segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Nostalgia

Meus caros amigos do Buteco, muito bom dia! Infelizmente, tenho que escrever hoje a respeito de um dos Fla-Flu's mais frustrantes que já assisti em toda minha vida, que foi o de ontem. Aliás, que campeonato, hein? Dois Fla-Flu's, os dois com o mesmo placar, com gols do mesmo jogador, a partir de falhas da zaga do Flamengo vindas de jogadas de bola parada do mesmo lado do campo, no mesmo gol do Engenhão, no primeiro tempo, logo no início da partida. No primeiro turno, González apenas ficou olhando Fred marcar; ontem, Fred, numa jogada ensaiada, "escondeu-se" atrás de González, do jogador que González marcava e de outro jogador do Fluminense, para logo depois recuar um pouco e marcar seu belo gol. Frauches? Acredito que deva estar procurando-o até agora. Depois? Só agonia. Escolham o critério e provavelmente o Flamengo levou vantagem. Posse de bola? Acho que nesse não há qualquer dúvida, certo? Ok, o Fluminense meteu duas bolas na trave no segundo tempo, mas o que foram elas se comparadas às chances de gol do Flamengo? Duas com Ibson só no primeiro tempo, sucedidas por uma inacreditável (simplesmente inacreditável) de Cléber Santana (sem goleiro, gol aberto, escancarado a sua frente); um pênalti desperdiçado por Bottinelli e ainda um cabeceio de Nixon. Volume de jogo? Pressão? Sem dúvida, absolutos do Flamengo, especialmente no segundo tempo.

O Fluminense foi um pouco mais seguro no começo da partida, mas nada que autorizasse conclusões definitivas a respeito do resultado do jogo. Prova disso foi o sufoco que passou. Lembrei-me inevitavelmente dos timaços que o Flamengo teve ao longo do tempo e de quantas partidas venceu sem jogar bem, com o adversário, inferior tecnicamente, correndo muito mais em campo, tendo mais oportunidades, simplesmente porque teve mais qualidade e competência, já que tinha os melhores jogadores. Não, não precisamos ir muito longe e cometer sacrilégios como invocar o time de 1981 ou alguns subsequentes da "Geração Zico" ou mesmo o de 1987. Que tal ficarmos no Século XXI mesmo e prestarmos uma singela homenagem à geração que tirou o Flamengo das lutas pelo rebaixamento e o levou à conquista de uma Copa do Brasil, um tricampeonato estadual e um Campeonato Brasileiro, mas que agora agoniza com seus últimos representantes se arrastando em campo?

Uma palavra ainda a respeito da partida: fora a falha individual no gol do Fluminense, a rigor ninguém jogou mal, muito pelo contrário. Wellington Silva foi muito, muito bem, tornando-se dono absoluto da lateral direita e arma ofensiva. Houve momentos em que Abel mandou três jogadores marcá-lo! Que grata surpresa! Ramón, normalmente um buraco no setor esquerdo, desarmou sozinho, numa mesma jogada Ninja/Jedi, três jogadores em sequência, de forma sensacional, tendo ainda participado das ações ofensivas; Ibson, tão criticado, participou das jogadas ofensivas sem se omitir como em partidas anteriores. Marcou? Não, não marcou, mas a culpa eu atribuo a quem o escala como volante, pois já deveria saber que não dá certo. E Renato Abreu? Voltando de contusão, sinceramente achei que nem conseguiria acompanhar o tempo da bola, tal como ocorreu em sua volta da cirurgia cardíaca na semifinal contra o Vasco na Taça Rio. Ledo engano de minha parte. Muito seguro, melhorou o time distribuindo e invertendo o jogo com passes precisos  e ainda desarmou algumas jogadas. Mesmo Cléber Santana, que desperdiçou o gol inacreditável, foi bem na partida com bons passes. Leonardo Moura também fez uma boa partida e entregou-se taticamente, na minha opinião.

Os times que o Flamengo venceu ao longo dos anos simplesmente por ter maior capacidade de decidir, muitas vezes sem jogar tão bem, talvez merecessem elogios e análises no mesmo tom, o que me leva à parte final da coluna de hoje. Quero o meu Flamengo de volta, mas não um time que simplesmente ganha as partidas como o Fluminense de ontem, fazendo 1x0 e trancando-se na defesa tomando sufoco, e sim um time com cara de Flamengo, o que significa ofensividade somada a qualidade. Chega de saudades do passado e da melancolia que isso proporciona. A vida tem que seguir. As pessoas passam na história do clube e deixam a sua marca. Leonardo Moura, Renato Abreu e Ibson, esses três em especial, fazem parte do passado do Flamengo; os dois primeiros também pela idade, mas os três certamente por uma questão de qualidade e de relação custo/benefício absolutamente inapropriadas, deveriam deixar o clube ao final do ano, após cumprirem o dever de mantê-lo classificado na melhor posição possível para a Série A do Campeonato Brasileiro de 2013. E que o restante do grupo passe por um rigorosa análise qualitativa para se decidir quem vai e quem fica.

Dê a sua opinião: o time para 2013 deveria manter como base o atual ou haver uma drástica renovação, como a coluna sugere?

Bom dia e SRN a todos.


Parcomentar, basta clicantítuldpost. SRN!