quarta-feira, 6 de junho de 2012

Um soco atrasado!



"A bagunça acabou!". Querem confissão mais contundente do que essa proferida pelo executivo de futebol do Flamengo, Zinho, para atestar e comprovar, de dentro dos muros para a rua, a quantas andava a balbúrdia instalada na Gávea no nefasto ciclo que representou a infeliz passagem do Ronaldinho Gaúcho pelo mais-querido, que nada mais representa que a continuidade do caos que toma conta do clube desde que Patrícia Amorim assumiu, com mãos e cabeça frágeis, as suas rédeas?

Os amantes da Teoria da Conspiração para destruir a imagem do Flamengo tremeram da cabeça aos pés ao verem desabar o castelo de areia, como águas de tempestade morro abaixo, composto por suas argumentações debitando na conta das largas costas da imprensa as mazelas rubro-negras. Bobagem deles, desnecessário isso, como se fosse preciso ações externas para implodir a imagem da centenária instituição, local tido e havido como a casa da Mãe Joana, onde as informações de tudo o que sai da linha vazam para a mídia a fim de expor suas mais rudimentares encrencas, tendo como finalidade empurrar para cima as curvas dos gráficos de audiência e das vendas dos pasquins que tratam do futebol brasileiro, sendo o Flamengo um dos seus melhores clientes, tanto para o bem quanto para o mal.

Em se tratando de estruturas arcaicas avalizadas por um estatuto tão legítimo quanto ultrapassado, impossível projetar a validade temporal daquele soco na mesa, atrasado pelo menos 20 anos, desferido pelo Zinho. Os efeitos do fictício murro traduzido em suas palavras, talvez sejam limitados pela tênue linha que separa as boas intenções do atual responsável pelo futebol do raquítico comando de D.Paty, que teve boas oportunidades para emitir um bilhete azul demissionário por justa causa no Gaúcho, mas deixou o jogo virar e agora encontra-se na defesa ao melhor estilo collorido representado pelo fatídico "não me deixem só".

E o Dentuço já vai tarde demais para as minhas referências do que deve ser um profissional em qualquer ramo de atividade dos "serumanos", não deixando saudades a não ser nos balanços mensais das boates do Rio de Janeiro cujos gerentes lamentam a saída da cidade do ex-craque. Segundo scoult publicado no Globo do último final de semana, em 505 dias de Flamengo, o Gaúcho participou de 74 jogos, com 36 vitórias, 26 empates e 12 derrotas, fazendo apenas 28 gols e dando 17 assistências diretas para outros. Acho que ninguém é tão ingênuo que não consiga perceber que RG estava mais a fim de dançar nas belas noites de RJ city do que jogar futebol para oferecer um retorno compatível com as expectativas geradas e de acordo com o contrato firmado com o Flamengo.

Rolando essa bola para a partida de hoje com a Ponte Preta, a princípio, penso que o time vai se doar mais em campo na ausência de sua estrela cadente, compensando falta de talento com entusiasmo, até para provar o quanto atrapalhava a atual foca do futebol, quando havia bastante malabarismo com a bola equilibrada na ponta do nariz e pouco resultado prático tanto para o conjunto quanto no placar favorável. Vários jogadores que corriam para Ronaldinho fazer graça sem retorno, agora correrão para o time como um todo. É óbvio que falta um meia que ponha a bola debaixo do braço para dar o tom e a cadência do jogo, que deveria ser puxando das divisões de base ou contratado, sendo uma lacuna a ser preenchida.

Vamos ver, a minha expectativa é de um time vibrante na noite de hoje, com muita vontade de vencer, trazendo os indispensáveis três pontos de Campinas.

Gol neles, Mengão!

SRN!