terça-feira, 5 de junho de 2012

A obsolescência de Joel


Obsolescência, “palavrão” que significa o estado de tornar-se obsoleto, ultrapassado, velho, não usual, não renovado, ocaso, Joel Santana. O atual treinador do Flamengo passa por uma fase (que talvez não tenha fim) de defasagem tática, estratégica e inclusive, seu maior “segredo”, psicológica (comando), é nítido nestes últimos meses, principalmente neste “fim” de Ronaldinho. Zinho afirmou em uma de suas muitas entrevistas que ira cuidar dos “problemas menores da equipe”, e considera os de ordem disciplinar e técnica, inclusive da comissão diretiva do futebol, treinador e preparadores. O que inspirou este texto foi a notícia de que o time reserva massacrou ao titular que jogava com o “quarteto inerte de volantes”, insistência do treineiro, um sacode matinal para começar a semana.

Suspeito, eu e boa parte de nossa torcida e de quem gosta de futebol, sendo rubro-negro ou não, que há uma falta de imaginação, que lamento não parecer ser repentina. Joel Santana, para não alongar muito, conseguiu afunilar com o tempo seu raciocínio sobre a concepção do futebol, mesmo com times espetaculares nas mãos ou times ruins, todos tem o mesmo jeito. Ou joga com duas linhas de quatro ou joga com falso volante (três zagueiros), ou um falso atacante que volta para armar ao jogo. O mais incrível é que este time do Flamengo de quarta pode ter estas três coisas com Airton de falso volante, Deivid de “falso atacante” e por ventura jogar em linha, com os laterais que deveriam subir, deixando avenidas. Aqui um clipping de Joel, um resumaço de sua obra, no excelente OlharTático de André Rocha, com ao menos dez matérias sobre a carreira do treinador do Flamengo. As únicas oportunidades em que ele altera a forma de sua equipe jogar foi quando sofreu pressão de Loco Abreu no Botafogo, por incrível que pareça, até porque ele não é burro, é teimoso mesmo. Qual o legado que será deixado por este Flamengo? O de um time inerte? Existe e se justifica a desculpa de um elenco que não era seu?

Estrategicamente o que apresenta a equipe com um mês e meio de treinamento? Onde estão as jogadas ofensivas, tipo de marcação bem definida, posicionamento, parece que vai na vontade de quem está em campo. Não adianta ficar esperando reforços para pensar o time depois, o que pode ocorrer, e seria muito mais fácil é o jogador futuramente contratado encaixando-se ao sistema da equipe. Incrivelmente, em seu discurso, a chegada de Ibson muda tudo, imagine se chegar Adriano (pédepatomangalôtrêsveiz!) ou de outro jogador que pode pintar, como Cáceres ou alguém para criação? Vão tentar se encaixar até quando, Dezembro? Não se veem jogadas de ataque, que não sejam bicões a esmo ou correria, as jogadas de bola parada são assustadoras, algo que chama muito minha atenção. Gols de falta e escanteio não são frequentes, são ocasionados por bate rebate, podem perceber. Para mim é um problema da quota do treinador, posicionamento e treino. Todo cruzamento na área do Flamengo é um Deus nos acuda, com bola parada ou rolando, independentemente da qualidade dos zagueiros ou de quem deixa cruzar, é treinamento!  

Inclusive está é a reclamação principal do elenco a falta do técnico aos treinamentos pós-eliminações do primeiro semestre. Justamente, sentiram-se abandonados. Têm razão? Sinceramente é a institucionalização do “não-comando”. Dentre alguns motivos que levaram a que se perdesse o grupo aos poucos estão, há meu ver, a “má conduta” no “case Ronaldinho”; ficou de “murilo” e não deu a cara para bater; o nervosismo que demonstra a falta de comando nas pequenas ações (parece que ninguém quer mais ouvi-lo), além da barração de jogadores que trazem nova dinâmica ao time, os jovens talentos, a molecada cheia de vontade (que admito estar em transição, não formada ainda), mas que complementa o parágrafo de cima, pois sem a mobilidade e o treinamento para a naturalização da entrada dos jovens na equipe, somos neutralizados com facilidade, demonstrado nas duas primeiras partidas do campeonato brasileiro.

Não me recordo de ver em outras ocasiões o “papai” transferindo crises, empurrando problemas, escondendo-se atrás de problemas maiores (que aparentemente agora não existem mais) para não fazer o seu trabalho. Parece cansado. O maior exemplo disso é o posicionamento do sistema defensivo, que independentemente da qualidade dos atletas, fica sempre exposto ao mano-a-mano e a bomba sobra para o miolo de zaga e o goleiro. Jogando sempre com no minimo três volantes, é absurdo! O “preferido” da boleirada carioca está perdido, muito perdido, perdido como nunca esteve em sua carreira, e só as vitórias, mesmo que atabalhoadamente, trarão um rumo para ele e diminuirão a pressão no clube, mas que fique claro, e cobraremos, porque os problemas não se encerram por aí, sabemos quem é o grande culpado e não é o velho treinador, mas me ative a sua função neste post. Lembra-me de velhas e simpáticas maquinas de escrever, que ao menos, para uma criança de 4 anos “imprimem e digitam” ao mesmo tempo. Nem isso o Natalino está conseguindo fazer. Esperemos aos próximos capítulos.

Ubique, Flamengo!
SomoFlamengo, VamoFlamengo!