quarta-feira, 11 de julho de 2012

Precisamos de um 10!


Precisamos de um camisa dez. Estou plenamente convencida. Não aguento mais assistir o Flamengo em campo sendo armado por volantes, principalmente pela pouco inspirada e limitada dupla Renato Abreu e Ibson (são os por mim apelidados patos, já que não marcam, não armam, não fazem nada realmente bem).

Enfim, isso não vem de hoje. 2011 inteiro aguentamos esse pesadelo, jogos chatíssimos, com um camisa 10 plantado e sorumbático na ponta esquerda. Hoje, nem isso.

Mas e o Bottinelli, podem perguntar. O Botti é esforçado, joga com raça, dentro dessa aridez de meias que vivemos no elenco até ganha minha simpatia, mas na realidade é um jogador apenas mediano, daqueles pra compor, pra pegar banco. Não resolve nosso problema. Pra mim, isso tá mais do que provado e, o pior, como não se firma, abre vaga pra mais um volante.



Diga-se de passagem, o último jogo foi a prova cabal e definitiva de quanto precisamos de um meia armador, capaz de enxergar os espaços vazios, desmontar a defesa adversária e deixar nossos atacantes na cara do gol. A bola não chega, há uma profusão de passes laterais, a bola vai passando de pé em pé sem qualquer objetividade ou pragmatismo. Um "tiki taka" tupiniquim cansativo e improdutivo. 

Os praticantes do "tiki taka" europeu no entanto têm Xavi e Iniesta, os meias diferenciados e criativos, com visão e toque de bola privilegiados, capazes de destruir as piores retrancas mundiais. Nem precisam do camisa 9, do centroavante típico, colocam volantes, laterais, atacantes e a si próprios, através de fantásticas tabelas, na cara do gol. Claro que o sucesso e a supremacia do futebol do Barcelona e da Espanha campeã não se resumem a isso, mas, pra mim, o segredo maior está sempre na meia. Ao menos o segredo maior de um futebol ofensivo, agradável de assistir, enfim, do bom futebol, do qual sou irremediavelmente fã.

Partindo de tal premissa, na minha visão Riquelme e Diego poderiam sim jogar juntos, completando-se, não há qualquer incompatibilidade (fora o Joel, claro). Infelizmente, como a possibilidade de contratação dos dois é remotíssima, que venha ao menos um deles, para preencher essa tão flagrante lacuna e OBRIGAR qualquer treineiro a escalá-lo(s).

Entretanto, temo pelo pior. Provável ficarmos sem ninguém, já que Diego, como declarado, é um negócio dificílimo e Riquelme, estranhamente, não parece animar o Zinho e alguns membros da diretoria. Realmente, decepcionante tal atitude, ou melhor, total falta de atitude, já que há meses buscamos um camisa 10, o jogador (que levou um limitadíssimo Boca a final da LA) se ofereceu pra jogar no Flamengo e, o principal, não exige pagamento de rescisão contratual, como no caso do prioritário Diego e do agora cogitado Conca.

Sei que precisamos de mudanças. Tanto do técnico, quanto dos jogadores, do jeito de jogar, do nível de futebol apresentado e dos resultados. 

Então Zinho, como diretor executivo do futebol do CRF, acho bom falar menos e AGIR mais, pois não tenha dúvida que a conta, justa ou injustamente, vai cair no seu colo. 

A nação rubro-negra está impaciente.