ginásio aonde iria se contabilizar os votos foi aberto aos flamenguistas presentes mais ou menos às 21.30 horas. Lá dentro já se encontrava um batalhão de repórteres. Fomos aconchegando pouco a pouco nas arquibancadas e logo o ginásio se lotou. Aberta a contagem da primeira urna a Chapa Azul começou na dianteira com uma boa diferença sobre a Chapa Amarela. À medida que os votos das outras duas urnas foram sendo computados à vantagem só foi aumentando e terminamos a eleição com 500 votos a frente. Ginásio vibrou muito e o pessoal da Chapa Azul começou a cantar o hino do Flamengo e outras músicas muitas conhecidas pela Torcida como aquela que homenageia o nosso maior ídolo que é "Ei, ei, ei, o Zico é o nosso Rei".
Depois das palavras proferidas pelo Eduardo Bandeira já como novo Presidente do C.R.Flamengo e a entrevista dada por ele a toda imprensa presente, partimos em direção a um bar no Leblon para comemorar a nossa vitória. Lá bebi uns três chopes, conversei um pouco com alguns companheiros e fui embora, pois o cansaço era enorme. Durante o trajeto de volta para o apartamento de minha prima tive a certeza que valeu a pena me associar ao C.R.Flamengo em 2006 e apesar da demora para poder votar na eleição do maior mandatário do Clube, cheguei a conclusão que agora sim o Flamengo estava entregue em mãos de pessoas que irão recolocar o Clube no degrau mais alto do pódio de onde nunca deveria ter saído. Pensei com os meus botões que o meu voto apesar de não ter sido decisivo foi mais um que somado aos outros 1313 elegeram verdadeiros rubro-negros que pensam iguais ou bem parecidos conosco.
Na terça-feira ainda muito cansado, com os pés totalmente doloridos e com as pernas um pouco inchadas permaneci no apartamento de minha prima quase o dia inteiro só saindo para almoçar. Quarta-feira bem cedo coloquei o carro na estrada pois teria que percorrer mais 1.200km de volta a Brasília. Quinta-feira antes um pouco das 9 horas da manhã ao entrar em minha sala de trabalho falei pra mim mesmo que a primeira batalha havia sido conquistada, mas outras viriam logo e que precisariam também ser vencidas, para que a nova Diretoria possa implementar as medidas tão necessárias para que o Flamengo se modernize, profissionalize e ocupe definitivamente o seu verdadeiro lugar de ser um dos maiores clube futebolístico do Mundo..
SRN
Roberto Silva Gomes
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