terça-feira, 2 de outubro de 2012

Avançando no Ingresso


Previously on Lost (sempre quis escrever isto!), na coluna da semana passada abordei o assunto ingresso e o chamamento da torcida do Flamengo para a reação. Hoje tentarei detalhar mais o tema, aprofundar a questão de como penso que o clube deveria vender seus ingressos para arrecadar mais, para consolidar um futuro a respeito da taxa de ocupação do estádio e, só depois, aí sim, se pensar em aumentar o preço médio do ingresso, como fez gradativamente o Corinthians. Um aspecto que deve ser ressaltado é a falta de um casa própria, um estádio seu para que se possa mandar os jogos com segurança. Para isso, deveríamos fazer uma reforma na Gávea ou um projeto de arena móvel tubular em outro canto da cidade (Arena para 30.000 no Terra Encantada, por exemplo), até que se decida a questão Maracanã ou se construa um estádio próprio para 40.000 pessoas. O Flamengo se apequena por não pensar em ter um estádio para ao menos 30.000 pessoas, e mesmo "sem casa", é sim possível vender pacotes e ingressos interessantes ao seu publico, já que quando joga o estádio é sim sua casa.

O Flamengo deveria basicamente vender seus jogos em múltiplos pacotes para que atenda a demanda de maneira diferenciada, sejam os ingressos em blocos de partidas ou do campeonato inteiro, pelos carnês. Além disso, estes pacotes específicos se transformariam em descontos para os jogos de maior apelo, comprou o pacote mais barato, ganha desconto para os jogos mais caros, de maior tradição. Exemplo:

  • 19 Jogos
  • 3 Superclássicos (Botafogo, Fluminense e Vasco)
  • 8 Clássicos (Atlético-MG, Cruzeiro, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Inter e Grêmio)
  • 8 Jogos normais para nós, recomendáveis formação de novos torcedores, famílias, e onde os pontos jogados deveriam ser certos, equipes de força regional

Os superclássicos seriam mais caros e em seguida os clássicos e os jogos “normais” respectivamente. A partir disso, os pacotes dariam descontos para outros pacotes ou partidas isoladas, mesmo em meia-entrada. Um estádio cheio traz um espetáculo melhor e não é coincidência que os melhores jogos este ano, foram jogados com grandes públicos. Exemplo 2:

  • Pacotes de 4 ou 8 partidas, com preços progressivos
  • Normais ► Clássicos ► Superclássicos, do mais barato para o mais caro, da base para o topo
  • Pacotes de 4 partidas independentemente se forem clássicos ou jogos normais (São Paulo, Náutico, Coritiba e Cruzeiro, por exemplo)
  • Pacotes para os 3 clássicos sempre em separado
  • Pacote por turno (com desconto para o turno com jogo a menos)
  • Pacote dos três níveis (um normal, um Clássico e um superclássico)
O fundamental é que o clube tenha uma nova perspectiva de receita e consumo, mas o próprio consumo e o conforto do torcedor deveria ser assegurado pelo clube com bares, assentos e banheiros decentes, e isso é o mínimo, isto o clube pode garantir. Nas áreas externas do próprio estádio poderiam ser criadas zonas de convivência e entretenimento com telões, musica, jogos lojas moveis, quiosques, para uma melhor integração clube/torcida, mais interatividade. O ideal é que o publico chegue bem antes das partidas e saia tranquilamente após ao espetáculo (com ou sem venda de bebidas no local). Milhares de opções existem para que o clube atraia a seu torcedor para dentro de um estádio, mas se faz pouco ou quase nada neste sentido.

Fosse eu um dirigente com poder e cargo para isso, tentaria urgentemente rever os contratos de venda e fabricação de ingressos, se possível buscar o desligamento imediato da BWA, que trata a nação como gado, vende mal e divulga mal, além do que é a principal responsável pela não diminuição dos valores dos tíquetes, porque quanto maior o ingresso maior o lucro da BWA, por isso em jogos com ingressos mais baratos a parcela maior vai diretamente para o Flamengo. Há algo de estranho nisso.

A resolução do problema, em minha opinião, seria a venda dos ingressos por CPF em agências lotéricas, ou seja, em qualquer lugar do Brasil, um torcedor poderia comprar com antecedência um ingresso de um jogo do Flamengo no Rio de Janeiro, até pacotes, facilitando o planejamento de quem mora longe, democratizando o acesso. Com isso, o torcedor ganharia um cartão com chip, como os de banco ou como os bilhetes únicos, dando acesso direto aos mesmos e reduzindo consideravelmente o cambismo, já que a compra seria feita por CPF ou identidade. Neste sistema seria possível a conferência por amostragem, assim quem fosse pego com um cartão de alguém (algo como uma “identidade” do cidadão rubro-negro) estaria impedido de assistir ao jogo, sendo entregue ao JECRIM, denunciado por falsidade ideológica e crime contra a economia popular (cambismo). Caso o portador queira repassar o bilhete a um irmão, familiar, amigo, outrem, terá de avisar com no mínimo 48hs de antecedência da partida. Os mecanismos estão por aí, é só querer acabar com a farra dos ingressos, estádios vazios e aproximar-se de sua torcida, seu consumidor.

No panorama atual em que manda suas partidas no Engenhão, deveria ser feito um contrato com o Botafogo para que suas partidas, ou um numero certo de partidas em um ano ou em um campeonato, não saiam de lá de modo algum, garantindo-se em contrato aos 19 jogos de mando no Campeonato Brasileiro de 2013. Assim, caso ocorra algo fora dos padrões alguém pagará multa ao clube e aos compradores dos pacotes, assegurando que o Flamengo tenha sua casa, porque quando o Flamengo joga com o mando de campo é o responsável por tudo que acontece no estádio, então é a casa do Flamengo, portanto assim deveria ser. Devemos ter nossa casa, se não a temos, onde jogarmos será nossa casa, não há desculpa para estádios vazios e baixa arrecadação.

Ubique, Flamengo!
SomoFlamengo, VamoFlamengo!
DesocupPatrícia!


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