quarta-feira, 27 de junho de 2012

Treinar e piorar é o que há...


O Flamengo padece de um estranho mal, que pode ser traduzido por "quanto mais treina pior fica". Considerando que a preparação feita nos dias que antecedem a um jogo de futebol não apresenta qualquer vestígio de existência durante o mesmo, o que fazem no CT os jogadores treinados por Joel Santana? Deixei uma pergunta de prova final para os amigos que, certamente, dirão: "Muy amigo, muy amigo...". Os fundamentos de uma partida de futebol jogada pelo Flamengo são um desastre anunciado, a saber: a marcação executada com a tomada de bola resulta na devolução bisonha da mesma ao adversário, que arma avassaladores contra-ataques, graças ao passe malfeito e a redonda devolvida de graça. Sem passe correto inexiste posse de bola, que leva à conclusão em gol, mas para haver esta é necessário praticar o exercício do chute, que no time do Flamengo quase sempre se constitui numa atrasada de bola para o goleiro rival. É raro ver um cabeceio bem executado e comum assistir um perdido numa disputa de bola como no 2º gol do Grêmio, domingo pp. Nos rebotes defensivo e ofensivo a impressão que fica é a do adversário jogando sozinho em campo, já que o posionamento dos jogadores nos lances é semelhante ao de crianças num desfile escolar para comemorar o sete de setembro, ou seja, desconjuntado. Enfim, o primário do futebol representado pelos passe, chute, cabeceio, controle e domínio de bola, drible e marcação, está sob a responsabilidade de quatro defensores e quatro volantes, é uma pornochanchada de mau gosto encenado pelos que vestem o manto sagrado, a qual deveria ser proibida de ser exibida para os meninos das divisões de base por motivos óbvios;

Vinícius de Moraes, um dos meus poetas preferidos, citava Camus para lembrar que "Às vezes, é preciso deixar a razão de lado e fazer uma coisa bonita". Uma parte está feita, já que todos sabemos que há muito tempo a razão não frequenta a Gávea (dizem que ela, aborrecida, foi embora com Zico), então, que façam algo bonito pelo clube e tragam logo o inquieto argentino Jorge Sampaoli, que manda botar a bola no chão e proíbe chutes e bicões a esmo, sendo o hermano um sonho de consumo de grande parte da torcida;

Zinho, responsável pelo futebol, vem se conduzindo no cargo muito melhor do que foi encomendado, sendo uma grata surpresa, tem que sonhar alto e poderia tentar viabilizar essa contratação, no momento em que a LaU foi eliminada da Libertadores, condição imposta por Sampaoli para o início de uma conversa a respeito de uma possível transferência do clube chileno para outro brasileiro. É preciso quebrar essa esdrúxula reserva de mercado posta em prática no país em relação a treinador estrangeiro como se aqui, sob a Linha do Equador, estivesse guardada a chave da caixa onde se encontra a verdade sobre o futebol. No Flamengo, por exemplo, o último técnico hermano do seu time de futebol foi um outro argentino chamado Armando Renganeshi, em 1965, e lá se vão 47 anos desde que aqui chegou;

Sampaoli é formado pela escola argentina que prima pelo domínio do jogo através do toque de bola envolvente, paciente, com disciplina tática, até que surja a oportunidade fatal para a conclusão em gol. Os rumores quanto a sua possível vinda estão cada vez mais intensos e a imprensa chilena ventilou o assunto com a informação de que já haveria sido feita uma primeira aproximação entre os envolvidos;

Na condição de torcedor que torce pelo treineiro Joel Santana apenas para o Flamengo ser bem-sucedido, apelo "pelo amor de Zico" para que essa contratação seja concretizada e que esse argentino seja um vitorioso entre nós rubro-negros;

SRN!